Quando acordei eu estava deitado, o Brendon estava de costas pra mim, meus braços e minhas pernas envolviam seu corpo. Uma vez ele disse que eu era uma gracinha quando dormia, é claro que ele nunca tinha se visto nessa condição, ele parecia um anjo dormindo.

Eu olhei para o relógio, que ficava no criado mudo, do lado do Brendon da cama, ele marcava 10:30 AM. Eu tinha que ir para casa, ter uma conversinha com o William e também a minha mãe devia estar preocupada.



Eu sussurrei no ouvido do Brendon:


-Amor! Hora de acordar. - Ainda estávamos na mesma posição.
Ele abriu os olhos bem devagarzinho, quando percebeu que eu estava ali, ele sorriu.
-Eu não tô sonhando? -Ah, não era só eu que não estava acreditando.
-Só se nós dois estivermos tendo o mesmo sonho. - Ele se levantou e se sentou na cama, eu fiz o mesmo e fui me aproximando dele.


-Você parece quente. - Parecia que ele estava com febre.
-È assim que eu fico perto de você. - Ele corou.






Os pais do Brendon ainda não tinham chegado da viagem, então pra ele não ficar sozinho ele foi pra minha casa.
Eu abri a porta de casa, Brendon estava atrás de mim, parecia que não tinha ninguém em casa, então eu entrei e já ia subir as escadas, o Brendon ficou na porta.

-Primo! Como andam as coisas? - A falsidade nessa frase só podia ser de uma pessoa. Ele tinha acabado de levantar da poltrona em que estava sentado que ficava virada pro corredor, por isso eu não o tinha visto.


O Brendon estava do lado de dentro perto da porta, parado feito uma estatua. Com certeza ele não sabia o que fazer, então ficou ali, parado, sem fazer nada. Eu voltei alguns passos e fiquei quase perto do William. Eu comecei:

-Olha, você já pode parar de fingir, okay? - Ele parecia que ia rir. - O Brendon não ama você, ele não quer você.

-Você acha que eu amo o Brendon? - Ele riu.
-Não foi por isso que você o ameaçou e quis ficar com ele?
-Ah, primo! Você já foi melhor hein?


Eu não estava entendendo nada, então eu só podia ouvir. Eu olhei pro Brendon ele fazia o mesmo. O William olhou pra ele ao mesmo tempo que eu.

-Ah Brendon, entra. Seja bem-vindo. - Ele disse isso numa falsa simpatia.

O Brendon entrou e ficou parado ao meu lado. 
-Melhor assim! - O William pegou uma arma que estava na sua cintura e apontou o Brendon.

-Não, por favor. - Foi tudo o que eu consegui dizer.
-William, olha a gente faz o que você quiser.
-Cala a boca! - Ele gritou. - Eu só quero conversar.

Ele só podia estar ficando maluco. Ele estava com mudanças de humor muito bruscas uma hora ele falava com falsa simpatia, outra ele agia com agressividade. Isso era perigoso e eu tinha que proteger o Brendon dele. Se ele machucasse o Brendon estaria me machucando também. Eu não podia deixar isso acontecer. 


Eu peguei meu celular no bolso de trás e ainda com o celular atrás do corpo, eu tentei ligar pra qualquer número.

-Primo, larga isso. - Ele disse isso calmo, mas eu resolvi não fazer o que ele mandou. - Agora ou eu atiro nele.
-Não!!! Calma, olha. -Eu peguei o celular e joguei no chão na frente dele.
-Melhor! -Ele olhou pro Brendon.
Eu não tinha certeza se eu tinha conseguido ligar pra alguém. Aí eu lembrei da minha mãe.

-O que você fez com a minha mãe?

-Ela tá bem Ryan, eu coloquei ela pra descansar. - Será que ele tinha matado a minha mãe? Eu não podia me desesperar, eu tinha que salvar o Brendon, eu tinha que tirar ele dali de algum jeito.