Os nossos heróis chegaram ao centro Pokémon, felizmente, a enfermeira Joy ainda estava de serviço, deixando-os entrar.

– Vocês tiveram sorte, hoje eu fiquei trabalhando até tarde, hihi. – A enfermeira Joy riu simpática ao devolver os Pokémons a Red.

– Pois foi, hehe! – Red riu de volta pegando as suas Pokébolas.

Red colocou as suas Pokébolas na mochila, dirigindo-se para a mesa onde Leaf, Yellow e Obsidiana conversavam.

– Então, já há novidades do Silver? – Red perguntou quando se sentou.

– Não. Eu estou ficando preocupada com isso… - Yellow disse preocupada com o amigo.

– Ei, não precisa se preocupar com Silver, ele é muito teimoso para perder tão fácil assim para uns fantasmas, ele vai voltar. – Crystal se virou para nossa mesa para consolar Yellow.

– Pois, Crystal tem razão. Se me fosse a preocupar, era com Gold que o foi procurar, aquele gajo é tão atrasado que por esta hora já deve ter confundido o Silver com uma pedra com uma peruca! – Leaf riu.

– Ela tem razão. – Crystal concordou a respeito de seu namorado.

Nesse momento, três figuras misteriosas entraram no edifício. Os três vestiam uma capa preta com capuz, sendo impossível de ver a face. Pelas silhuetas dos corpos, pareciam ser dois garotos e uma garota. Os três se dirigiram ao balcão, onde a enfermeira Joy atendia os treinadores.

– Muito boa noite, em que posso ajudá-los? – Ela cumprimentou-os com um sorriso.

– Oi, cure estas três Pokémons, e rápido! Não temos tempo para isto! – Um dos corpos gritava apressado.

– Ai, calma, calma, não é preciso tanta pressa… - A enfermeira Joy sentiu-se ofendida ao pegar as Pokébolas para as curar.

Depois de soar a musiquinha habitual da cura de Pokémon, a enfermeira devolveu os objetos ao garoto, que as retirou da mão da enfermeira com imensa pressa.

– Obrigado. – A garota disse educada pelos três.

Na mesa todos suspeitaram a entrada daqueles três seres no edifício, desviando a sua atenção para eles.

– Quem são aqueles caras excêntricos? – Green questionou os outros ao chegar ao pé deles com uma caneca de chocolate-quente na mão.

– Não sei, mas são caras bem estranhos… - Red fixou o olhar neles, intrigado.

Red pensava bem no assunto. Claro que eles podiam estar ali refugiados dos fantasmas, mas eles estavam muito calmos para quem acabara de encarar um monte de espíritos malignos… Para além disso, o que seria aquela capa? E porque se escondiam?

– Muito bem, D, diga-me o ponto da situação. – A garota perguntou a um dos garotos que parecia um pouco atrapalhado.

– Bem, ah, está a correr como planeado. Mas me diz, aquele cabelo de tomate não vai atrapalhar? – Esse tal de D parecia confuso.

– A dona Pérola já deve ter tratado da saúde desse assassino… Ninguém toca nos fantasmas de Lavender! – A garota afirmou com a sua voz cheia de ego.

– Mas e com a profecia, P?! Vai realizar-se? É que estamos tão lentos! – O outro garoto exaltava-se.

– Calado, P! Já não aguento com as tuas pressas! Tudo ira decorrer a seu tempo… Agora vamos, a dona Pérola espera-nos na Torre de Lavender para tratarmos do sacrifício. – A garota, que parecia ser tratada por P, disse dirigindo-se para a saída.

– Mas, P! Podemos comer pelo caminho? – D perguntou quase implorando.

– Ah… Podemos, D… - Ela disse sem paciência.

–Mas seja rápido, D! Estou farto de perder tempo… - O outro P dizia impaciente.

Os três saíram do edifício tão misteriosamente como entraram. Na mesa todos estavam perplexos. Dona Pérola? Sacrifício? Profecia? Cabelo de tomate? Estariam eles a falar da mãe de Obsidiana, o renascer dos Assassins Gosts e de Silver?

– Vocês… Ouviram o mesmo que eu? – Obsidiana ficou assustada.

– Eu… Eu acho que sim… - Leaf engoliu em seco.

– PESSOAL! – Gold gritou ao entrar no edifício.

– Gold, finalmente! Por onde andou? Onde está Silver? – Yellow esperou boas notícias, mas pela cara do amigo, boas notícias não viriam…

– Yellow… - Gold olhou para a amiga com pena de lhe estragar a esperança – A única coisa que eu encontrei de Silver… Foi isto…

Gold atirou umas vestes para cima da mesa, aparentemente, eram as vestes de Silver. Essas estavam amassadas, sujas e com manchas de sangue. Crystal se chegou às vestes do amigo, ela estava pasma, não sabia oque fazer. Os seus olhos encheram-se de lágrimas, ela saiu de seu lugar e se aproximou bem devagar das vestes do colega, estendendo a mão ao seu casaco. O pegou, e mal o segurou com as duas mãos, se colocou de joelhos abraçada ao casaco, chorando o desaparecimento do amigo sem fim.

– Silver! Porquê Silver?! Porque tinhas de desaparecer assim… - Crystal se lamentava.

– Gold, se estas são as vestes de Silver… Onde Silver pode estar… - Sapphire olhou para o amigo preocupada.

– Provavelmente, Sapphire… Provavelmente… - Gold colocou a mão sobre o ombro da amiga que começava a chorar.

– Não! Silver não pode estar morto! Ele é demasiado teimoso para isso! Não pode... – Crystal continuava agarrada ao casaco do amigo.

