Midnight Virus escrita por Cat


Capítulo 1
Holy - Pilot


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo da minha primeira fic! Nem precisa dizer o quanto empolgada eu to! Espero realmente que gostem tanto quanto eu. Reli algumas vezes o capítulo mas ainda não sei se está perfeito, então qualquer erro - mesmo mínimo - podem me dizer. Críticas construtivas serão sempre bem vindas!



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Os pés despidos afundavam na grama orvalhada, e as mãos surradas se apoiavam cegamente em árvores, pela subida. A trilha já havia desaparecido há muito, mas ela não poderia parar. Não tinha essa opção.

Ouvia as grandes e pesadas passadas em conjunto se aproximando a cada instante mais. Os rosnados e ganidos começavam a encher seus ouvidos, e o frio começava a agredir sua pele quase sem roupas. Ela não era resistente, e seus perseguidores estavam cientes disso.

Pateticamente ergueu os braços na frente do rosto, tentando se proteger ou se aquecer, mas obviamente não funcionava. Agora a grama desaparecia, e seus pés tocavam na neve que caía dos céus. Ela sentia não ter mais qualquer tipo de calor restante em seu corpo magro, mas enquanto conseguisse se mexer, isso seria o bastante.

As árvores começavam a se abrir numa clareira extensa e tudo o que lhe seguia parecia ter desaparecido por um instante. Agora, não mais corria, mas cambaleava se apoiando em pedras e árvores, respirando desesperadamente devagar, para não abrir mais as obtusas feridas em seu tórax.

Mal conseguia ver, na verdade. A junta da perda de todo o sangue e cansaço obstruíam seus sentidos mais essenciais, e ela apenas contava com uma péssima audição e seu tato nada refinado.

Tudo era um borrão de cores nítidas, marrom, verde, cinza e o predominante branco. Ela tropeçou nos próprios pés e caiu no chão com força. A queda foi amortecida, e agora ela se sentia extremamente aliviada. Havia sobrevivido às bestas, e agora tinha que sobreviver de si mesma.

Aquele borrão maravilhoso agora adotara uma nova cor. Vermelho. O baque disso fez com que sua visão se ajustasse automaticamente, o foco tomando rumos sem a sua autorização.

Não muito a sua frente, manchas vermelhas e vívidas tomavam o espaço que antes pertencia ao gelo. A imagem na verdade não fez com que ela se assustasse de primeira, tendo em mente que ela também sangrara muito, e aquele sangue poderia ser dela perfeitamente.

Mas não era. Não havia chegado tão longe, e suas feridas já cicatrizavam. Retirando forças do nada, ela se ergueu com tremendo esforço, e seguiu o caminho mal pintado de vermelho. Mesmo que fosse um espaço extremamente curto, para ela foi uma verdadeira maratona com obstáculos.

Saiu da grande e segura clareira para uma pequenina caverna na encosta da montanha. Era apenas uma inclinação, na verdade, e iluminada. A possibilidade de que houvesse pessoas ali para a levarem de volta para a civilização foi reconfortante. Mas então, ao chegar mais perto, viu que não era um acampamento ou nada do tipo.

O mundo parecia enegrecido, um cheiro pútrido e forte lhe adentrava os pulmões, e ela teve de se conter para não vomitar.

Dentro da inclinação rochosa, uma garota estava no chão, no centro de um pentagrama, em condições deploráveis. À sua volta, grandes poças de sangue estavam espalhadas pela neve.Uma cratera abria no meio de seu tórax, e ela conseguia ver vermes se alimentando do cadáver em decomposição.

Gritou, e mesmo que tivesse desejado não ter o feito, gritou. Gritou alto, com toda a força e ar que restava sem seus pulmões, tanto que a deixou tonta.

Ao olhar para frente, sobre uma protuberante rocha, um corvo negro como petróleo e olhos brancos como a neve que a cercava a observava. Estava estático como se fosse parte da rocha, e então guinchou. O som que saía daquele animal era amargo, gutural e alto como um alarme. Aos seus ouvidos, parecia algo como “morte, morte, morte!”.

E ela correu.

Correu como se tivesse condições de correr, como se seu corpo e mente ainda estivessem sãos, e como se suas feridas não mais existissem. Correu como nunca antes, e não olhou para trás mesmo quando reparou no altivo animal que a contemplava intensamente, escondido na neve, debaixo dos pinheiros que a ladeavam. Eles a haviam achado.

Seus músculos ardiam como se estivessem em chamas, mas agora não podia parar. Sentia o quão perto estavam. Conseguia ouvir seus corpos vibrando com o rosnar que saiam de si mesmos, e as patas grandes afundando e emergindo da neve como se tivessem sido feitas para essas perseguições.

No entanto, era pouco mais que impossível chegar a escapar das garras dos enormes lobos que retornaram a perseguição, com os olhos rubros e as presas penetrantes à amostra.

Não tardou a perceber o quão horrível era fugir de uma besta selvagem. Deslizou imprudentemente por um morro, buscando qualquer lugar que fosse para se salvar daqueles animais horríveis. E se deparou com uma muralha íngreme que levava ao topo da montanha. Tentou oxigenar sua cabeça para analisar suas escolhas atuais. Virou-se e estudou a distância de seu corpo e dos três enormes lobos, que haviam notado também o fim da linha. Andavam curvados, exibindo os enormes e alvos dentes, ganindo.

O que tomava a dianteira parou, assim como os outros. Assumiu uma postura de líder, levantando o corpo e soltando um uivo que poderia ser ouvido a milhas e milhas de distância.

A criatura então ergueu seu corpo em um salto na direção da garota, que mal teve tempo de pensar em reagir. As presas enormes se fecharam na curva de seu ombro com pescoço, e ela sentiu uma dor que nunca pensou em ser real.

Ela gritou, mas o ruído tênue que escapou de sua garganta não iria chegar muito longe. O animal fez um som ansioso, e soltou o maxilar inferior em um sorriso lascivo, prontamente cravando sua mandíbula no pescoço alvo da garota.

A jovem sentiu quando ele enterrou suas presas em sua goela, quebrando seus ossos franzinos.

Doeu bastante, mas não por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

E então? Isso foi um prólogo mesmo. Me esforcei bastante e reescrevi algumas vezes. Mas chegamos aqui. Digam o que acharam, melhorias, ideias, qualquer coisa! Até a próxima!



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