Poexistir em Poesia escrita por Aria Wheelock
Notas iniciais do capítulo
As poesias estão separadas por três asteriscos (* * *)
Delirem bastante e se divirtam :3
O Início
“O espetáculo está para começar.
– Senhoras e senhores, meninos e meninas,
venham, sente-se, aproveitem o show! – diz o anfitrião.
Os artistas se preparam nas coxias.
– Algodão doce, pipoca, amendoim!
Algodão doce, pipoca, amendoim! – diz o vendedor ambulante.
Os animais aguardam ansiosos.
– Mamãe, o que nós vamos ver? – pergunta a criança.
As luzes se apagam.
Um holofote se acende no meio do picadeiro.
Instrumentos tocam sozinhos.
Flores flutuam pelo ar.
Pipoca explode por todo o lado.
Os olhos das crianças brilham.
– Poesia, meu filho – responde a mãe.”
* * *
Apenas me deixe enlouquecer um pouco
E poesificar o mundo
Na sua forma mais bela
De ser o que não existe
Delirar um sonho impossível
Enxergar o que é invisível
E no meio de um caminho ilegível
Voar e voar...
* * *
Um coração pulsante banhado em camomila
Desperta em sua mágoa a dor de estar sofrendo.
E mesmo com lágrimas contrastando seu sorriso
O coração, melancolicamente, continua batendo.
* * *
Irônica é a vida do malabarista:
Para conquistar o equilíbrio perfeito
Inúmeras vezes se desequilibra.
* * *
A menina estrela observa
A estrela menina que brilha
Na noite iluminada dorme
O amor de sua vida
* * *
Simplesmente sei
Que nem tudo dará certo
Que nem sempre estarei correto
Pois isso é paixão.
Simplesmente sinto
Acima, o céu amargo
A mágoa de um coração apaixonado
Sinto o sim, e também o não.
Simplesmente creio
Em um almejo agoniado
De um mundo cristalizado
Que logo pode se quebrar.
Mas simplesmente sei
Que é paixão, acima de tudo
E já não permanecerei mudo
Ao dizer que posso te amar.
* * *
Desola-me a tristeza
De viver na tua ausência
De viver em meio a sonhos
De viver sem poder falar.
Desola-me o desejo
De viver em teu enlaço
De sentir o teu abraço
Para então não mais chorar.
* * *
Há uma barreira de cristal
Entre meu ser e o mundo real.
Observo quem passa.
Críticas, elogios,
Nada disso me basta.
A vida corre,
Mas ao mesmo tempo
Não se move.
E eu me pergunto:
“Quem sou eu
no meio dessa multidão?”
Será que eu existo
Ou sou apenas
Ilusão?
Há uma barreira de cristal
Entre meu ser e o mundo real.
Gostaria de poder quebrá-la.
* * *
Explosão da palavra cantada
Que vem dançando e serpenteando
Pelo rio das noites sem estrelas
Ilumina sem hesitar
Os lares e as mentes
Sugerindo um eterno luar
de inspiração que flutua pelo ar.
* * *
livro na estante
roupa no guarda-roupa
papéis sobre a escrivaninha
Meu quarto.
estrelas saindo das gavetas
sobremesas nos bolsos dos casacos
chuva de esmeraldas caindo da luminária
Minha mente.
* * *
Em meio a versos e reversos
Que pipocam e espetam
Minha mente trabalha ativa
Combatendo a crise de versícula
Escrevo uma palavra, duas, três
Se não escrevo não sossego
Palavras que se amam,
que se odeiam,
e em uma reviravolta no mundo inteiro
começo a relaxar...
Ah! Passou a crise!
* * *
O Fim
“Foi uma grande festa.
Todos os convidados elogiaram.
Ele chegou em casa com a namorada.
– O que vamos fazer agora? – perguntou ela.
As estrelas brilharam mais forte pela janela.
A lua cheia espalhou plenitude pelo lugar.
As flores murchas reviveram.
Os olhos dela se abriram para o mundo.
– Poesia, querida – ele respondeu.”
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Espero que tenham aproveitado o espetáculo! Nos vemos por aí!