A Aposta escrita por BabyV


Capítulo 7
Capítulo 7- Matemática


Notas iniciais do capítulo

Só peço desculpas pela demora :(
BbV



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Camila estava sentada em sua cama, com um livro nas mãos e sua mente longe,ainda matutava sobre a discussão que tivera com Ricardo. Já começava a sentir-se irritada com toda essa história,ela não queria que seu término com Rick tivesse se tornado esse circo.
Ainda não conseguia se conformar com o que André contou sobre o porque de ela ser a escolhida para a aposta,tantas outras mais quietinhas e ele escolheu logo ela! Caramba!

Ela se abraçou ao livro e encolheu as pernas.

(POV C)

Porque o André quis me ajudar? Essa demonstração de bondade não é muito a cara dele e defender alguém no corredor é menos ainda .Essa história está tão estranha.

Eu acho que não devia ter sido tão tosca com o Rick...
–Ricardo!-sussurrou para si-Nada de chamar ou pensar em apelidos!


(POV C OFF)

Alguém bateu a porta e Camila pediu que entrasse.

–Mila? Tudo bem? -Dona Marília disse

–Não mãe,não tem nada bem.-ela disse enterrando o rosto na contracapa do livro.

–Você já tá tristinha assim desde domingo.Qual o problema? Brigou com o Ricardo?-disse se sentando na cadeira que ficava junto a escrivaninha.
–Sim.
–O que aconteceu?

–Ai mãe,eu ja repeti tantas vezes essa história e mesmo assim ainda é tão dolorido contar.Só digo que nunca maia quero nada com ele!-deixou o livro de lado e esfregou os olhos que estavam lacrimejando.

Camila não tivera tempo de chorar pra valer desde que tinha terminado com Ricardo,nas vezes que chorou ela segurou o máximo que pôde não queria ser fraca. Assim ela pensava,que seria uma garota fraca se chorasse por alguém.
–Tudo bem,tudo bem.Não precisa me falar nada agora.Quando você quiser me contar,mamãe tá aqui.
Camila assentiu com as mãos no rosto.

Marília saiu do quarto depois de um tempo enquanto Camila ainda estava deitada na cama meio sem rumo. Não sabia o que pensar,nem o que fazer.Por um breve instante ela se sentiu incapaz de fazer qualquer coisa.Mas não poderia ficar parada,já que a vida continua.
Camila respirou fundo e se sentou na cama,levantou e pegou o celular.Colocou a música mais animada que tinha em sua playlist e tratou de esquecer de toda a choradeira e do garoto.

"Afinal de contas o Ricardo não conseguiu o que queria: ganhar a aposta. Eu não devia me sentir tão burra assim e,como disse pro André,nem gostava do Rick taaanto assim,era só...só um pouco .",pensou incerta.


Ela começou a arrumar o quarto,que estava uma bagunça,e logo livrou sua cabeça de todos aqueles pensamentos sobre André,Ricardo e apostas.

Já eram sete da noite quando ela se sentou à frente de sue diário e escreveu longas páginas,sobre seu dia,sua vida,seu coração,sobre os amigos,tudo o que precisava para se libertar de vez .

–------------------------------------------ dia seguinte --------------------------------
Camila acordou capotando de sono,fez sua higiene matinal,comeu alguma coisa e foi para frente de casa esperar a van.
Sentou-se ao lado de Mathias,que estava dormindo, e cutucou-o com força do lado da barriga.
–Porra Camila!-ele se remexeu rápido e esfregou o rosto-sacanagem me acordar assim.-ele disse a encarando com um dos olhos verdes abertos.
Ela riu.
–Já tá na hora de acordar,menino!
–Ah não,Cami.-ele se ajeitou e encostou a cabeça na janela do mini-ônibus.
–Se você não acordar eu vou começar a cantar!
–Tudo menos isso! Já acordei!-ele levantou a cabeça rápido e Camila ria.-Ah,por favor Cami só cinco minutinhos,passei a noite fazendo o trabalho de matemática.
–Trabalho?-ela pôs a mão na testa-Droga, esqueci completamente!
–Matemática é depois do intervalo,faz algumas questões durante as aulas e outras no intervalo.-ele disse sonolento
–Mas vai dar tempo?
–Sim,são dez questões só.
–E porque você demorou tanto pra fazer?
–Porque jogar GTA é bem mais legal.-Math sorriu.
–Rá,preguiçoso.
–Não fala nada,você nem lembrou do trabalho.
–Shiiuu,tá com soninho? Vai dormir,vai. Coisa fofa!-ela encostou no ombro dele e fechou os olhos também.

