POV Tetsui:

A partida não demorou a começar estávamos na semifinal do campeonato e chegamos sem nenhuma derrota, éramos um bom time, tínhamos bons atacantes, bons zagueiros e boas táticas, mas mesmo assim nosso técnico sempre ficava nervoso durante as partidas, berrava o tempo inteiro e às vezes arrumava umas confusões e era expulso de campo, ele era careca, mas não completamente e deixou um tufo de fios ficarem mais compridos e jogou-o para o lado em uma tentativa frustrada de não parecer careca, todas as vezes em que ele se irritava e ficava gesticulando durante o jogo o tufo se soltava ficando fora do lugar mostrando sua careca lisa e brilhante, eu sempre ria e aquilo acabava me desconcentrando e todas as vezes que deixava a bola passar era por esse motivo, ele berrava ainda mais, Yuki era o único que sabia disso e acabava rindo da situação. Mas hoje por algum motivo minha concentração foi tirada e não foi por isso, foi por causa da garota do corredor a tal Mei, ficava martelando na minha cabeça o porquê dela ter feito aquilo, muitas meninas se aproximavam, agarravam, mas atacar da maneira que ela fez nunca havia acontecido. Não que eu nunca tivesse ficado com meninas, claro que já fiquei, principalmente quando tentava entender o que eu sentia por Yuki, foi uma fase louca, eu ficava com as meninas na tentativa de negar o que eu realmente sou ou de fazer eu me esquecer de quem eu gosto mesmo, que é do meu melhor amigo, mas uma tentativa falha, então eu resolvi apenas parar de remar contra a maré e continuo esperando pelo dia em que Yuki sinta o mesmo por mim

— Tetusi se concentra ok? – Yuki dizia seriamente para mim. – Não chegamos até aqui para perder esse jogo porque você está com a cabeça em uma garota vulgar! – Pude ver um brilho diferente em seus olhos, mas como ele poderia saber da tal garota, estaria ele em minha mente, seria eu tão transparente assim ou ele simplesmente viu a menina me atacando? Merda! Mil vezes merda! Sacudi a cabeça e voltei meus pensamentos ao jogo.

POV Yukito:

Tetsui não estava nada bem, o que quer que ele sentisse por aquela garota estava o deixando extremamente desconcentrado, eu não queria perder o jogo, chegamos até a semifinal e não deixaria que ele pusesse tudo a perder por uma menina vulgar, tive que ser grosseiro e falar para ele e acho que isso o fez acordar, pois voltou a se concentrar no jogo. Não fizemos uma partida memorável, mas ganhamos e avançamos para a final.

— Jogo merda Tetsui, precisa deixar suas conquistas fora do campo.

— De onde você tirou isso Yuki? – Ele me perguntava com um olhar curioso.

— Eu vi vocês se atracando no corredor. E ela é uma torcedora do time adversário, estou te desconhecendo.

— Não estávamos nos atracando, ela me agarrou! Sabe muito bem que eu... – O cortei.

— Sei o que Tetsui? Depois de como agiu hoje já não sei de mais nada. Agora com licença, eu preciso tomar banho que ainda vou estudar, pois tenho que ir trabalhar depois, não sou um menino rico e mimado que apenas vai trabalhar para aprender uma lição do pai.

— Hei por que está me ofendendo? Vencemos essa merda de jogo, não vencemos?

— Merda de jogo? Pode ser merda para você já que seu futuro não depende disso, seu riquinho metido! Mas para mim é a minha vida e não vou deixar que você acabe com tudo por causa de uma vadia!

— Qual é o seu problema Yuki?! – Ele dizia puxando seus próprios cabelos e depois socando a parede.

— Meu problema? Minha cabeça estava no jogo, me diz você qual o seu problema? – Esperei por alguns instantes, mas a resposta não vinha, Tetsui abria e fechava a boca, mas parecia que não conseguir falar. – Quer saber, já perdi tempo demais, preciso ir.

— Ah! – Ouvi o grito de Tetsui e uma forte pancada em um dos armários do corredor.

Segui para o vestiário, tomei uma ducha, me vesti com minha cueca, uma calça jeans, uma camiseta preta e um tênis, depois apenas trocaria a camisa pela camisa do uniforme da “Ler”, segui até a biblioteca e fui estudar.

