Annabella Starks

Bem... Eu não sabia muito bem como reagir.

O amor da vida de Dylan estava parada na porta sorrindo abertamente para os meninos.

Tomtom foi logo correndo para abraçá-la seguido por Rory. Leon a cumprimentou a distância, mas era o máximo de educação que eu já tinha visto da parte dele.

Eu virei-me para Dylan e congelei. Seu sorriso ao ver a garota era encantador. Estava na cara que ele a amava e muito. Seus olhos brilhavam e ele tinha um leve rubor em sua face.

Pois é... Eu realmente não sabia como reagir.

Ainda bem que não foi preciso, meu irmão me ajudou.

— Amb, essa é minha irmãzinha, Annabella.

Ela virou-se para mim e sorriu com um sorriso de propaganda de pasta de dente.

— Olá, Annabella, eu sou... Bem, você já ouviu — ela riu — espero que você não tenha ficado maluca com esses bestas.

— É mais fácil nós ficarmos loucos — murmurou Leon o qual eu fiz questão de fuzilar com o olhar assim que ele terminou de falar.

Amber apenas rolou os olhos para Leon.

Ela foi até Dylan e começaram a conversar. Girei meu corpo e dei de cara com dois patetas preocupados.

— Bell... — Henry sussurrou — sinto muito.

Dei de ombros.

Jack não disse nada, apenas ficou me observando como se eu fosse um dos pacientes dele.

Na verdade, eu não queria que alguém ficasse preocupado comigo. Não era como se eu fosse loucamente apaixonada por Dylan. Na verdade, eu nem sabia direito o que sentia. Pelo menos agora, eu sei que não farei o esforço de descobrir, vou seguir em frente.

Minha expressão deve ter mudado para uma de determinação, pois Jack deu um sorriso encorajador para mim e fez um sinal positivo. Eu apenas ri.

Olhei para o lado e vi que Leon estava nos encarando, eu encarei de volta com uma expressão que deveria parecer assustadora e ele apenas virou-se.

Esse menino é estranho.

Continuamos a conversar e ficou decidido que Ethan e Amber iriam ficar para jantar.

Ótimo.

P.S. note o sarcasmo.

Subimos as escadas para tocar lá no estúdio de Peter. Amber e Peter se sentaram nuns pufes que tinha lá, Jack ficou encostado na parede e Henry estava sentado no chão mesmo. Tommy pegou o baixo, Dylan e Leon pegaram cada um uma guitarra, Rory foi até a bateria e Ethan pegou um violão.

Eu não sabia o que fazer então sentei no banquinho do piano que ficava do lado da onde Tomtom estava. Ele sorriu para mim e eu sorri de volta.

— Então... Quem começa? — perguntou Peter.

— Você toca, Annabella? — Ethan perguntou.

Assenti com a cabeça, deixando uma onda de vergonha tomar conta de mim. Minhas bochechas com certeza deveriam estar coradas.

— Então, vamos no dois ou um: eu, Annabella e algum de vocês aí.

— Eu vou! — Tommy começou a balançar a mão.

Ficou decidido que os meninos iam tocar, seguido de Ethan e depois eu.

Ótimo.

Novamente, esse ótimo está tingido de sarcasmo puro.

Os meninos começaram a sussurrar provavelmente escolhendo a música e, ao entrar num acordo, começaram a tocar.

.. It’s what you do to me, you let me crazy,

Just here all alone, after you were gone,

Eu não conhecia essa música. Ao ver minha expressão de idiota, Amber sussurrou para mim.

— Eles geralmente fazem isso, inventam algo do nada, é bem divertido.

Apenas balancei a cabeça afirmativamente.

Que legal. Eu teria que inventar algo na hora.

Agora quem estava cantando era Tommy enquanto Leon fazia a segunda voz.

Yeah, babe... You are gone so let me at least think of you...

Because the pictures and memories are all what I have…

I can’t even sleep, please let me be free…

A música era bem impressionante para ter sido inventada de última hora. Por isso eu gostava tanto deles, eles tinham um talento nato.

— Agora é a minha vez! — Ethan disse entusiasmado.

