Ouvi a porta do carro sendo fechada, e dando a partida. Continuei andando sem dar importância. O caminho foi tranquilo até eu chegar em casa. Subi os poucos degraus que tinham para chegar em minha casa. Consegui abrir a porta já que estava destrancada.

Me espantei ao ouvir uma gritaria vindo da cozinha, fechei a porta devagar para que não fizesse barulho. Fui até lá, mas não entrei. Fiquei olhando entre a pequena brecha da porta, para ver o que estava acontecendo ali. E me surpreendi ao ver a cena de meus pais aos berros brigando. Nunca havia os visto assim.

–CALA A BOCA, LILIAN! Será que não dá para você calar a merda dessa boca?!- ele estava furioso, a ponto de parecer sair chamas de seus olhos, algo parecido ocorria com minha mãe - preferia quando você estava me ignorando!- ele passou a mãos pelos cabelos, o suor escorria pela sua testa franzida como se estivesse sentindo dor.

–Como não falar, William? Mary está morta, e a culpa é sua!- seu rosto estava rubro, e respirava com dificuldade devido ao nervoso. Ela deu um passo à frente apontando para seu rosto.

Meu pai não suportou ouvir aquilo, ela havia sido cruel. Como todos nesta casa ,ele este mal por Mary. E ainda se culpa por ter provocado o acidente, ouvir isso da própria esposa foi devastador. E acabou por provocar uma ira nele que fiquei totalmente assustada em ver.

–Minha?- ele perguntou incrédulo - você está louca! LOUCA!- ele rosnou colocando para fora todo ódio que sentia, e cada vez mais seus gritos se tornavam mais altos. Toda vez que minha mãe iria falar algo ele a chamava de louca, ou de coisas piores.

E eu só estava ali os observando pasma com essa briga desnecessária. O acidente fora apenas uma fatalidade, esse tipo de coisa acontece todos os dias. Ninguém tem culpa, e não há a menor necessidade do que está acontecendo agora.

Meu pai desistiu de brigar, e andou até a porta. Rapidamente me encostei na parede para me esconder, e rezei fervorosamente para que ele não percebesse minha presença. Por sorte o corredor estava escuro, e ele foi para o lado oposto de onde eu me encontrava.

Quando ele saiu do corredor, novamente olhei para cozinha. Minha mãe estava com o rosto levemente inchado, e seus olhos estavam vermelhos, chorando com suas mãos apoiadas no balcão. As lágrimas desciam incansavelmente, e seus soluços eram agudos.

Adentrei a cozinha indo até a minha mãe. Andei devagar para não assusta-la, e quando iria falar alguma coisa, ela percebeu minha presença. Ela olhou-me surpresa, e enxugou suas lágrimas rapidamente.

– Mãe?- disse baixinho, e tombando a cabeça para o lado.

– Saia daqui, Emily. Você não precisa ver isso - ela se virou, e começou a lavar a louça que havia ali.

– Mas… - antes que eu terminasse a frase, ela olhou para mim por cima de seu ombro, e praticamente gritou comigo.

– Sai daqui agora Emily!- fiquei sem reação a sua atitude rude, e sai dali rapidamente.

Fui direto para meu quarto. Abri a porta, e a fechei logo após. Encostei na porta olhando para o teto.

Depois que Mary se foi essa casa não é a mesma. Lembro-me de seu sorriso bobo, e do jeito engraçado que ela ria. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto ao pensar nela, e enxugue-a imediatamente.

Esses dias tenho tentado esquecer tudo, da morte de Mary, do acidente. Tenho tentado ser feliz depois desse sofrimento, diferente de todos em minha casa. Mas parece que toda vez que fico sozinha, a dor da perda da Mary se mantém presente, e ela me corroía aos poucos. Eu não conseguia aceitar sua morte… Por mais que tentasse.

Me parece tão egoísta por tenta ser feliz depois disso tudo, parece que estou me desfazendo da Mary. É o que todos me dizem, mas a verdade é que isso é o certo a fazer. Seguir em frente. Um dia iriamos nos encontrar novamente...

