R: San... Santana? – perguntou surpresa.

S: Exato, que merda é essa? – perguntou atenta à porta.

R: Como você conseguiu esse número? – perguntou confusa.

S: Finn tá aqui, eu peguei o celular na mochila dele, isso não importa, vocês trocaram telefonemas o dia todo, é você quem tá por trás disso? – perguntou num fôlego.

R: Cadê a Quinn? Ela tá aí com você? – ignorou a pergunta da latina.

S: Porra Rachel, não, ela tá lá embaixo, mas daqui a pouco está aqui, você tá por trás disso? – perguntou novamente.

R: Eu não posso responder agora! – exclamou. – Não fala nada pra Quinn. – pediu.

S: Tá Rachel, eu tenho que desligar. E você nem pense que vai se livrar dessa, quando você chegar nós vamos conversar. – concluiu irritada e desligou na cara da morena.

[...]

Quinn e Finn estavam em silencio prestando atenção na televisão quando um pigarro chamou atenção deles, era Santana. Quinn olhou para o chão próximo à poltrona e encontrou a mochila lá, ela sorriu.

F: Ela tá demorando, será que aconteceu alguma coisa? – perguntou.

S: Eu liguei para ela, disse que você estava aqui e ela disse que não voltava até você ter ido. – respondeu.

F: Você está mentindo. – afirmou.

Q: Mesmo que ela não esteja, a casa é minha e eu quero você fora. – disse se levantando e abrindo a porta.

Finn e Santana a seguiram e pararam na porta.

Q: O que você esta esperando? – perguntou irritada.

F: Rachel! – exclamou.

Quinn revirou os olhos e bufou irritada antes de dizer: - Rachel, minha namorada! – enfatizou. – Não vai chegar tão cedo, e mesmo se ela chegasse agora, eu não a deixaria conversar com você. Portanto, saia! – exclamou assustando o rapaz que trincou a mandíbula e saiu.

S: Uau, eu sentia falta dessa Quinn. – disse sorrindo.

Quinn sorriu de volta e puxou a latina para a sala.

Q: Então, conseguiu alguma coisa? –perguntou ansiosa.

A latina olhou nos olhos de Quinn e via neles a esperança, os olhos brilhavam na esperança de não estar mais nas mãos de Finn Hudson.

S: Não Q. Sinto muito, o celular estava bloqueado. – mentiu.

Q: Ah... – disse desanimada. – É que você demorou tanto e eu pensei que... Esquece. – disse se levantando.

Santana a segurou pelo punho e disse: - Desculpa. Aonde você vai? Tá tudo bem? – perguntou carinhosa.

Q: Tá, eu vou tomar banho e dormir um pouco, fique a vontade para ficar, se quiser. – respondeu dando um beijo casto na testa de Santana e subindo.

Santana suspirou e observou a amiga sumir pela porta, ela continuou ali por mais uns 20 minutos, foi à cozinha, tomou sorvete oferecido por Judy, voltou para a sala, assistiu TV, tomou mais sorvete, jantou e quando reparou já estava esperando Rachel por 2 horas, quando estava desistindo ouviu a porta abrindo e olhou para a porta da sala ansiosa esperando por Rachel. A morena apareceu.

R: Eu tentei evitar voltar para casa com você aqui. – confessou.

S: Percebi. – disse firme. – Você tem algumas coisas para me explicar, não acha? – perguntou se sentando novamente.

Rachel suspirou e subiu, não antes de fazer sinal para que a latina a seguisse. Chegaram ao quarto e Rachel fechou a porta, sentou na cama e passou as mãos no cabelo.

R: Eu vou te contar tudo. Começou quando...

[FLASHBACK ON]

F: Você vai ter o seu Fabray. – disse firme e sentando novamente voltando a atenção para o prato.

Depois de terminar seu café da manhã, Finn mandou uma mensagem para Rachel e disse que precisava urgentemente falar com ela, a morena aceitou e preferiu não contar para Quinn, pois a mesma tinha ciúmes do rapaz. Ciúmes sem fundamentos, pensava Rachel.

Eles marcaram de se encontrar numa lanchonete na esquina do colégio no final da tarde, e quando deu o horário, ambos estavam lá.

R: Finn. – cumprimentou o rapaz com um sorriso de lado.

F: Rach. – cumprimentou de volta.

Eles conversaram besteira, pediram o que queriam e comeram. Depois de um bom tempo, a conversa se desgastou e o clima ficou tenso.

R: Então Finn... O que você queria comigo? – perguntou brincando com os dedos.

F: Eu sei. Sobre você e a Fabray, eu sei. – disse direto.

Rachel não expressou reação.

R: Como? – perguntou.

F: Kurt. – disse.

R: Claro. – debochou. – O que você quer Finn? – perguntou seca.

F: Você. – sorriu e tentou tocar a mão da morena sobre a mesa.

R: Não vai rolar, cara. – disse.

F: Olha, depois de tudo o que ela fez comigo, eu vou me vingar dela, mas eu não quero te levar junto. – disse sincero.

R: O que ela fez pra você? – perguntou curiosa.

