Equilíbrio escrita por Diane


Capítulo 23
Capitulo 23 - A sacerdotisa




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Já estava escurecendo, então resolvemos fazer uma parada, o que foi bom já que minhas pernas estavam igual geleia.

Resolvemos fazer uma fogueira para assar marshmallow, mas como não tinha fogo, Alec fez aparecer fogo negro nos gravetos. Fogueiras negras, tudo bem, já vi de tudo mesmo.

Coloquei um marshmallow entre as chamas e quando o tirei, ele estava congelado.

— Eu pretendia comer marshmallow não sorvete de marshmallow — reclamei.

Que tipo de fogo congela? Bom, resolvi nem perguntar, senão me arrependo depois.

Estava tudo calminho. As Dames estavam sentadas ao redor da fogueira como garotas normais, e fingiram quando não viram Sam se aproximar delas.

— Meninas, eu não sou o Itaú mais fui feito para vocês — Sam falou.

Uma das garotas me encarou.

— Eu posso destroçar a alma dele?

Por um momento eu pensei na proposta dela, mas resolvi que Ilithya ficaria furiosa se soubesse. Ou talvez ela ficasse feliz, nunca se sabe.

— Não. Deixa que eu destroço a cara dele — Falei enquanto puxava Sam pelo cangote.

Arrastei-o até um lugar que as criaturas de branco não pudessem ouvir, bom, desde que eu saiba, elas não têm uma audição super-humana.

— Você tem cérebro? — perguntei secamente.

— Claro que sim!

—Ok, você tem cérebro mais não tem neurônios. Só entenda uma coisa: Não mexa com elas, fique quietinho e se contente em atazanar a vida da Mary e da criatura ruiva. Elas não destroçam almas e nem são criações daquela vaca.

Soltei-o subitamente e ele tropeçou.

“O que sobre atazanar a vida da minha irmã?” Alec perguntou.

“Esquece”

Por um momento imaginei como Trivia estava se sentindo vendo suas servas serem feitas de trouxa. Provavelmente, mais tarde ela contrataria empregados mais competentes.

[...]

Perspectiva de Trivia

Após ver como suas servas eram incompetentes, Trivia decidiu que se quer um trabalho bem feito, faça ele você mesma.

“Foi tão difícil criar essas criaturas na época” Ela se lamentou “Elas me pareciam totalmente perfeitas; inofensivas para os mortais e letais para descendentes de deuses. “

Então ela observou novamente as suas servas agindo iguais idiotas na mão daquela filha de Nyx.

“Nada é perfeito. Só eu

Então o seu telefone tocou. Ela de um tapa discreto nele, para fazê-lo se silenciar e cuidadosamente se afastou para ninguém ouvir sua conversa.

— Então, como vai o plano ?— A voz na linha perguntou.

A filha de Erebo sorriu.

— Como o esperado — depois ela olhou para suas servas agindo iguais idiotas perto da fogueira — Talvez nem tanto.

Humm...

— Eles nem suspeitam quem sou. Só vão saber segundos antes de morrerem.

[...]

Perspectiva de Christine

Estava voltando para a fogueira quando esbarrei em Mary. Ela estava atendendo algum telefonema, e quando esbarrei nela, o celular voou na lama.

— Aqui tem sinal? — perguntei surpresa.

— Não. Eu só estava vendo se conseguia pegar sinal.

Continuei andando. Eu estava com um mal pressentimento. Alguma coisa iria acontecer, tinha certeza.

Sentei na frente da fogueira. Como se não bastasse tudo que estava acontecendo nesses dias, ainda tive que comer sorvete de marshmallow. Isso é absolutamente deprimente.

Olhei para Alec enquanto ele controlava as chamas da fogueira.

— Damien, é possível um vampiro controlar elementos e ter esses tipos de poderes? — perguntei.

Invejosa” Alec disse mentalmente.

— Teoricamente não — Damien falou enquanto mastigava um marshmallow congelado.

— Então por que está criatura está controlando essas chamas esquisitas?