{...}

No dia seguinte...

´´Emily você precisa acordar. Vamos acorde, por favor, nós precisamos de você aqui conosco... ´´

Abri os olhos lentamente para ver quem me chamava, e com os olhos pouco abertos vi o rosto de uma mulher olhando para mim, mas minha visão estava muito embaçada para identificar seu rosto. Quando finalmente consegui abri-los, vi que não havia ninguém ali. Provavelmente foi apenas um sonho.

Me virei para pegar o celular em cima do criado-mudo. Assim que Peguei, apertei o botão do centro para poder ver a hora, me assustei ao ver que horas eram que até deixei o celular cair em meu rosto… Odeio quando isso acontece.

Eram 17:00 horas ,passei a tarde dormindo e me esqueci do que faria hoje. Rapidamente me levantei e fui ao banheiro tomar um banho. Despi-me e entrei no box. Liguei o chuveiro e a água estava morna e agradável.

Quando acabei desliguei a água, sai do box, e me enrolei na toalha. Fui ao meu armário escolher o que vestiria. Peguei uma blusa vermelha de manga três quartos, e um jeans escuro, com um tênis vermelho. Vesti-me, e olhei para o relógio, já eram 17:40. Teria que sair logo. Jai não mora muito perto, e demoraria a chegar lá.

Deixei meu cabelo solto e não passei maquiagem já que não havia necessidade. Peguei meu celular, e minha chave, coloquei ambos em meu bolso. Sai do quarto, e fui correndo até a porta, novamente minha casa se encontrava em um silêncio tenebroso.

Sai de minha casa, e fui andando quase correndo até chegar à casa de Jai. Eu não sou uma pessoa muito pontual, sempre acabo me atrasando. Cheguei e fiquei um tempo parada em frente sua casa descansando, já estava cansada. Fui até a porta e bati rapidamente, e John atendeu.

– Que cara de sono, você estava dormindo? – ele disse fechando o cenho confuso.

– Oi John, estou bem e você?- Disse irônica, e ele riu. Ele deu passagem para que eu entrasse. Entrei, e me sentei no sofá, logo John fez o mesmo.

– Onde está Jai? – perguntei ao ver que ela não estava na sala.

– Está lá em cima se arrumando, e Anna está com ela, você sabe como Jaime é ,se arruma para ficar em casa… - ele falou fazendo caretas, ri com aquilo - mas então dona Emily, por acaso há algo que você queira me contar?- ele arqueou as sobrancelhas me olhando.

– O que? – perguntei confusa.

– Fiquei sabendo que encontrou o Diamond depois da escola ontem – ele sorriu malicioso, e levantou as sobrancelhas, logo completou a frase- e que quase se beijaram – olhei sem entender para ele. Diamond? Quem é Diamond, cristo? Será que ele se referia a Nicholas?

–Quem é Diamond? Nicholas?- o olhei ainda confusa. John ia responder até que alguém bateu à porta ,e em seguida a abriu.

–Sim, eu sou o Diamond- ele sorriu de canto, e deu uma piscadela para mim. Não acredito, o que ele faz aqui? Tudo bem que ele é vizinho deles, mas ele veio fazer o que aqui... Pedir açúcar?! E ainda por cima escuta atrás da porta.

–O que ele faz aqui John?- sussurrei para que só John ouvisse.

–Eu o chamei para assistir filme com a gente, não quero ficar vendo filmes melosos com três garotas. Isso não nem um pouco agradável, então seja uma pessoa compreensiva, e educada com os convidados- ele sussurrou também. Senti um ser sentando ao meu lado. A pessoa se aproximou, e encostou os lábios em meu ouvido.

–Falando de mim Em?- Nicholas sussurrou, e seu hálito quente me causou arrepios ,eu dei um pulo para trás virando para olhá-lo. Logo ele riu se afastando ao ver minha reação.

