Mirror, O Reflexo da Verdade escrita por Nynna Days


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi, flores *---*

Olá quem está postando na quinta? Então, eu disse a vocês que estava de férias e que teria mais tempo. Por exemplo, agora mesmo estou finalizando o capítulo 13 e acho que vocês vão vomitar arco-íris nele. Além de darem saltos de alegria.

Quero agradecer a Lady Starlight pela linda recomendação. Eu amei, flor. E que seja a primeiro de muitas.



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Aquela voz. Foi só o que bastou para que todas as barreiras que me envolviam, desmoronassem aos meus pés. Eu não era nada diante daquela voz. Meu coração acelerou, como se estivesse voltando a vida e meus ombros relaxaram, como se a batalha tivesse acabado. Engoli a seco me sentindo exposto e covarde por não conseguir encarar meu maior desejo.

Minhas mãos se fecharam em punhos e tomei fôlego para poder encará-la, apenas para arfar com a sua beleza angélica. O vestido nela como nunca serviria em ninguém, fazendo com que seu corpo exalasse sensualidade inocente. Suas pernas expostas e torneadas se destacavam por conta dos saltos pretos e a máscara ocultava parte de sua expressão fria. Eu só enxergava seus olhos e o quanto sentia falta deles.

Soltei o ar, sentindo meus pulmões aliviados e a liberdade de poder respirar. Minhas mãos formigaram com vontade de tocá-la. Tocar seu longo cabelo cacheado que desciam por suas costas como cascatas escuras. Seus lábios estavam pintados de um vermelho pecaminoso que se destacou quando ela mordeu a ponta do inferior, envergonhada. Precisei piscar algumas vezes seguidas para poder me esquivar de seu feitiço.

“Aliel”

Ela fechou os olhos, como se escutar o seu nome saindo de meus lábios doesse. Hesitei antes de me aproximar. Perifericamente percebi que sua cintura estava sendo envolvida por um braço masculino. Meus olhos seguiram o caminho desse braço até centralizar em um rosto parcialmente conhecido. Os cabelos castanhos tocando os ombros denunciaram a identidade de Lael.

Que Deus me perdoasse, mas se ele continuasse tão perto de minha Guardiã, eu iria socá-lo.

“Temos que conversar.”, murmurei. Ela recuou, ainda olhando para baixo. Aproveitei sua guarda baixa e tirei as mãos de Lael de seu corpo. Encarei-o com um olhar cortante. “Isso é entre mim e ela, Cupido.”

O Anjo se sentiu ofendido.

“É visível que ela não quer falar com você, Humano.”, torceu a palavra em seus lábios, pronunciando-a com desprezo. “Não sei como ela consegue conviver com alguém como você. Exalando e distribuindo pecado, como se isso fizesse parte de sua essência. Aliel nem deveria se dar ao trabalho de vir á esse lugar para ficar de olho em alguém com o seu histórico.”

Realmente Deus estava querendo saber o meu limite.

“Lael, já chega.”, Aliel disse com a voz forte. “Posso me virar. Não preciso de proteção. Pode ir realizar a sua missão.”, olhou ao redor e apontou algo. “Aquele é Dexter Amaro Castelli.”, se virou para o outro lado da sala e apontou para outra pessoa. “Aquela é Laisa Dorinne Fernandez. Boa sorte.”, a despedida estava implícita em suas palavras.

Lael estreitou os olhos escuros na minha direção e mudou de direção. Nem me dei ao trabalho de comentar que tinham dado uma missão praticamente impossível para ele. Laisa – mesmo quebrada por ter sido trocada e enganada duas vezes – estava tentando se reerguer. E a última coisa que passaria em sua cabeça era se envolver com o nerd do Dexter.

Guardei esses pensamentos e as teorias para mim. Já havia errado em relação ao meu amigo e a ruiva, e atualmente eles viviam um romance de conto de fadas. Arregalei os olhos com a lembrança da presença de Sarah e que ela poderia ter escutado meu pequeno descontrole com Lael. Porém, quando olhei por cima dos ombros, avistei seus cabelos vermelho continuando o caminho original em direção ao seu namorado.

O tempo estava correndo.

