Se você não leu as notas, leia!

Annabella Starks

Eu vou matar Jack.

I am going to kill Jack.

Yo voy a matar Jack.

Je vais tuer Jack.

Aquele filho da puta.

Quem ele pensa que é? Ele decidi dar uma de filósofo e logo depois decidi sair. Me deixando aqui. Sozinha.

Mais uma vez.

Eu vou matar Jack.

Rebobinando a fita, Peter recebeu uma ligação da gravadora que quer conversar com todos os integrantes da banda. E Jack recebeu uma ligação da tia, tentando ver se achava a maldita chave reversa da casa da maluca. Henry foi junto, é claro.

E eu aqui.

Mofando e filosofando sobre como eu deveria matar o Jack.

Já estava de tarde, com um calor insuportável. E era nessas horas de dar graças a Deus por eu estar numa casa totalmente moderna. E modernidade significava ar condicionado nos cômodos.

Eu estava jogada na minha cama. Usando um samba calção do meu irmão dos Simpsons como shorts e uma blusa minha regata preta.

As palavras de Jack não saíam de minha cabeça.

“Eu quero dizer que existe uma profunda diferença entre o amar alguém ou o amar alguém como você nos ama, como irmãos, com muito carinho.”

Tudo bem, disso eu sabia, mas o que ele queria dizer com isso? Que eu não amava Dylan apaixonadamente? Bem, tudo bem, eu poderia não estar loucamente apaixonada por ele, mas isso não signifique que eu realmente goste dele.

Meus pensamentos desapareceram quando o meu telefone começou a tocar. Era Alexis.

Suspirando, peguei o telefone e atendi.

Hey, Annabel.

— Oi, Lexi.

O que aconteceu?

Tomei o fôlego e contei tudo para ela.

Bem, Bell, eu não sei te dizer direito coisas assim... Mas talvez você deva prestar atenção no que Jack está falando, ele geralmente sabe das coisas.

Assenti mesmo que ela não pudesse me ver. Continuamos a conversar sobre coisas banais até que eu ouvi a porta da sala sendo aberta e Henry gritando.

— AMOORR CHEGUEI!

Revirei os olhos.

— Besta — murmurei.

O que?

— Henry sendo Henry, Lexi.

Ah, tá.

Rapidamente nos despedimos e eu desci as escadas.

— Hey, Bell — disse Henry — sentiu saudades, né? Eu sei que você sentiu, afinal você me ama!

Virei-me para Jack.

— Você deixou ele beber de novo?

— Não.

— Ele bebeu escondido?

Jack olhou para Henry.

— Eu acho que não.

Balancei a cabeça e vi que eles estavam trazendo sacolas.

Peguei uma das sacolas e comecei a fuçar enquanto falava.

— Então, sua tia falou aonde estava a chave?

— Na verdade não. Ela se enganou, achou que eu queria ir para a casa dela lá na Noruega então disse que tinha uma chave reserva. Nessa casa não tem uma chave reserva.

Jesus amado, a tia de Jack precisa se internar imediatamente.

— Ah — Henry disse — pensa pelo lado positivo, nós vamos ficar com você!

— Isso é lado positivo? — perguntei brincando.

Henry fez beicinho, mas não falou nada. Jack deu um meio sorriso e tirou a sacola das minhas mãos.

Dentro dela, havia duas caixas de Bis e um pacote de amendoin.

— O que vamos fazer agora? — Henry perguntou.

— Eu preciso colocar o plano em prática.

Ambos assentiram e foram me ajudar. Enquanto arquitetávamos o plano íamos comendo a caixa de Bis.

Demorou um certo tempo para tudo ficar pronto. Quando terminamos não pude deixar de sorrir e pensar na cara do Rider quando ele visse o que fizemos. Eu precisava filmar isso.

— Ai ai — disse Henry — estou entediado de novo.

Revirei os olhos. Ele se parecia de mais com Tomtom.

Eu os puxei para a cozinha, alegando que eu estava com fome. E se eu estava com fome, eles provavelmente também estavam.

