Annabella Starks

— O que vamos pedir de jantar? — Peter perguntou.

— Pizza — eu disse.

— Comida mexicana — disse Leon.

Nós nos olhamos sérios. Se era guerra que ele queria, era o que ele queria ter.

— Pizza é muito melhor de comida mexicana.

— Comida mexicana tem muito mais gosto que pizza.

— Isso é tão não verdade — eu exclamei.

— É verdade sim.

— Não é.

— É sim.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Não.

— Sim — só depois percebi o que ele fez.

Ele me deu um sorriso de vitória.

— Argh! — grunhi jogando uma almofada nele — fica quieto, moleque do caralho.

Acho que Leon não estava esperando por isso, pois a almofada caiu direto na sua cabeça. Ele virou-se para mim e vi uma vontade de matar em seus olhos. Engoli seco.

— Você vai pagar por isso, Starks.

Olha que bonitinho, ele sabe meu sobrenome. Tudo bem que ele deve saber por causa de Peter.

E me tirando do meu monólogo, Leon pegou uma outra almofada e começou a bater em mim. Eu rapidamente procurei uma e comecei a revidar.

— GUERRA DE ALMOFADAS! — ouço Tommy exclamar ao chegar na sala.

Vejo Peter apostando com Dylan quem vai ganhar. Tomtom vem pro meu lado e Rory faz time com Leon.

Que comece a luta.

Depois de alguns minutos, Leon conseguiu atingir meu rosto e isso fez com que meus óculos caíssem.

Oh, merda.

Eu fiquei tão puta pelo fato do meu óculos ter caído que sem pensar duas vezes, subi no sofá e pulei em cima de Leon. Acho que isso chocou a todos e não só a mim.

— Hey, sai de cima de mim, sua gorda — ouch, ele não precisava ser tão grosso.

— Se eu sou gorda, você é feio.

Ele deu uma risada de desdém.

— Queridinha, eu duvido muito que isso aqui — ele apontou pro próprio rosto — é feio já que eu ganho muito dinheiro sendo modelo.

Ah, eu tinha esquecido disso.

Todos eles além de serem músicos, eram modelos. Ugh, gente bonita é foda, né?

Apenas dei de ombros e me virei para Peter.

— Vamos pedir pizza.

E sem mais nem menos, eu subi para o meu quarto colocar meu pijama, pois já estava de noite. Não resistindo ao charme de ter uma banheira gigante, tomei um banho até meus dedos ficarem piores que uvas passas, e coloquei meu pijama dos Beatles.

Depois de pentear meu cabelo, decidi arrumar um pouco das minhas coisas. Aí eu lembrei de uma coisinha que eu tinha trazido de Cambriage.

O sabão sujo.

Era bem simples. Era um sabão como qualquer outro, só que diferente de fazer com que sua mão fique limpa, quanto mais você o usa, mais suja sua mão fica.

Eu tinha comprado esse treco quando eu tinha ido na primeira festa que tive da faculdade. Eu e meus dois melhores amigos, Jack e Henry, decidimos que como a festa estava chata, seria legal pregar umas peças.

Eu fiz a travessura do sabão. Henry colocou pimenta no ponche e Jack colocou cola nos vasos sanitários.

Foi uma festa e tanto.

Falando nas pragas, eu decidi ligar para eles.

— Hey, Bella-queridinha-do-meu-coração, como você vai? — disse Henry do outro lado.

Revirei os olhos.

— O que você quer, Henryzito?

— Você deixa eu pegar um de seus microfones emprestados? O meu quebrou.

— Claro, mas se eu ver um arranhão se quer eu vou...

— Tirar minhas tripas fora e colocar em praça pública assim como eles faziam nas antigas guerras. Já sei, já sei — pude até sentir ele rolando os olhos.

— E aí, como as coisas estão por aí?

— Ah, Bel, sem você para nos ajudar a vandalizar Cambriage, está chato. E como está aí em Londres?

Eu contei sobre Innocent MaDnEsS, afinal era Henry, meu melhor amigo desde que eu tinha dez anos.

— E Jack? Como ele está?

— Ah, no vai ou não vai de sempre com Emily, mas isso não é novidade. Estamos pensando de ir até Londres para visitar os tios legais dele e você.

— Aqueles tios que esqueceram ele na África do Sul?

— É, eles mesmos.

Soltei uma risada. Jack tinha uma família estranha. Seu pai era arqueólogo então sempre viajava. Uma vez, eles tinham ido para a África do Sul, os pais de Jack voltaram mais cedo e o deixaram com os tios dele. Mas os seus tios o esqueceram e simplesmente voltaram para Londres.

Jack ligou para sua mãe – Kimber – chorando em desespero, afinal ele só tinha quatorze anos e estava sozinho na África do Sul.

Kimber quase voou para cima dos tios de Jack.

Foi algo bem engraçado de se ver. Teve até pipoca – feita por mim e por Henry.

Emily – essa garota do vai ou não vai – era uma das minhas melhores amigas. Eu passava mais tempo com os meninos, óbvio, mas eu gostava bastante dela.

Outra amiga minha, era Alexis, porém ela teve que ir para a Irlanda morar com seus avós, então ela só acaba falando comigo por Skype ou por celular.

— Então é isso, Bel, eu te ligo quando decidirmos que dia vamos para Londres.

Sorri com o pensamento de ver meus amigos comigo. Ao desligar o telefone, comecei a cantar a música “Human” da Christina Perri.

— But I’m only human and I bleed when I fall down…

Uma voz atrás de mim disse, chamando minha atenção.

— Você canta muito bem.

Virei-me e percebi Dylan que estava sorrindo para mim na porta.

— Ah — eu disse, arrumando meus óculos no meu rosto — obrigada.

Eu tinha essa mania desde pequena de mexer no meu óculos quando eu ficava envergonhada. Bobagem? Talvez, mas me acalmava.

— Vamos — ele chamou — a pizza chegou.

Sorrindo, eu me dirigi à sala de jantar. Tommy comia como um glutão a pizza. Suspirei aliviada, eu não ia ser a única a comer como se não tivesse mais amanhã.

Leon e Rory comiam normalmente e Peter estava olhando para a caixa de pizza. Eu podia até vê-lo na dúvida.

Pizza com queijo ou sem queijo? Essa é a questão...

Rindo baixinho da minha própria piada, fui até a pizza de hambúrguer e peguei um pedaço. Eu amava pizza de hambúrguer desde pequena.

Depois de comer uns três pedaços de pizza, lavamos a louça – correção, Peter lavou e eu fiquei apenas vendo ele ensaboar tudo – e fomos para a sala de TV ver um filme.

— Star Wars.

— Senhor dos Anéis.

— Transformers — disse Rory.

Todos se viraram para ele.

— O que? — ele deu de ombros — a Megan Fox é gostosa.

Rolei os olhos.

Ficou decidido que iríamos assistir Piratas do Caribe.

— A casa é minha e a TV também — disse Peter — então eu escolho o filme e é isso aí.

Eu amava Piratas do Caribe, então não reclamei.

Quando chegou na parte que Will conseguiu resgatar a Elizabeth, eu dormi. Eu estava naquele estado meio dormindo meio acordada. Por isso, quando o filme acabou, eu senti mãos pegando nas minhas pernas e costas e me carregando até o meu quarto.

Não abri os olhos. Eu reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar.

— Boa noite, irmãzinha — sussurrou Peter antes de fechar a porta.

Não pude evitar um sorriso antes de cair no sono.