The Diary Of Gui escrita por Eduarda Cruz


Capítulo 11
Despertar




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Tudo o que eu vivi neste tempo inteiro foi apenas um sonho, enquanto estava em coma criei uma realidade alternativa dentro de minha cabeça, ainda me pergunto onde estou... Será que estou em Alagoinha? Bem, não que isso importe agora, mas seria ótimo saber onde estou.

– Gui, como assim dois mundos?- Luan diz com um sorriso debochado, mas sincero.

– Eu gostaria de lhe contar toda minha experiência, mas sinto que não tenho muito tempo então ao invés de passar meu tempo contando sobre os dois mundos eu prefiro tirar minhas duvidas e viver meus últimos momentos com as pessoas que eu amo. - Digo com uma voz ainda rouca olhando para Luan e para as pessoas no quarto

– Que saudade de você Gui, você não faz ideia do quanto eu sofri durante este um ano em que você esteve em coma. – Diz ele olhando fixamente em meus olhos.

– Olha tudo bem eu tive uma ideia, tudo o que eu vivi não pode ser deixado para trás, tenho que deixar toda essa experiência de recordação para você e as próximas gerações. Luan gostaria te pedir um favor; traga-me um diário, tenho que escrever tudo o que eu vivi durante o que parece ser um ano de coma. – Digo, olhando para Luan com um olhar frenético.

– Tudo bem depois eu...

– Não! Tem que ser agora, eu já quero começar a escrever. – Digo Interrompendo-o

– Oh! Sim, então eu vou buscar. – Ele responde.

– Mãe, Pai que saudade de vocês.

– Nós também sentimos muito querido. – Minha mãe diz, me abraçando junto a meu pai.

Durante aquele momento em que Luan foi buscar o diário meus pais e os pais deles fizeram muitas perguntas sobre o que eu sentia, se eu me lembrava de algumas coisas se eu me lembrava sobre o acidente logo mudaram de assunto e voltaram a fazer perguntas sobre a minha vida, os pais de Luan perguntaram sobre o meu relacionamento com ele eu desviei a conversa e pedi que eles esperassem que tudo seria revelado, eles então assentiram e aguardaram a volta de Luan sem mais perguntas. Meus pais me trouxeram flores e conversamos sobre coisas novas que aconteceram na vida deles. Meus avós se aproximaram e me abraçaram, chorando muito ainda, mesmo assim ainda conseguiram indagar algumas palavras com uma voz chorosa e gaguejando. Depois de muito papo com todos eles eis que Luan volta com o diário em sua mão, um diário preto de couro com uma linha em forma de corrente bordada no meio do diário e bem ao meio da linha um cadeado com uma trava vinda da parte inferior do diário. Eu o abri e olhei suas paginas, imaginei ali toda minha história, essa experiência magnifica seria deixada para as futuras gerações e para qualquer um que queira lê-lo.

Todos param olhando para mim esperando por algo surpreendente ou qualquer coisa que eu fosse fazer, com o diário em mãos peço há Luan uma caneta, ele não hesita e vai a procura de uma. Enquanto Luan está em busca de uma caneta eu penso nas minhas ideias e como devo começar, tentando buscar em minha mente tudo o que vivi desde o começo do coma, apesar de não me lembrar de como entrei em coma e de não ter perguntado nada sobre o que está acontecendo algo em mim me diz que isto é a coisa certa, afinal não mudaria nada eu saber ou não, pelo o que vejo todos sabem o motivo e, percebi que ninguém mencionou que poderia ter sido uma tentativa de assassinato, ou seja, acho que devo manter-me ignorante sobre esse assunto. Os pais de Luan se despedem com a desculpa de que ainda iriam trabalhar, assentindo concordo com eles e despeço-me fazendo-lhes o pedido de que voltem novamente para visitar-me, eles concordam e com um sorriso calmo saem da sala.

Luan retorna a sala enquanto seus pais saem, antes que entre eles conversam e aparentemente entram em um acordo sobre o assunto relatado. Ele entra com a caneta e uma lapiseira em mãos. – Aqui Gui, consegui uma lapiseira também caso precise. E se quiser mais alguma coisa é só pedir.

– Sim eu quero. Quero que você vá descansar, na verdade, quero que todos vocês fossem descansar sei que todos vocês ficaram acordados durante noites esperando pela minha melhora então eu peço a vocês que vão dormir e depois voltem para me fazer uma visita, enquanto isso eu vou escrever e quando terminar eu irei deixar o conteúdo com o Luan, quero que você cuide disto e seja o primeiro a ler. – digo com convicção

– Guilherme, eu entendo que está preocupado, mas...

– Sem “mas”! Vocês irão e pronto. – digo interrompendo-o com uma voz rouca

– Nós iremos, mas depois a gente volta Guilherme. – Diz minha vó, levando meu vô e meus pais.

