Don't Touch My Cookies escrita por ApplePie


Capítulo 11
Capítulo 10 - O Bob Marley mulher


Notas iniciais do capítulo

Hello muchachas!!!
Desculpe não ter feito o capítulo e postado ontem. Eu tenho andado muito ocupada ultimamente.
Enfim, quero agradecer à “BruhM” e à “A Garota de Capa Azul” por terem favoritado minha história.
I hope you enjoy,
Kissus



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Drake Whitewood

Depois da ruiva ter desaparecido da minha vista – me deixando totalmente sem reação, por sinal – eu decidi perambular pelas ruas de Oxford já que não estava a fim de voltar para a mansão.

Peguei um cigarro e acendi enquanto eu caminhava. Lembrei-me de que precisava ligar para minha mãe antes que ela tivesse um ataque do coração. Suspirei. Eu não gostava muito de falar com a minha mãe porque todas nossas conversas acabavam em como eu estava acabando com minha vida aos poucos desde a morte de Tyler.

Estremeci. Eu ainda não conseguia pensar nele sem me lembrar de seu corpo sendo enterrado, ainda mais quando era minha culpa.

Balancei a cabeça e joguei a bituca do cigarro no lixo antes de entrar no pequeno mercado próximo à mansão.

— Olá, Drake — disse a dona da loja.

Eu sempre esquecia seu nome, por mais que eu sempre a via quando vinha comprar alguma coisa e isso acontecia com bastante frequência visto que eu cozinhava bastante.

Dei uma curta saudação com a cabeça e me dirigi às prateleiras. Lembrei que Cassidy estava louca para comer Frango e Sam adorava curry. Então eu decidi fazer um frango empanado com molho de curry com salada.

Peguei os ingredientes e fui até o caixa, pagar.

Enquanto carregava as duas sacolas eu ouvia “Houdini” do “Foster The People” no meu smartphone. Meu celular não era nenhum Iphone ou algo do gênero por eu não ver necessidade em nada disso. Suas únicas funções para mim era para ouvir música, mandar mensagem (o que quase não ocorria) ou para fazer/receber ligações (o que quase não ocorria menos ainda).

Uma buzina ao meu lado me chamou atenção. Vi que era Anna em sua moto.

— Quer uma carona, Drake? — ela perguntou quando tirou o seu capacete da cabeça fazendo com que seus cabelos castanhos caíssem como cascatas em seu ombro.

Assenti sem dizer nada e subi na moto. Era bem engraçado como era diferente subir numa moto com Anna. Ela não era lerda, mas também não fazia questão de cortar os carros como se estivesse numa corrida. Era totalmente diferente da louca da Cass.

Em poucos minutos chegamos na mansão e eu logo fui para a cozinha guardar a comida. Encontrei Rana e a cumprimentei.

Coloquei tudo na geladeira e fiquei me perguntando o que eu faria a seguir.

Fui até a sala de jogos. Os gêmeos estavam lá assim como a ruiva. Eu tinha percebido que eles tinham ficado bastante amigos. Não que fosse difícil, era fácil gostar deles... Quando eles não pregavam peças em você, é claro, o que era meu caso.

Damien estava jogando “Assassins Creed: Unity” enquanto Ryden dizia-lhe o que fazer. Amelia estava sentada num dos pufes com um caderno de desenhos no colo. Ela parecia estar bastante atenta ao que estava fazendo, tão atenta que nem tinha percebido que Ryden brigou com Damien e bateu um dos controles na cabeça de seu irmão gêmeo.

Ela mordiscava a parte de cima do lápis nervosamente.

Aproximei-me de leve para enxergar o desenho. Era um anjo com asas despenando. Sua cabeça estava de lado e havia várias penas espalhadas.

Sentei-me ao seu lado.

— Trabalho da faculdade?

Ela tirou os olhos do caderno e os levantou para me fitar. Mais uma vez percebi como seus olhos castanhos eram grandes e brilhantes. Ela assentiu com a cabeça, logo depois suspirou como se tivesse sido derrotada e fechou o caderno.

