Equilíbrio escrita por Diane


Capítulo 21
Capitulo 21 - Recado em Sangue.




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Olhei para o corpo caído da minha amiga no chão. Aquilo era horrível. O corpo dela estava totalmente ensanguentado e o rosto dela estava esmigalhado e quase irreconhecível e uma lança estava fincada na testa dela. Ao lado do corpo dela tinha um recado escrito com sangue:

Se fosse você tomava cuidado, Chris... Eu estou tãão perto de você.

A primeira coisa que senti foi o choque. Trivia. Foi ela que fez isso, tinha certeza.

Ouvi alguém gritar atrás de mim. Provavelmente Vanessa, ou talvez Sam. Não importava.

Queria fechar os olhos para não ver aquilo, mas minhas pálpebras pareciam ter virado pedra.

Não feche os olhos para realidade, ouvi a voz da minha mãe soar pela minha mente.

Não podia acreditar. Menos de minutos atrás, Layla estava correndo de um javali, e falando coisas bobas, agora ela estava morta na minha frente.

Trivia, pensei, Você vai pagar caro por isso.

Minha visão ficou avermelhada. Nunca senti tanto ódio de alguém, nunca. Eu iria encontrar aquela maldita feiticeira e iria matar ela do modo mais doloroso possível.

Sai correndo do local antes que eu explodisse. Para falar a verdade, nem sabia para aonde estava correndo. Ao meu redor as árvores eram apenas borrões verdes e marrons que se misturavam, provavelmente, estava correndo rápido demais.

Parei quando quase esbarrei em algumas rochas marinhas perto da areia da praia.

Rochas. Pelo menos eu poderia socar elas sem fazer dano á ninguém.

Fechei a mão em punho e acertei uma rocha com força. Só ouvi o barulho da rocha se rachar e quebrar ao meio. Eu não sabia que tinha essa força, para dizer a verdade, nenhum ser humano é tão forte assim.

Layla era minha melhor amiga, a conhecia desde meus seis anos. Ela nunca foi muito inteligente, para falar a verdade, mas ela me suportava, o que a maior parte das pessoas não conseguem fazer.

Fiquei aterrorizada ao pensar o que diria aos pais dela. O que eu diria a eles? Sua filha foi assassinada?

[...]

Perspectiva de Alec:

Alec adoraria que sua mão parasse de sangrar, mas aparentemente Christine estava socando algum objeto cortante, e ele consequentemente, também sofria os danos.

Ao lado dele, Mary estava chorando enquanto abraçava Sam. Ele também adoraria que ela parasse de chorar. Para ser sensato, ele queria que todos ali calassem a boca e parassem de se lamentar. Como se não bastasse sua mão machucada, ele também estava com uma dor de cabeça horrível.

Idia também era outra que ele queria que casasse a boca. A gata estava reclamando que não pode lutar com o javali, já que ela teve que cuidar de Mingau, que quase estava inconsciente justamente pelas pancadas que ela deu na cabeça do gato.

— Vocês podem calar a boca? — ele murmurou com os olhos fechados.

— Sem-educação... — Sam retrucou.

Alec cerrou os olhos. Provavelmente essa dor de cabeça era para ele pagar seus pecados.

— Acho que alguém deveria ver como Christine está. — Vanessa falou.

Aquele comentário, vindo de Vanessa? Aquilo foi suficiente para fazer o vampiro abrir os olhos e olhar para sua irmã, espantado. Desde quando Vanessa se preocupava com alguém além dos seus sapatos?

Ele encostou a mão na testa da sua irmã só para verificar se ela não estava com febre. E surpreendentemente ela não estava com febre.

— Vanessa, você está bem? — Ele perguntou ainda atordoado.

— Sim, por quê?

— Nada, esquece. Continue assim que você está no caminho da evolução.

A ruiva estreitou os olhos.

— Impressão minha, ou isso foi ironia?

Alec não respondeu por que estava ocupado demais verificando usa mochila para ver se arranjava algum remédio para enxaqueca ou até mesmo um calmante que fizesse ele apagar.

— Você tem razão, Vanessa — Sam falou, ainda abraçado a Mary, aparentemente eles não iam se soltar tão cedo — Alguém deveria ver como Christine está.

Alec se engasgou. Vanessa e Sam sendo bondosos no mesmo dia. Deuses, o apocalipse deveria estar á caminho!

Estranhamente assim que Sam falou isso, todos olharam para ele.

— Por que estão olhando para mim? — O vampiro perguntou inocentemente, mesmo sabendo o motivo.

— Teoricamente — começou Damien e Alec estremeceu, nunca vem coisa boa quando ele começa uma frase com teoricamente — Ela não pode matar você, por que se ela fizesse isso, ela estaria se matando.

— E aparentemente, ela mataria qualquer um que chegasse perto dela nesse momento. Ela parece bem irritada — Sam completou.

Mary revirou os olhos.

— Parece? Mataram a melhor amiga dela e você querem que a menina fique calminha?

Para falar a verdade, Mary tem razão. Mary sempre tem razão, e isso às vezes é irritante, na opinião de Alec.

— Entendo a teoria de vocês, mas eu não me sinto nem um pouco á vontade de ir ao covil da onça. — O garoto retrucou enquanto fechava a mochila que não tinha nenhum calmante para seu azar.

Idia se virou para ele.

— O que tem eu?

— Esquece, eu estava falando de Christine.

A gata lançou um olhar ameaçador sobre o garoto.

— O que você estava falando de Christine?

Alec revirou os olhos. Gatos, aqueles animais odiáveis...

— Apenas falei que ela é um anjo.

