Licantropia: A Reserva escrita por Paulo Carvalho


Capítulo 7
Capitulo 6: Uma chance.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Me desculpem pelo atraso, mas as provas na minha escola estão acabando comigo. Espero que gostem desse capítulo... semana que vem tem mais.



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Estava frio quando Samantha acordou. Todo o lado direito sobre o qual ela havia dormido estava dormente; o esquerdo ardia, latejava e doía como se tivessem cortado-a em vários pedaços e jogado ácido. A primeira coisa que notou era que seus pulsos e tornozelos não estavam mais presos e que seus olhos, embora inchados, permitiam que ela visse o estrago causado por Peter.

As articulações estavam em carne viva pelas amarras, as pernas cortadas em vários lugares, joelhos esfolados, mãos queimadas, múltiplos cortes em todo corpo, um talho profundo no dedo mindinho direito, hematomas que variavam de amarelo claro a roxos escuros iam das pernas até os ombros. Ela sabia que seu rosto estava pior e agradeceu aos céus por não vê-lo. Lágrimas queimaram seus olhos, mas ela agitou a cabeça, irritada. Uma explosão de dor se propagou pescoço abaixo. Eles não vão me fazer chorar.

Mas quando o som de passos chegou a seus ouvidos, ela reagiu como um rato. Um grito fino e assustado arranhou sua garganta; ela se moveu rápido e suas costas machucadas encontraram a parede oposta. De pé, a alguns metros de distância, estava Soren segurando uma bandeja. Ele parecia surpreso e assustado, mas sua expressão se transformou rapidamente em raiva e deixando a bandeja o mais longe, se retirou novamente.

Ela esperava mais da comida dura, fria e rançosa de antes, mas a bandeja estava cheia com dois pães grandes e quentes, uma tigela cheia de um caldo escuro e uma garrafa cheia não de água ou café, mas de algo mais doce que Sam reconheceu como suco. Na Reserva eles não tinham frutas além de maçã e melancia, e mesmos estes eram raros.

Sam comeu devagar e sorriu feliz, quando terminou e percebeu que não passaria mal. O sono veio logo depois e a levou de volta para o mundo dos sonhos, onde não havia dor. Foi acordada novamente pelo som da porta se abrindo e reagiu da mesma forma que antes. Eles me traumatizaram. E eu deixei! Idiota! Soren tentou não encará-la, mas seus olhos amarelos se fixaram em Sam por alguns instantes antes de ir. Novamente, havia uma bandeja cheia de comida sólida e quente.

Samantha perdeu a contagem de tempo, mas após seis bandejas, Soren entrou sem carregar nada e Sam soube que tudo voltaria. Aquilo fora para lhe manter viva, ela imaginou, e depois eles iriam retornar com a tortura de antes. Talvez pior. Cortarão dedo ,me morderão ou...irão me estuprar.Quem sabe? Minha fascinação é a culpa disso tudo.

Ela se encolheu na parede mais próxima e choramingou. Sam não queria reagir daquela maneira, mas era impossível. Era instintivo. Soren a encarou com boca aberta por alguns segundos e depois franziu as sobrancelhas. Ele fechou as mãos em punho e Samantha fechou os olhos, esperando pelos golpes. Mas eles não vieram, Soren estava agachado na sua frente, distante alguns metros.

–--Quantos Rasantes? E quando eles passam? ---a voz grave e profunda estava baixa e controlada. ---Não vou matar você. Só me responda e eu trago mais comida para você. Quantos Rasantes são?

Sam continuou calada. Ela não falaria nada mesmo se soubesse. Uma mensageira nunca saberia desse tipo de coisa. Patrulheiros, talvez. E eles pensavam que ela era uma patrulheira. Melhor assim. Enquanto eles me torturam, tenho chances de escapar. Ele socou a parede com raiva e pedaços de tijolo parcialmente destruídos pelas infiltrações caíram no chão se misturando com o sangue das carcaças.