Aliel olhou ao redor e fechou os olhos, demonstrando seu desconforto com aquele ambiente. Queria que ela tirasse a máscara para poder avaliar o quanto estávamos feridos. Porque eu tinha errado, não pelos motivos que tinha enumerado anteriormente. Mas por pressupor que Aliel não sentiria minha ausência. Por isso tinha raiva, por ter pedido o direito de lamentar sua falta. Aproximei-me, escutando-a sugar o ar e prendê-lo demonstrando o quanto minha presença ainda a afetava.

“Anjo, não acredito que deixamos que fizessem isso conosco.”, lamentei dando-me ao luxo de tocar seu rosto com a ponta dos dedos. Ela suspirou e seus ombros relaxaram. “Admita que está tão quebrada quanto eu.”

Ela colocou sua mão por cima da minha e engoliu a seco. O calor se espalhou por todo o meu corpo a partir daquele ponto e todo o espaço ao meu redor sumiu. Não estava mais ignorando os olhares assustados na minha direção, eles simplesmente não existiam mais para mim. Eu só tinha atenção para a mulher parada na minha frente. Acariciei sua bochecha, sentindo a maciez de sua pele contra a palma de minha mão.

Aliel entrelaçou os nossos dedos e abriu os olhos, exibindo todas as emoções que a confundiam e a aprofundavam naquele momento. Não consegui me conter por muito tempo e quando dei por mim, estava envolvendo seu corpo magro em um abraço terno e saudoso. Suas mãos tocaram minhas costas com leveza, como se estivesse consolando uma criança. Seus lábios se moveram para minha orelha e sua respiração a entorpeceu. Aliel fez Wendy parecer um iniciante.

“Eu disse que nada poderia mudar o que eu sinto.”, ela sussurrou com a voz rouca. Movido pelo impulso, a apertei contra mim. “Só estou tentando facilitar as coisas, Jeremy. Não quero que essa história tenha o mesmo final trágico de sempre. Você morto ou afastado de mim. Prefiro sofrer á não te ver mais.”

Balancei a cabeça, segurando-a pelos ombros. Seu frágil corpo estava tenso e ela passou as mãos pelos braços, como se sentisse frio. Peguei-a pela mão e guiei por entre a multidão para o meu cantinho da noite. Agradeci mentalmente que Wendy tinha desistido e ido embora. Claro que o nosso percurso atraiu alguns olhares curiosos e especulativos. Com quem Jeremy Read terminaria a noite?

“Eu quero ficar com você e não tem ninguém que irá me fazer mudar de ideia.”, afirmei, fazendo-a ficar inexpressível. “Não desiste de nós dois. Eu já entendi tudo. Você estava cruzando o limite entre agir como humana e sentir como humana. Eles tiveram que interferir.”

Ela abaixou os olhos escuros e pôs uma mecha escura atrás da orelha. Uma luz pareceu iluminar seu rosto quando um tímido sorriso tocou seus lábios.

“Sempre te subestimo, Jeremy.”, ela deu um breve riso. “Esse é o meu maior erro. Achar que você simplesmente iria esquecer-me e aceitar o que o Criador estava lhe dando. Você estava fazendo isso, entretanto...”, meneou a cabeça. “nunca o fez. O que você está planejando? Enganar o Céu fingindo estar apaixonado por outra?”

“Exato.”, assenti, orgulhoso por ela me conhecer tão bem. “Ficarei com Mary, mas será do meu jeito.”

Ela franziu o cenho e seus olhos entristeceram.

“Você a traiu para sabotar a missão de Ariel, Jeremy?”, disse decepcionada. Minhas bochechas se esquentaram, entregando meu quase deslize. Soltou meus dedos e passou pelos cabelos escuros. “E como acha que isso nos ajudará, Jeremy? Só fará com que eles tenham mais raiva de você.”

Dei de ombros, despreocupado.

“Não consegui ir até o fim.”, assegurei, vendo pondo a mão no peito e soltando o ar com alívio. “Sarah passou na hora e fui atrás dela.”, gesticulei para nós dois. “E aqui estamos.”

Porém, Aliel estava irredutível.

“Isso não muda o fato que está se arriscando.”, murmurou erguendo os olhos até alcançar os meus. Ficou em silêncio por segundos angustiantes e parecendo estar com a mente em outro lugar, deu um passo a frente e tocou a ponta dos meus cabelos. “Não queria que sofresse, Jeremy. Só fiz o que achei que seria certo. Meu dever é te proteger.”

