Annabella Starks

Se alguém me dissesse que eu ia conhecer a minha banda de músicas favoritas e que eu iria namorar um deles – o mais chato de todos – e que eu iria me mudar para Londres, eu provavelmente teria internado essa pessoa num hospício.

Mas cá estou eu, deitada numa espreguiçadeira ao lado de Leon, vendo os meus amigos loucos na piscina enquanto ele toca algumas músicas aleatórias num violão.

Rebobinando um pouco a minha vida, depois de ter passado meses vivendo com os meninos, a reforma na casa deles finalmente ficou pronta, fazendo com que todos saíssem da casa de Peter.

Não que valesse alguma coisa. Pois todo dia eles estavam lá na casa de Peter, que agora também é minha casa.

A banda dos meninos ganhou muito dinheiro com o CD da música My Innocent Madness. Leon fez questão de contar ao mundo nas TVs que essa música era feita para mim. O que me deu uma baita de uma dor de cabeça na faculdade e me fez ficar com Leon durante alguns minutos. Mas é Leon de quem estamos falando, então não dá pra ficar com raiva por muito tempo.

Um ano depois, minha mãe veio para Londres morar por aqui, porém ela tem seu próprio apartamento. Ela está exercendo sua profissão de enfermeira num dos hospitais públicos mais importantes de Londres.

Passados mais três anos, eu finalmente me formei em música e agora trabalho na mesma gravadora que meu irmão com alguns músicos inclusive com Innocent Madness, e às vezes os meninos me obrigam a tocar com eles.

Tommy ganhou um cachorro de presente de Brenda dois meses atrás. Seu nome é Spikey e ele adora comer lasanha.

Não me pergunte como descobrimos isso.

Jack e Henry, assim que se formaram, vieram correndo morar aqui em Londres. Jack com sua namorada, nossa amiga Emily, compraram a casa da tia de Jack e estão morando lá. Henry está morando num apartamento alugado e aproveitando para dar em cima da dona dele que é apenas dois anos mais velha que a gente.

Atualmente, Jenna e Rory estão namorando a sério assim como Brenda e Tommy. Dylan e Amber estão noivos e Peter virou gente! Ele tem uma namorada de dois meses chamada Diana. Ela é uma fofa e sabe manter as rédeas curtas com Peter.

Eu e Leon estamos juntos – obviamente – e juntamos dinheiro para comprar uma casa só nossa. Leon disse que iria pagar por ela, inteiramente – pois dinheiro não falta pro menino – porém eu recusei, eu queria ajudar, afinal aquela casa também seria minha.

Já compramos quase toda a mobília e só faltam algumas papeladas para a casa ser, de fato, nossa.

— Você não vem pra piscina? — Tommy gritou para mim.

— Estou bem, Tomtom.

— Agarrada com o namorado, quem não? — Amber atazanou.

Eu apenas revirei os olhos.

Ouvi um relógio apitar. Era meia-noite.

— Feliz Aniversário de Namoro — eu falei para Leon e o beijei.

— Idem — ele disse e me beijou mais.

— Arrumem um quarto — ouvi Jenna gritar rindo.

— Tenho um presente para você — eu dei um embrulho para ele.

Seus olhos brilharam enquanto ele tentava abrir o presente.

Quando ele abriu, eu vi que ele prendeu a respiração.

Eu tinha feito um CD para ele com 10 músicas sobre nós. Eu achei que seria legal contando que ele fez aquela música para mim no dia em que ele me pediu em namoro quatro anos atrás.

Ele deu um sorriso enorme e me beijou desesperadamente.

— Minha vez — ele disse com sua voz meio rouca.

Ele se levantou e se ajoelhou na minha frente.

— Annabella Starks, como você mudou minha vida. Você veio, inconsequentemente, parar em minha vida e ainda sim foi a melhor coisa que me aconteceu...

— Exceto por mim — ouvi Tommy gritar.

— Cala a boca — Leon gritou de volta e pigarreou. — Portanto eu queria saber — ele abriu a caixa e eu vi que tinha um anel dentro. — Quer casar comigo?

Eu não aguentei, me levantei e comecei a gritar e pular de felicidade.

Leon Rider

— Meu Deus, mulher, se acalma! — Brenda gritou.

— Você ainda não me deu a resposta — eu gritei para Bels.

— E precisa? — ela falou ofegante. — Então aqui está...

Ela me beijou furiosamente e com uma paixão dos deuses. Quando ela se descolou de mim, eu estava cambaleante.

— Sim, Leon Rider, eu me casarei com você.

Eu sorri e a peguei no colo.

— Bom mesmo — eu sussurrei e mordi de leve o nódulo de sua orelha.

— VIVA O CASAL! — Amber gritou.

Eu ri e nos joguei no mar. Annabella é claro me bateu, mas assim como eu, não conseguia parar de rir.

Foi uma história meio maluca, encaixando peça por peça até formar uma linda obra de arte, mas foi nossa história. E que, para mim, nunca iria acabar.

Não me arrependo de nada e sei que Annabella sente o mesmo. Porque a vida é assim: não temos tempo para nos arrependermos se quisermos ter tempo suficiente para amarmos.

Podiam se passar cem, quinhentos, mil anos que eu ainda iria amá-la. Ela foi meu porte seguro, aquela que me trouxe luz quando eu só via escuridão. Eu nunca pensei que eu me apaixonaria pela mulher da qual a primeira coisa que eu falei foi: “— Agora que já parou de checar nossa beleza, será que dá pra abrir passagem para a gente entrar? Sabe, estamos carregando malas”. E eu nunca pensei que ela se apaixonaria de volta.

Entretanto nossa história não dava para ser adivinhada. Como uma doença que parece ser inofensiva, que a princípio toma conta de nossos corações e em seguida ocupa nossas mentes. Exatamente como uma inocente loucura.

The End