Ele começou a tocar. Sua habilidade era incrível com o violão.

Hey there, you...

I am here all crazy,

Seeing you is amazing…

Can you please… come here?

A voz dele era grossa, mas ao mesmo tempo suave. Tive a súbita vontade de rir ao pensar que muitos considerariam isso sexy.

Foi então que chegou minha vez.

Ótimo.

Preciso dizer que fui sarcástica de novo? Acho que não.

Leon Ryder

Quando Amber chegou eu fiquei bastante chocado. Fazia bastante tempo que nós não a víamos. Ela era uma das pouquíssimas garotas que eu poderia ficar perto, ela era bem legal e não uma vadia.

Dylan gostava dela fazia um bom tempo e eu tenho quase certeza que é recíproco. Uma pena que eles são idiotas demais para perceberem isso.

O que mais me chocou foi o olhar de Annabella. Ela tinha um olhar estranho, como se ela estivesse numa batalha interna. Confusão, dor e várias outras emoções passaram por seus olhos.

Foi então que eu percebi. Ela deve gostar do Dylan.

Eu achei, a princípio, estranho. Ela sabia esconder os sentimentos muito bem ou eles não eram fortes, talvez fosse apenas uma paixonite tola. Imaginei que fosse a segunda opção ao ver ela se recompor então rápido.

Quando fomos para o auditório e tocamos, eu percebi a expressão de maravilhada nela ao nos ver tocar. Ela realmente apreciava a nossa música. Isso me agradou bastante. Era esquisito e muito bom ao mesmo tempo.

Quando foi a vez dela, ela congelou.

— Ahm... Eu não tenho certeza se eu...

— Anda logo, Bell — exclamou Peter — fala como se nunca tivesse tocado num piano. Deixa de frescura e toca.

Revirei os olhos. Que belo irmão Peter é.

Annabella o censurou com o olhar, mas não disse nada e voltou ao piano.

Suas mãos tocavam o piano com uma leveza incrível. Ela tinha um sorrisinho no rosto, como se estivesse lembrando de uma música.

Dear dear, you are perfect to me...

Just like the stars are for the night

Like the shadow is for the light…

Oh dear, my dear, my love my sweet…

You are my life, my dear,

Don’t doubt this…

Oh oh oh…

Sua voz era aguda e suave. Ela era muito talentosa e nem tinha ideia disso.

Olhei para os meninos que estavam tão abobados quanto eu. Henry e Jack estavam com sorrisos bobos no rosto, Peter sorria como se estivesse lembrando de algo. Amber tinha lágrimas ameaçando de cair pelo rosto.

Quando ela terminou, apenas palmas eram ouvidas.

***

Depois de pelo menos quinze minutos de elogios para a morena, o pessoal decidiu que era hora de jantar – mesmo sendo apenas sete horas da noite – e eles decidiram fazer panquecas.

Eu realmente queria elogiar a garota. Ela era muito boa e bem... Acho que eu devia isso a ela por ser tantas vezes chato, apesar de ela ser chata de volta.

Antes que eu pudesse falar com ela, gritos foram ouvidos da cozinha.

— AAAAAAAH — Tommy gritava — fogo, fogo! Apaga!!

— Mas que bosta, Tommy! — urrou Rory — quantas vezes eu falei para você não ficar brincando de virar a panqueca na frigideira?

— Fogo! Fogo! — Amber gritava.

Eu e Peter que ainda estávamos no estúdio fomos correndo até os meninos. Da cozinha se via fumaça cinza.

Dylan trazia um extintor de incêndio enquanto entrava na cozinha.

Aonde ele arrumou isso? Eu me perguntei alarmado.

Peter e eu ficamos como dois bambus parados sem saber o que fazer.

Logo depois, Rory, Amber e Ethan saíram tossindo da cozinha. Annabella estapeava Tommy na sala assim que este saiu. Jack tentava acalmá-la.

Henry lia uma revista como se a casa não estivesse pegando fogo.

Depois que tudo se acalmou, Dylan apareceu na sala, ofegante e com um extintor vazio.

— Hm... — ele disse depois de pegar o fôlego — será que alguém quer pedir uma pizza?