Quando acordei no dia seguinte, estava exausto, não só meu corpo como também a minha cabeça estavam. Meu futuro todo poderia ser decidido em um só dia, era a primeira vez que conversaria com cada uma delas, e teria de eliminar no mínimo cinco, pensei que estivesse preparado para isso, mas não estou, pensei que já tivesse tudo resolvido, mas não tenho. Não vou mentir, tenho uma ideia de quem eliminar, mas meu maior medo é conversar com todas elas e não querer eliminar nenhuma. A principio queria eliminar só três, então meu avô e meu pai vieram e me disseram que tenho que eliminar no mínimo cinco para o povo saber que eu estou no controle e que sei o que quero. Ma tem um problema em tudo isso, eu não sei o que quero!

Me levantei e fui direto para o banheiro, joguei água no rosto para acordar e logo Felicia apareceu.

– Bom dia vossa majestade, achei que o senhor ainda estaria dormindo, está bem cedo ainda.

– Bom dia Felicia, ah, não consegui dormir direito, afinal não é todo dia que se pode perder o amor da sua vida. – brinquei fazendo- a rir.

– Quer que eu lhe prepare um banho ? – perguntou e eu fiz que sim.

– Se não for incomodar. – falei e ela riu.

– É o meu trabalho majestade.

– Obrigado mesmo assim. – ela sorriu e foi até o banheiro preparar meu banho.

Comecei a procurar uma roupa descente, afinal, seria meu primeiro café da manhã ao lado da minha futura esposa. Peguei meu terno preto favorito e uma camisa cinza, mas não sabia que gravata usar, coloquei a roupa sobre a cama e procurei por sapatos, os achei e que coloquei por perto, apesar de ter criadas para isso, eu gostava de escolher minhas próprias roupas, não que Felicia não soubesse meu estilo, ela sabia, mas nada se compara a você mesmo escolher o que quer vestir.

– Pronto majestade. – ela falou e eu a agradeci. – O que precisar é só me chamar.

– Obrigada, Felicia.

Fui indo até o banheiro, e ela ficou no meu quarto para arrumar a cama. Entrei no banho e me relaxei, todas as frustrações tinham ido embora, e minha mente estava vazia, até que o encanto se quebrou quando alguém entrou rasgando no banheiro.

– O que foi ? – perguntei sem entender nada.

– Cara, você não vai acreditar. – falou Will e eu comecei a rir, aquela voz dele é porque ou era briga de mulher ou alguma coisa com mulher.

– O que foi agora Will ?

– As mulheres, cara. As suas mulheres. – ele falou e eu comecei a rir ainda mais.

– Seja mais especifico Will, tem trinta e cinco mulheres aqui, pode por favor me falar o que tá acontecendo ?

– Suas irmãs e sua mãe as convidaram para passar a tarde na piscina, para comemorar aquelas que ficarem.

– Na... pis... pisci...piscina ?

– É cara, na piscina. Imagina trinta garotas semi nuas na sua piscina.

– A piscina não é minha.

– Isso não vem ao caso, elas estarão lá.

– Da onde é que minha mãe tirou essa ideia maluca ?

– Na verdade, a ideia foi da America.

– Eu amo minha irmãzinha. – falou o príncipe e os dois começaram a rir. – Mas se minha irmã te vir espionando junto comigo, você é um homem morto.

– E eu não sei ? Sei que você vai querer tirar fotos, e sei que Amberly estará lá, direi que estava vendo ela e não as outras.

– Acha que ela vai cair nessa ?

– Não. Mas não custa nada tentar. – brincou o moreno e os dois riram. – Cara, você tá pelado ?

– É o único jeito de se tomar banho.

– Vou cair fora que isso tá ficando gay demais, até pra mim. – falou Will e saiu do banheiro. –Te vejo mais tarde.

Terminei meu banho minutos depois e logo sai do banheiro, chegando no meu quarto notei que havia uma gravata preta e que tinham trocado a camisa por uma meio azul com a gola branca. Nunca tinha visto essa camisa antes, tinha um bilhete do lado e eu comecei a rir quando o vi.

Querido Théo, queria que ficasse mais bonito hoje, mais do que já é. Meu gosto é muito melhor que o seu, então te dou essa camisa de presente, fique lindo.

Com amor, sua gatinha.

PS: Will escreveu a carta pra mim, essa letra feia é dele.

