Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 6
Acting civil.


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa se eu sumir um pouco essa semana. É minha volta de aulas, mas eu prometi que essa fic teria final, então EU PROMETO não deixar vocês na mão por mais de quatro dias. Me cobrem, podem cobrar!



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Clara rondava por todo o apartamento procurando por um de seus saltos altos que havia desaparecido depois da noite anterior.

–Cadu, você tá pronto? A gente tem que encontrar a Vanessa e o Felipe daqui vinte minutos, e são quinze pra chegar lá. Anda. –Ela gritou, enquanto procurava por debaixo da cama.

–Já estou indo, só terminando de escovar os dentes. –Ele disse, enrolado. –Amor, porque o seu sapato tá do lado do vaso sanitário?

–Ah, você achou! Ontem eu realmente precisava fazer xixi quando cheguei em casa, então devo ter esquecido de tirar esse antes. –Ela disse, passando por ele no banheiro para pegar o sapato.

–Nem vou comentar isso. –Ele a puxou pela cintura antes que os dois pudessem sair de casa e lhe deu um beijo. –Você sabe que eu te amo, não sabe? –Clara não disse nada. –Eu vou te mostrar o quanto eu te amo quando chegarmos em casa hoje á noite. –Ele sorriu.

–Parece bom. –Ela se desprendeu de seus braços. –Mas agora a gente tem que ir. –Ela agarrou as chaves do carro em cima do balcão da cozinha, e deixou o apartamento.

Ela checou o celular assim que os dois entraram no elevador, e Cadu apertou o botão da garagem. Os dois esperavam até que o elevador chegasse.

Clara sentiu-se desapontada quando viu que era Felipe que a estava mandando mensagem. Fazia uma semana desde o jantar de Vanessa com Marina e ela e desde lá ela não ouvia falar em Marina.

Mudança de planos. Vamos pedir os drinks no bar da Marina. Ela insistiu para que fossemos pra lá. Fica na principal do Leblon. Me liga se você precisar de ajuda pra chegar.

Parece que ela reclamou cedo demais. Cadu colocou uma das mãos no joelho de Clara enquanto ela jogava o celular de volta na bolsa.

–Tá tudo bem? –Perguntou ele.

–Tá, sim. Foi o Felipe que me mandou mensagem. A gente vai pro bar da Marina. Eu sei chegar lá.

–Eu acho que essa Marina gosta de você. –Cadu respondeu. Clara parou de andar e ficou estática, parada.

–Por quê você diria isso? –Ela perguntou.

–Pelo jeito que ela agiu naquele dia, no jantar. E também quando ela ligou para o seu celular e eu perguntei se precisava deixar algum recado, ela respondeu “não” e desligou sem dizer mais nada.

–Ela só não é de muitos amigos. –Ela disse. –Pera, espera, ela ligou pro meu celular?

–Ligou, uns quatro dia atrás. Eu te disse? –Perguntou.

–Não, você não me disse. –Ela respondeu.

–Ah, então, amor, liga de volta pra Marina, ela ligou pra você uns quatro dias atrás. –Ele sorriu, entrando no carro.

–Cala a boca. –Ela riu. –Você é um idiota.

–Mas eu sou seu idiota. –Ele sorriu, da maneira mais overrated possível. Clara, no fundo, no fundo, queria saber o por quê de Marina ter ligado para ela. Por mais que ela achasse aquela mulher insuportavelmente chata, ela também descobriu que as duas juntas conseguem se entreter bastante.

A ida até o bar foi calma e quieta. Clara olhou para a outra janela que Cadu, observando os carros e, sem nem ao menos perceber, eles já haviam chegado. Os dois saltaram do carro e deram ao manobrista R$20,00 para que ele parasse o carro no estacionamento. Cadu abriu a porta do bar para Clara e logo apontou para onde Felipe e Vanessa estavam sentados. Eles foram até lá.

–Desculpa que tivemos que mudar de local. Espero que esteja tudo bem pra vocês. –Disse Vanessa.

–Tudo bem, sim. A Marina vai sentar com a gente? –Perguntou Clara.

–Não sei se ela vai ficar por aqui hoje, mas eu a vi não faz muito tempo.

Assim que os dois se sentaram na mesa, uma garçonete entregou um copo cheio para Clara.

–Eu não pedi isso, acabei de chegar. –A garçonete não disse nada, mas retirou um guardanapo dobrado do bolso e lhe entregou. “Clarinha ;)”, o guardanapo dizia.

–Você está aqui há exatamente trinta segundos e já está sendo paquerada? Que bom saber que você faz sucesso com os gays. –Cadu riu. –Bom, pelo menos eu não tenho que me preocupar com a concorrência. Meus únicos rivais são os caras gays e as lésbicas, então, partindo do princípio que você não é gay, eu estou totalmente confiante. –Ele disse, fazendo com que todos rissem. Clara riu de nervoso ao se lembrar da noite em que havia traído Cadu. Com uma mulher.

–Eu vou pegar outro drink. –Ela se levantou, indo até o bar. Sentou-se em um dos banquinhos. No mesmo de quando conheceu Marina, e imediatamente um bartender a atendeu.

–O que vai querer? –Ele perguntou.

–Traz uma cerveja pra mim. –Gritou Cadu.

–Um Martini seco e uma cerveja. –Ela pediu. O bartender lhe avisou que a cerveja havia acabado, e que ele iria buscar mais no estoque da casa de Marina. Ela sorriu, concordando e virou-se para a pista de dança.

E lá estava ela. Clara prendeu os olhos no jeito com que Marina se movimentava atrás de uma morena, com belos seios presos á uma blusa do tamanho de seu dedo mindinho. Ela sentiu o estômago embrulhar quando viu Marina agarrar a cintura da mulher, puxando-a para mais perto dela. E lá estava a Marina de verdade. Coitada da menina, não sabe onde está se metendo. Seu coração acelerou quando ela percebeu que Marina esfregava as mãos nos lugares estratégicos e...