–Oi, Nicholas- John cumprimentou Nicholas , para quebrar o clima esquisito que havia se formado entre nós.

–Fala ai, John- Nicholas deu um sorrisinho, e apoiou os braços no recosto do sofá.

O que não foi nada agradável, pois depois disso ele ficou me fitando por um bom tempo sem parar. Quase perguntei se eu estava com lepra para ele fazer isso, mas segurei minha língua. Não estava a fim de arrumar confusão hoje. Por incrível que pareça.

Ficamos ali em um silêncio constrangedor. Logo ouvi alguém descendo as escadas. Até que enfim, eram Jaime e Anna. Poderíamos finalmente assistir esse filme agora. Anna sentou no espaço que havia entre mim e John , e Jai veio até nós ficando na nossa frente.

– Oi gente - disse com um sorriso estampado em seu rosto- como estou?- ela apontou para suas roupas e cabelo esperando que respondêssemos.

– Linda. – eu, John e Anna dissemos. Apesar de John não estar muito animado em dizer aquilo, e ficou com uma cara engraçada.

–Está linda, Jai. – Nicholas levantou, segurou sua mão e logo após beijou sua mão, enquanto me olhava para ver minha reação. Se ele acha que vai me provocar assim, está muito enganado.

–Err obrigada Nicholas… - ela disse sem graça coçando a nuca, e abaixando o rosto. John estava apenas olhando de cara feia para Nicholas.

Ao ver que não dei importância para seu teatrinho, ele sentou com a cara emburrada, e ficou sério. Jai se sentou no outro sofá, e ficou quieta.

– Nós não iriamos ver um filme Jai? – disse a encarando – estamos todos aqui, então coloque o filme- falei aquilo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas na verdade era.

– Não todos – ela disse, e parece que por mágica a campainha tocou, antes que eu pudesse perguntar quem era. Jaime levantou dando pulinhos de felicidade até a porta. Ela abriu, e deu um sorriso de canto.

– Ben! Você veio entre , e por favor fique à vontade - o menino com cabelos loiros, e olhos mel entrou. Se sentou no outro sofá, e Jai sentou ao seu lado. Agora sei porque ela estava toda arrumada, o que um garoto bonito não faz…

Jai ligou a TV, e o filme começou. Era um filme chamado “Querido John”, quando eu vi o nome olhei para o John, e comecei a rir da cara dele que não foi uma das melhores. Ele estava fuzilando com os olhos o menino ao lado de Jai. Apesar de estarem quase sempre brigando, ele odeia ver meninos com Jaime.

No começo achei que seria chato, mas até que o filme é legal. Quando fui olhar para Jaime ela estava abraçada com o tal de Ben. Nicholas me olhava o tempo todo, e depois olhava para John impaciente. Olhei para John, e ele falou algo no ouvido da Anna. Ela deu um risinho, logo se levantou, e John foi atrás dela.

O que esses dois foram fazer? Isso não é normal, eles estão sempre dando foras um no outro e agora estão rindo juntos.

Preferi deixar isso de lado e continuar vendo o filme, acho que sou a única que realmente está vendo. Talvez Jai esteja gostando também, ou esteja fazendo coisa melhor como beijar o “amiguinho” dela. É ela estava beijando o garoto no outro sofá.

Nicholas que antes me olhava a todo tempo, agora parecia realmente estar vendo o filme. Decidi fazer o mesmo, só era meio difícil me concentrar com o casal quase se engolindo no outro sofá…

{...}

Finalmente o filme acabou, até que foi um bom filme. Retirando o fato de ninguém ter assistido, a não ser eu e Nicholas. Ele estava em uma ponta do sofá, e eu na outra, até estranhei o fato dele não ter soltado nenhuma piadinha ou cantada para cima de mim durante o filme.

Levantei-me e fui até a cozinha beber água, e pegar algo para comer. Já que ninguém se lembrou da pipoca, e eu estava com fome. Ao chegar lá vi a porta dos fundos sendo aberta, e John e Anna saindo dela rindo estranhamente. Então é ai que eles estavam durante todo o filme.

