(POV: Emilly)

Eu estava a caminho da academia, quando vi Ketlen também indo pra academia bufando.

_ Ketlen? O que você tem? – perguntei.

_ Eu? Nada, só a infelicidade de ter que ir pra porcaria da academia. – ela respondeu do jeito mais grosso que já vi.

_ Hã... Então... Vamos juntas? – eu perguntei indo pro lado dela.

_ Claro, e ai como vai? – ela mudou de tom tão rápido que me assustou.

_ To meio pensativa, é que eu tive uma conversa com a Lua Sombria, sobre a vida dela... – eu disse abaixando a cabeça e me lembrando da conversa.

_ Então – ela me fez sentar numa pedra –, desembucha! – ela se sentou no chão e apoiou o rosto nas mãos.

_ Bem, foi assim...

[Flashback: on]

Eu estava deitada no chão, descansando. Lua Sombria estava do meu lado.

_ Então, Lua Sombria... – eu disse me virando pra ela – tava pensando aqui, como foi na sua infância? – eu perguntei.

_ *B-bem, foi m-meio perturbante...* - ela grunhiu, foi meio difícil, mas eu entendi.

_ Pode falar – eu disse.

_ *Tudo bem, foi assim...

[Flashback do passado de Lua Sombria: on]

(Autor narra)

Lua Sombria ainda era um ovo quando tudo aconteceu...

Os pais dela estavam felizes, afinal esse era o primogênito deles. Mas tinha o problema: Safira.

Safira é apaixonada por Sombra, e não aceitou o fato dele ter tido um ovo com sua inimiga: Luna.

Luna é uma belíssima dragonesa, formosa, ela é da cor azul escuro e olhos azuis. Sombra é um dragão da cor preta, e um rosto um pouco alargado e os olhos verdes.

Safira, com muita raiva, esperou muito pra sua vingança.

Era uma tarde de sol, Luna e Sombra estavam dentro da caverna, deitados olhando o ovo.

_ Querida, pode ir pegar alguns peixes. Lua Sombria ficara bem – disse o pai, olhando para o ovo.

_ Eu sei, mas e se ela nascer? Quero ver nossa filha nascendo... – disse a mãe olhando pro ovo.

_ Vai ficar tudo bem, Luna. Pode ir – ele disse pra esposa.

_ Tudo bem, já volto – ela disse levantando voo.

Sombra se virou pro ovo e ficou o apreciando, ate que ouviu uma voz familiar...

_ Ora, ora, ora. Se não é meu querido Sombra...

_ Safira? O que faz aqui? – ele disse espantado.

_ Só vim ver meu amor, por que a surpresa? – ela disse se aproximando.

_ Saia daqui! Não é bem vinda à minha casa – ele disse se pondo em posição de ataque, protegendo o ovo.

_ Por que você me trocou? Eu te amo mais do que aquelazinha, sou muito mais bonita que ela! – ela disse.

_ Mas não tem o mesmo coração que ela, vá embora agora! Ou terei que te expulsar – ele disse quase a agredindo.

_ Vai se arrepender por isso, Sombra! – ela disse se virando pra ir embora, quando viu Luna.

_ O que você esta fazendo aqui? – ela disse se pondo em posição de ataque.

_ Vim fazer uma visitinha a vocês, mas já estava de saída. Tchau Sombrinha, tchau Luna – ela se retirou. Luna entrou e viu se o ovo estava bem. Ele estava intacto.

_ O que vamos fazer? – ela perguntou ao marido – Ela pode fazer algum mal ao ovo... – ela estava tremendo, pensando no pior.

_ Mas ela não vai, não vou deixar – ele disse pra esposa, pra acalma-la.

_ Acho... Que devemos... – ela olhou pra ele.

_ Não, não acho que devemos. É muito arriscado. – ele entendeu o que ela quis dizer.

Eles foram dormi, mas ainda pensavam em Safira.

Alguns anos se passaram e Lua Sombria já crescera e estava com cinco anos, ela brincava fora da caverna e estava com seu pai, sua mãe tinha ido pescar. Lua Sombria começou a seguir uma borboleta e se afastou do pai, de repente uma pata branca sai de dentro do arbusto, grandes e brilhantes garras brancas, Lua sombria se assusta e o pai chega e se coloca na frente da filha.

_ Sombrinha? É você mesmo? – uma dragonesa aparece, ela era branca e com um dos olhos com um corte feio, e o outro olho era um azul forte, ela estava toda desbotada e com um sorriso sinistro – Não me reconhece mais, meu amor?

_ Espera Safira? – ele recuou um pouco – você esta... Diferente...

_ Só com uns arranhões, mas nada demais... De quem é esse filhote? – ela disse olhando pra Lua Sombria.

_ Ela... É minha... – ele disse se pondo na frente da filha, que encolhida não entendia nada.

O sorriso estranho se tornou em dentes afiados e olhos cheios de raiva.

_ Sua?! SUA?! Como pode ter um filhote com outra! – ela se encheu de fúria, e foi pra cima de Sombra, que pegou a filha e voo um pouco. Ele atirou três tiros de plasma, que a deixou muito mais furiosa. Ela deu um impulso e foi em cima dele, que caiu no chão e Lua Sombria bateu de cabeça, e ela ficou desacordada.