Ficamos só Luan e eu dentro da sala. – Guilherme, você voltou agora, eu não posso deixa-lo aqui sozinho, deixe-me pelo menos ficar aqui, dormir ali no sofá, mas eu não quero ir em bora. – diz Luan com um olhar tristonho

– Eu entendo sua preocupação e seu amor, sempre tentando cuidar de mim. Eu voltei agora e estou bem, vá descansar e depois pode voltar quando quiser e teremos mais tempo para conversar, para ficarmos juntos, então por hora vá descansar enquanto eu escrevo minha obra. Tudo bem?

Ele assentiu com a cabeça e saiu da sala.

Abri o diário e comecei a caçar em minhas memorias tudo que eu vivi desde o começo e encaixando informações. Começo a escrever a bela experiência no diário. A cada palavra que escrevia correntes quebravam em meu peito, como se meu coração estivesse preso por um cadeado cheio de correntes sua chave ainda era um mistério, porém me sentia feliz mergulhado por uma paz interior continuava a escrever, já com duas paginas prontas paro para rever meu projeto, leio devagar para não deixar nem um ponto faltar, visto que estava perfeito de acordo com os meus padrões continuo a escrever já dividindo em capítulos como um verdadeiro livro. Sei que ainda não sai dos dois mundos, mas sei que estou mais no mundo real do que na minha realidade, isso porque, estou acordado... Bem, pelo menos eu acho que estou.

Dentre palavras e palavras percebo que é fascinante tudo que eu vivi em minha cabeça, uma realidade criada com base nos meus pensamentos e uma única missão; restaurar minha vida perfeita que fora arruinada por uma briga do que podemos dizer ser um casal, como se a vida tivesse me dado à oportunidade de restaurar o que havia sido perdido. Espero estar contribuindo até mesmo com a ciência e a medicina, que eles possam agora estar desvendo mais um segredo da vida humana, como o cérebro é capaz de criar outra realidade com base na sua linha do tempo de vida.

O primeiro capítulo está pronto, relendo este capitulo vem a minha mente imagens fragmentadas do primeiro dia na minha realidade e em seguida uma série de imagens como slides de fotos passando pelos meus olhos fazendo-me relembrar o tempo em que fiquei desacordado. Sem tempo a perder começo a escrever o segundo capítulo, ainda não intitulando o primeiro. Horas se passam e eu fico perdido em meu mundo, escrevendo linhas e linhas de história. Pergunto-me se alguém já passou por esta mesma situação, gostaria de estudar sobre isso, e quem sabe, até mesmo fazer uma faculdade de psicologia ou medicina e me aprofundar sobre o assunto.

Gostaria que meus amigos estivessem aqui. Será que eles realmente estão vivendo como no meu sonho? Bem, talvez peça para que Luan de as notícias de que eu acordei do coma, assim poderei conter-lhes tudo que se passou em minha cabeça durante este tempo em que estive sonhando. Pelo que me lembro, o Eduardo estava fazendo faculdade de medicina fora do Brasil, talvez ele tenha se formado e possa estudar o meu caso ou mostrar par alguém e isso poderá até mesmo ajudar a descobrir outros segredos da mente humana e quem sabe possa gerar algo mais importante e talvez... Apenas talvez... Os humanos consigam usar pelo menos vinte por cento de seu cérebro.

Bem, parece que passei bastante tempo escrevendo que já terminei até o quarto capítulo e já está bem tarde. Será que seu eu dormir entrarei em coma novamente? Acho que deveria chamar alguém para passar a noite aqui, ou a menos terminar o diário e assim poderia ir em paz, já pude ver o Luan e descobrir o que realmente estava acontecendo por traz daquela realidade. Não! Isso tudo é apenas medo, nada acontecerá comigo e se eu voltar para o coma eu poderia escrever novos capítulos e relembrar com mais perfeição do que já vivi, então não preciso temer, eu já sei de toda verdade e sei que tenho força para controla-la e voltar quando quiser.

Não vou incomodar ninguém, todos estiveram cuidando de mim enquanto eu estava em coma, agora eles podem descansar e amanha... Digo, hoje, mais tarde poderão me visitar e logo quando eu terminar meu diário eles poderão ler o conteúdo e entender tudo que esteve passando dentro da minha mente.

As enfermeiras se despedem de mim e saem fechando a porta. Coloco meu diário na gaveta do criado mudo do hospital ao lado de minha cama. Ajeito-me na cama e em seguida aperto o botão para deitar a cama da forma mais confortável para a primeira noite de sono comum após o coma. Já deitado e pronto para dormir desligo as luzes do quarto e apenas a televisão fica ligada e isso me da uma ideia, olho para o criado mudo ao lado da cama para ver se há um despertador sobre ele, para a minha alegria tinha um relógio que continha um despertador, para me garantir que acordaria no dia seguinte aumento o volume do despertador no máximo e programo-o para despertar às oito horas e trinta minutos.

Com um grande alivio, posso dormir em paz sabendo que o despertador fará barulho e que o mesmo poderá me despertar caso eu entre novamente na realidade alternativa que posso nomear de “O Mundo de Gui”.


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