Tinha tantos erros naquela frase que eu nem sabia por onde começar. Ela estava errando ao tentar me livrar do sofrimento se afastando de mim. Só fez com que a dor se tornasse insuportável. E quanto ao achar que seria certo... Isso já era um hábito que ela estava quebrando aos poucos. Parar de fazer o que era certo errar. Pelo menos por uma vez. E nem iria comentar sobre essa batalha interna que surgia toda vez que as palavras dever e querer eram postas em contrapartida.

Eu iria dizer tudo aquilo para ela, como um disco arranhado repetindo sempre a mesma estrofe. Só que vi a presença de Ariel se aproximando pelo canto do olho, estragando meus planos de ficar sozinho com minha Guardiã. A mesma ficou tensa, sentindo a presença da Cupido e largou meu cabelo como se pegasse fogo, se virando para encará-la. Adquiriu uma pose profissional e um olhar altivo, sem excluir a pureza.

Ela seria um Arcanjo perfeito.

“Estava te procurando...”, Ariel se interrompeu quando percebeu que eu não estava sozinha e quem me fazia companhia. Suas bochechas coraram e ela abaixou os olhos por baixo da máscara lilás. Dessa vez, tinha mudado suas íris para terem um tom de azul semelhante ao meu, beirando o anil. Seus cabelos estavam com mechas violetas e mudou sua franja reta para uma lateral. “Oh, Aliel. Desculpe interromper... só que....”, ela começou a se balançar no lugar, incomodada.

Aliel pegou a dica.

“Estou atrapalhando sua missão.”, finalizou a frase de Ariel. A Cupido assentiu, envergonhada. Minha Guardiã deu um meio sorriso. “Não se preocupe. Estou apenas facilitando as coisas para você.”

Sorte que Ariel ainda estava constrangida o suficiente para não olhar para Aliel. Assim não pode ver seu rosto angelical se retorcendo de dor com a mentira proferida por seus lábios. Ela respirou fundo e me olhou, cúmplice. Rocei meus dedos em seus ombros e assenti, lhe dando forças e entendendo sua mensagem.

“Ariel.”, chamei. A pequena anja apenas mexeu os ombros, indicando que estava escutando. Abri a boca para reconfortável prometendo que tentaria me apaixonar por Mary e esquecer a mulher que estava do meu lado. Só que já estava até o pescoço de mentiras e não aguentaria mais nenhuma gota. “Desculpe, mas desista.”, sinceridade carimbou meu conselho. “Mary acha que tem que ser como as outras para me conquistar. Eu nem tentei fugir das investidas de Wendy.”, Ariel arregalou os olhos na minha direção. Assenti, confirmando. “Elas usam o corpo para conquistar meu coração. Só que...”, entrelacei meus dedos nos de Aliel, que arfou. “Eu sou uma barreira com uma porta. E só tem uma que tem a permissão plena de entrar.”

“Jeremy.”, Aliel disse dividida entre a repreensão e a emoção. Passei a língua pelos lábios secos. “Você tem que aceitar o nosso destino.”

Estufei o peito, dando-lhe um olhar decidido.

“Eu aceitei, agora quero modificá-lo.”

Ariel bateu o pé, atraindo nossa atenção de volta para ela. Estava com os braços cruzados e o rosto em brasa, exalando hostilidade. Ergui uma sobrancelha, surpreso por aquela reação. Tinha uma chama em seus olhos que anulava toda a inocência que havia conhecido nessas últimas semanas. Ela parecia pronta para me pegar pela orelha e me puxar até Mary, apenas para nos amarrar juntos até que nos amássemos.

“Você não pode fazer isso.”, jogou os braços para o alto, exaltada. “Estou cansada de perder a missão e ser tachada de incompetente.”, apontou para mim, acusadora. “Humano, você deveria parar de nos desafiar e aceitar tudo que lhe é oferecido. Para de ser tão mal agradecido e de tentar desviar nossos anjos, senão vai sofrer com as consequências.”, antes que eu tivesse tempo de digerir o que ela disse, se virou para Aliel. Estreitou os olhos, balançando a cabeça. “Quem diria que um Anjo tão alto poderia descer tão baixo? Pensei que nossos superiores e os arquivos estivessem exagerados, mas eles não sabem nem da metade.”

Parei na frente de Aliel em uma posição defensora e encarei Ariel com firmeza.