POV Tetsui:

Yuki conseguiu me tirar do sério, eu socava a parede para não socar a cara dele, com que direito ele falava daquela maneira comigo, estava cheio de ódio por causa de uma merda de jogo? Como aquilo poderia ser a sua vida...? Eu sou mesmo um idiota... Aquilo era a vida dele, ele precisava da bolsa na Universidade, durante todo o campeonato os olheiros das faculdades estavam presentes e a qualquer erro ele poderia perder a bolsa, mas eu como um riquinho mimado não me importava, não precisava de bolsa para estudar, pois meu pai tinha dinheiro e poderia pagar meus estudos, mas Yuki não. Porém sua raiva não era toda por isso ele também tinha raiva da garota, ele viu o beijo que a garota havia me dado e estava com raiva por ela ter se atracado comigo... Será que... Não, claro que não, eu quero tanto isso que fico imaginando coisas.

Segui para o vestiário, mas Yuki já havia saído, assim como os outros rapazes do time, tirei meu uniforme e fui tomar um banho, enquanto me ensaboava senti duas mãos me agarrarem por trás e era ela, Mei.

— Mais que...

— Shiu... Não diga nada e apenas aproveite o momento. – Ela me acariciava.

— Garota, só pode estar louca!

— Sim, por você. – Ela sorriu quando eu me virei de frente para ela, Mei estava completamente nua.

— Menina, recomponha-se e não seja tão vulgar, rapazes não gostam de moças assim. – Peguei minha toalha e joguei sobre seu corpo. – Vista sua roupa e saia daqui, não quero nada com você. – Ela tombou a cabeça para o lado e me olhou curiosa, seus olhos brilhavam mais pelas lágrimas que começaram a cair em seguida, fechei o chuveiro.

— Me disseram que... – Ela dizia fungando. – você gostava de meninas atirada...

— Quem te disse isso?

— Minhas fontes, é claro. – Ela agora se cobria com a toalha e secava suas lágrimas com o braço molhado.

— Mei, garoto algum vai querer algo sério com meninas assim. E eu não curto isso. Apenas vista-se, você já me causou problemas demais por hoje.

— De-desculpe Tetsui, eu não queria te causar problemas, queria apenas te conquistar. Você não sabe, mas eu gosto de você faz tempo.

— O que?

— É, eu venho acompanhando os jogos do campeonato desde o início, fui a todos os jogos da sua escola tiro fotos, venho fazendo pesquisas sobre você, sei que seu melhor amigo é Takagawa Yukito o artilheiro do time e do campeonato, sei que você não tem namorada, teve apenas alguns casos durante o ano passado e todos com meninas mais atiradas, por isso pensei que se eu fosse atirada você me notaria.

— Você normalmente, não é assim? – Ela apenas negou com a cabeça deixando uma lágrima cair de seus olhos, gentilmente passei meu polegar em seu rosto secando a lágrima.

— Menina isso é muito complicado. Você se equivocou e muito.

— Droga eu sou uma boba e agora estou aqui nua chorando na sua frente e estou com vergonha de vestir minha roupa vulgar novamente. – Mei chorou ainda mais.

— Não se preocupe, trago sempre uma roupa reserva em dias de jogos, o que acha de eu te emprestar minha roupa? Sou magro mesmo, não deve ficar tão larga em você. – Mei acenou afirmativamente. Peguei uma calça e uma blusa e emprestei a menina que vestiu e se sentiu mais a vontade.

— O-Obrigada Tetsui, prometo te devolver suas roupas bem limpinhas. – Ela sorriu enquanto ajeitava os cabelos prendendo-os em um rabo de cavalo. Eu terminei meu banho e me vesti, ela já tinha visto tudo mesmo então não me acanhei. Me sequei e me vesti. – Você é bem bonito sabia?

— Não vamos recomeçar Mei.

— Tudo bem já entendi, foi apenas um elogio. – Ela revirou os olhos. – O que vai fazer agora?

— Não sei, estava pensando em estudar, minhas notas estão baixas... – Passei a mão atrás da cabeça.

