- Vamos? – Emmett McCarty estendeu a mão para Rosalie, assim que ela se despediu de Bella.

- Aonde vamos? – Ela perguntou sem jeito. – Por favor, só não...

- Não se preocupe, Rose... – Ele disse carinhosamente. – Eu nunca faria mal a você.

- Obrigada. – Ela sorriu.

Por um instante, Rosalie se permitiu sorrir aliviada, sorrir com aquele sentimento de – quase – felicidade que crescia em seu peito. Em sua cabeça, ela pensava que finalmente poderia ser feliz, sem pretensões, sem esperar nada em troca, sem ter que chantagear alguém, sem ter que ser o típico estereótipo da loira, bonita e líder de torcida.

Emmett parava o carro em frente à entrada de um bonito restaurante em algum lugar da cidade. O manobrista abriu a porta para Rosalie, que saiu e olhou surpresa para o local. Emmett veio ao seu encontro e estendeu o braço, para que ela pegasse. Rosalie o fez.

- Por que está fazendo tudo isso? – Ela perguntou, tentando descobrir se aquela vida que a esperava, poderia realmente ter alguma felicidade.

- Porque eu sei que um casamento arranjado é fora dos padrões de hoje em dia. Porque eu sei que você está lidando com seus próprios problemas e não quero tornar isso difícil. – Ele disse suavemente, com todo o seu tamanho, trajando uma calça social e uma camisa branca. – Acredite, eu quero que você seja feliz.

- Obrigada por entender. – Ela respondeu. Foi só o que conseguiu dizer.

- Agora me responda, sinceramente. – Ele estreitou os olhos. – Você não é o que parece ser, não é? Você não é a loira arrogante que todos pensam ser.

- Ao que parece, não sou. – Ela sorriu. – Eu posso ser diferente. Aquela é só uma Rosalie falsa, que tem que entrar nos padrões da sociedade. Mas me cansei dela, Emmett. Eu quero, realmente, ser feliz ao seu lado. Eu posso acreditar nisso?

Emmett encarou-a, então abriu um grande sorriso. Ele sabia que ela realmente era diferente e, em algum lugar de seu coração, ele também tinha certeza que aquela união – por mais arranjada que seja – seria para a vida toda. Com toda a certeza, ele faria Rosalie King feliz.

- É claro que pode, ursinha! – Ele soltou uma gargalhada alta. Aquele era o verdadeiro Emmett. – Eu tenho certeza que seremos felizes, ursinha. Não se preocupe com o resto.

- Tudo bem... Ursinho. – Ela sorriu.

- O que faz lembrar que eu sou um completo asno! – Rosalie riu com ele. – Vamos, não posso simplesmente dizer que vamos casar. Então, vamos por partes, prefere ser tachada de minha noiva ou minha namorada. Por mim tanto faz, porque vamos casar do mesmo jeito. Eu não tenho escolha e, ao que parece, nem você.

- Ok, Emm. Não se preocupe, escolha você. – Ela riu.

- Tuuudo bem! – Ele exclamou e tirou uma caixinha esverdeada, encapada com veludo, de seu bolso. – Rosalie King, quer ser minha namorada-noiva-e-esposa? – Ele disse rápido.

- É claro, Emmett McCarty! – Ela sorriu, pela primeira vez, sorriu feliz e de forma bem sincera.

De relativamente tenso, o ambiente passou a ser descontraído e alegre. O garçom passava constantemente à mesa para servir os pratos, ou recolher o que quer que precisasse. Emmett contava piadas e fazia Rosalie rir; e cada vez mais, ela se encantava por ele, mesmo sem saber.

Quando haviam terminado o jantar, Emmett estendeu sua mão para Rosalie, que, hesitando um pouco, pegou-a. Ele levou-a em direção à uma pequena área onde alguns casais dançavam.

Something Inside – Jonathan Rhys Meyers

Emmett puxou-a para mais perto de si, passando sua mão por suas costas, tocando ligeiramente a pele exposta. Rosalie pousou sua cabeça no ombro dele, deixando-se levar pelo momento.

“Quando a única pessoa que você procura, não se encontra em canto algum

Você se intensifica,

Você procura,

Mas quer desistir”

- Tanto tempo você esteve correndo em círculos... – Emmett cantarolou no ouvido de Rosalie, que percebeu que a música se encaixava perfeitamente na vida dela. – Você quer procurar, desistir...

- É a primeira coisa que se vê quando abre os olhos... desistir. – Rosalie disse a ele, encarando-o.

- Mas se você tivesse desistido, eu não teria encontrado você.

- Você sente algo dentro de você, chorando, gritando e te guiando? Mas não sabe o motivo? – Ela perguntou.

- Sinto. E, quer saber, eu segui esse instinto... – Ele sorriu gentilmente. – E, quer saber mais?

- O que?

- Vamos ser felizes, Rosalie. Vamos somente ser felizes, deixa rolar, ursinha...

“É a primeira coisa que você vê,

A última coisa que você diz, antes de dizer adeus.

Algo dentro de você chora e grita, te guia.

Pois se você não tivesse me encontrado,

Eu teria encontrado você.”

- Quer que eu te deixe em casa? – Ele perguntou quando pagou a conta e deu uma gorjeta generosa ao garçom.

- Tudo bem... – ela disse bufando levemente. Tudo o que ela queria era não ir para casa. – Me leve para outro lugar... Qualquer lugar... Deixe-me num motel, menos na minha casa.

- Nada disso. Você ficará em meu apartamento. – Emmett colocou sua jaqueta sobre os ombros dela, enquanto esperavam o manobrista trazer o carro. – Seus pais ainda não te perdoaram, não é?

- Não. – Ela disse abaixando a cabeça. – Sabe quando em um dia, você é a garota mais popular da escola, todos te adoram, te olham quando você passa e querem ser você?

- Bem, não sei, porque não sou uma garota. – Emmett riu. – Mas te entendo.

- E no outro dia, você não é nada. Tudo isso, por causa do ciúme.

- Você gostava dele?

- Era só físico. – Ela riu baixo. – Mas não era bem essa questão. Eu não sabia o porquê dele escolher ela e não eu. Entenda, para mim, só existe eu, eu sei que sou arrogante e ignorante, também.

- Ela é bonita, mas a maneira dela, entende? Eu acho você mais bonita que ela. Vamos encerrar por aqui. – Ele sorriu. – Você ficará comigo, a partir de agora. Ficarei na cidade até o fim do seu semestre, depois, nos mudaremos para Rochester, tudo bem?

- Sem problema. – Ela sorriu. – Você é bom demais para mim, Emmett. Bom demais.

“Pois se você não tivesse me encontrado,

Eu teria encontrado você.”