Já é anormal eles não terem se matado enquanto ficavam sozinhos, quanto mais estarem rindo. Abri a geladeira para pegar a jarra d’água, e não tirei o olho deles. Ao perceber John ficou sem graça, logo saiu de lá e Anna foi atrás.

Vi que tinha refrigerante na geladeira, e é claro que eu peguei ao invés da água. Peguei alguns copos para levar para eles, levei a garrafa e os copos para a sala. Ao chegar à sala distribui os copos e coloquei para mim, e cada um foi colocando por conta própria.

Voltei à cozinha, e fui até o armário e peguei um pacote de salgadinhos para mim. Ao me virar dei de cara com o Nicholas, e quase derrubei o refrigerante em cima dele, se bem que seria engraçado.

–Quer ajuda? – ele perguntou, e eu assenti. Tudo bem que eu não vá muito com a cara dele, mas ele fará algo que preste para mim, então eu aceitei.

– Leva esses salgadinhos para o pessoal.- dei os salgadinhos em suas mãos. Sem negar ele levou para a sala, fiz o mesmo e fui até lá.

Voltei para sala, e todos estavam comendo os seus devidos salgadinhos. Sentei ao lado de Anna, já que John sentou no meu lugar , ele e Nicholas falavam de alguma coisa. Não sei bem sobre o que falavam, mas John não parecia muito contente.

Depois que eu comi me levantei, e verifiquei se estava tudo em meus bolsos. Terminei de beber o que ainda tinha em meu copo, e o pus em cima da mesa de centro.

– Bem pessoas vou indo, já que estou a pé não quero ficar até mais tarde – acenei, e fui até porta, ouvi todos gritando tchau, menos Nicholas.

Parece que ele desistiu de dar em cima de mim, não pensei que seria tão fácil. Só foi preciso alguns dias para ele desistir.

Abri a porta rapidamente e sai, quando comecei a andar ouvi o barulho da porta sendo aberta, e também ouvi passos rápidos atrás de mim. Alguém segurou minha mão, e puxou de encontro a seu rosto, ficando cara a cara.

–Aonde uma menina indefesa vai desacompanhada essa hora da noite - ele foi irônico e eu quase ri com aquilo, eu indefesa, está bem…

– Não se faça de sonso Nicholas, você sabe muito bem que estou indo para casa- Revirei os olhos, e continuei- e indefesa? Eu? Você não sabe nada sobre mim mesmo…

–É, mas eu poderia saber – ele deu seu sorriso malicioso de sempre- bem.. Mas se quiser eu posso te dar uma carona no meu carro…

– Pode ser.– sorri – onde está o carro?

– Espera ai, pensei que você ia negar – ele deu uma risada nasalada, e voltou a olhar para mim.

– O que foi? Você acha que eu gosto de andar? Não, eu não gosto muito menos sozinha à noite. Mas se era para eu dizer não, estou indo - disse me virando, e antes que eu fosse embora ele se pronunciou:

– Espera eu não disse isso, só fiquei surpreso com sua resposta - ele olhou para baixo sorrindo – realmente você é diferente das outras, Emily - ele voltou a olhar para mim, achei estranho pois sua última frase não teve um pingo de ironia.

– É , eu avisei a você – disse dando de ombros. Ele se virou, e foi até seu carro, e eu o segui. Nicholas abriu a porta do carro para mim, e logo entrei.

Sentei, apoiei o cotovelo no carro, e meu rosto em minhas mãos, fiquei calada. Ele deu a partida no carro, e um silêncio pairou no carro. Não acho uma boa ideia dar assunto para o Nicholas, mas estava um tédio.

– Então Nicholas, você gostou do filme né? Percebi seu interesse por ele- disse levemente sarcástica, e virei meu rosto para ele. Ele riu, e me respondeu sem parar de olhar para frente.

– Na verdade gostei mais de assistir ao filme sozinho com você –respondeu Nicholas malicioso.

