I'm Lost Again escrita por Julia


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM POR ESSE CAPÍTULO!! please.



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Eu vesti um vestido bege, com uma meia calça preta por baixo. O vestido era até o joelho e eu pus um cinto na cintura. A maquiagem era leve, mas marcada por um batom vermelho.

Às exatas três horas eu cheguei no píer. Estava frio e eu estava muito nervosa. Olhei no relógio pela décima sexta vez desde que chegara. Três e trinta e seis... “Robin cadê você?” era só o que eu conseguia pensar. Diversas coisas ruins viam em minha cabeça e eu acho que a que eu mais temia era a possibilidade de ele ter percebido que amava Marian e desistido de mim.

Uma sensação de alívio imensa me dominou quando o vi se aproximar, mas quando ele chegou mais perto eu pude ver que seu rosto estava avermelhado e repleto de lágrimas, que seus passos estavam pesados e firmes. Algo tinha acontecido.

–Me diga que é mentira!

Ele disse me segurando pelo braço. Ele estava com raiva, mas eu pude perceber que não era a raiva que dominava ele, e sim a dor, uma dor infinita.

–O que? –Eu perguntei confusa e desesperada ao mesmo tempo. –O que houve meu amor? – Eu tentei passar a mão em seu rosto, mas ele se afastou.

–Me diga que não foi você Regina! –Ele disse dessa vez mais alto e mais firme.

–Robin pare com isso! Eu não estou entendendo nada! Você pode tentar se acalmar e me explicar o que está havendo? –Eu estava tremula. Eu nunca tinha o visto assim.

–Me diga que não foi você que... –Ele parecia ter perdido a coragem de terminar a frase. – Me diga que não matou Marian Regina.

–O que? Que loucura é essa Robin! Claro que eu não matei Marian! Eu nem a conhecia antes dela reaparecer e quase arruinar a minha felicidade. Por que eu mataria ela?

–Regina, -Ele me olhou firme e falou devagar. – Você tem certeza?

–Robin, é claro que... – Um flash veio em minha memória. Até então eu não tinha pensando nisso, acho que ideia de ter matado Marian voou para fora da minha cabeça, como se isso realmente fosse impossível, mas quando eu era a Evil Queen, eu matei milhares de inocentes que eu nem se quer conhecia. E poderia Marian ser um deles? Sim, poderia. – Não... – Eu disse com a voz quase falhando. – Eu não tenho certeza Robin.

Ele se afastou e socou o ar dando um grito alto e desesperado.

–Por que? Me diga por que você, justo você, fez isso? – Ele me segurava pelos braços e eu já chorava também.

–Eu não sei okay? Você sabe que eu... –Ele me interrompeu.

–Você tem noção do que você fez? Você tem noção do quanto me fez sofrer? Você tirou a mãe de um menino pequeno e indefeso, você tem noção disso Regina?

–Para! Para ta? Eu não preciso ouvir tudo isso de novo! Eu sei o que eu fiz e eu não queria ter feito, me desculpa! Eu não posso mudar o passado, mas o meu presente eu mudei. Eu sou diferente e você sabe disso? Me desculpa Robin, me desculpa.

Eu tentei abraçá-lo, mas ele se afastou e me empurrou para longe.

–Se afasta de mim! Eu não consigo nem olhar pra você.

Ele iria se afastar. Eu estava desesperada.

–O que? Como assim? Robin, você sabia desde o início que eu tive uma maré ruim, mas isso não te impediu de me amar não foi? A Regina que você conhece não é mais a Evil Queen.

Ele parou quando eu terminei, e tudo o que já tinha se afastado de mim, recuou.

–Você sabe quanto tempo eu passei procurando o demônio que matou Marian? Você sabe quanto tempo eu passei buscando saber quem tinha sido? Você sabe quanto tempo eu passei almejando mais que tudo a cabeça de tal assassino tirada fora? –Ele fez uma pausa. – Eu nunca mais vou conseguir olhar para você do mesmo jeito Regina, eu nunca vou conseguir te amar novamente. Agora eu só consigo te ver como um... como um monstro.

Ele virou e começou a se afastar.

–Você disse que me amaria para todo o sempre... –Eu disse desesperada.

Ele ouviu e parou onde estava por alguns segundos, mas logo depois voltou a andar me ignorando e sumindo de minha vista.

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Eu fiquei parada, sentada em um banco, olhando as ondas indo e vindo. Eu não sei ao certo quantas horas tinham se passado desde que Robin terminara comigo, mas eu sei que desde que ele sairá controlar as minhas lágrimas foi impossível e que nesse momento o Sol já estava começando a desaparecer, dando espaço para uma redonda lua cheia. Eu pensava em tudo que eu tinha feito. Eu não podia acreditar que eu havia matado Marian, que eu havia levado tanta dor pra vida de Robin e Roland. Eu merecia o ódio dele, eu merecia ter sido chamada de monstro, porque na verdade, era exatamente isso que eu era. Um monstro, egoísta, louco e que nunca, nunca mesmo, vai conseguir achar o seu final feliz... Eu não podia acreditar que mais uma vez eu havia o perdido, e eu tinha certeza que agora seria pra sempre. O pior de tudo é que a culpa agora não era de Marian ou de qualquer outra pessoa, era exclusivamente minha. Doía pensar que eu só tive pouco tempo com ele e que ele não me daria mais beijos de surpresa e que eu não teria um sorriso perfeito dele toda vez que nos afastássemos. Doía pensar que agora eu não poderia mais chamar Roland de “meu bebê”, que com certeza, ele seria afastado da minha vida pra sempre.