Morri de rir, America era a melhor irmãzinha do mundo todo. Coloquei minha roupa, escovei os dentes, passei perfume e finalmente desci. Minhas mãos tremiam e eu não entendia o porque, eu nunca fiquei assim antes, sempre fui confiante e rápido com as coisas, decidido e lógico. Mas agora era diferente, era meu futuro, a única mulher com quem eu dormiria pelo resto da minha vida estava naquela sala, a mãe dos meus filhos, minha melhor amiga. Isso deixaria qualquer um a beira de um ataque de nervos.

Continuei meu caminho pelas escadas e assim que cheguei ao salão de jantar, olhei diretamente para a mesa delas, estava lotada de garotas, conversando e rindo, baixo, não dava nem sequer para saber sobre o que estavam falando. Minha família estava sentada a frente, Amberly ria de algo que Will e America conversavam. Meus pais conversavam com meus avós sobre o futuro da seleção, mas eu não conseguia parar de encarar a mesa das selecionadas.

Me sentei em meu lugar e logo vieram me servir suco de melão, meu favorito. America começou a me encarar, e isso estava me assustando.

– O que foi gatinha ? – perguntei e ela fez cara de brava.

– Você nem sequer agradeceu o presente. – ela falou e eu sorri.

– Eu amei a camisa, muito obrigado mesmo gatinha. O que você achou ? Fiquei bem ?

– Você está um espetáculo. – comentou minha mãe.

– Oh, obrigado mãe. – agradeci e ela sorriu.

– Também achei, um espotáculo. – comentou America, tentando imitar a mãe.

– Não, gatinha, é espetáculo. – comentei e ela voltou a se emburrar.

– Eu sei como se diz, nem vem. – falou, fazendo todos a mesa rirem.

Só consegui comer uma maçã, não conseguia pensar em comida com tanta coisa na minha cabeça.

– Você precisa de alimentar querido. – comentou minha avó.

– Não estou com cabeça pra isso.

– Não precisa de cabeça pra se alimentar, e sim de boca e estômago. Vamos, Theodore, coma. – falou Maxon.

– Não consigo, preciso ficar sozinho. – empurrei a cadeira para me levantar. – Com licença. – coloquei o guardanapo sobre a mesa e sai.

O resto do palácio estava completamente vazio, subi para o meu quarto, escovei meus dentes e sai até os jardins, conversaria com as garotas ali. Era meu lugar preferido, e eu queria me sentir a vontade, por mais que não estivesse.

Fiquei andando por ali, até alguma delas aparecer para poder acabar com essa agonia logo.

– Vossa alteza, as selecionadas estão a sua espera. – falou Glória. Ela era a mulher que cuidaria das garotas nesta seleção.

– Oh, pode me levar até lá ? – perguntei e ela fez que sim.

– Mas é claro. – ela começou a andar e eu a segui. Chegamos em um espaço coberto, onde haviam cadeiras brancas distribuídas e um espaço com um pequeno conjunto de sofás um pouco afastado, para dar mais privacidade. – Você fica ali. – falou Glória apontando para os sofás.

– Obrigado. – respondi e fui em direção aos sofás.

Logo que sentei uma garota veio até mim, não sabia o que falar, respirei fundo, fechei os olhos e quando os abri ela já estava ali e eu ainda estava suando frio.

– Olá, Agatha. – falei lendo sua plaquinha.

– Vossa alteza. – ela me cumprimentou e eu sorri.

– Bom, me diga senhorita, quero lhe conhecer melhor, mas temos tão pouco tempo. Me conte algo sobre você.

– Ah, tudo bem. Bom... o que eu poderia lhe contar... – ela ficou pensando e sorriu – Pois bem, eu sou costureira em Waverly, já foi lá ? É um lugar bem legal. Gosto de desenhar, não desenho tão mal assim, adoro estrelas e flores. – ela falou meio envergonhada, parecia ser tímida, eu lhe sorri e ela sorriu de volta. – Sou uma garota bem normal, quer dizer, nada demais.

– Posso lhe perguntar algo ?

– Claro que sim vossa alteza.

– O que aconteceu no seu lábio? – perguntei e ela logo se acanhou ainda mais. – Acho que fui um pouco intrometido, me perdoe.

– Não tem problema, sei que não fez por mal, está só curioso. Bom, eu me machuquei quando mais nova. – ela falou sorrindo.