— Sei lá.

Aparentemente a única coisa que interessava Damien era o sorvete de marshmallow,

Isso era absolutamente injusto. Eu uma feiticeira não podia nem mover um maldito cristal e essa criatura que nem devia ter poderes desse tipo, pode criar chamas.

Só para me provocar, Alec moveu a mão suavemente e um fiapo de fogo veio na minha direção. Desviei-me e por pouco a chama não atingiu o cabelo da querida irmãzinha dele.

Sorri maldosamente.

— Se essa chama tivesse acertado ela, provavelmente você dormiria hoje com lesões causadas por saltos altos pontiagudos. Eu adoraria ver isso — Falei maldosamente.

Pelo visto, Vanessa apreciou a sugestão de utilizar os saltos pontiagudos.

“Não dê ideias, por gentileza”.

Concentrei-me nas chamas. Tentei fazer de tudo para controla-las: Movi a mão, mentalizei até xinguei elas em grego, e depois em chinês e depois em latim, nada funcionou.

Aquelas chamas estavam debochando da minha cara.

— Você está bem? — Sam perguntou — Tipo, você parece psicótica...

—... Um pouquinho mais psicótica que o normal, eu diria — Alec completou.

Peguei uma pedrinha com cada mão, uma com a direita e a outra com a esquerda. As joguei ao mesmo tempo em Alec e em Sam. Uma pedra acertou a costela do vampiro e a outra, bem, Sam estava de boca aberta na hora... Juro que a minha intenção não foi o fazer engolir uma pedra. Talvez fosse, mas ninguém precisa saber.

Agora uma bola de fogo veio na minha direção. Virei para o lado, de modo que a bola de fogo negro passou raspando perto da minha cabeça. Então surpreendentemente assim que me desviei a bola de fogo também segui na minha direção.

“Isso é muita maldade” falei telepaticamente.

Ele riu. Idiota, se eu tivesse poderes eu o transformaria em um coelho e daria de sobremesa para a Idia.

Eu, uma filha de Nyx, filha da deusa da magia primordial, nem conseguia levantar um cristal. Que vergonha!

Levantei-me do tronco de árvore caído, onde eu estava sentada á um segundo atrás e corri para a árvore mais alta que estava perto. Subi o máximo que pude, provavelmente a árvore tinha uns seis metros, mas mesmo assim, as chamas ainda estavam me perseguindo.

Fiquei na ponta do galho e torci para ele não quebrar. As chamas se aproximaram.

— Alec! Seu imbecil, se eu cair daqui e morrer, você morre junto e eu vou pedir para titio Hades colocar você nos campos de punição.

Ouvi o som da gargalhada dele abaixo de mim.

Juro pelos deuses que vou mandar as Erineas chicotearem a cara dele.

O galho quebrou. Eu caí em seis metros de queda livre. Enquanto caía falei todos os palavrões que conhecia nas vinte e cinco línguas que eu conhecia.

Meus pés encostaram-se ao chão. De algum modo, eu caí de pé igual ao um gato e não quebrei as pernas.

A bola de chama se extinguiu.

“Bom, agora posso enforcar ele livremente”, pensei.

Senti um frio percorrer minha mão esquerda. Quando me virei para olhar ela, percebi que ela estava coberta de chamas negras, foi realmente necessário um grande esforço para não gritar igual uma menininha desesperada.

Não estava doendo e nem queimando. Movi minha mão e as chamas se dissiparam, aparentemente minha mão estava intacta.

— Eu acho que por causa da ligação mental as chamas não causam danos á você — O vampiro falou em tom de deboche e direcionou as chamas para uma pedra inofensiva. Em um segundo a pela se carbonizou — Já quanto as outras coisas...

Olhei para ele.

— Você está incrivelmente metido, fico feliz em saber que você não pode me carbonizar.

— Por enquanto, bruxinha.

Damien se engasgou.

— Eu não vou conseguir digerir nenhum alimento sabendo que por causa de brincadeirinhas idiotas, eu corro risco de ser carbonizado.

