Leon Rider

Eu não conseguia acreditar que Annabella estava ali. No entanto, ela estava. Bem parada na minha frente com aquele seu sorrisinho de costume que me deixa louco.

Eu não me segurei e rapidamente puxei seu quadril na minha frente e a beijei. Quando nos separamos, nós dois estávamos ofegantes.

— Essa foi — ela disse rindo, tentando respirar fundo. — Uma bela forma de saudação.

Eu ri e quando eu ia falar alguma coisa, nós ouvimos um grito.

— ANNABELLA STARKS, PARE DE SE AGARRAR COM SEU NAMORADO E TRAGA SEU TRASEIRO SEDENTÁRIO PARA CÁ E PEGUE SUA MOCHILA!

— Essa é a minha mãe — ela revirou os olhos enquanto ia até o carro buscar suas coisas.

Do nada, Peter brotou no meu lado, sorridente.

— Você sabia, seu merda, e nem pra me falar? — eu exclamei para ele.

Ele deu de ombros.

— Eu tenho mais medo dela — apontou para Bels — do que de você. E ela me fez prometer que eu não ia falar nada até ela conseguir transferência.

— Transferência? — eu perguntei, confuso.

Ele sorriu como soubesse de um segredo e foi ajudar as duas com as malas.

Minutos depois, nós estávamos já nada sala com um monte de bagagem pelo chão.

— Eu tenho muita coisa para falar — ela disse — mas primeiro... HEY, MENINOS!

Todos os caras do nada correram para sala para verem o que tinha acontecido e se chocaram quando viram Bels.

Tommy gritou como uma arara e começou a abraçá-la e a carregá-la pela sala como se ela fosse um pacote de farinha. Rory a abraçou apertado e Dylan a levantou no ar. Todos estavam estáticos.

— Gente, essa é a minha mãe, Edith Starks.

Edith era uma mulher muito bonita para idade, porém eu não ia me deixar enganar. Pelo que Peter falava, ela conseguia ser pior que o próprio diabo.

— Bem, vamos nos sentar. Eu tenho algumas coisas para contar.

Todos nós estávamos no sofá, Peter estava na cozinha pegando alguns petiscos. Annabella pigarreou.

— Pois bem, eu quero contar para vocês que eu consegui transferência para a Universidade de Londres e eu vou morar aqui com vocês — ela sorriu.

Todo mundo ficou alegre, Tommy começou a balbuciar um monte de coisa que eles iriam fazer juntos e eu entrelacei minha mão com a dela.

Logo, Peter voltou com a comida e sorriu para Annabella.

Edith ia ficar conosco só durante dois dias. Depois ela ia voltar para Cambridge e ia mandar para nós o resto das coisas de Annabella.

O dia, em si, passou muito rápido depois disso. Nós ficamos a maior parte dele conversando.

Bels ia começar a faculdade já no dia seguinte. Ela precisou fazer algum tipo de prova para a transferência, que era dividida em duas: parte teórica e prática. Na prática, ela me contou que tocou uma música escrita por seu pai, ela acredita que foi graças à isso que ela conseguiu arrumar forças para tocar em perfeitas condições.

Eu engoli seco, eu queria mostrar para ela a música que eu havia escrito durante os dias em que ela estava fora. Eu tinha prometido a mim mesmo que eu ia lançar no mais novo CD de Innocent Madness e ia mostrar para ela. Porém, foi muito repentino que ela estava aqui.

Entretanto eu sabia que, se eu não tocasse para ela agora, talvez eu não teria coragem para tocar para ela até o CD estar pronto e eu sabia que isso iria demorar demais.

— Venha — eu a chamei para o mini estúdio — eu quero te mostrar uma coisa.

Os meninos já estavam em seus postos.

Rory me lançou um sorriso auxiliador, como estivesse dizendo “está tudo bem”. Eu sorri de volta e virei-me para ela.

— Eu acabei escrevendo para você essa música quando você estava longe. Ela se chama: My Innocent Madness

I have walked through a thousand miles

And saw the death itself in my eyes…

I was lost and it was all dark dark,

But then I met you and it was all spark

With you…(with you)

With only you…(only you)

Oh…

‘Cause you are my innocent madness

Making me falling apart with gladness…

Oh…

A música continuava, mas até ali eu nem sabia mais que parte da música eu estava. Eu apenas sabia que eu queria que meus sentimentos chegassem até ela e que ela entendesse o quanto ela significa para mim.

Quando a música acabou todo mundo sorriu e Annabella, com lágrimas em seus olhos, atirou-se para mim e beijou meu rosto por inteiro.

— Eu acho que você quer que eu me apaixone por você milhares de vezes, né? — ela perguntou rindo deixando as lágrimas escorrerem.

Eu beijei seus lábios castamente.

— E eu acho que funcionou — eu ri.

Ela me bateu.

***

— ANNABELLA VACA STARKS!

— AMBER VADIA SIMMONS!

Garotas são estranhas.

Se ela estão bravas elas te xingam, se elas estão felizes elas te xingam também.

Não faz sentido.

Amber se atirou nos braços de Annabella e as duas rapidamente começaram a conversar sobre milhares de coisas.

Estava um puta sol lá fora – milagre para os Londrinos! – então, todo mundo estava na piscina. Annabella e Amber estavam sentadas nas espreguiçadeiras conversando animadamente.

Quando todo mundo tinha saído para almoçar, Amber me puxou para o banheiro e nos trancou lá.

— O que você pensa que você está fazendo, seu idiota? — ela sibilou.

— Eu estava indo almoçar? — eu disse confuso.