– Crystal… - Green tentou acalma-la.

– A culpa é minha! Se eu não o tivesse abandonado naquela sala, ele estaria aqui connosco são e salvo! - Ruby estava com raiva de si.

– Você não tem culpa… Eu e Gold é que o abandonamos… - Crystal se agarrava ainda mais forte ao casaco de seu companheiro.

– Crystal, não se culpe… Você sabe que quando Silver mete uma ideia na cabeça, não a tira nunca mais. Ele escolheu assim. – Gold tranquilizou a namorada.

– Porque ele tinha de ir? Ele era um ótimo companheiro… Era um irmão para mim… Ele não nos pode deixar assim… - Crystal refletia.

– É… E tenho de admitir, mesmo sendo eu um garanhão o seu cabelo longo e ruivo sempre me excitava… - Gold estava a ser inconveniente.

– Não seja gay numa altura destas, Gold! – Leaf pedia.

– Ei, eu julgava que estávamos numa de reflexão! – Gold defendeu-se.

– Você não muda mesmo… - Green levou a mão à testa.

Ouviram-se uns barulhos vindos do balcão, Obsidiana olhou, vendo a enfermeira Joy atrapalhada.

– Precisa de ajuda, enfermeira Joy? – Obsidiana reparou que a senhora estava um pouco atarefada.

– Ainda bem que pergunta, pequena. Eu realmente tive muito movimento hoje e não estou conseguindo registar todos os Pokémons que tratei hoje. – A rosada respondeu atrapalhada.

– Problemas em registar? Aqui o nosso Green pode ajudar você! Ele é um mestre da tecnologia! – Ruby empurrou o amigo para a frente.

– A sério? Pode?! – A enfermeira ficou esperançosa.

– Bem… Posso… No que precisa de ajuda? – Green ficou um pouco envergonhado com o elogio.

– É aqui no PC, você pode ver quantos Pokémons foram curados hoje e colocar aqui nas tabelas? – A senhora perguntou.

– Sim, isso para mim é mais fácil que pescar um Magickarp! – Green aumentou seu ego.

– Muito obrigado, lindo! Eu vou lá dentro tratar de umas coisas. Obrigado pela ajuda. – A enfermeira saiu depois de dar um beijo na bochecha do moreno.

Green ficou corado e com um sorriso bobo na face, fazendo Leaf dar um tapa na sua cara. Após isso, Green segurou todos os dados no PC. Não demorou mais de dez minutos a finalizar tudo, aquilo realmente era moleza para ele. Ao acabar voltou para a mesa com os amigos, com uma cara de caso muito intrigante.

– Puxa, Green… Que cara é essa? Você parece muito pensativo… - Obsidiana reparou.

– Pois bem, até que estou – começou Green – eu reparei que o último registo de atividade daquele PC é só com Pokémons da região de Sinnoh…

– Sim, e dai? Muitos Pokémons que há em Sinnoh há cá em Kanto também… - Sapphire achou a preocupação do amigo.

– Sim, mas… Não acham estranho isso coincidir com aquelas pessoas estranhas que passaram por cá há pouco? Para além disso… Sinnoh é bem longe daqui, as pessoas de lá só cá veem com justa causa… - Green estava a achar aquilo tudo muito estranho.

– Eles podem ser treinadores que estão a iniciar uma jornada. – Ruby deixou a hipótese em aberto.

– Isso é verdade… Mas, Obsidiana, você não nos contou que sua avó viveu muito tempo em Sinnoh? – Green juntava as peças do puzzle.

– Sim, mas onde quer chegar? – Obsidiana via que Green tinha uma linha de raciocínio.

– Repare. Sua avó viveu em Sinnoh, os tipos misteriosos só têm Pokémon de Sinnoh, eles falaram de um sacrifício e Silver desapareceu… Você não acha que as peças se encaixam demasiado bem para ser uma coincidência? – Green juntou os factos.

– Green tem razão! – Red se levantou da cadeira – Pessoal, aqueles caras devem ser seguidores da avó de Obsidiana! E eles raptaram Silver para obter um sacrifício! E se nós não nos despacharmos… Silver vai morrer!

– Vamos, pessoal, alguém se lembra de onde eles disseram que iam?! – Leaf perguntou ansiosa, com os nervos à flor da pele.

– Eu acho que eles iam para a Torre de Lavender! – Ruby disse convicto.

– Bem, então é para lá que vamos! Temos de salvar Silver! – Crystal levantou-se, colocando a roupa do amigo na mala.

– Ir para a Torre de Lavender numa sexta-feira treze?! Você quer morrer?! – Red deu uma de medricas de novo.

– Red, não é hora para ter medo! É a vida de Silver e de todo o mundo que está em jogo! Nós temos de o ir salvar… Nós somos amigos dele… Não o podemos deixar morrer… - Gold trouce o amigo à realidade.

Red olhou para todo o mundo à sua volta, todos estavam convictos em ir, então, Red respirou findo, encheu-se de coragem e…

– Vá, vá, ok, nós íamos morrer de qualquer jeito… - Red deu a entender que ia.

– Assim é que se fala, cara! – Gold felicitou o amigo colocando o polegar para cima.

Todos saíram do Centro Pokémon em grupo, dirigindo-se à Torre de Lavender. Todos estavam assustados, sabiam que poderiam morrer naquela noite, mas não tinham medo, eles estavam juntos e tinham a missão de salvar Silver. Eles sabiam, que enquanto permanecessem unidos, nada nem ninguém os poderia vencer…

… Ou será que podia?...