Just You and I escrita por Faberry
Notas iniciais do capítulo
Então, não se assustem pela passagem no tempo, elas tinham 18 anos, façam as contas.
20 anos depois...
Q: Eles estão brincando com a gente Rach. – disse firme. – É piada, certo? – encarou as crianças em sua frente.
Charlie, 16 anos e Beth, 14. Seus filhos tinham acabado de lhes dizer que estavam apaixonados e queriam casar. Quinn estava em pânico, ela sabia que isso não poderia acontecer. A história era outra, eles realmente eram irmãos e se ela ou Rachel fosse contra a relação seria hipocrisia da parte delas. Mas vamos lá, Charlie e Beth eram irmãos! Tinham o mesmo sangue.
Q: DIGAM QUE ESTÃO BRINCANDO! – gritou para os adolescentes que encolheram no sofá.
R: Quinn, calma... Co-como isso aconteceu? – perguntou tentando manter a calma.
C: Não sei mama, simplesmente aconteceu. Nós sempre fomos ligados e eu comecei a enxergar ela de outra forma. – disse olhando para a garota loira ao seu lado.
Charlie era moreno e tinha os olhos verdes da mãe. Já Beth era loira e tinha os olhos castanhos da mama.
Quinn sentou no sofá e enterrou a cabeça nas mãos, Rachel sentou ao lado da esposa e acariciou suas costas.
R: O que vamos fazer? – perguntou calma.
Q: O que vamos fazer? Rachel, a situação é muito diferente da nossa, não fomos criadas juntas, não temos o mesmo sangue. Isso tem que acabar aqui. – disse olhando para os filhos.
B: Mãe, presta atenção. Nós nos amamos e quanto mais vocês se negarem a aceitar isso, mais nós vamos querer estar juntos. – disse arqueando a sobrancelha.
Quinn arqueou a sobrancelha também e Rachel riu, recebendo um olhar furioso da mulher.
Q: Isso só pode ser karma. – disse olhando as duas crianças.
Eles ficaram se encarando e os meninos caíram na gargalhada, sendo seguidos por Rachel, e logo depois por Leroy e Hiram, o atual companheiro dele, que entraram na sala batendo palmas.
Q: Que merda é essa? – perguntou se levantando.
Rachel levantou e caminhou até a bolsa, pegando a carteira e dando uma quantia em dinheiro que Quinn não conseguiu contar aos filhos.
Q: Que merda é essa? – perguntou novamente.
Rachel ainda sorrindo se aproximou da esposa e a beijou.
R: Claro que eles não têm nada, eu paguei a eles para fingir isso, você precisava ver sua cara! – exclamou.
Quinn abriu a boca surpresa e depois olhou para os filhos que riam.
Q: Eu vou matar vocês, sério. Isso não se faz! – disse tentando parecer irritada.
L: Para você ver como eu me senti quando vocês me contaram. – disse sentando no sofá acompanhado de Hiram.
H: Eu não estava lá, mas essa cena foi muito engraçada, Quinn você precisava ver sua cara. – disse rindo.
Q: Sério, eu quase tava tendo um ataque do coração, e vocês dois. – apontou para os filhos. – Atuaram bem. – disse sorrindo.
C: Temos uma boa professora. – apontou para Rachel.
Rachel fez muito sucesso como atriz da Broadway no passado, mas agora ela estava com a carreira consolidada como atriz de Hollywood.
Quinn voltou o olhar para esposa e sorriu: - Você vai ter o seu. – disse em tom de ameaça.
R: Ah, eu quero ter o meu. – disse debochada.
B: Por favor, não façam sexo aqui! – exclamou. – Quarto serve para isso. – completou.
Elas olharam para a filha e se afastam.
Ela estava passando muito tempo com Valerie. Pensou Quinn.
R: Você está passando muito tempo com a Valerie, tá adquirindo traços da família Lopez. – disse suave e Quinn olhou para a mulher, era comum que uma pensasse a mesma coisa que a outra.
V: Eu ouvi isso tia! – exclamou da porta.
R: Que bom que você ouviu, deveria dar um exemplo melhor para sua amiga, não quer que ela fique rabugenta como sua mãe. – disse brincando.
S: Eu ouvi isso Rachel! – exclamou da porta e fez todos rirem.
Br: Ouviu o que amor? – perguntou Brittany chegando à porta.
S: Rachel disse que eu sou rabugenta. – reclamou.
Br: Você é San. – disse e entrou cumprimentando todos.
Era normal que ambas as famílias se encontrasse nos finais de semana para almoçarem juntos e ficarem a par de tudo, não que não se encontrassem durante a semana, mas era mais complicado. Santana era uma advogada conceituada e Brittany professora de dança em NYADA. Quinn tinha seu estúdio de fotografia e era dona de uma das mais conceituadas galerias de artes em Nova York e em Paris. Eles, definitivamente, eram ocupados.