_ Não... – Sombra olhou pra filha com a cabeça sangrando, e Safira se aproximando dela.

_ Ela poderia ter sido nossa, Sombra... – ela colocou a enorme pata na cabeça de Lua Sombria. De repente um poder de plasma sombrio atingiu Safira, que caiu inconsciente.

_ Lua Sombria, Sombra! Vocês estão bem? – era Luna, ela foi ver se a filha estava bem. Mas Safira se levantou e partiu pra cima de Luna, que ela tanto odeia.

_ Não! – Sombra com um impulso, se levantou e atacou Safira, que foi parar longe.

_ Luna, vamos sair daqui depressa! – ele ergueu a esposa e abocanhou a filha, eles saíram correndo, mas Safira estava mais esperta do que antes.

_ Acha que pode fugir de mim? – ela disse rindo histericamente – Estou melhor que antes, andei treinando pra esse nosso encontrozinho. Nesses últimos cinco anos, fiquei pensando em como iria voltar, mas acho que será fácil demais! Hahaha! – ela deu uma risada maligna e pulou em cima de Luna – E você, desde que você olhou pela primeira vez pra Sombra, vi que estava tramando tira-lo de mim! Sua traidora! – ela cravou as garras no peito dela e fundou.

_ Pare! – Sombra implorou – deixe-nos em paz! – ele gritou pra Safira, que estava prestes a matar Luna.

Ela fundou as garras mais e mais, ate que, finalmente, atingiu seu objetivo: matou Luna.

_ Não! – Sombra entrou em pânico e ficou paralisado.

_ Prontinho, não há mais nada em nossos caminhos, meu querido – ela disse indo em direção há Sombra, que a cada passo dela pra frente, ele dava dois pra trás.

_ Não chegue perto de mim, você se tornou um monstro Safira! – ele disse carregando a filha desacordada pra trás.

Ela olhou pra ele pasma – como você pode dizer isso? Eu sou a mesma! – ela disse pra ele.

_ Não, não é. – ele pulou em cima dela com os olhos cheios de fúria e raiva, eles rolaram no chão. Foram mordidas e arranhões, até que ele a imobilizou no chão, fundando as garras no pescoço dela.

_ Eu irei vingar a morte de minha VERDADEIRA amada, que foi morta por uma maníaca – ao dizer isso, deu uma mordida fatal, que matou Safira.

_ Me... Perdoa... – essas foram suas ultimas palavras, antes de morrer. Cansado, Sombra nem tinha acreditado do que fez, então pegou a filha e foi correndo pra dentro da floresta. Começou a chover, e Lua Sombria ainda era um filhote pra ficar tomando chuva. Ele achou uma caverna abandonada e passou a noite ali, só com a filha... Sozinho e chorando...

_ Não, eu não posso... Não posso mais ficar assim, Lua Sombria, você não merece o pai que tem, deve ficar com outro casal de fúrias da noite que cuidaram bem melhor de você...

A chuva baixou e Sombra saiu, fez uma cestinha de folhas pra filha ficar, cobriu e saiu pra deixa-la em uma caverna de algum casal de fúrias da noite. Não sabia onde deixar o filhote, daí ele se lembrou de sua irmã, que não podia ter filhotes, então voou pro lado oeste da ilha, onde Cadance, sua irmã, mora. Chegando lá viu que ela não estava então deixou sua filha na porta e, como coração partido, foi embora...

[Flashback do passado de Lua Sombria: off]

_ *Na verdade, isso foi o que minha tia me contou, se foi isso mesmo eu não sei* - ela disse, eu fiquei chocada. Lua Sombria passou por muitas dificuldades - *E não foi só isso, com onze anos minha tia morreu, e não tinha ninguém pra cuidar de mim. Então sai pela floresta sozinha, passei por muitas dificuldades, tive que lutar com dragões dez vezes maiores que eu. Até com um skrill! Eu venci, mas sai muito machucada, então quando Nevasca estava fazendo a ronda, nem liguei e simplesmente me sentei e esperei morrer. Mas ele veio e me levou pro acampamento, onde moro hoje!* - ela disse, fiquei impressionada de como a vida dela mudou.

_ Bem, fiquei até sem palavras! Mas vem cá, você acha que seu pai ainda pode estar vivo? – perguntei.

_ *Não sei ao certo, mas acho que sim... * - vi que ela ficou meio deprê por causa disso, então mudei de assunto.

_ Bem, vamos? Liane deve estar nos esperando – eu disse me levantando.

_ *Então vamos!* - ela se levantou e fomos embora.

[Flashback off]

_ E foi isso, o que você acha? – eu terminei de falar, e Ketlen estava me olhando surpresa – Que foi? – perguntei.

_ Isso foi demais. – ela disse.

_ Há, há, vamos temos que ir pra academia, esta ainda na segunda aula – eu disse.

_ Nããão... – ela disse se lamentando, eu ri e fomos pra academia.