Ships In The Night escrita por LS Valentini


Capítulo 1
Encontrada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Num bairro afastado da área central de Tel Aviv, uma garotinha de olhos verdes inquietos observava a rua quase deserta. Ela fixou sua curiosidade em um jovem de farda, entrando em seu prédio.

_ Ima! - ela gritou - O filho da Sra. Haddad voltou do exército!

Ziva estava do outro lado do apartamento, refazendo as contas do mês, e pelo visto, mais dívidas iriam se acumular. Assim que ouviu a primeira palavra - “mãe” em hebraico -, correu para o quarto. “Sempre alerta”, ela pensou.

_ Hannah David - falou o nome completo da menina - o que eu falei sobre ficar na janela? Venha se arrumar.

Já haviam se passado sete anos, e eles desapareceram, mas não era bom contar com a sorte. Se soubessem da filha, exigiriam ficar com ela pelos laços de sangue. O Mossad fez isso com o filho de Ari, então fariam o mesmo com Hannah.

_ Meu amigo está de volta! - a garota deu uma cambalhota em cima da cama toda feliz - Meu único amigo já você não me deixa ir numa escola e nem sair na rua.

_ Fica um pouquinho parada - Ziva falou, enquanto colocava uma gargantilha na filha, com a estrela de davi.

_ Mas... - a menina protestou.

_ É sua a partir de hoje.

Poucos minutos depois, enquanto a mãe penteava seus longos cabelos castanhos, Hannah se observava no espelho, e notava muitas semelhanças entre elas, até que tomou coragem para perguntar:
_ Meu pai tinha olhos verdes como os meus? Como ele era?

Ziva deixou a escova de cabelo cair, e tentou não ficar apavorada diante da filha.

...

Enquanto isso no NCIS...

_ Tony temos um assassinato de um fuzileiro num parque de diversões - McGee deu a volta no escritório, parando na mesa de Tony - Vamos.

_ Desde quando você manda aqui, novato?

_ Bom, se ainda não sabe, o chefe me colocou como líder desse caso - disse com orgulho - Então eu mando aqui por enquan...

_ Mudança de planos. McGee você fica. - Gibbs apareceu do nada, como sempre - Estou no comando. Ande logo DiNozzo.

Tony já nem sabia se aquilo era mais implicância com o novato, que merecia uma chance há anos. Bem diferente dele mesmo, que não fazia o trabalho como antes, e ficava pensando nela...

_ Você dirige, DiNozzo - Gibbs jogou a chave do carro para ele.

Ziva. Bons tempos em que discutiam para ver quem ia dirigir. E ela quase matava metade da cidade enquanto estava no volante.

...

Ainda em Tel Aviv...

_ Obrigada mais uma vez, Sra Haddad - falou Ziva- Se comporta Hannah.

_ Podemos conversar? - a senhora não falou em hebraico dessa vez, colocando a menina para dentro de seu apartamento.

_ Claro, mas tem que ser rápido - ela pronunciou o “r” com sotaque.

_ Querida, a mensalidade do apartamento está atrasada faz três meses.

A ex-agente detestava cobranças, e ainda mais coisas fofas nas frases pronunciadas a ela.

_ Prometo que vou te pagar por tudo, mas é que as coisas estão difíceis e...

_ Eu sei, é por isso que eu preciso do dinheiro até amanhã.

...

O carro do NCIS estava parado num transito caótico há quase uma hora...

“Bom dia, temos um engarrafamento de 20 km a norte da cidade, que logo será resolvido”, o jornal anunciou no rádio.

_ Já chega, eu vou andando - disse Gibbs saindo do carro - Regra número 3, DiNozzo.

_ Ah... Nunca acredite no que dizem a você? - perguntou Tony, tentando se lembrar, enquanto o outro se distanciava.

_ Chefe! Aposto 10 pratas que vou chegar antes.

Os olhos de Tony observaram Gibbs sumir no horizonte. E ele tinha perdido o dinheiro. Pouco. Mas tinha perdido.

No carro estacionado ao lado, uma jovem de cachos reclamava sozinha sobre o trânsito.

“Como se parecem”, ele pensou.

Logo, podia jurar que Ziva estava bem diante dele, no lugar da jovem. Ela sorria e depois fez aquela cara desconfiada de sempre.

_ Tudo bem? - ela gritou.

Tony voltou a si, e viu quem realmente era. E a moça o encarava totalmente assustada, ou aterrorizada.

_ Estou - ele respondeu, voltando sua visão para o volante.

“Para com isso, ela já seguiu com a vida”.

O que ele queria mesmo era sair dali, como se resolvesse todos os problemas.

...

O apartamento da família Haddad era um dos mais ricos da área, já que eram donos de quase metade dos prédios do bairro.

_ Hannah, tem um presente na cozinha - a senhora disse - Meu filho comprou pra você.

A menina morena saiu em disparada e ficou mais do que feliz quando viu o pacote vermelho sobre a mesa.

_ Obrigada - ela agradeceu subindo numa cadeira, e abraçou a senhora de igual para igual, já que detestava ficar menor que os adultos.

Ela se deparou com algo comum, fazendo uma careta.

_ Uma corda?... Consigo prender uma pessoa com isso?

Bem, sinceridade era uma de suas qualidades, mas também pode ser vista como defeito.

No caminho para o trabalho, Ziva observava tudo a sua volta, força do hábito. Viu um casal de mãos dadas saindo de uma loja. Depois de tantos anos, ela ainda sentia falta de Tony, mesmo eles não assumindo por completo os sentimentos.

A bolsa escorregou de seu ombro, a fazendo olhar para trás, descobrindo alguns observadores.

“Regra número 35: Sempre observar os observadores”.

_ Mossad - ela disse rangendo os dentes, torcendo para que não fosse.

...

Hannah estava entediada pulando corda sozinha, e já que seu amigo tinha ficado adulto demais pra brincar, ela resolveu ver algum filme. E o que estava passando? Karatê Kid. De novo.

TOC! TOC!

_ Vai pro quarto - a senhora lhe mandou se esconder como sempre.

Na mesma hora o telefone começou a tocar na cozinha, e Hannah desobedeceu as ordens.

_ Alô? - atendeu falando baixinho.

_ Hannah? Onde está a Sra. Haddad? - era Ziva preocupada.

_ Está atendendo... - um som abafado percorreu o apartamento, fazendo a menina ficar em choque - a porta.

Ziva sabia do que se tratava a um quilometro de distância. Ela saiu correndo o máximo que podia para chegar até a filha. ..

_ Não desliga, e não pronuncie mais palavra alguma.

Nem daria tempo, mas só pode ouvir a frase:

_ Estamos com ela.

Ziva David se ajoelhou no chão, e uma única lágrima percorreu seu rosto, mas ela a parou antes que chegasse ao queixo. “Vou encontrá-la. Custe o que custar”.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Devo continuar?