“Jeremy, deixe para lá.”, minha Guardiã tocou meu ombro levemente e soltou o ar. “Além de estar certa, ela está chateada.”

Só que eu não poderia simplesmente deixar para lá. Se ela tivesse apenas me ofendido, eu teria revelado, porém eu vi o efeito de suas acusações em Aliel. Aquilo foi como um tapa no rosto da Guardiã. A determinação de Ariel se extinguiu ao ver que tinha acertado no ponto errado. E, ao invés de ter me deixado envergonhado, me deixou muito puto da vida.

“Ariel.”, dei um meio sorriso maldoso. Ela recuou. “É melhor você medir as coisas antes de falar algo, porque não tenho medo de mandar um anjo ir ao inferno.”

Ela se retraiu, estarrecida. Tirei meu cabelo da frente dos olhos, mantendo o sorriso.

“Assim que eu gosto.”

Aliel estalou a língua em uma repreensão silenciosa. Nem me dei ao trabalho de virar para saber que nossa conversa ainda estava no começo. E que seria longa e tão confusa como já era. Só tive tempo de revirar os olhos antes que mais um espectador angelical aderisse á amistosa confusão. Fechei minhas mãos em punho com o rosto impassível de Lael.

Imitando-me, parou ao lado de Ariel e pôs a mão na sua frente empurrando seu pequeno corpo para trás do dele. Usei isso para medi-lo. Ele era um pouco mais baixo do que eu e magro. Seus cabelos longos possuíam a mesma cor de seus olhos, castanhos. Tirou a máscara, também me olhando de cima a baixo.

“Perdeu alguma coisa aqui, Cupido?”

O mínimo de educação que existia entre nós se dissolveu como fumaça. Ele deu um passo à frente, fazendo que apenas uma pequena corrente de ar pudesse passar no espaço entre nós. Parece que Ariel não era a única frustrada da noite. Lael deu um sorriso frio.

“Vocês, humanos, são tão engraçados. Querendo nos desafiar, quando não tem nem poder de comandar a própria vida.”

“Disse o cara que é mandado por um ser místico que nunca conheceu.”

Trincou o maxilar com raiva, erguendo o dedo na direção de meu rosto.

“Nunca chame o nosso Criador assim.”

Peguei o dedo dele e o torci para baixo. Anjos podem ser imunes ao tempo e a temperatura, até mesmo a dor física, mas eu iria rasgar o orgulho daquele Cupido. Ele encarou seu dedo sendo dobrado por minha mão em um ângulo estranho e ergueu uma sobrancelha em desafio.

“Eu O chamo do jeito que quiser, Cupido.”, cuspi a palavra de meus lábios, derramando desprezo. “Depois de ter blasfemado na igreja e acabado com a esperança de minha mãe de me ver fiel á igreja, você acha que eu tenho pena de socar a cara de um anjo? Pois eu não tenho. E eu juro que vou fazê-lo até você sentir dor de verdade. Então tire esse maldito dedo de perto de mim.

Joguei seu dedo para longe e – fazendo uma careta – recuou.

“Jeremy, por favor.”, Aliel sussurrou com a boca em minha orelha. Respirei devagar sentindo suas mãos em minhas costas. “Isso. Se acalme.”, deslizou sua mão para o meu braço. “Tenho que ir com eles e resolver essa confusão. Deixe a vida seguir o seu percurso.”

Entendi a dispensa sutil e percebi que estava perdendo a minha chance de redenção. Lael deu um sorriso vitorioso ao ver o desespero em meus olhos. Senti Aliel saindo de trás de mim e o som de seus saltos ao parar do lado de Lael e me lançou um olhar pesaroso. Tentei ir à sua direção, querendo impedir sua saída, mas uma mão se fechou em meu ombro, me impedindo.

“Jerry, deixe-a.”, a voz de Jason soou persuasiva. Sabia que a ruiva iria me delatar. “Sua namorada está tocando na frente de todas essas pessoas. Você não quer que ela te veja agindo assim.”

Como um idiota.

Mexi meus ombros, me livrando de sua mão, e os deixei cair em um ar derrotado. Desviei os olhos de todos, encarando a parede. Jay deu dois tapinhas em minhas costas, mas não ousou se afastar até ter a certeza que existiria uma distância segura entre mim e Aliel. E realmente ela iria existir, se não aquele Cupido não tivesse abusado da sorte e entrelaçado sua mão á de minha Guardiã.