— Hum está em dúvida com o quê?

— Tudo...? – Ela arregalou os olhos e depois sorriu.

— Então estou aqui para te ajudar! Vamos para a biblioteca agora. – Ela dizia já me puxando.

— Hei Mei, espere aí.... – Não tive como contestar, Mei era forte para uma pessoa tão pequena e me puxou para a biblioteca, entramos rindo e dei de cara com Yukito sentado em uma das mesas estudando, ele nos olhou por cima de seus óculos com muita raiva, pois fazíamos um imenso barulho.

— Tetsuiu aquele não é o Yukito?

— Sim, é ele sim, sempre vem aqui estudar.

— Ah por isso ele é o primeiro no ranking. – Eu assenti. – E por que não estuda com ele? – Apenas dei de ombros. – Hum... – Ela disse. – Vamos, vamos nos sentar na outra mesa para não atrapalhar seu amigo. – Passamos por Yuki e eu sorri, mas ele fechou a cara e voltou a olhar para seus livros. Sentei com Mei três mesas depois da dele, resolvi ficar de costas para ele apenas para não me distrair com sua figura séria, compenetrada e linda.

Mei me ajudou bastante, como nunca pude imaginar que me ajudaria e até que ela era bem legal, como nunca poderia imaginar que seria. Mei é alegre e sorridente e cora por qualquer coisa, não sei o que levou ela a agir daquela maneira mais cedo se é assim tão envergonhada, mas resolvi deixar pra lá, por hora.

— Obrigado Mei, você me ajudou bastante.

— Oh não me agradeça, apenas tire boas notas. – Ela disse sorrindo e corando.

Quando deixei a Biblioteca Yuki já não estava mais lá.

— Para aonde vai agora Tetsui?

— Para meu primeiro dia de trabalho.

— Hã? – Ela me perguntou espantada.

— Pois é, por conta das minhas notas baixas meu pai cortou minha mesada e está me obrigando a trabalhar, mas por favor não divulgue isso em seu jornal ok?

— Não, eu nunca divulgaria nada sobre você em meu jornal, a não ser sobre sua desenvoltura no campo, é claro. – Ela sorriu. – Como você reagiu com a notícia de ter que trabalhar?

— Até bem, eu acho. Vou trabalhas na “Ler” é a livraria que pertence a editora do meu pai e irei trabalhar junto com Yukito, então não me importo. – Dei de ombros. – Será legal.

— Você e Yukito são amigos há muito tempo?

— Sim, durante toda a minha vida. – Sorri ao lembrar dele.

— Você gosta muito dele não é?

— Sim, gosto dele.

— E por isso nunca vai poder gostar de mim. – Ela disse simplesmente e sorriu, um sorriso sincero que atingiu seus olhos.

— O que?

— É, eu vi vocês dois em campo e o modo que ele te abraçou depois de jogar a bola em seu rosto, vi como ele me olhou na arquibancada e quando entrei aqui com você e vi como você olhou para ele. Seus olhos brilham quando fala de Yukito e seu sorriso fica ainda mais amplo. Você não só gosta dele, você gosta, gosta dele.

— Não eu... – Respire profundamente. – Sim eu gosto, gosto dele. – Sorri. – Mas ele não sabe.

— Mas ele precisa saber! – Ela disse se debruçando na mesa quase colando seu rosto ao meu, seus olhos estavam arregalados.

— Não, ele não sente o mesmo por mim.

— Desculpe Tetsui, mas você é um idiota!

— O que? – Ela voltou a se sentar na cadeira encostando as costas na mesma e cruzando os braços fazendo seus seios se elevarem e bufou.

— Vocês meninos são mais idiotas que nós meninas, não vê que ele está com ciúmes de você, não vê que ele gosta, gosta de você?

— Não... Yukito não gosta, gosta de mim.... – Mas será?

— Se você não tentar nunca vai descobrir.

— Como devo agir?

— Acho que você está pedindo conselho para a pessoa errada. Eu, a menina que te agarrou no corredor, que estava vestida vulgarmente e depois apareci completamente nua em seu chuveiro... – Ela corou.

— É, acho que definitivamente estou me aconselhando com a pessoa errada. – Eu ri e ela me mostrou a língua fazendo bico em seguida. – Aonde mora, Mei?