— Estava muito bom se quer saber — tentei ajudar. Eu não era alguém que era bom com conselhos. Na verdade, eu era péssimo ainda mais pelo fato de que muitos conselhos são positivos e eu sou sincero demais para falar palavras tão positivas. Mas o desenho dela estava realmente bom – afinal, eu não sou de mentir – e eu sabia o quanto às vezes precisávamos de palavras encorajadoras. Eu lembro de quando tinha decidido desistir de cozinhar. De como meus pais ficaram dias e dias me encorajando, falando palavras bonitas, mas sinceras.

Ela olhava para Damien “brigando” com Ryden com um sorriso no rosto.

Ficando entediado, coloquei-me de pé e fui procurar alguma coisa para fazer.

— Aonde você vai? — percebi que a ruiva perguntou.

Dei de ombros.

— Fazer algo menos entediante.

Mesmo não sendo um convite, a ruiva decidiu me seguir e se despediu dos filhos de Satanás.

— Quero ir com você — ela disse quando estávamos no corredor — preciso dar um tempo da faculdade.

— Mas já? — eu disse, com um sorriso brincalhão — suas aulas mal começaram, ruiva.

— Amy — ela disse com firmeza e chateação — não gosto muito quando me chamam por uma característica minha. É a mesma coisa que te chamarem de bonitão dos olhos azuis.

— Então — eu sorri maliciosamente — você me acha bonito?

Amelia revirou os olhos, mas não disse nada. Quando meu sorriso aumentou, ela apenas me fuzilou com os olhos e não disse mais nada.

Tive uma ideia de um lugar que poderíamos ir. Fazia tempo que eu não falava com aquela louca.

— Hey, Amy, você ainda não conheceu Lucy, né?

— Ãhm... Não...

— Ótimo, vamos encontrar Lucy então.

***

Estacionando na rua do centro de Oxford. Saí do carro e Amelia vinha logo atrás de mim. A viagem no carro foi meio silenciosa, pois ficamos ouvindo música o percurso inteiro ao invés de conversar.

Era bem engraçado ver as reações dela quanto às músicas. Quando ela ouvia alguma que ela gostava, ela começava a balançar alguma parte de seu corpo no ritmo da música e até cantar baixinho. Quando era alguma música que ela não gostava, sua expressão nos primeiros segundos da música mudava para uma de desgosto e depois, durante o resto da música, sua boca se fechava numa linha reta.

Paramos em frente à loja de Lucy.

“Especiarias e artesanatos”.

Entramos na loja e rapidamente senti o cheiro de incenso e velas aromáticas.

O pequeno comércio era mal iluminado. As prateleiras do lugar eram de madeira antiga e escura, iluminada por velas e lâmpadas fracas amarelas – “para espantar mosquitos” dizia Lucy, não que algum mosquito fosse entrar num lugar fechado e com cheiros fortes como aquele.

— Lucy! — chamei, balançando o sino do caixa.

Percebi que a ruiva tinha se interessado pelo lugar. Era um bom lugar para artistas como ela. Lembrava daquelas lojas de magia da era medieval.

Ah, ótimo, estou falando como aqueles gêmeos do demônio.

Amelia mexia nas fontes de água que tinha nas prateleiras da parte esquerda da loja. Comecei a xeretar as pedras e jardins japoneses que tinha ali, no canto direito.

No meio da loja havia estantes com incensos, velas, livros, amuletos e outras coisas.

Lucy era Wicca além de cartomante.

— Drake, querido — uma voz suave falou da pequena escada em espiral que tinha no fundo da loja.

— Oi, Lulu — eu falei indo em direção a ela.

Ela só me deixou ir depois de ter me abraçado fortemente.

— E quem seria... NÃO NÃO, espere! — Lucy disse a Amelia quando a ruiva ia se apresentar — seu nome é A... Amelia!

Amelia assentiu com um sorrisinho no rosto como se tivesse ficado impressionada com as habilidades da outra.

Lucy era uma jovem mulher loira dos olhos verdes. Seu cabelo era bem longo e liso. Seus olhos eram grandes e de um verde bem único e bonito.