–Uh, senhorita? –O bartender, que já devia ter voltado há algum tempo, a achou. –Eu disse que deu dez reis e vinte centavos. Ela entregou á ele o devido dinheiro.

–Obrigada. –Ela pegou a cerveja, e balançou a cabeça, tentando tirar de lá todos os pensamentos sobre a cena que acabara de presenciar. Ela deixou as bebidas sobre a mesa e anunciou que iria ao banheiro. Quando já estava lavando as mãos e estava prestes a sair do local, alguém entrou no mesmo. E quem entrou?

Marina Meirelles.

–Clarinha. –Ela disse, sorrindo assim que viu Clara levantar os olhos para lhe encarar. –Não achei que fosse te ver por aqui hoje.

–Você vai mesmo continuar me chamando assim? –Perguntou, a expressão em seu rosto expressando nada além de seriedade.

–Enquanto eu tiver o mesmo efeito em você, você vai ser sempre Clarinha pra mim. –Disse, com um sorriso estampado no rosto.

–Você é ridiculamente chata, você sabe disso, não sabe?

–Eu posso ser ridiculamente chata, mas você adora.

–Eu não aguento isso. E não aguento você, só pra constar. –Disse Clara.

–Ah, qual é, você acha que eu não vi você olhando pros meus passos de dança lá fora? –Ela perguntou, insinuando algo.

–Eu não sei do que você tá falando? –Ela limpou a garganta e engoliu a própria saliva.

–Eu te vi sentada no bar, observando cada passo que eu dava na pista de dança. Estava te excitando? Foi por isso que você ficou olhando tão intensamente? –Ela perguntou, dando um passo á frente. –Eu posso repetir os mesmos passos com você, se você quiser... –Ela sentiu a mesma sensação estranha que a atormentava por dias quando Marina sussurrou perto de seu rosto, e seus olhos estavam lhe entregando. Seu coração estava acelerado, quase pulando para fora de seu peito.

–Pra sua informação, a única coisa que me fez ficar olhando pra vocês duas é o meu debate sobre ir ou não até lá e dizer pra garota que ela tá entrando na maior roubada da vida dela. –Ela falou, arrogantemente. Com delicadeza, ela afastou Marina de si.

–Assim você me teria só pra você, não é mesmo? –Ela riu.

–Você deseja. –Ela provocou.

–Talvez eu deseje, ou talvez eu só goste de te irritar desse jeito. –Ela sorriu.

–Se você não sair da minha frente, vai gostar do meu pé na sua bunda.

–Olha, a Clarinha gosta de agressividade. Eu não vi esse seu lado na noite que a gente passou juntas. –Ela brincou.

–O que combinamos sobre aquela noite? Ou eu vou ter que ligar pra Jessica pra te lembrar? –Ela sorriu, orgulhosa ao lembrar-se de sua carta na manga.

–Não. Nem comece com isso. Demorou três dias para que eu esquecesse daquela noite, então, não. Eu não quero fazer aquilo de novo.

–Meu Deus, sabia que uma semana sem te ver foi como férias pra mim? Eu nem sei pra quê vim aqui hoje. –Ela riu.

–Porque, no fundo, no fundo, você sentia minha falta e queria me ver logo?

–Você é impossível. –Clara riu.

–E você é sexy. –Marina piscou.

–E essa é minha deixa pra sair. –Ela ia até a saída, quando lembrou-se de pedir mais uma coisa á Marina. –Semana que vem é o dia de compras com a Vanessa e as outras meninas. Por eles, a gente pode agir civilizadamente? –Ela perguntou.

–Ah, mas esse agir civilizadamente não começa agora, começa? –Ela insinuou. –Brincadeira. Podemos. Eu vou guardar meus comentários pra mim mesma.

–Obrigada. –Ela esboçou um sorriso sem graça. Ela estava prestes a sair quando Marina a chamou atenção novamente.

–Clara, a gente pode tomar um café depois das compras? –Ela perguntou, esperançosa.

–Pra que eu escute você sendo sarcástica e fazendo piadas sexuais? –Ela perguntou. –Não, obrigada.

–Não. –Ela respondeu, engolindo á seco. Não queria parecer tão vulnerável. Ela era Marina Meirelles. –Pra que a gente sente juntas e talvez consigamos conhecer melhor uma a outra. Eu quero dizer, eu adoro te provocar, mas eu também quero ser capaz de ter uma conversa civilizada com você.

Clara foi empurrada para o lado quando um grupo de garotas entrou no banheiro, e, sem querer bloquear a porta, ela resolveu assumir que Marina estava sendo sincera, pelo menos uma vez na vida.

–Ok. –Ela respondeu, seca. Mesmo que, por dentro, estivesse feliz com a atitude de Marina. –Eu te mando uma mensagem pra ver se eu posso mesmo. –Marina sorriu, dando a deixa para que Clara saísse do banheiro de uma vez por todas.

Marina pousou a mão no estômago quando Clara sorriu para ela e lhe deu as costas. Sentia algo estranho. Uma sensação de felicidade que não sentia há tempos. Sabia que isso se ligava ao fato de que ela iria conhecer Clara melhor. Algo sobre aquela mulher a intrigava, e ela não sabia porquê. Então, mesmo que ela adorasse provoca-la, Marina queria descobrir o que havia nela que a deixava daquele jeito.

E claro, se elas acabassem dormindo juntas no final de tudo, ela não reclamaria.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me contar o que vocês mais gostam e o que esperam da fic, pra que eu possa me basear no que vocês querem e/ou esperam. Um beijo!



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