— Não longe daqui.

— Te deixo em casa então.

— Obrigada, mas não precisa. Tenho que ir ao centro comprar algumas coisas.

— Então venha comigo, estou indo mesmo para lá, trabalho lembra?

— Ah é mesmo.

Caminhei com Mei até o metrô e nos dirigimos até o centro.

POV Yukito:

Maldito Tetsui, mesmo depois de eu ter dito tudo sobre aquela garota ele ainda a esfrega na minha cara e na biblioteca, no lugar aonde sempre vou para estudar, acabei me desconcentrando quando eu os vi entrar e ela ainda vestia uma das roupas dele, estavam os dois com os cabelos molhados e com certeza eles tinham transado no vestiário do ginásio, aquele maldito! E eu nem sei por que estou com tanto ódio assim, só sei que deixei a biblioteca mais cedo, resolvi dar espaço para os pombinhos e fui caminhar um pouco, de tanto caminhar cheguei ao centro e estava diante da livraria, respirei fundo já que teria de aturar Tetsui aqui também, não era justo, eu precisava desse trabalho e ele não, aquele idiota preguiçoso só iria me atrapalhar. Entrei, cumprimentei meus colegas e fui trocar minha camisa no banheiro, deixei minhas coisas no armário para funcionários e me posicionei no meu local na loja esperando pelos clientes.

Tetsui já estava atrasado, como sempre se atrasava para tudo, respirei fundo e baixei a cabeça, quando levantei novamente o avistei pela vitrine da loja e ao seu lado a tal garota vulgar ainda vestida com as roupas dele, eles sorriam e caminhavam lado a lado, se despediram com sorrisos e beijos no rosto, Tetsui ainda a beijou na testa e a abraçou e eu bufei.

— Obrigado por tudo Mei. – Pude ler seus lábios e ela sorriu, deu meia volta e seguiu seu caminho, Tetsui entrou, passou por mim apenas acenando, não acenei de volta, me virei e caminhei até um cliente que entrava. Tetsui foi se apresentar ao gerente da loja.

— Hei Yukito. – O gerente me chamava.

— Sim Hiroki.

— Acho que conhece Tetsui, ele é filho do senhor Minamoto. – Eu assenti.

— Sim, estudamos juntos. – Disse de maneira enfadonha.

— Não só isso, somos amigos durante anos não é Yuki? – Tetsui disse com uma aparência feliz.

— É, é isso também.

— Então não terá problemas em ser o instrutor de Tetsui, deixo ele em suas mãos, explique o trabalho por aqui e treine-o para que seja tão bom funcionário quanto você é.

— Mas isso será impossível... – Disse um pouco baixo.

— Oras não me subestime Yukito, posso ser melhor que você, quer pagar para ver? – Tetsui disse com um sorriso travesso nos lábios. E eu arqueei minhas sobrancelhas em surpresa.

— Vamos, me acompanhe.

— Aqui nessa máquina você passa o código de barras e ela te dá o valor e as características do livro, nesse lugar, digitando o nome do livro, ou autor ou editora você encontra o livro onde ele estiver dentro da loja e se temos o livro em questão até mesmo a quantidade em estoque. – Eu explicava e Tetsui observava tudo atentamente. – Cada venda que você efetuar entregue um código ao seu cliente junto com o livro e o encaminhe ao caixa, a cada venda registrada em seu código você recebe uma comissão, dependendo do valor em produtos que seu cliente comprar. Ali temos a área de leitura e temos alguns artigos disponíveis para isso, ali em cima é o café. Aqui é a área adulta, temos que ter cuidado com quem entra nessa área, ela é restrita, temos a área livre dividida por área de interesse, ali em cima além do café temos os livros divididos por área de estudo, naquela parte recuada temos as revistas e a área de quadrinhos e mangás ao lado da área infanto-juvenil, em seguida a área infantil, enfeitada com ursinhos e bichinhos. Do lado esquerdo temos a papelaria. Agora vamos ao estoque.

— Tudo bem. – Ele disse me seguindo.