–--Merda! Diga-me alguma coisa. Qualquer coisa! Não vou mata-la...eu só quero respostas. Fale alguma coisa! ---ele segurou as mãos como se estivesse controlando a si mesmo.

–--Vá se ferrar. ---Samantha não sabia de onde tirara coragem.

Soren rugiu e quando parecia prestes a trucida-la, três homens surgiram pela porta. Todos tinham cabelos escuros e olhos amarelados como os de Soren, mas aqueles eram menos brilhantes e mais cruéis. O sangue de Samantha gelou no instante que os viu.

–--Podemos ajudar, Soren? ---o do meio perguntou.

–--Não, Fred. --- ele respondeu. ---Eu só estou interrogando a menina.

–--Ainda? O que mais ela pode saber? ---o da esquerda perguntou.

–--Você não sabe, Oscar? --- Fred sorriu. ---Nem Soren, nem Peter conseguiram tirar as informações dela. Por isso, nós estamos aqui, lembra? Se ela não está sendo uma boa menina, vamos fazer aquilo que devia ter sido feito há muito tempo.

–--Não, ela é mi...

–--Pare com isso. --- Oscar respondeu. ---E daí? Ela não serve para nada. Vamos mata-la logo e assim teremos menos um problema.

Soren pareceu entrar em um conflito. Ele olhou por sobre o ombro para Samantha e depois para os três homens à sua frente. Ele fechou as mãos em punhos, suspirou e encostou-se à parede.

–--Sejam rápidos. ---ele respondeu com os olhos fechados.

–--Nós seremos. ---Fred respondeu.

Sam se encolheu no canto mais afastado e gritou o nome de Soren pedindo sua ajuda, mas isso só provocou os risos dos assassinos que se aproximavam com sorrisos. O chamado Oscar rugiu como um tigre e fez Samantha gritar. Lágrimas escorreram por seu rosto e embaçaram sua visão.

–--Saiam daqui ou eu juro que arranco a cabeça de vocês com as mãos. --- por um momento, Sam pensou que Soren só estava tentando assusta-la, mas a voz pertencia ao outro lobisomem. Dragan? Não...Raniah!

–--O que foi, Ran? ---Oscar sorriu. ---Vai proteger um deles? Ameaçar a um dos seus?

–--Vou. ---ele respondeu simplesmente. ---Saiam ou eu juro que deixo os Nômades cuidarem de vocês.

–--Não é você que decide! ---Oscar gritou. ---Ela é de Soren. Ou você vai quebrar essa regra também.

–--E então, Soren? ---Raniah se voltou para ele.

–--Vão embora. ---Soren respondeu, muito baixo.

Os homens saíram xingando e resmungando. O ódio em seus olhos deixava bem claro que aquilo não era o fim. Soren olhou para Samantha com os olhos dourados brilhando, cheios de algo que ela não entendeu. O soco de Raniah foi muito rápido para que o cérebro de Sam pudesse processar. Atingiu o queixo de Soren fazendo um som oco e jogando-o contra a parede. Raniah lhe acertou outro soco e em seguida chutou-o na barriga. Soren nem sequer tentou se proteger.

–--Seu idiota, babaca, egocêntrico. --- Raniah rugiu. ---Olhe a merda que você está se tornando. Você pertence aos Nômades! Não a esse clã. Eu deveria expulsá-lo. De agora em diante, eu tomo conta dela.

–--Não! ---ele gemeu cuspindo sangue no chão. ---Ela é minha.

–--Para quê? Mata-la? Tortura-la? Não! Eu não posso tirar seu direito, mas ficarei aqui! ---Raniah se virou e sorriu para Sam. ---Trarei comida para você, tudo bem? ---ele segurou o braço de Soren e puxou. ---Vamos, seu idiota.

Sozinha, Sam pensou que talvez, só talvez, houvesse uma chance de sair viva daquele lugar. E essa chance se chamava Raniah.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?



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