— Não não não, Leon. Mas que droga! Quando você vai pedir Annabella em namoro apropriadamente? Sabe, eu sei que vocês estão juntos e ela está soltando arco-íris por causa da música, mas pedido de namoro é pedido de namoro. Não tem discussão.

— E como eu faço isso? Quero dizer, não acredito que seria legal eu virar para ela e falar: “bels, quer namorar comigo? A propósito, você tem purê de batata no seu queixo”.

Amber me deu um tapa.

— Sabe, existe uma coisa chamada: “levá-la para passear”.

— Agora você está fazendo Bels soar como um cachorro.

A loira revirou os olhos.

— Não me interessa. Apenas vá lá e fisgue ela de jeito!

— Ela não é um peixe.

— PUTA QUE PARIU, RIDER, SUMA DA MINHA FRENTE!

E com isso eu fui atirado de um banheiro por uma louca.

***

Eu chamei Bels para tomar um sorvete visto que estava bem calor.

Depois caminhamos pelo parque vendo o sol se pôr. Quando o céu estava quase escuro e as luminárias das ruas já estavam acesas, eu chamei a atenção de Bels.

— Então, Bels — eu pigarreei, eu não sabia com fazer isso direito, não era do meu feitio ser muito romântico — eu sei que nós estamos juntos e eu... quero dizer... sabe?

— O quê? — ela perguntou confusa. Eu suspirei, eu precisava falar tudo em meu coração, afinal de contas, ela era Annabella.

— Eu quero dizer que eu estou profundamente apaixonado por você e queria, oficialmente, perguntar se você quer ser minha namorada.

Annabella congelou, eu pensei que fosse de medo, mas na verdade não. Foi de surpresa. Seus olhos azuis brilharam mais do que nunca atrás de seus óculos pretos e ela laçou seus braços ao redor do meu pescoço e me beijou profundamente.

Havia tanto sentimento naquele beijo que parecia que eu estava me afogando, mas eu não tinha aquele sentimento de pânico, esse afogamento era muito bem-vindo no meu corpo, parecia que todas as minhas sinapses estavam acordadas e dançando.

Quando nos afastamos, Annabella olhou bem fundo nos meus olhos.

— Eu acho que não tem jeito, né? — ela riu — Parece que eu vou ter que aceitar o seu pedido.

Naquele dia, parecia que minha mão estava colada na dela.

***

Vários dias se passaram e Rory apareceu com uma namorada. Todos nós ficamos chocados ainda mais quando soubemos que ela, na verdade, era bissexual e que tinha achado Annabella extremamente atraente.

Ótimo, a namorada de Rory fica babando pela minha namorada. Só porque eu estava feliz que nenhum homem estava se aproximando...

Enfim, eles tinham se conhecido no mercado e ela pediu ajuda para Rory pegar uma lata de molho porque ela era baixinha e não alcançava. Jenna era seu nome e ela era um pouco atraente. Tinha olhos castanhos e cabelo loiro cacheado.

Ela era bem simpática e rapidamente foi aceita no grupo pelo fato dela amar videogame. Ficamos horas e horas conversando sobre games e filmes. Jenna estava cursando áudio e visual na Universidade de Londres.

Annabella, Amber e Jenna se aproximaram bastante e eu logo percebi que eu não tinha o que me preocupar porque, por mais que Jenna achasse Bels atraente, ela estava profundamente apaixonada por Rory e vice-versa.

***

Um mês já tinha se passado desde que Annabella veio para Londres. Nós geralmente se víamos mais de noite quando meu trabalho na gravadora já tinha acabado e quando ela já tinha saído da faculdade.

Tommy terminou o seu “lance” com aquela tal de Kiara. Ele percebeu que a menina, por mais que ela gostasse dele, ela não gostava de nós e, um dia, até foi uma completa vadia com Jenna só pelo fato dela ser bissexual, isso tirou todo mundo do sério, inclusive Tommy que terminou tudo entre eles.

Agora ele estava vendo uma menina chama Brenda e ela era meio maluca e fofa como ele. Eles eram como o “casal baby” do grupo. Brenda vivia chamando Amber, Jenna e Bels para fazerem “o dia das garotas”. No qual elas geralmente iam para a casa de Brenda e ficavam a noite inteira vendo filmes, séries e comendo doces.

Dylan e Amber estavam mais juntos do que nunca assim como eu e Bels. Eu sorri ao pensar nisso.

— O que você está pensando? — uma voz sussurrou do meu lado.

Eu virei minha cabeça e vi Bels olhando atentamente para mim.

— Eu estou pensando sobre nós — ela sorriu.

— E o que que tem?

— Eu pensei sobre como nós evoluímos de querer nos matar até nosso namoro.

— Pois é... — ela riu. — Uma loucura, né?

— Sim, você é.

— Não estava falando sobre mim — ela fez um beicinho que eu fiz questão de beijar.

— Mas mesmo assim você é. Minha loucura.

— Sua loucura inocente — ela sorriu com a bosta de trocadilho que ela fez com o nome da música e da banda.

Revirei os olhos.

— Sim, minha — eu puxei ela para perto de mim.

— E só sua — ela sussurrou antes de me beijar.

*****

Tradução da música:

“Minha loucura inocente

Eu tenho andado por milhares de milhas

E vi a própria morte em meus olhos,

Eu estava perdido e estava tudo escuro escuro

Mas então eu conheci você e tudo estava brilhante

Com você…(com você)

Só com você… (só com você)

Oh…

Porque você é minha loucura inocente

Fazendo-me desmoronar com alegria…

Oh...

******