Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 12
Sharing a room.


Notas iniciais do capítulo

I AM FUCKING BACK!
Ainda pelo iPad, mas com tempo para escrever e queria contar pra vocês em primeira mão que amanhã vou ver as minhas amadas Giovanna e Tainá (mais uma vez) hahahahaha!!!
Um beijo, gente, valeu pelo apoio de sempre e, por mais que a novela esteja chegando ao fim (e a fic também), quero que esse laço que criamos por aqui e pelas outras redes sociais entre nós e até com as meninas seja pra sempre.



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Clara sempre acreditou que havia uma pessoa no mundo certa para você, uma pessoa que seria o seu amor verdadeiro. É claro que ela acreditava que uma pessoa pudesse se apaixonar por mais de uma, mas isso não significa que aquela pessoa seria feita para você. Ela sempre acreditou que, quando conhecesse o amor de sua vida, ela simplesmente saberia. O jeito que ele a faria sentir seria diferente de qualquer coisa que sua vida já havia lhe proporcionado. O jeito com que ele te olhasse todos os dias de manhã seria um motivo para levantar e encarar o dia como se fosse seu último. Quando Clara percebeu que amava Cadu, ela não hesitou em acreditar que ele era o certo para ela. Que os dois haviam sido predestinados e que ele era o amor de sua vida. Como da vez em que eles disseram "eu te amo" pela primeira vez, e Cadu a abraçou tão forte que Clara sentiu medo de desaparecer no abraço. Ela nunca duvidou que ele fosse o certo, uma vez que tudo que ele fizesse a fazia sentir especial e amada como ninguém havia conseguido antes. Ele era o amor de sua vida. Ela tinha certeza disso e ninguém no mundo a faria mudar de ideia.

Antes de conhecer Marina Meirelles.

Marina era nada mais nada menos que um espinho na flor de Clara. Haviam tantas coisas irritantes nela que deixavam Clara maluca. Ela era sarcástica, distante, fria. Ela tinha um jeito de fazer piadas sempre que alguém lhe perguntasse alguma coisa cuja resposta seria óbvia. O jeito que seu rosto formava um sorriso de canto sempre que ela ficava tímida. E também o jeito com o qual seus lábios pintados de vermelho se moviam para pronunciar "Clarinha" sempre que as duas se viam. O jeito com que Marina agia, como se não tivesse um coração. É óbvio que ela não é feita de pedra que não se importa com nada além de sim mesma, será que é tão difícil para ela demonstrar isso de vez em quando? A deixava louca também o jeito que Marina era linda e sempre dava um jeito de usar aquilo como vantagem.

Tudo sobre Marina a faziam se questionar sobre como alguém no mundo, um dia, irá querer se casar com ela. É claro que isso fora antes de Clara perceber que tudo sobre Marina que a deixava louca, também fizeram com que ela se apaixonasse por ela.

Mas isso era assustador para Clara. Ela e Cadu estavam juntos há sete anos e nesses sete anos os dois haviam aprendido a serem melhores amigos e também almas gêmeas. Mas então veio Marina, com suas insinuações irritantes e piadas sarcásticas, fazendo com que Clara se desse conta de algo. Se Cadu era mesmo seu verdadeiro amor, então ninguém no mundo poderia fazê-la se questionar sobre isso, certo?

Os olhos de Clara focaram-se na estrada enquanto sua mente se focava em Cadu e Marina. Já haviam se passado dois meses desde o dia em que Clara finalmente percebeu o que realmente sentia por Marina. E também o dia que percebeu que teria que fazer uma escolha. Se ela fosse continuar com Cadu, teria que cortar Marina de sua vida de uma vez por todas. Se escolhesse Marina, teria de partir o coração de Cadu e nunca mais vê-lo novamente.

–Tá tudo bem com você? -Perguntou Felipe, tirando Clara de seus pensamentos imediatamente.

–Tá, claro. Por que não estaria? -Ela deu ao irmão um sorriso sem graça.