Finn contou a história do vídeo totalmente envergonhado e Rachel tentou, mas não conseguir não rir. Na verdade, ela gargalhou e deixou o garoto mais envergonhado ainda.

R: Desculpa, é que... 10 minutos Finn! – exclamou rindo novamente.

F: Acabou? – perguntou amargurado.

R: Sim, desculpa. – pediu. - Enfim, eu não me importo se você contar. – disse.

F: Eles não vão aceitar isso Rachel, a Judy é da igreja, ela nunca vai aceitar isso. – disse tentando convencer a morena.

R: Ok, me deixa ver se entendi. Você quer que eu termine o que eu tiver com ela e fique com você? – perguntou confusa.

F: Exato. – rebateu.

R: Não. Eu a amo. – disse sorrindo.

F: Ela sabe? – perguntou.

R: Oi?

F: Ela sabe que você a ama? – reformulou a pergunta.

Rachel foi pega de surpresa pela pergunta e sorriu.

R: Não, ela não sabe. – disse.

F: Desculpa. – pediu.

R: Por me chantagear 10 minutos atrás? – soou sarcástica.

F: Isso. – assentiu. – Quando vocês vão, sabe, assumir? – perguntou. - Ela não merece você. – disse.

R: Não sei Finn, estamos tentando antes de assumir algo e...

F: Foi ideia dela, né? – perguntou.

R: O que? – perguntou confusa.

F: “Tentar”, “Fazer dar certo”. – disse fazendo o sinal com as mãos.

R: Foi. – assentiu. – Mas isso não significa nada. – completou.

F: Sabe como vai ser? – perguntou. – Vocês vão viver uns meses juntas, vão se amar e no final, você vai sair com o coração quebrado por que a Quinn é fraca demais para te assumir. – disse olhando diretamente nos olhos castanhos.

Rachel engoliu seco e acariciou suas próprias mãos.

R: Ela vai me assumir quando for a hora. – tentou ser confiante, mas falhou.

F: Você acredita nisso? – perguntou. - Eu posso te ajudar e você me ajuda em troca. – sorriu de lado.

R: Como assim Finn? – perguntou confusa.

F: Eu quero me vingar dela! - Exclamou fazendo Rachel revirar os olhos. – Posso chantagear ela e...

R: Não vou chantagear ela, tá louco? – perguntou irritada.

F: Me escuta. – disse e a morena assentiu. – Eu consigo fotos de vocês duas juntas e chantageio-a, não vou contar nada! – se apressou quando viu a morena abrir a boca. – Eu não vou contar, mas ela vai por medo e eu ganho a fazendo sofrer um pouco. – completou.

R: E no final? – perguntou.

F: Bom, no final ficamos como se eu tivesse a forçado a contar a verdade, mas no fim de tudo vocês ainda vão estar juntas. Mesmo ela não sabendo as entrelinhas. – disse sorrindo.

R: É um bom plano. – admitiu. – Sério que você planejou sozinho? – perguntou surpresa.

F: Tô cansado do povo achando que eu sou lesado, eu não sou!- exclamou irritado.

R: Ok, se você diz. – assentiu. – Eu te ligo daqui a alguns dias, consiga uma câmera. – disse e o rapaz sorriu.

F: Isso significa que você tá comigo no plano? – perguntou ansioso.

R: Sim, mas eu estou fazendo isso por nós duas, não por você. – esclareceu e saiu.

[FLASHBACK OFF]

Santana estava atônita e demonstrava isso. Rachel disse cada palavra sentindo o peso do que poderia acontecer se Quinn descobrisse que ela estava por trás disso.

S: Você... – começou. – Você percebe como você foi egoísta? – perguntou olhando para a morena encolhida na cama.

R: Eu... Eu só queria ficar com ela sem ser segredo, não queria magoa-la. – disse.

S: Mas o Finn queria! – exclamou. - Você se uniu a ele e os dois a magoaram. Caramba Rachel! – exclamou.

R: Você vai contar para ela? – perguntou com os olhos marejados.

S: Não. – disse firme. – Mas você vai. Sim, você vai, vai e pronto. – disse quando a morena começou a negar com a cabeça.

R: Ela vai terminar comigo. – disse negando com a cabeça.

S: Você não sabe, a Quinn é bem imprevisível. – ponderou.

R: Como eu deveria dizer a minha namorada que era eu quem estava a chantageando? – perguntou mordendo o lábio inferior.

S: Não sei, nunca chantageei a minha. – disse e sorriu. – Vai ficar tudo bem, ok? – disse abraçando a morena.

R: Ok... – sorriu fraco

S: Na piscina... – começou e Rachel assentiu. – Me conta a história. – pediu.

R: Eu fiquei com medo e repensei milhões de vezes se era a atitude certa. – ouviu a latina resmungar “E mesmo assim fez.” E completou: - Mas eu não queria que o que nós tínhamos fosse passageiro, nossos pais precisavam saber. Então eu deixei o portão dos fundos abertos. – tudo começou a fazer sentido para a morena. – E nos pegamos na piscina, mas ela estava fechada, ela sentia alguma coisa e eu me senti mal por aquilo. - suspirou

Batidas na porta interromperam a confissão da morena, elas se olharam, sabiam quem era. Santana se afastou e abriu a porta, olhou para Quinn e sorriu antes de sair.