S: Porra Rach, por que você não gravou a cara da Q? – reclamou batendo na mesa.
V: Rabugenta, rabugenta, rabugenta. – cantarolou e todos riram.
S: Muito engraçada! – riu também.
Q: Como vai o balé Val? – perguntou interessada.
V: Muito bem tia! – exclamou animada. – Me chamaram para estudar na Academia Estatal de Coreografia de Moscou. – disse animada.
Q: Isso fica na Rússia, certo? – perguntou surpresa.
S: Sim. – respondeu. – Nós ainda estamos pensando nisso, certo mocinha?
Br: Por mim ela vai, é muita honra San! – exclamou mais animada que a filha. – Mas eu não quero ficar longe de meu bebe. – disse se inclinando para acariciar as bochechas de sua filha.
Valerie revirou os olhos e Rachel sorriu, desviou o olhar para Beth que tinha a cabeça baixa. Beth também fazia balé, na mesma companhia que Valerie, mas não era uma das melhores. Beth era boa em atuar, mas a menina era competitiva, igual à mama nesse quesito, mas Rachel aprendeu a valorizar outras coisas e ela tinha medo que a filha não aprendesse.
R: Você é boa em outras coisas, ok? – sussurrou para a filha.
Beth levantou a cabeça para responder, mas a campanhia tocou e ela usou como desculpa para sair da mesa, Quinn e Rachel trocaram um olhar cúmplice e voltaram a conversar.
Beth estava chateada, estava feliz pela amiga, mas ela queria ter sido convidada também. Sem falar que, se Valerie fosse para Rússia como ela ficaria? Ela balançou a cabeça tentando enviar esses pensamentos egoístas para longe e abriu a porta, uma mulher de idade e aparência bem sofrida estava parada.
B: Pois não? – perguntou educada.
– Ahm... Vo-você, quem é você? – perguntou com dificuldade.
B: Você bateu na minha porta, deveria saber. – disse debochada.
– Você soa como a Rachel. – disse olhando a garota. – Mas parece com a Quinn. – afirmou.
B: Você quem é? – perguntou incomodada.
– Judy Fabray. – se apresentou. – Acho que eu sou sua avó. – sorriu de lado.
Beth estava atônita, ela não conhecia a avó, nunca tinha visto uma foto ao menos. Ela sabia da história e de tudo que aconteceu no passado, mas sentia falta de uma figura feminina mais velha para mimá-la como seus amigos diziam que suas avós faziam.
C: A mamãe mandou ver se você estava bem, por que você estava demorando. Quem é essa? – perguntou chegando à porta.
B: Nossa avó, eu acho. – disse e abriu passagem para que Judy entrasse.
A mulher entrou na casa e seus olhos correram por todos os lugares, tinham várias fotos de Rachel e Quinn juntas, com as crianças, com Leroy e Hiram, com Santana e Brittany e outra menina, ela acreditava ser filha de Santana e Brittany.
C: Eu vo-vou chamar a mamãe. – disse e passou pela senhora.
Charlie caminhava olhando para trás, não queria perder um detalhe de sua avó, não dava para acreditar que ela estava ali. Ele chegou à varanda onde todos riam e conversavam e parou.
R: Filho, tá tudo bem? Cadê sua irmã? – perguntou preocupada.
C: Ela... Ela tá lá na sala... Com a visita. – disse olhando para Quinn.
A loira arqueou a sobrancelha e perguntou: - Quem é a visita?
C: Sua... Minha... – Charlie não sabia se dizia “Sua mãe” ou “Minha avó”. – Sua mãe. – disse finalmente.
Todos que ainda conversavam olharam para o rapaz que engoliu seco, Quinn levantou e parou de frente para o garoto.
Q: Quem Charlie? – perguntou para ter certeza.
C: Ela disse para Beth que é sua mãe. – disse preocupado.
Quinn suspirou e saiu a passos violentos da varanda sendo seguida por todos que estavam lá, ela chegou à sala e encontrou Beth sentada no sofá sorrindo e Judy em outro sorrindo também.
Era ela, sua mãe. A mulher que ela não via a o quê? 16 anos, 18 anos? Ela tentou manter contato com a mulher, no começo mandava cartas dizendo como estava e perguntando como a mãe estava, mas nunca recebia respostas e cansou.
Q: O que você faz aqui? – soou mais grossa do que gostaria.
Ela sentia saudades de sua mãe, mas estava amargurada pela mesma não ter lhe perdoado.
J: Quinnie... – Sorriu.
Rachel se aproximou e entrelaçou suas mãos com as de Quinn, Leroy atrás fez a mesma coisa com Hiram, o que não passou despercebido por Judy.