–É que você parece tão... Distante. Perdida em pensamentos. -Ele contemplou.

–Desculpa. Só alguns problemas no trabalho. -Ela suspirou, voltando a concentrar-se na estrada.

–Quer conversar sobre isso? -Ele perguntou.

–Não, eu vou ficar bem. -Ela olhou para ele. -Ainda não acredito que os pais da Vanessa deixaram vocês usaram os chalés pras últimas celebrações. Foi tão legal da parte deles. -Ela disse, tentando disfarçar e mudar de assunto.

–É, foi mesmo. Vai ser um fim de semana legal. A gente tem o chá de panela amanhã com todo mundo, e depois vamos ter o fim de semana inteiro pra relaxar. -Ele disse. -Eu não vejo a hora disso tudo acabar. Tem deixado eu e a Vanessa exaustos.

–Eu imagino. Eu me sinto exausta e não fiz nem metade das coisas que vocês dois fizeram. -Clara olhou para o retrovisor.

–Quantas vezes você vai checar se eles ainda estão atrás da gente? A Marina tem a Vanessa, a Stacie e a Amy no carro, elas não vão se perder. -Ele disse.

–Só quero ter certeza que ainda estão lá. Nada demais. -Ela retrucou, voltando a olhar para frente.

–Clara, eu tenho certeza que a Vanessa sabe chegar nos chácaras da família dela.

–Claro, você tem razão. Cala a boca. -Ela brincou, dando um tapa no braço do irmão.

O resto do caminho havia sido calmo e quieto. Mais uma parada para ir ao banheiro e, em menos de uma hora, eles estavam em frente aos chácaras da família Canato.

–É uma pena que o Cadu tenha que perder isso tudo. -Disse Stacie, enquanto todos olhavam em volta. Os chácaras eram absolutamente lindos. Tinham uma aparência de casinhas alemãs e seu externo era um sonho. Um lago de água cristalina, e árvores parecidas com as usadas em cenários de filme, daqueles bem caprichados.

–Sim, mas pelo menos ele vai estar de folga no dia do casamento.

Marina estava ao lado do caminhão parado e, enquanto buscava as malas uma por uma, ela revirava os olhos. Não era como se Cadu nunca mais fosse aparecer, então não havia razão consciente para que elas continuassem a falar sobre isso.

–Essa é a última. -Felipe disse, enquanto ele e Marina jogavam as bolsas no chão.

–Eu não entendo. Por que eu fui a única que ajudou o Felipe com as malas? Por acaso é porque eu sou gay? Isso me faz mais homem que vocês? Porque isso é estereótipo demais e eu não aceito.

–Não, é porque você foi a única que ficou para ajudá-lo. -Clara riu.

–Bom, se ninguém ficou para ajudar, alguém deveria. -Marina argumentou de volta.

–Bom, e esse alguém aconteceu de ser você. Qual a sua dúvida mesmo? -Clara deu risada quando viu as sobrancelhas de Marina formarem um ponto de interrogação em sua testa.

–Eu te odeio, Clarinha. -Marina riu.

–Você me ama. -Ela sorriu.

–Ok, então há um chalé para cada duas pessoas. Aqui dois quartos, dois chalés lá fora. -Disse Vanessa, contando um por um. -O maior não, é meu e do Felipe. -Ela disse, quando viu Stacie e Amy correrem para as escadas imediatamente.

–Bom, então acho que você tá presa comigo. -Clara sorriu para Marina.

–Eu não posso simplesmente dormir em um quarto sozinha? -Perguntou Marina, murmurando.

–Minhas irmãs vão estar aqui mais tarde, então a não ser que queira ficar com elas, você tem que ficar com a Clara. -Disse Vanessa.

–Qual o problema de ficar comigo? -Clara perguntou, levantando as sobrancelhas.