— Aqui é onde ficam os livros em estoque e os objetos da papelaria, o estoque do café é separado deste aqui e não temos acesso a ele, apenas quem trabalha lá é que tem.

— Certo chefe. – Ele disse batendo continência.

— Não sou seu chefe.

— Hum, pensei que fosse. Se não é meu chefe o que é então?

— Sou um funcionário da “Ler” como você, só que mais antigo.

— Ah tá, pensei que fosse meu amigo também. – Ele disse entristecido.

— Tetsui você é um idiota... – Ele arregalou os olhos. – Mas ainda é meu amigo.

— Seja lá o que eu disse ou fiz a você Yuki, me desculpe.

— Não, eu que peço desculpas, estava com a cabeça no jogo e me deixei levar.

— Tem certeza que foi só isso? – Ele me perguntou levantando uma sobrancelha, acho que corei, pois senti meu rosto queimar, mas afirmei que tinha sido só aquilo e o que mais seria?

— Sim, foi só isso, vamos continuar?

— Vamos, claro. – Ele disse desanimado. Terminei de mostrar a ele toda a loja e falei como era a dinâmica de trabalho, disse que cada grupo de cinco vendedores tinham as suas áreas específicas para ficar e atender aos clientes, a minha era a área infanto-juvenil, mangás e revistas, a mesma onde Tetsui ficaria, já que eu era o encarregado de ensinar a ele.

— Como nossa área é a que mais vende fique atento, pois é a mais cheia de jovens e alguns entram para roubar.

— Roubar, sério?

— Sim, mas é furto, eles escondem um livro, um mangá ou quadrinho é sempre a mesma coisa.

— Como agimos?

— Apenas informamos ao segurança e ele se encarrega de tudo.

— Ah ok. Se é assim, menos mal.

— Ali é a área dos caixas, também não temos acesso a ela, a não ser que seja nosso dia de trabalhar no caixa entendeu?

— Terei que trabalhar no caixa?

— Sim, mas como está começando hoje isso não acontecerá tão cedo.

— Ótimo, mas que hora saímos daqui?

— Você mal entrou e já quer sair? – Bufei – Saímos as dez.

— Muito tarde.

— Acostume-se, será assim todos os dias seu preguiçoso.

— Como vou conseguir fazer tudo isso, ficar o dia inteiro na escola, jogar o campeonato, trabalhar até as dez e ainda conseguir estudar?! – Bufei mais uma vez e revirei os olhos, Tetsui era mesmo um idiota e não pensava antes de falar, dei as costas e fui atender uma cliente que me pedia ajuda.

POV Tetsui:

Mais uma vez falei besteira, Yuki estava me ajudando a me ambientar, ele estudava o dia inteiro, treinava e jogava para o campeonato, estudava depois das aulas e trabalhava todos os dias até às dez da noite e ainda assim era o primeiro do ranking e eu aqui chorando querendo saber como conseguirei realizar o mesmo feito. Yuki é mesmo demais, muito melhor que eu e nunca olharia para um idiota como eu, Mei estava errada. Suspirei em frustração, estava perdido em meus pensamentos até que fui acordado por um cliente.

— Hei moço.

— Ah, oi, desculpe, em que posso ajudar? – Perguntei e sorri.

— Queria este livro aqui, mas não encontro. – Ele me mostrava um papel com o nome do livro escrito.

— Ok, vou olhar para ver se temos na loja.

Fui até o computador e digitei o nome do livro que o rapaz queria, como Yuki disse o programa me indicou todos os dados do livro até mesmo em qual lugar da livraria eu iria encontra-lo, segunda prateleira dos livros infanto-juvenil, peguei o livro inseri meu código e entreguei ao rapaz.

— Deseja algo mais?

— Não, é só isso mesmo muito obrigado.

— De nada e volte sempre. – Direcionei o rapaz ao caixa.

— Parabéns Tetsui, fez sua primeira venda. – Yuki surgiu atrás de mim falando muito próximo ao meu ouvido, não queria, mas me arrepiei. Virei para ele e sorri.

— Obrigado por me ajudar. Como eu disse, pretendo ser melhor que você. – Me virei novamente ficando de pé em meu lugar de venda já atendendo a outro cliente. Yuki me fitava de longe, mas ele sorria.