–Veio só pra me ver, amor? –Hook falou num tom brincalhão se aproximando e me cortando dos meus pensamentos. Ele sentou-se ao meu lado e ia começar com mais alguma brincadeirinha, mas quando viu lágrimas em meus olhos sua expressão mudou. Uma onda de preocupação e pena rondou o seu rosto. – Regina, você está bem? –Ele perguntou segurando a minha mão.

–Não, eu não estou. –Eu respondi seca sem tirar os olhos da água.

–E você quer conversar sobre isso?

–Eu não se você é a pessoa mais adequada, mas bem, no momento é a minha única opção. – Ele retorceu o rosto na intenção de me fazer sorrir, mas infelizmente nem as suas brincadeiras me fariam sorrir agora.

Eu contei para ele tudo o que havia acontecido, expliquei toda a situação e a cada palavra ele parecia se corroer por dentro, como se entendesse perfeitamente.

–Eu sinto muito Regina. – Ele disse quando eu terminei.

–Acho Greg estava certo, pelo menos no meu caso ele acertou. Vilões não tem um final feliz. Talvez você e Rumple já tenham sido perdoados, mas eu temo que minha sentença seja pra sempre...

–Não! Não fale assim Regina. Eu sei que você errou, mas todos nós erramos e não seremos julgados por nossos erros pra sempre. Você já fez mal pra muita gente, mas também já fez o bem. Eu sei que você está passando por uma maré difícil, mas não deixe de acreditar.

Era muito estranho ouvir isso saindo da boca de Hook, e talvez por não ser algo que ele dissesse sempre me soou muito verdadeiro.

–Obrigada. – Eu disse sorrindo para ele.

–Pelo o que?

–Eu não sei... Por me fazer companhia.

Nós ficamos alguns segundos em silêncio, como se tivéssemos absorvendo o momento que acabávamos de viver. O frio já rondava os meus braços desagasalhados, mas eu sinceramente não queria voltar para casa.

–Está ficando frio. Acho melhor você ir pra casa. –Hook sugeriu como se lesse meus pensamentos.

–Não. Eu não quero ir e ter que encarrar todos.

–Ora, Regina Mills está com medo? Eu não posso acreditar! Anda, levante e use essa força que tem dentro de você. – Ele se levantou e estendeu a mão para mim. – E você ainda terá a honra da minha digníssima companhia.

–Agora o Hook que eu conheço começou a falar. –Eu sorri e segurei a mão dele me levantando.

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Nós fizemos uma longa caminhada até a minha casa, conversamos sobre os nossos erros e também sobre acertos. Foi até divertido ter esse tempo com Hook, se meu coração não tivesse tão destruído eu realmente teria gostado de sua amizade.

–Entregue. –Ele disse quando chegamos na porta.

–Obrigada. Mas... Entre, vamos comer alguma coisa. Assim você aproveita e ainda consegue dar uma palavrinha com Emma.

Ele sorriu e assentiu com a cabeça.

–Tem razão. Ela deve estar morrendo de saudades. – Eu sorri.

–Ai meu Deus! Que convencido! – Ele também sorriu e eu abri a porta.

Estavam quase todos na sala. David e Snow estavam sentados perto da lareira com Neal. O rosto Snow estava avermelhado e tinha uma enorme preocupação. Emma e Tinker dividiam um sofá. Emma parecia pensativa e Tinker parecia bestificada e com alguns traços de choro no rosto também. Belle e Rumple (que eu não faço ideia do que estava fazendo lá) estavam lendo livros, como se procurassem por alguma coisa. Robin, ainda estava lá. Eu imaginei que não o encontraria, mas ele ainda estava lá sentado em sofá e não tentava impedir que as lágrimas rolassem em seu rosto vermelho. Os seus olhos estavam muito inchados. Todos haviam chorado ali, mas ele com certeza tinha a pior expressão. Marian também estava lá, de pé em frente à escada. Ela também chorava. Uma preocupação me rondou, o que quer que tivesse acontecido realmente afetou a todos.

Eu fiquei imóvel por um tempo, analisando como cada um estava se portando. Quando me viu, Tinker correu para me dar um abraço.

– Ah! Graças a Deus você está bem! –Ela me abraçou com força.

Todos passaram a olhar para mim e Hook.

–Onde vocês estavam? Aliás, porque estavam juntos? – Emma perguntou, e pude sentir um pouco de ciúmes na voz dela.

–Eu esbarrei como ele no píer. Não se preocupe Swan, eu não tenho fetiche por ganchos. – Eu fiz uma pausa. – Será que pode me explicar o que está havendo aqui? O que houve com todos? – Eu perguntei para Emma.

Robin se levantou do sofá onde estava e disse olhando pra mim:

–Roland, Regina... Ele sumiu.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
RIP: Julia (Autora de I'm Lost Again, morta pelos leitores) zoa hahaha
Ah! Eu sei que o assunto já ta super velho, mas eu esqueci de comentar sobre isso nos últimos dois capítulos então vai aqui mesmo... Vocês viram os bloopers da terceira temporada? Meu Deus eu surtei infinitamente quando vi!! Foram divos/perfeitos/maravilhosos... Faltou só um de OQ pra fechar com chave de ouro!
Beijos gatinhos, até o próximo