Era intervalo na faculdade, e eu fui até o jardim testar a minha câmera fotográfica nova. Eu gostava muito de tirar fotos, era um dos meus hobbies favoritos. A minha faculdade era enorme e os jardins de lá também, eram lindos!

Eu estava me divertindo com as fotografias, aproximando, afastando, mudando a claridade, e tudo mais, quando o Murilo, o meu colega que apresentei antes, aproximou-se falando:

Você gosta tanto de fotografar, já pensou em trabalhar com isso?

Não, isso é só um hobbie. Quero seguir na Engenharia Elétrica, afinal, a faculdade é difícil, não quero que seja em vão tudo que já estudei.

É, acho que você deve estar certa.

Sentei na grama e observei, Murilo sentou ao meu lado. Sorri um pouco inconscientemente.

Por que está sorrindo?

Bom, é que eu fico imaginando o primeiro aninho do Gustavo.

O futuro filho da sua irmã, certo?

É. A Carol falou que se eu quiser fotografar ela apoia, e sem dúvidas eu vou querer!

Eu poderia dar uma passada na sua casa para vê-la, faz tempo que não a vejo.

Pode ser, a gente pode ir assim que acabar a aula. Eu nem vou na última, não tem nada importante.

É. Okay, então.

Mais tarde, Murilo e eu estávamos indo para a casa juntos em silêncio, quando ele puxou assunto:

A sua irmã é mesmo corajosa, ter um filho e uma vida feita tão cedo.

Pois é, ela pensou bastante nisso e decidiu que queria, só me resta apoiar.

E você, não deseja constituir uma nova família?

Penso, mas por enquanto não, acho que ainda tenho tempo para isso.

E a conversa silenciou por aí. Chegamos em casa, a Carol estava lendo um livro de Biologia na sala.

Oi Murilo, a quanto tempo não te vejo!

É, e esse garotão, como vai?

Agitado disse ela com um sorriso maravilho. Mas e vocês dois?

Nós?! falou ele arqueando as sobrancelhas.

É. Vocês não...

Nós nada cortei o assunto rapidamente , eu vou fazer um sanduíche para mim, vocês querem alguma coisa?

Os dois negaram com educação. Voltei com apenas o meu sanduíche em mãos.

Mas assim que você acabar de ler, empresta? Peguei a conversa pelo meio.

Emprestar o quê? perguntei entrando.

Olha só, bem intrometida você, né?! brincou Murilo.

Ah, me desculpe então! falei num tom debochado.

Mas voltando ao assunto, empresto sim! disse a Carol. É um livro muito bom, tenho certeza que você vai gostar!

O Murilo lendo um livro? Isso é possível?!

Para a sua informação, Catharina, eu gosto sim de ler! Quer dizer, depende do livro. Mas adoro histórias de aventura e ação, que por acaso, são justo os gêneros do livro que a Carol comprou.

Eu havia comprado na livraria à mais ou menos duas semanas, só que perdi. Mas consegui achar antes de ontem contou ela.

Ficamos conversando por um tempo, o Murilo parecia mais simpático do que de costume. Na verdade ele e a minha irmã não eram tão íntimos quanto pareciam, ele só havia estado na minha casa ou visto ela poucas vezes, mas mesmo assim conseguia conduzir a conversa como se já à conhecesse bem. Ele ficou por quase duas horas, e então achou melhor ir.

Aparece aí, eu adorei a sua companhia! murmurou minha irmã.

Claro, eu gostaria muito! Até outro dia, então.

Ele levantou-se e eu o acompanhei até a porta, ele passou pelo vão e virou-se para mim.

Sua irmã é muito simpática disse. Gostaria mesmo de vir aqui mais vezes, quer dizer, se você não se incomodar.

Eu não vou. Pode vir, eu acho que é até bom a Carol fazer mais amigos e estar com pessoas legais nesse momento. Olhei para ela, que estava sentada no sofá, mas não escutara a conversa.

Entendi.

Só que não entendi esse interesse repentino por visitar a minha irmã, você não à conhece tão bem quanto pareceu.

Na verdade ele fez uma pausa , eu também queria conhecer um pouco mais de você. Quando você fala da sua irmã, parece que você tem tanto carinho por ela, e eu fiquei interessado em conhecer essa parte de você... Continuou Senti que ela te completa, ela é uma boa pessoa.

Eu sei, eu a amo muito, e sem dúvidas vou amar o pequeno Gustavo quando ele chegar falei não contendo um sorriso ao final.

Você fica mais doce perto dela, seus olhos brilham e ele aproximou-se em um passo , eu...

Bom, preciso entrar recuei. Até amanhã. Segurei a fechadura da porta, como se tivesse esperando ele retirar-se para fechá-la.

Ok.

Fechei a porta e fiquei olhando televisão enquanto a Carol acabava de ler.