— Você quase nunca vem me visitar, Drake, o que o fez vir até aqui?

— Entediado — respondi dando de ombros.

Ela tentou me fuzilar com os olhos, mas não conseguia tirar o sorriso do rosto. Ela era uma mulher muito feliz e calma. Com suas roupas parecendo uma Hippie, ela me lembrava um Bob Marley mulher.

— Amelia querida — ela disse pegando a mão da ruiva — posso ver mãos de artista em você. Irei abrir um curso de pintura no próximo mês na parte de cima da loja. Você deveria tentar.

— Claro — Amy respondeu — depois, se não for incômodo me passe os dados para eu ver se eu poderei bancar e fazer junto à faculdade...

— Bobagem — Lucy fez um gesto de despreocupação com a mão — claro que dá querida, por isso estou te oferencendo.

— Eu... Certo.

— Vamos tomar um chá lá em cima. Amelia querida, água ou suco?

Virei-me para a ruiva em questionamento.

— Não bebo chá — ela respondeu sem eu precisar perguntar e depois olhou para Lucy — água está bom.

Seguimos a loira para o andar de cima que – por alguma mágica – era consideravelmente maior que a parte de baixo.

A parte de cima tinha dois cômodos. Um que ela colocava tudo de pintura e artesanato – onde eu aposto que ela dará seu curso, pois é o maior dos dois cômodos – e o outro que tinha um mini sofá encostado à janela, cheio de mantas coloridas que ela mesma fez e uma mesinha de madeira. Havia três prateleiras. Uma com livros, outra com enfeites e outra com pequenos vasos cheios de plantas.

Ela me deu uma xícara de chá – “chá erva-doce para dar energia” ela disse – e serviu água para Amelia e depois para si mesma.

— Gostariam de saber sobre o futuro, jovens? — ela disse com um sorrisinho.

— Você sabe que não sou de acreditar nisso, Lucy — eu falei sem emoção na voz.

Ela apenas deu uma risadinha baixinha.

— Eu sei, querido, tenho convivido com você faz um tempo. Mas não custa tirar previsões das cartas. O futuro é incerto, não temos certeza do que irá acontecer, são apenas coisas que podem vir a acontecer.

Dei de ombros.

— Eu quero — Amelia disse com ansiedade na voz.

Lucy apenas sorriu e foi pegar seu Tarot na prateleira.

Percebi enquanto ela estava andando com as cartas na mão que Lucy estava vestida só de roxo. Balancei a cabeça com um sorrisinho. Lucy amava roxo. Sua blusa regata era roxa e sua saia longa era de um roxo mais escuro. Ela usava, como sempre, sandálias nos pés e milhares de pulseiras nos pulsos.

— Vamos começar com as coisas que acontecerão na mansão.

Ela embaralhou as cartas e pediu para Amy tirar três delas, visando a mansão.

Ela retirou a primeira carta e entregou para Lucy que mostrou para nós.

— A justiça sem estar virada para baixo. Ela significa ordem e equilíbrio, significa que as coisas lá na mansão estarão em equilíbrio, harmonia. Agora mostre as outras duas.

Amy mostrou as outra duas.

— O imperador, apenas para afirmar a carta da justiça. Ele significa também ordem e paz. E a outra é... O sol que pode significar clareza, alegria e vitalidade. Todas estão em seu lado correto significando sentidos prósperos, coisas positivas. Agora... Drake, por favor.

Ela embaralhou tudo novamente e dessa vez eu retirei três cartas.

— A morte virada para baixo — sua expressão era bem séria — apesar do que muitos acreditam, a morte não significa o fim da vida, literalmente. Aqui, pelo fato de eu conhecê-lo e de já ter lido a palma da sua mão inúmeras vezes e pelo fato da morte estar no passado, eu sei que significa a dificuldade de mudar, você tende a ficar preso em acontecimentos do passado, tais como o que aconteceu com Tyler. E isso está impedindo de ocorrer mudanças na sua vida. Já no presente — ela apontou para a outra carta — temos a roda da fortuna virada para cima, o que significa que a mudança está acontecendo ou vai acontecer num futuro bem próximo, mas nada tema, pois tudo será para um bem maior. Sua última carta é... Os enamorados — ela abriu um sorriso enorme — seus sentimentos por alguém aumentarão consideravelmente. Muitos acreditam que pode vir a ser um amante, por isso alguns chamam essa carta de Os Amantes, mas como eu já disse, não é certeza.