A raiva chegou ao meu rosto simultaneamente que meu punho chegou ao seu rosto. Ariel arfou, se abaixando para amparar seu amigo. Aliel me encarava abismada. Tudo dentro de mim fervia. Era uma sensação semelhante á que senti enquanto destruía o meu quarto. Como se tivesse perdido a noção do mundo ao meu redor e só enxergasse vermelho. Reprimi a vontade de me abaixar e cumprir a promessa de fazer Lael sentir dor.

“Jeremy, cara.”, Jason me sacudiu. “Pare com isso. Você está obsessivo.”

As palavras saíram arrastadas de minha boca.

“Jason, eu juro que se você não me soltar, o próximo á ir para o chão será você.”, peguei os seus dedos e os tirei de mim, raivoso. “Foda-se que estou parecendo obsessivo. Eu amo essa mulher”, apontei na direção de Aliel. “E não tem nada nesse mundo puto que vá mudar esse sentimento.”

Pensei que Jay iria retrucar ou me desafiar a cumprir meu juramento – o que eu realmente iria – mas ele apenas ergueu as mãos e recuou, desistindo de se meter nesse assunto. Demorei um ou dois segundos para perceber a ausência de música e o silêncio que rondava o salão. Espiei por cima dos ombros e vi que todos me encaravam abismados com a minha declaração.

Com a respiração arfante e cansado do julgamento mudo de todos, caminhei até Aliel e estendi minha mão na sua direção. Ela olhou ao redor, assustada por ser o centro das atenções, e balançou a cabeça com força. Resposta errada. Dei um sorriso de aviso e estendi a mão para mais perto, dando uma segunda opção. Ela suspirou e negou novamente.

“Anjo...”, disse em um tom de aviso. “Você vai vir por bem ou por mal.”

“Jeremy.”, ela sussurrou, constrangida. “Não posso...”

Sua frase se tornou um grito assustado enquanto eu erguia seu corpo e o punha nos meus ombros. Ela só teve tempo de pôr as mãos para trás e segurar o vestido. Aliel era leve comparada a tantos pesos que tive que pegar nos treinamento de futebol. As pessoas – ainda abismadas com a cena que se desenrolava – abriam caminho para mim sem hesitar.

Em nenhum momento olhei para trás, ciente que encontraria um par de olhos azuis decepcionados. Teria que resolver os problemas por parte. E o meu coração estava exigindo para ser o primeiro a se aliviar.

“Jeremy, me bota no chão.”, Aliel pediu.

Eu ri.

“Você vai vir por livre e espontânea vontade?”, questionei recebendo seu silêncio como respostas. “Foi isso o que eu pensei. Relaxe, Anjo. Já estamos quase na porta.”


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Notas finais do capítulo

Vamos lá ao comentário pessoal da autora: EU ADOREI FAZER O JEREMY SOCAR O LAEL. Sério. Se fosse um filme, eu pausaria e voltaria nessa cena toda hora. kkkkkkkkkkk.

Então, que tal uma prévia do capítulo 13:

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“Está divertido?”, indagou pousando o cotovelo nas minhas costas. “Se eu fosse humana já estaria enjoada e te batendo para me soltar.”
Sorri.
“Ainda bem que não é então.”, gracejei escutando-a bufar. “Pare de pensar um pouco nas consequências e viva o momento. Veja que noite linda.”
Meu papo mole não adiantou. Ela nunca caía. Não sabia o motivo para eu continuar tentando. Senti seus braços se cruzando e me recusei a olhar para seu corpo, ciente de que veria sua bunda. Pelo menos tinha escrúpulo para isso. Espero que esteja assistindo isso, Deus. Pensando melhor, não assista.

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Calei-me, sabendo que ela tarde demais. Dei tantas voltar para acabar no mesmo caminho. O corpo de Aliel ficou tenso. Soltei o ar e me abaixei, ajudando Aliel a ir para o chão. Ela se desequilibrou por meu movimento súbito. Segurei-a pelo antebraço e mantive meus dedos ali até ter certeza que seus pés estavam firmes no chão.
“Obrigada.”, ela agradeceu envergonhada. Não a soltei. “Jeremy...”
“Por favor.”, pedi fechando os olhos. “Não quero falar mais disso. Só quero que você vá para casa comigo e que voltemos a ser como antes.”


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Comentem. E até domingo.