– Nicholas, não estávamos sozinhos a... - ele não deixou eu terminar, e logo disse:

– Ah vai dizer que não percebeu que a Jai saiu dali com o amigo dela na metade do filme, e no final voltou, parece que você estava realmente interessada em ver o filme Emily – ele disso rindo da minha cara.

–Era melhor do que ter sua companhia – eu sorri cinicamente para ele.

– Ai essa doeu– ele colocou a mão no peito, e fez cara de triste - assim você me magoa, Em – ele começou a rir logo após a frase.

– Você é muito sonso garoto - disse olhando para a janela do carro.

– Eu sei e você adora isso – ele deu de ombros, e parou o carro.

Espera ai, em momento nenhum eu disse onde eu morava. Para onde esse doido me trouxe. Olhei para a janela, e era minha casa. Me virei rapidamente o encarando incrédula, e disse:

– Nicholas, como você sabe onde eu moro?- arquei as sobrancelhas, e sem querer acabei me projetando para frente.

– Eu já te trouxe em casa, e ainda quer que eu libere minhas fontes?- ele percebeu que eu não estava brincando, e respondeu- Só perguntei para a Jai e ela respondeu -Tinha que ser a Jai, ela fala tanto que nem sente quando passa informações para os outros.

– Só o que me faltava agora, Jai é sua cumplice..- balancei minha cabeça negativamente olhando para baixo- bem vou indo Nicholas, obrigada por me trazer aqui- Antes que me virasse para abrir a porta, Nicholas me perguntou:

– Não está se esquecendo de nada Em? – ele me olhava de forma extremamente sedutora, e seus olhos verdes brilhavam. Não gosto de olhar nos olhos de Nicholas, há algo em seu olhar que me deixa completamente perdida.

–Não – no momento em que eu iria me virar ele segurou-me pela nuca e aproximou nossos corpos, acabei me desiquilibrando e caindo apoiada em cima dele.

Ele foi chegando mais perto, e já sentia sua respiração quente. Nossos lábios estavam muito próximos. Ele ligeiramente beijou o canto da minha boca, e quando ele iria beijar-me, eu me apoiei nele e me afastei.

– Acho que não será hoje Nicholas –sorri , e me virei para abrir a porta do carro. Ele se aproximou ,e falou em meu ouvido com sua voz perfeitamente rouca.

– Pode não ser hoje Em , mas quando menos esperar estará em meus braços - ele e essa mania de falar as coisas em meu ouvido , não sei como ainda me surpreendo. Virei-me para ele incrédula, e ele se encontrava muito próximo, estava apoiado em meu banco.

– Se eu fosse você não pensaria dessa forma, por que de tanta garantia ?- O contestei, enfim resolvi entrar no joguinho dele.

– Eu sei que me quer Em, só não admite. Desde que me viu eu percebi o jeito que você me olha – ele vinha se aproximando gradativamente- e cai entre nós, se você pudesse, já teria me beijado há muito tempo - Eu estava encostada na porta por conta de sua proximidade.

Extremamente convencido, mas se ele quer jogar vou mostrar como se joga. Abri a porta do carro lentamente, e quando ele ia me beijar sai do carro,fechei a porta com força dando com a porta quase na cara do Nicholas. Após o ato fiquei um tempo parada rindo da cara de idiota que ele ficou do lado de fora do carro, ele abriu o vidro lentamente e disse:

– Sempre fugindo de mim Em, eu sei está louca para me beijar, vamos ver até onde você vai com isso - ele piscou, e deu a partida , e saiu tão rápido dali que nem tempo me deu de responde-lo.

Fui até a porta de minha casa rindo não sei nem porque, e antes de abri-la reparei alguém vindo ao longe. Era um garoto, ele estava com um casaco com capuz e andava de forma esquisita. Estava carregando uma mochila nas costas, parei e fiquei a observa-lo. Meu sorriso se fechou e fiquei com a expressão séria, espremi meus olhos para que pudesse vê-lo melhor. Espera eu o conheço ...