Durante as aulas vários alunos se revezavam em fingir que prestavam atenção,fazer o trabalho ou copiar do colega do lado. Camila não gostava de copiar,achava desonesto. Não que ela achasse certo fazer o trabalho de matemática na aula de geografia,mas precisava aumentar sua média e isso incluia entregar as coisas no prazo certo.
O sinal para o intervalo tocou e todos tiveram que descer.Era proibido ficar em sala pois quando isso era permitido o número de roubos no colégio era alto então tiveram que tomar a medida de fechar a sala durante o recreio.
–Cami,onde você vai tão desesperada assim?-Ana perguntou seguindo a amiga.
–Preciso terminar trabalho.Correr biblioteca.
–Só faltou o "mim índia"-Mathias riu

–Que retardado cara-Ana comentou rindo também.
Camila entrou na biblioteca sentou na primeira mesa vazia que havia em sua frente e pôs-se a trabalhar.
Tinha travado na penúltima questão,todas as outras perguntas estavam completas exceto essa.
–Droga de professor,droga de questão,droga de matemática.-xingava baixinho.
–Quer ajuda?-André perguntou se sentando na cadeira ao lado dela.

Ela passou a mão no rosto,nervosa.

–André,por favor,hoje não.-batia a lapiseira no tampo da mesa de madeira.

–Mas é sério,eu te ensino.-ele tirou a lapiseira da mão dela e escreveu alguma coisa numa folha de caderno avulsa.

–Pronto.-disse ele.
Camila se esticou, viu a questão resolvida e conferiu no livro.Estava correta.
–Como você fez?

Ele deu de ombros.
–Só substitui algumas coisas e usei as fórmulas necessárias,nada demais.
Ela o olhou.
–Explica nos mínimos detalhes.

André o fez,ensinou a questão.

–Nossa,eu sou muito burra.Era simples assim?
–Isso mesmo.
–Me diz como um cara que tem sua própria "cota de aulas para matar" consegue resolver uma das questões que mais está pegando os alunos?
–Simples,sou um gênio.-ele encostou a lapiseira no lado da cabeça.
–E é muito modesto também.
–Modéstia a parte,sou sim.-ele sorriu
Camila deu uma risadinha.
–Ah! Até que enfim você sorriu perto de mim!-ele levantou as duas sobrancelhas surpreso-Foi tão milagroso que até rimou
–Não se acostume.-ela replicou com um sorriso mínimo no canto da boca.
–Não irei,mas vou tentar novamente essa façanha até ela se tornar cotidiana.-piscou e Camila revirou os olhos.
O sinal tocou avisando o fim do intervalo.
–Vamos subir?-ele perguntou
–Vamos-Camila juntou seus materiais e acompanhou o garoto.

Os dois andavam no corredor e conversavam animados sobre as questões do trabalho. Alguns olhinhos curiosos se voltavam pra eles. O motivo?
O que André Magalhães,um dos garotos mais lindos, ricos e um dos melhores velocistas do colégio estava fazendo conversando com Camila? E essa cena já tinha acontecido só que não havia conversa e nem esse clima animado entre os dois.
Claro que,depois de algumas conversinhas aqui e ali nos grupinhos de amigas e amigos,a informação de que André estava conversando com Camila chegou aos ouvidos afinados de Dinho que, sem perder tempo, foi falar com Ricardo.

– Mas é uma anta essa Camila!- Ricardo falou irritado- Será que ela não percebe a malícia por trás da conversinha do André?
– Cara,se ela percebeu isso não tá ligando muito,não.-Dinho falou enquanto fuxicava nas páginas do seu livro de Matemática.
–Fala sério,ela não pode ser tão inocente assim!-ele apoiou a cabeça com uma mão enquanto batia os dedos da outra mão na mesa,inquieto.
–Cara,esquece a Cami.Ela é minha amiga e você também é,e EU quero que vocês dois fiquem de boa, independente se vai ser um com o outro,sacou?
–Não.-falou aborrecido.
–Aff,Ricardo para de ser sem-noção. Ah,você já perguntou pra ela se aquilo lá de ela não gostar de você era sério?
–Vou perguntar na saída. Só espero que o puto do André não fique colado nela.

Eles foram a última turma a ser liberada,a professora segurou eles além do tempo por causa da bagunça e da conversa durante a aula,muitos saíram afobados e Ricardo era um deles,precisava correr para alcançar a jovem de longos cabelos ondulados castanho-claro.
–Ei,Camila,espera!-ele segurou na alça de cima da mochila e quase derrubou a garota.
–Ricardo!-disse brava-Que você quer?
O garoto colocou as mãos nos joelhos,tomou fôlego e disse com a respiração entrecortada:
–Só...só quero...conversar um pouco.


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