Ela engoliu seco e voltou a atenção para Quinn.
J: Podemos... Conversar sozinhas? – perguntou. – Eu, você e sua esposa? – enfatizou que queria a presença de Rachel.
Quinn olhou para Rachel e a morena assentiu, elas olharam para os demais convidados e ambos se despediram dizendo que ligavam depois, Beth e Charlie estavam sentados no sofá, mas Rachel pediu que eles subissem e mesmo resmungando, obedeceram.
Estavam as três sozinhas na sala.
J: Seus filhos... – começou com um sorriso fraco. – São lindos! – exclamou. - A garota. – riu estalado. – Soa com a Rachel, eu lembro quando conheci você. – disse olhando para a morena. – Mas ela parece com a Quinn, devo admitir que é uma boa mistura. – sorriu.
Rachel e Quinn sorriram com os comentários sobre seus filhos, Rachel estava mais aberta para Judy, mas Quinn ainda não.
Q: O que você veio fazer aqui? – soou amargurada e estava.
J: Está tarde. – afirmou. – Eu sei, mas eu não podia ir embora antes de conhecer meus netos, ou fazer as pazes com minhas filhas... Com minha filha. – olhou para Quinn.
Q: Para onde você vai? – perguntou interessada.
J: Para o hospital. Há 5 anos eu descobri um câncer na laringe e o médico me deu 5 anos, meu prazo acaba agora. – disse sofrida.
Q: E você vem tentar resgatar qualquer coisa agora? – perguntou alterada e levantando para gesticular. – Você acha que é certo eu colocar você na vida dos meus filhos, quando eles já estão acostumados a não ter você nelas, para depois tirá-la novamente? – completou furiosa.
Rachel levantou e segurou a mão de Quinn fazendo a loira se acalmar, Quinn sentou no sofá novamente e Rachel perguntou.
R: Judy, não tem nada que nós possamos fazer para te ajudar?
J: Não Rachel, e mesmo se tivesse eu não ia aceitar. – disse. – O que eu fiz com vocês no passado é imperdoável e, bom, vocês ficaram bem! – sorriu. – Mas isso não significa que eu fiz certo. Eu me arrependo todos os dias, e hoje quando aquela menina linda abriu a porta e não me reconheceu eu me arrependi mais ainda. – disse derramando algumas lágrimas. – Eu era uma tola religiosa, talvez ainda seja. Mas de quê vale? Estou doente, estou morrendo e ter uma filha homossexual muda alguma coisa nisso? – perguntou pensativa. – Não. Eu tentei me afastar do que era errado, mas eu percebi muito tarde que o errado não eram vocês, era eu! – disse sofrida e chorando.
Quinn estava encolhida no sofá e chorava também. Sua mãe estava morrendo, caramba!
Q: Você não pode morrer mãe! – exclamou surpreendendo Judy e Rachel.
J: Você não está magoada comigo? – perguntou.
Q: Estou, mas você é minha mãe e está morrendo. – disse chorando. – Estávamos afastadas, mas eu sabia que você estava bem, eu sabia que você estava lá! E agora? Onde você vai estar? – perguntou sôfrega.
J: Meu amor... – chamou levantando.
Quinn atendeu ao chamado de sua mãe e ambas se abraçaram, Quinn soluçava e aquilo partia o coração de Rachel. Judy sentou no sofá para apoiar o corpo de sua filha e a loira sentou no chão com o rosto sobre as pernas de sua mãe.
Beth e Charlie desceram e viram a cena, seus olhos marejaram e eles olharam para sua mama no sofá chorando também. Eles correram para o sofá e se aconchegaram ao colo de Rachel.
Judy olhava a cena e sorriu. Seu olhar desviou para um porta-retrato na mesa de centro e a imagem lhe chamou atenção. Era Rachel, no mesmo sofá, com Charlie e Beth aconchegados em seu colo, era a mesma cena de agora e Judy se sentiu feliz, ela estava feliz, tinha uma família com ela no final.
Quinn levantou o rosto e viu a mesma cena que sua mãe viu, ela fotografou aquela cena que se repetia agora. Ela limpou os olhos e deitou novamente a cabeça nas pernas de sua mãe, olhou para Rachel e sorriu.
Q: Eu te amo. – disse sem voz.
Rachel sorriu e acariciou os cabelos de seus filhos em seu colo, ela olhou novamente para Quinn e mandou um beijou para a loira.
R: Eu também. Muito. Muito. Muito. – disse sem voz.
Charlie e Beth viam a cena e sorriam involuntariamente, eles tinham as melhores mães que poderiam querer.
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Então? Gostaram?
By the way, a cena de Rachel com as crianças é assim: eles antes, eles depois.