Marina sentiu-se fraca só de pensar em ter que dividir um quarto com Clara por um fim de semana inteiro. Não é que Marina não quisesse. Ela queria. Mas estava achando cada vez mais difícil ter a morena por perto. Os sentimentos de Marina por Clara pareciam crescer a cada vez que as duas se viam e isso, ultimamente, era quase sempre. Com todos os preparativos para o grande casamento, ela não tinha muita escolha.

–Você ronca. -Marina mentiu. Um sorriso apareceu por um dos cantos de seus lábios enquanto ela se segurava para não rir.

Clara tossiu. -O quê? Eu não! -Ela disse. -Fê, eu ronco? -Ela perfuntou, virando-se para o irmão.

–Quando você bebe, sim. -Felipe riu da cena, por mais que ver Marina e Clara tão próximas lhe trouxesse embrulhos ao estômago. Como Marina ao menos saberia que Clara ronca?

–Exatamente, e como vamos estar bebendo o fim de semana inteiro, você vai estar roncando. -Ela sorriu.

–Anda logo, antes que eu te chute até lá! -Ela disse, segurando uma de suas malas. Os pés de Clara se levantaram enquanto ela fingia que iria dar um chute em Marina.

–Vocês duas, não quebrem nada. -Disse Vanessa, percebendo o entrosamento que Marina e Clara haviam tido nos últimos dias.

–Ok, agora eu definitivamente não quero dormir com você. -Ela riu e, sorrindo, andou ao lado de Clara até o chalé simpático do lado de fora da casa.

–Uma cama de casal? -Marina levantou uma sobrancelha.

–O que te faz pensar que não vamos dormir agarradinhas quando eu estiver bêbada, Meirelles? Você já deveria me conhecer melhor. -Clara riu.

–Não, nós não vamos. Já é ruim demais ter que dormir no mesmo quarto que essa sua bunda roncante, eu não quero dormir do lado dela. -Ela murmurou.

–Não é possível que seja assim tão ruim. -Ela abaixou o olhar, enquanto abria o zíper de uma das malas.

–Clara, você parece um elefante transando. É ruim. -Marina deu risada, enquanto Clara levantou-se para chutá-la novamente. Ela não esperava o que viu quando Clara segurou suas duas mãos e colocou-as na cama, prendendo Marina na mesma.

–Sai de cima de mim. -Marina não conseguia parar de rir enquanto usava sua pouca força para empurrar Clara para longe de si. -Sai!

–Não antes de você dizer que nós vamos. -Ela riu. Marina levantou as mãos da cama por alguns poucos segundos antes que Clara as colocasse de volta lá.

–Eu tô falando sério, eu vou te chutar se você não sair. -Disse Marina, sentindo o peso de Clara sob seu corpo.

–Tenta. Posso ficar aqui a noite inteira, você vai tentar de tudo, mas não vai sair. Eu cresci com dois irmãos, sou mais forte do que você pensa. -Ela sorriu, sentindo-se óbvia.

Por mais que Marina estivesse tentando sair, ela ficou cansada e seus braços relaxaram por baixo dos de Clara. Ela sentiu o corpo mole de Marina e a observou. Seus olhos estavam extremamente brilhantes e a pele parecia o bumbum de um recém-nascido. As duas continuaram em silêncio enquanto observavam seus rostos tão de perto. Clara trouxe uma das mãos até o rosto de Marina e o acariciou. Ela colocou uma mecha do cabelo da morena para trás quando o mesmo caía sobre seu rosto. Marina virou o rosto em direção ao toque, apreciando os arrepios que aquilo lhe proporcionava. E o coração, bendito coração, começou a disparar novamente. Clara chegou tão perto que quando as duas abriram os olhos, podiam sentir e ver o ar de suas respirações enquanto ambas misturavam-se.

–Eu preciso de um ar fresco. Já volto. -Disse Clara, saindo de cima de Marina. Seus olhos passearam pelo quarto tão rapidamente que ela fechou a porta antes mesmo que Marina tivesse a chance de dizer algo.

Ela passou a mão pelo próprio rosto.

Definitivamente, dividir um quarto com Clara Fernandes não seria nada fácil.


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