A gata olhou ceticamente para ele, um olhar que ele ignorou com precisão. Se ele tivesse a oportunidade um dia, ele iria doar aquela gata em algum petshop por aí.

— Vanessa, você que sugeriu a ideia, por que você não vai lá? — O vampiro sorriu maldosamente quando completava a frase.

Vanessa revirou seu cérebro em busca de uma resposta, mas não achou nenhuma.

— Ahn... É por que seria mais fácil para você ir

Alec revirou os olhos. Sua irmã sempre dizia que o amava, mas nas situações perigosas sempre colocava ele na sua frente.

Então subitamente sua mão começou a sangrar mais. Deuses, por que Christine não poderia ser uma garota normal e ficar chorando, era mesmo necessário arrebentar a mão?

O vampiro se levantou irritado. Provavelmente se quisesse que sua mão continuasse inteira ele mesmo iria ter que parar Christine.

[...]

Não foi necessário nem rastrear ela ou seguir passos. O som das pancadas e dos pensamentos eram suficientemente alto.

“Eu vou matar aquela feiticeira odiável” ele ouviu Christine pensar “Vou enfincar aquela lança no meio da testa dela”

Ele se aproximou cuidadosamente do lugar em que ela estava sem fazer barulho.

A filha de Nyx estava tão ocupada socando as rochas que nem o percebeu ali. As mãos dela estavam ensopadas de sangue, mas mesmo assim ela continuava socando as pedras, provavelmente ela nem percebeu que sua mão estava machucada.

Ela imaginava que as rochas eram a cara de Trivia, e então socava as rochas com uma violência surpreendente. Alec até chegou a sentir pena das pobres rochas.

Porém o que chamou a atenção de Alec não foi o possível sofrimento das rochas, na verdade foram os olhos dela. Ele já havia lido que quando feiticeiros sentem emoções fortes, seus olhos mudam levemente de cor, ou se tornam mais claros ou mais escuros, mas o que ele estava vendo, obviamente era fora do comum.

Os olhos de Christine, que antes eram castanhos escuros, agora estavam tão prateados quanto a luz da lua que estava brilhando acima deles.

“Vou esmagar o crânio daquela vadia” Ele escutou a feiticeira pensar e logo em seguida uma rocha se partiu ao meio.

Aparentemente, Trivia teria graves problemas futuramente. Se Trivia não fosse uma assassina deplorável, Alec até sentiria pena dela.

— Ei — Ele falou e se aproximou dela.

Alec quase levou um soco. Se ele não fosse rápido e desviasse, provavelmente teria algumas costelas partidas.

Então Christine piscou e pareceu notar ele.

— Ah, é você...

O vampiro estendeu a mão que estava coberta de sangue.

— Você se incomodaria em parar de socar a pedra?

Christine ergueu a sua própria mão e a observou. Sua mão estava coberta de sangue, talvez ela não sentisse a dor devido à adrenalina, mas mais tarde isso iria incomodar.

Só para provoca-lo, Christine socou a pedra novamente, só que dessa vez com muito mais força. De repente uma rachadura se espalhou pela rocha e ela se partiu no meio. Instantaneamente a mão de Alec estremeceu. Aquilo realmente doía.

— Destruidora de rochas... Sabia que essas rochas estão aí s milênios e você está destruindo elas?

— Você deveria agradecer por eu estar socando as rochas e não você.

Alec olhou para ela cuidadosamente. Os olhos ainda continuavam prateados, provavelmente ela não estava nem um pouco calma. Uma pessoa com senso não a provocaria, mas o vampiro não resistiu ao impulso.

— Além de destruidora de patrimônios nacionais ainda é destruidora de rochas.

Christine cerrou os dentes.

— É melhor destruir algumas rochas do que alguns seres vivos.

O vampiro perdeu a paciência.

— Você faz todo esse drama por causa de uma amiguinha. Entenda amigas você arranja outras. Uma mãe não, quando eu tinha seis anos eu não fiquei socando pedras por aí.

Talvez uma pessoa sensível chorasse ou se sentiria ofendida pela grosseria, mas feiticeira socou a rocha mais próxima e novamente a pobre rocha se partiu ao meio e a parte que seu punho acertou se desfarelou em areia. Só que dessa vez quando a rocha se partiu foi possível ver algo prateado brilhando no interior dela.

Na hora eles pararam de discutir e foram olhar o que era o brilho prateado. Era uma adaga, feita de prata, mas com símbolos feitos de um metal negro que se estendiam desde o seu punho até a ponta da lâmina.

— A segunda adaga — Alec estava realmente surpreso — Foi muito inteligente da parte de Ares colocar em um lugar que ninguém verificaria.

— Ares é muito inteligente ao contrario de você — a morena retrucou.

— Olha quem fala, a garota que á segundos atrás estava descontando a raiva em pedras.

Os olhos da feiticeira faiscaram perigosamente, eles ainda continuavam prateados.

— Saia de perto de mim, agora ou não respondo pelos meus atos.

Ele olhou para ela ainda irritado.

— Grande coisa, você nunca responde pelos seus atos.

É difícil dizer o que aconteceria em seguida se Vanessa não tivesse gritado chamando o irmão. Ainda irritado o vampiro saiu de lá e foi na direção onde sua irmã estava. Chegando lá, Sam estava sentado em uma tora de madeira e olhava para ele curiosamente.

— Como foi a conversa com a oncinha? — O elfo perguntou maliciosamente.

— Adorável — Alec retrucou com a voz transbordando de sarcasmo — Estamos planejando nosso casamento para Julho.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capitulo pela perspectiva do Alec?