Assenti sem dizer nada.

— Amelia querida, sua vez.

A ruiva rapidamente se ajeitou na cadeira e abriu um sorriso pequeno. Lucy abriu como um leque as cartas e Amelia escolheu rapidamente três.

— Assim como Drake, você tirou A Morte, porém, virada para cima. Isso significa que você tomou uma decisão muito importante na sua vida e que mudou completamente o curso de seu destino, creio eu que foi a escolha de você ter vindo para cá — Lucy sorriu — sua outra carta é O Sol que pode significar grande talento artístico, força e alegria. Sua última carta é... O carro virado para baixo — Lulu deu uma pausa e ficou olhando para Amy por um tempo — essa carta pode significar preocupações e perda de controle — percebi pelo canto do olho que Amy estava rígida — mas não se preocupe criança, pois tudo dará certo.

Lucy muitas vezes falava assim. Como se estivesse certeza de muitas coisas, apesar de alegar que de nada tinha certeza.

Continuamos a conversar e depois de um tempo decidimos ir embora. Lucy continuou na loja, atendendo uma velhinha que buscava incenso de lavanda.

Entrei no carro e percebi que Amy estava bem tensa ao meu lado.

— Você não deveria levar isso muito a sério — eu disse, quebrando o silêncio — nem Lucy sabe das coisas...

— Mas ela está certa — Amy disse baixinho — eu sei que ela está.

— Por quê? — perguntei, algo raro de minha parte — você anda preocupada?

— Quem é Tyler?

Tudo bem. Ela me pegou de jeito, assim como eu não queria falar sobre meu passado, ela não queria falar do dela. Balancei a cabeça, nunca fui de me importar com o passado dos outros, não é agora que começaria.

Manobrei o carro e comecei a dirigir.

— Hey — ela disse depois de um tempo — podemos passar numa confeitaria? Prometi a Ryden que ia trazer cupcakes.

Assenti e entrei num bairro antigo da cidade.

***

Amelia pediu dois cupcakes de chocolate para os gêmeos e um de blueberry para si mesma. Eu pedi uma taça de um creme feito de sorvete de creme com papaia e licor de cassis. Parecia ser ruim, mas na verdade era uma delícia.

Depois que comemos, saímos da loja. Um casal estava andando do nosso lado. Eu ignorei, mas Amelia continuou a observar.

— Pare Eric — disse a garota manhosa — você vai desarrumar meu cabelo!

Revirei os olhos, essa gente me fazia vomitar. Virei-me para falar que tínhamos que ir embora para Amy quando vi que ela muito pálida.

— Amy? Ruiva? — chamei preocupado. A última coisa que eu precisava era socorrer uma mini ruiva.

Ela me olhou e vi que tinha tristeza e medo em seu olhar. Decidi melhor não perguntar nada.

— Vamos, — eu peguei sua mão delicadamente, outra coisa rara para mim — venha, vamos embora.

Ela assentiu e se dirigiu ao carro enquanto segurava na minha mão, como se fosse algo para a manter em pé.

Bateu novamente uma grande curiosidade, mas eu não falei nada. Apenas deixei que ela segurasse minha mão.


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Notas finais do capítulo

Okay, cansei dessa porra (e vocês provavelmente também). No próximo episódio eu vou explicar o que Amy tem, hahahahaha. (Aleluia, né?).
Enfim, e aí? Alguém tem alguma ideia de quem é Tyler? E Eric?
Bem, é isso, espero que tenham gostado. O próximo eu vou TENTAR postar na sexta. Porque no final de semana eu tenho um aniversário e uma BIENAL para ir, hahahahaha.
Anyway, comentem, favoritem ou recomendem!! =D
Até o próximo capítulo,
Byebye