[...]

Assim que me deitei encima de Idia e abracei Mingau eu dormi quase instantaneamente.

E tão instantaneamente quanto dormi eu comecei a sonhar.

Dessa vez eu podia ver tudo claramente e tinha certeza de que quando acordasse iria me lembrar de tudo, pois a cena era difícil de esquecer.

Eu estava dentro de um templo grego, ele me parecia novo e então concluí que devia estar vendo uma cena de mais de quatro mil anos atrás. As colunas de mármore branco reluziam lindamente com pedras preciosas, mas o que mais me chamou a atenção foi a balança.

Ela estava lá, onde deveria ficar o altar dos deuses. Era uma balança antiga, daquelas que se usavam para medir ouro, era feita de um material dourado e tinha símbolos estranhos que eu não conhecia, parecia uma mistura de grego, egípcio, latim e outra língua que não conheço.

De certa forma eu tina certeza que era essa balança que estávamos procurando.

Ouvi um estrondo, como algo se quebrando e me virei para trás.

Atrás de mim tinha uma cena inesperada. Minha mãe estava lá e segurava uma mulher de cabelos negros pelo pescoço.

As roupas delas eram as dos gregos antigamente. Minha mãe usava uma túnica preta e várias joias de prata, e adornando a cabeça dela tinha uma coroa de prata e rubi. Foi particularmente estranho ver ela com uma roupa dessas já que eu estava tão acostumada á vê-la usando jeans.

A mulher que ela segurava pelo pescoço estava com as roupas cobertas de sangue e de algum modo eu sabia que o sangue não era dela.

Minha mãe lançou a mulher no chão. Ouvi outro estrondo forte e me perguntei por que o crânio daquela mulher não rachou, já que ela aparentava estar bem viva.

— Assassina! — Minha mãe gritou.

Uma onda de informações me percorreu, de repente eu sabia que aquela mulher era uma sacerdotisa da minha mãe, mais do que isso talvez, era ela que guardava a balança. E descobri uma coisa ainda pior, ela tinha matado a própria mãe para ficar o posto de sacerdotisa só para ela. O sangue na roupa dela era da própria mãe.

Um filete de sangue corria da testa da sacerdotisa, mas mesmo assim ela estava sorrindo de deboche.

— Você acha que seus gritos e as suas pancadas vão me assustar, Nyx?

Os olhos da minha mãe estavam mais prateados do que nunca vi antes. Ela estava furiosa.

— Henet, eu poderia simplesmente mata-la e Hades se encarregaria do resto, mas sou bem mais cruel. Existem coisas piores que a morte.

Minha mãe estendeu a mão dela para o alto, aquela parte tinha o teto aberto de modo que dava para ver todas as constelações acima de nós. Todas as estrelas e a lua brilharam tão forte que tive que desviar o olhar.

Se eu fosse Henet, a sacerdotisa, iria implorar para Nyx não fazer nada, mas pelo contrario, ela estava rindo.

A mão da deusa tocou suavemente a testa da sacerdotisa. Uma energia prateado começou se espalhar da testa de Henet para o rosto dela. A sacerdotisa riu novamente.

— Isso não está fazendo nada, por acaso quer me assustar Nyx?

Então ela parou de rir subitamente e seus olhos castanhos delineados por Kohl se arregalaram.

Aparentemente a energia prateada não era totalmente inofensiva. Aos poucos ela cobria o corpo da sacerdotisa e enquanto isso acontecia, Henet gritava desesperada.

— Agora você pode ficar com o seu maldito cargo pela eternidade e com sua punição também — Ouvi a voz da minha mãe soar rouca.

[...]

Acordei com um pulo. Me lembrava de tudo no sonho e tinha certeza que aquela sacerdotisa não estava morta, ainda estava naquele templo guardando a balança, e Henet odiava a minha mãe, não sei qual foi a punição dela, mas pensar nisso fez meu braço se arrepiar.

Que ótimo”, pensei, “Mais uma para tentar me impedir de arrumar a balança.”


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