Q: Hey. – disse entrando no quarto.

R: Oi meu amor. – sorriu dando um beijo casto nos lábios da loira.

Q: Onde você estava Rach? – perguntou sentando na cama.

R: Uma amiga de Veneza tava na cidade, passei o dia com ela. – disse e era verdade.

Q: Aquela amiga que você se apaixonou? – perguntou insegura.

Rachel sorriu e negou. Quinn abaixou a cabeça.

R: Tá tudo bem? – perguntou.

Q: Não. Tá tudo bagunçado. – disse se aconchegando no corpo da namorada.

R: Eu to aqui, não precisa ter medo. – disse e depositou um beijou nos cabelos loiros em seu colo.

Rachel sabia que tinha que contar, que não seria fácil e que provavelmente terminaria sem namorada. Mas ela precisava fazer uma coisa antes, precisava sentir Quinn completamente.

R: Quinn... – chamou puxando o rosto da loira para encontrar os olhos que tanto amava.

Q: Oi. – sorriu de lado.

R: Eu preciso de você. – disse e a loira a beijou.

Q: Eu também. – sorriu.

R: Digo, eu realmente preciso de você. Eu quero te sentir em mim. – confessou corada. – Agora. – completou.

Q: Agora? – perguntou surpresa. – Rach, nós temos todo o tempo do mundo...

R: Não, não temos. – interrompeu. – Eu quero te sentir agora. – disse.

Quinn sorriu e acariciou o rosto da morena.

Q: Nossos pais estão aqui. – disse.

R: Casa da piscina. – rebateu.

Q: Você tem certeza? – perguntou.

R: Absoluta. – sorriu e a beijou. – Me encontra lá em 20 minutos. – pediu levando a loira até a porta do quarto.

Q: Ok. – sorriu e saiu.

20 minutos depois as duas estavam lá. Elas não fizeram nenhuma arrumação especial no lugar, mas por si só ele se fazia especial. A porta de vidro dando visão da piscina, a piscina que foi o lugar onde elas deram o primeiro beijo real, a piscina onde elas passaram todas as noites de sexta juntas, se conhecendo.

Q: Você veio. – sorriu. – Eu pensei que fosse desistir. – disse se aproximando.

R: Nunca. Eu quero isso. Muito. – enfatizou.

Elas ficaram mais um pouco conversando, Quinn tinha levado vinho e elas beberam umas ou duas taças. Estavam prontas.

Quinn tocava em Rachel como se ela fosse quebrável, ela passava as mãos pelo corpo da morena e admirava cada pedaço. Ela tomou os lábios da morena sem possessão, foi um beijo tímido e elas foram se inclinando, deixando Quinn por cima. Com o tempo o beijo foi alcançando o ritmo que ambas gostavam e estavam acostumadas. Elas disputaram domínio, mas Quinn cedeu e aceitou o ritmo da morena, as mãos de Rachel trabalhavam em tirar a blusa de Quinn. Rachel parou para admirar a figura loira em cima dela, e continuou com os beijos pelo pescoço, elas inverteram as posições e Rachel ficou por cima, elas sentaram e Quinn passou a mãos pelas costas de Rachel, puxando o zíper do vestido e o tirando.

[...]

Foi o que Rachel poderia chamar de “a noite perfeita”, Quinn foi amável e carinhosa, no ato em si Quinn pediu para que Rachel dissesse quando doesse e se doesse, mas não doeu. A forma como Quinn a olhava a fez a sentir a mulher, sim, mulher! Ela se sentia uma mulher agora.

Ambas estavam deitadas de frente uma para outra com sorrisos enormes no rosto.

R: Obrigada. – pediu.

Quinn sorriu e a beijou.

Q: Não precisa agradecer, não foi um presente. E se fosse, seria um presente para mim. – disse apaixonada.

Rachel sorriu e a beijou novamente, dessa vez aprofundaram mais e Quinn deu passagem a língua da morena, mas acabou por ali.

R: Eu te amo tanto. – disse.

Q: Eu também te amo, muito, muito, muito. – disse enquanto distribuía beijos pelo rosto da morena.

R: Promete uma coisa? – pediu com os olhos marejados.

Q: Você tá chorando? – perguntou. – Não chora meu amor. – pediu.

R: Promete uma coisa? – pediu novamente.

Q: O que você quiser. – disse sorrindo.

Rachel sorriu e sentou no colo de Quinn que permanecia deitada.

R: Promete me amar para sempre. - pediu.

Quinn sorriu com o pedido e assentiu, mas Rachel ainda estava com medo.

R: Apesar de tudo? Incluindo as entrelinhas? – perguntou.

“Apesar de tudo? Incluindo as entrelinhas?”

Quinn piscou os olhos algumas vezes e a imagem de Finn lhe perguntando isso lhe veio a mente.

R: Promete? – perguntou afundando o rosto no pescoço da loira.