Mas parecia ter mais alguma coisa por trás daquela história que ela contava, alguma coisa que ela tinha vergonha ou medo de contar pra qualquer um, esperava que algum dia ela pudesse confiar em mim para me contar tal coisa.

– Oh, então quer dizer que era uma criança bem agitada ? – perguntei rindo e ela riu de volta.

– Precisamos passar para a próxima alteza. – falou Glória.

– Ah, sim, claro. Foi um prazer te conhecer Agatha. – falei e ela sorriu.

Assim que Agatha se levantou, me levantei junto e beijei sua mão.

– O prazer foi todo meu alteza. – ela falou e eu sorri.

Não conseguia parar de sorrir, estava feliz por minha primeira selecionada não ser nenhuma maluca. A segunda garota se aproximava, eu me lembrava dela, o vestido laranja da noite passada. Como não lembrar daquele vestido. Voltei a me sentar e ela logo se sentou no outro sofá em frente.

– Olá, Annabelle. – falei lendo sua plaquinha.

– Alteza. – cumprimentou ela.

Me lembrava dela, do que ela disse sobre mim, precisava mudar isso, e essa era uma ótima oportunidade.

– Então, me conte mais sobre você. –falei e ela riu.

– Me conte mais sobre você. – enfatizou e eu sorri.

– Quem nós não conhecemos aqui é você, tudo o que quiser saber sobre mim é só procurar.

– Não quero saber o que estão nas revistas ou nos jornais, quero saber quem é você de verdade.

– Sou um cara bem normal pra falar a verdade, gosto de fotografia, adoro passar tardes com a minha irmã mais nova, gosto de música, odeio o fato de ter que me casar com alguém que eu mal conheço. – comentei e finalmente consegui a fazer rir. – Achei que nunca conseguiria a fazer rir.

– Não se acostume com isso, não é sempre que acontece.

– Precisamos passar para a próxima, alteza. – falou Glória e eu fiz que sim.

– Foi um imenso prazer a conhecer, Annabelle. – falei e ela me encarou.

– Sejamos sinceros, fui que o conheci. O prazer foi todo meu alteza. – ela falou e se levantou.

Me levantei em seguida e beijei sua mão. Ela foi andando de volta para seu lugar a próxima já vinha andando. Andando não, desfilando. Que garota era aquela ? De onde ela tinha saído ? Era bonita demais. Ela chegou perto e estendeu sua mão, a beijei e ela sorriu.

– Prazer alteza, sou Ashley Forbes. – ela falou e eu sorri.

– Me lembro de você. – falei e ela riu.

– Como poderia não se lembrar ?

– Ótima pergunta. Não tem como esquecer esses olhos azuis.

– Digo o mesmo. – falou me olhando nos olhos.

– Acho incrível o jeito como você vai direto ao assunto.

– Foi pra isso que eu vim, não estou para brincadeiras e muito menos para enrolar, sei que temos pouco tempo, então vou ser direta. O que quer saber?

– Porque veio para cá ?

– Não está óbvio ?

– Na verdade, não.

– Vim pra cá porque quero que as pessoas se orgulhem de mim, quero encontrar o amor da minha vida e nada melhor do que um príncipe. – ela riu.

– É piada né ? – ri junto e ela sorriu.

– Precisamos ir para a próxima, alteza. – exclamou Glória.

– Foi um grande prazer senhorita Forbes. – falei e ela sorriu.

– O prazer foi todo meu, alteza. – falou e logo depositou um beijo em minha bochecha.

Dei risada do quão atrevida aquela garota poderia ser, mas pude notar que deveriam ter piores. A próxima garota vinha andando e era linda, parecia estar morrendo de vergonha pois suas bochechas estavam bem vermelhas.

– Olá Avery, sente-se. – falei e ela logo se sentou.

– É um prazer finalmente poder te conhecer vossa alteza. – ela falou e eu sorri. Ela sorriu em seguida, e tinha um sorriso lindo, poderia ficar a olhando durante um dia todo.

Conversamos por um tempo, sobre o que ela gostava e o que eu gostava de fazer no tempo livre. Ela era definitivamente encantadora, minha mãe iria adorá-la, tanto quanto eu. Nos despedimos e a próxima selecionada já vinha caminhando. Ela se sentou e sorriu.

– Sou Brenda. – falou e sorriu.

– Me desculpe, não consegui ler sua plaquinha. – falei e ela riu.

– Oh, me desculpe, me esqueci completamente disso. – nós rimos e achei melhor não enrolar, não tínhamos muito tempo.

