Epílogo

POV da Bella

“Tudo tem o seu tempo determinado, e a tempo para todo propósito debaixo do céu.”

(Eclisiastes 3. 1)

O tempo passa e ás vezes nem vemos. Muitas coisas acontecem, e ás vezes não percebemos que nada acontece por acaso. Eu não percebi, mas depois de muito tempo, foi que me toquei que o ditado realmente era verdadeiro.

Eu havia começado o ano letivo no colégio com um propósito, passar de ano – como todos os estudantes de terceiro ano. Eu jamais iria imaginar que entraria numa brincadeira boba com um cara – sim, falo do Edward – e acabaria casando com ele. Jamais imaginaria que eu ficaria grávida desse mesmo cara e então não teria essa criança. Eu nunca imaginei como a minha vida podia ser tão boa...

Foi no fim do mês de novembro que eu me casei, com apenas 17 anos. Cerca de um mês e meio depois, mais ou menos no meio do mês de janeiro, Edward e eu, acompanhados de Carlisle e Esme, nos mudamos para Chicago. Os pais de Edward, moravam em uma casa num bairro tranqüilo, nada daquelas mansões fora da cidade, com muitos quartos, três andares, onde você abrigaria uma família repleta de irmãos adotivos... era uma casa em estilo europeu, com a fachada branca e um lindo jardim na frente. Edward e eu escolhemos um apartamento no centro da cidade, próximo á universidade que estudaríamos.

Quando nos mudamos, conseguimos fazer com que todas as nossas papeladas de admissão para a Universidade de Chicago estivessem prontas e fossem enviadas. Edward quis sempre fazer literatura, já eu fiquei indecisa em relação ao o que fazer, mas acabei indo junto com ele, afinal... eu sempre gostei das minhas aulas de literatura na escola.

Alice e Ângela, minhas primas, continuaram em Edimburgo. Alice começou um curso de modas e Ângela optou por fotografia. Jasper e Eric acabaram por ficar por lá também, os dois entraram para um curso relacionado a computação e, finalmente, colocaram alianças de compromisso no dedos das minhas primas. Alice e Angie fizeram uma conferencia telefônica para mim ás quatro horas da manhã, só para me contar a novidade.

Meus pais continuariam em Nova York, não sairiam de lá tão cedo, principalmente depois que vovó Swan havia falecido. Minha mãe e eu ficamos bem chateadas, ela se recusava a sair da cidade dizendo que não queria deixar o lugar onde nasceu.

Quanto as outras meninas, minhas colegas de escola, elas se espalharam por vários lugares. Algumas conseguiram cursos no exterior, outras voltaram para seus países, ou então ficaram em NY. Já Rosalie, minha colega, ex-inimiga-lider-de-torcida, foi para Rochester com Emmett. Eu soube pelo meu pai que eles se casaram pouco tempo depois e que ela estava adorando a cidade.

Como eu disse antes, a gente não percebe quando o tempo passa. É aí, que ele passa depressa.

Quando eu estava com vinte anos, três anos depois do meu casamento, algo inesperado aconteceu. Era mês de novembro, quase o fim do mês, uma manhã feliz em que eu e Edward comemorávamos nosso terceiro ano de casados; e o dia em que eu estava comemorando – junto com ele – a nossa conclusão do curso, que eu senti uma náusea. Todos já devem imaginar o porque, lógico, mas naquele dia, minha ficha demorou para cair.

- Bella? –Edward me chamava insistentemente na porta do banheiro, enquanto eu vomitava.

- Estou bem. – Murmurei. – Foi só um...

Naquele instante, minha cabeça girou. Minhas mãos caíram imediatamente sobre meu ventre e uma imagem minha, uma lembrança na verdade, veio á minha mente. Eu chegava no apartamento de Edward e contava a ele que estava grávida. Fiquei ali, encostada na porta do banheiro, ouvindo meu marido bater e me chamar, deixando minha mente divagar sobre os últimos tempos.

Havia possibilidade.

Depois de algumas vezes em que nós não tínhamos tomado qualquer atitude de prevenção e que eu não engravidara, eu tinha começado a pensar que talvez aquela queda á alguns anos atrás, pudesse ter acarretado algum problema interno. Mas pelo visto... eu estava errada.

- Amor, você está pálida, está tudo bem?

- Me leva para o Carlisle. – Pedi.

- O que foi que... – Ele ia dizendo. Eu apenas o encarei e levei a mão dele até o volume inexistente em minha barriga. – Pegue sua bolsa! – Foi a reação dele.

Naquele dia, Carlisle confirmara a minha suspeita. Eu estava mesmo grávida, de dois meses. Edward surtou. Esme e minha mãe surtaram juntas, afinal agora elas teriam um neto – ou neta – para paparicar o quanto pudessem. E mais uma vez, o ditado se tornava realidade.

Se eu tivesse tido a criança que eu estava esperando do Edward há três anos atrás – e não, não estou falando que eu não a queria, pelo contrário, eu a queria muito -, eu não sei que tipo de vida eu estaria tendo agora. Provavelmente cuidando de uma criança de três anos, enquanto Edward trabalhava e eu cuidava da casa. E, provavelmente, eu não teria nem terminado a escola. Realmente, nada acontece por acaso.

Cerca de quatro meses depois, em março, nós descobrimos que teríamos uma menina. Eu insisti para que ela se chamasse Anna, mas Edward insistia que ela se chamasse Isabelle. Nós dois ficamos num impasse durante uns dias, até que – novamente – minha mãe e Esme nos deram a solução.

- Annabelle. – Elas disseram juntas.

E foi no dia 21 de junho, que Annabelle Marie Swan Cullen nasceu. Ela tinha cabelos castanhos, ondulados e com alguns fios cor de cobre. Seus olhos eram castanhos, mas suas feições eram angelicais, como as de Edward.

Assim, minha vida se tornou completa. Eu não me imaginava sem Edward, sem minha filha, sem minha família. Não me imaginava sem a vida agitada que eu tinha, ou sem qualquer um dos meus problemas, porque são eles, que tornaram a vida interessante.

Meu nome é Isabella Marie Swan Cullen, tenho 21 anos, sou casada com Edward Cullen e tenho uma filha, Annabelle Marie Swan Cullen. Moro em Chicago, mas sempre que posso viajo para a Escócia, ou para NY. Tenho uma vida agitada como qualquer outro ser humano normal. Eu passei de estudante colegial, para namorada de professor, líder de torcida, para editora-chefe de uma editora de livros, esposa e mãe.

- Está na hora da foto! – Meu pai gritou empolgado, durante uma ceia de ano novo.

- Foto da família, vamos!!! – Minha mãe chamava. – Esme e Carlisle, vocês também!

- Tome. – Edward entregou-me uma caixinha preta, antes de nos juntarmos a todos na escada. – Para você.

- Edward... É lindo! – Eu exclamei ao ver um relicário em formato oval, todo decorado com arabescos. Dentro dele, havia duas fotos, uma nossa e uma de Annabelle. Por fora, havia uma pequena inscrição em francês. – Plus que ma propre vie.

- Mais que minha própria vida. – Ele me beijou. – Eu te amo. OU melhor... Eu amo vocês duas.

- Sim... Vocês sãos aos amores da minha vida.

Foi difícil chegar até aqui, mas se me arrependo de algo? Não. E faria tudo de novo, só para poder curtir os problemas da vida, agitação da escola e as delícias da paixão.