Comecei a procurar na geladeira de duas portas de Peter se tinha algo gostoso para comer. Eu necessitava de algum doce extremamente açucarado e engordativo.

E foi quando eu encontrei-o.

Ele era de brigadeiro, com granulado e morangos em cima. Já lambendo meus lábios só de pensar naquela delícia na minha boca, separei um pratinho para mim.

— Hey, Bell, isso não é junto. Sirva para nós também — Jack falou.

— Eu não — disse de boca cheia — sirva-se a si mesmo. Você nem é uma visita direito para querer meus serviços, e mesmo se fosse uma visita, eu não ia te servir.

Henry deu uma risada e levantou-se para pegar um pedaço de bolo.

Acabamos fazendo uma competição de bolo.

Isso foi tudo culpa do Henry. Ele começou a falar sobre como meninas tentam manter a forma e então só comem um mísero pedaço de bolo se é que pode ser chamado de pedaço. Eu – com meu orgulho feminino – disse que não, que nem todas eram assim.

E então eu acabei disputando contra ele para ver quem come mais pedaços. Jack só entrou na competição porque é um guloso bastardo.

No fim, eu acabei ganhando deles. Comi cinco pedaços de bolo enquanto Henry comeu quarto e Jack comeu três e mais uma metade. Mesmo com a vitória em mãos eu não conseguia comemorar, estava muito ocupada parecendo uma baleia grávida.

— Henry — eu disse jogada no sofá — seu bastardo.

Jack deu uma risada e Henry soltou um muxoxo. Ouvi vozes pela janela e a porta abrindo. Nós três ficamos de prontidão rapidinho, querendo gravar a expressão de Leon.

Ah, Rider, você não perde por esperar...

Leon Rider

Tommy e Rory estavam discutindo sobre qual o nome da nova música seria. Eles estavam entre “Black Rose” ou “Dark Flower”. Era sempre assim, eu escrevia a música. Dylan dava ideias para nomes e os outros dois garotos decidiam qual seria a escolhida.

Não via a hora de chegar em casa. Eu queria hibernar. Dormir assim que chegar e só acordar depois de uns três dias.

Quando Peter abriu a porta, congelou. Arqueando uma sobrancelha eu passei por ele e quase caí no chão de choque.

Todas, e eu repito, TODAS as minhas cuecas estavam espalhadas pela sala e estavam ROSAS.

Meu queixo caiu e provavelmente eu parecia um peixe da forma que minha boca estava aberta.

Vi no canto da sala, Annabella e seus dois amigos chorando de rir. Vi que Tommy não estava se segurando também. Rory estava tão chocado quanto eu, Peter estava observando tudo com atenção e pela sua expressão parecia que ele estava se divertindo e Dylan tinha uma expressão de espanto, mas ao mesmo tempo carregava um sorriso.

Senti o calor tomar conta do meu rosto e virei-me para Annabella novamente.

— Da próxima vez — ela disse — não seja um pervertido e não roube minhas calcinhas.

A sala de estar explodiu em risadas. Fuzilei ela pelo meu olhar. Ela apenas deu uma piscadinha.

Annabella realmente queria eclodir uma Terceira Guerra Mundial.

— O QUE VOCÊ FEZ?

— Acho que você sabe o que fiz.

— Não, sério? — disse, tingindo sarcasmo na minha voz — quem você pensa que é para...

— Quem você pensa que é para roubar minha calcinha?

— FOI UM DESAFIO — eu disse exasperado — e se queria se vingar, tudo bem. Mas fazer tudo isso — abri meus braços ao meu redor.

— Foi uma bela ideia, não? — ela disse divertida.

— NÃO!

Ela estava começando a se irritar pelo meu tom de voz. Eu tinha percebido isso pelo fato de sua sobrancelha começar a arquear em desafio e de sua boca formar uma linha reta.

A Terceira Guerra Mundial realmente estava para acontecer.

Antes que qualquer pessoa poderia falar alguma coisa, a campainha tocou.

Todos ficamos parados até que Peter saiu de seu transe e foi atender a porta. Do outro lado, tinha uma criança de 8 anos quem eu já conhecia.

— Oi — disse Lola — meu irmão está?