– Me lembro de você. – falei e ela sorriu, mais do que antes. – Estava linda noite passada.

– Obrigada.

– Então, Brenda, me diga, o que mais gosta de fazer ?

– Oh, eu ... Eu gosto de ler, leio bastante, adoro romances.

– Seria estranho dizer que meu livro preferido é o morro dos ventos uivantes ? – perguntei e ela riu.

– Não. Não seria, apenas surpreendente.

– Mas me diga, Brenda, o que pretendia ser antes de vir para a seleção.

– Ah, gostaria de ser médica, minha maior paixão é ajudar as pessoas, acho que esse é um bom jeito de começar.

– Por isso quer ser rainha?

– Não sei bem se quero ser rainha, mas sim, seria por isso.

– Não sabe se quer ser rainha?

– Acho que quero, mas é pressão demais, estou aqui porque quero ajudar as pessoas e quero conhecer alguém que eu possa amar.

– Isto é incrível... – ia continuar a falar mas Glória me cortou.

– Precisamos ir para a próxima, alteza. – Glória falou e eu bufei.

Juro, que se eu escutasse essa frase novamente eu bateria minha cabeça na dela e faria ela desmaiar.

– Foi um prazer conhecê-lo alteza. – ela falou e eu sorri. Tinha me perdido em meus pensamentos.

– O prazer foi todo meu, senhorita. – falei e ela sorriu. Me levantei e beijei sua mão.

Ela saiu andando, toda envergonhada e chamei Glória de canto.

– Glória, posso lhe pedir para não repetir mais aquela frase no final ? Pode mudá-la um pouco ? – perguntei e ela riu.

– Tudo bem, alteza. – ela se afastou e a próxima selecionada já estava chegando.

Voltei a me sentar e ela logo chegou, se sentou e sorriu.

– Olá, Caillin. – cumprimentei-a. – Bonito nome.

– Obrigada, alteza, é o nome da minha avó. – falou e logo eu sorri.

– Gosto de como soa.

Nós conversamos por um tempo, até Glória nos interromper, o papo rendeu, ela parecia ser uma garota legal, era misteriosa, porém interessante.

Logo a próxima selecionada caminhou até mim.

– Olá, Clara. – falei enquanto ela se sentava.

– Vossa alteza. – falou rindo. – Me desculpe, sou tão boba. – falou e eu sorri.

– Não. Não é, me diga, o que foi ?

– Acho engraçado, o jeito como soam as duas palavras juntas. Vossa alteza. – falou e nós dois rimos.

A garota era engraçada só pelo jeito de falar, gostava disso.

– Então Clara, me diga, o que mais gosta de fazer ?

– Adoro flores, moda, cantar, amo música, de qualquer tipo. – ela falou rápido.

– Minha irmãzinha vai amar você. – falei e ela riu.

– America parecer ser uma criança incrível, além de linda.

– Puxou o irmão. – falei e ela riu. Ficou meio envergonhada.

– Me diz Clara, porque veio pra seleção ?

– Estou aqui pelo povo, quero fazer de Illéa um lugar melhor, para todos.

– Alteza, seu tempo acabou. – Glória falou e eu sorri em resposta.

– Foi um grande prazer te conhecer Clara. – falei e ela sorriu.

– O prazer foi meu, alteza. – falou e se levantou.

Me levantei em seguida e depositei um beijo em sua mão direita.

A próxima selecionada estava vindo e sorria, ela era ruiva e era linda, me lembrava muito America, seus olhos eram grandes e muito azuis assim como os dela, ia me segurar pra não chamar a garota de gatinha.

– Olá, Deborah. – a cumprimentei e ela continuou a sorrir, se sentou e me encarou. – Desculpe ser tão direto, mas, você se parece muito com a minha irmã.

– Tenho certeza de que ela é bem mais bonita do que eu, alteza.

– Sou suspeito para dizer, mas você não fica atrás. – ela sorriu envergonhada.

Conversamos por mais um tempo e logo a conversa acabou, o tempo passava rápido demais. Nos despedimos e logo outra selecionada veio em minha direção.

– Olá, Dulce. – falei e ela sorriu.

– Alteza. – me cumprimentou e logo se sentou.

– Estou surpreso com a quantidade de olhos lindos que vi hoje.

– Deve ser difícil pra você escolher um dentre tantas garotas.

– Impossível.