Alameda dos Sonhos Quebrados escrita por KM Bárbara


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

See ya tomorrow.. Perhaps. :*



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Alameda dos Sonhos Quebrados

(Boulevard Of Broken Dreams)

Capítulo II

Aquele que não ama, não conhece a Deus. Porque Deus é amor.”

– 1 João, 4:8.

4 anos antes.

Konoha – Interior do Japão.

Quinta, 7 de Julho.

Caminhava devagar por um corredor escuro. Tudo parecia tão frio, até mesmo o ar que respirava soava gélido. Sua pele congelando. Para todo canto que ousava direcionar o olhar, o breu parecia infiltrar-se, constante. Os braços alternavam-se entre tentar tocar em algo e esquentar-se, em vão. Suas costas doíam de uma maneira incompreensível, carregando peso. Ainda assim, estranhamente, não sentia como se houvesse algo nela que não lhe pertencesse. Mas podia perceber o líquido estranho que lhe escorria as costas e escutar o barulho das gotas derramando-se ao chão, soando preocupante. Suspeitava que algo em si sangrava, a dor um pequeno sinal. O silêncio tornava cada vez mais enlouquecedor, o único som a acompanhar o de seus cautelosos passos o de algo arrastando atrás de si. Algo que estava em suas costas. Suspirou frio.

O ar parecia ficar cada vez mais pesado. O frio, mais intenso. A escuridão que já lhe rodeava parecia ganhar textura, quase viva. Seus passos, inconscientemente, ganharam velocidade. As mãos, apressadas, moviam-se loucamente à busca de apoio. O peso em suas costas mais doloroso, assim como seus pulmões parecia encolher-se dentro de seu peito. E, no auge de seu desespero, seus olhos se fecharam num pulsar. Uma luz surgiu a sua frente como uma explosão. Um estranho formato de asas se abrindo aos seus olhos. Os verdes marejavam incessantes diante de tal poder. Sentia como se uma estranha energia maculasse gradativamente cada milímetro daquela escuridão densa, destruindo-a, e finalmente invadindo impacientemente cada célula imaculada de seu corpo.

Tonta, tentou se afastar, tropeçando desastrada sobre os próprios pés descalços, o chão lhe acolhendo duramente, algo em suas costas amortecendo sua queda. A luz subia por seu braço e entrava por suas unhas. A dor em suas costas parecia nada perto da agonia que sentia agora. Um grito de horror tentou escapar de seus lábios rachados, enquanto arqueava suas costas contra o chão quando a luz chegou ao seu rosto. Sentia seus olhos prestes a explodirem, tamanha era a dor sentida. A boca mantida aberta, mas o grito não saía. Ao invés dele, a luz pálida parecia irradiar intensamente dela. Ver tornou-se difícil quando sentiu a energia escapar por seus olhos. Curvou-se tanto sobre o chão, que quase se sentiu voar. Então, quando a dor parecia torturante o bastante para suportar e não tinha mais controle nenhum sobre o seu corpo flutuando, sentiu-se largar sobre o ar, fechando os olhos em reflexo.

Piscou compulsivamente, deparando-se com o escuro. Estava em sua cama.

Tentava acalmar sua respiração, enquanto passava as mãos sobre o rosto, retirando o suor que lhe banhava o corpo. A luz que piscava em sua escrivaninha chamou-lhe a atenção, enquanto se sentava sobre seus travesseiros. Suspirou mais uma vez, para afastar aquela sensação ruim que lhe apossava, antes de finalmente esticar a mão mais próxima e pegar o celular que vibrava. Um sorriso singelo formou-se devagar em seu rosto ao ler a mensagem em seu visor. Havia também dez ligações perdidas. Ele só pode ser louco... Seu celular começou a vibrar novamente em sua mão, aumentando o sorriso em seus lábios. Atendeu-o sem demora.

– O que...?

O autor da ligação tratou de se apressar, interrompendo-a.

– Sabe que horas são?

Refletiu por um momento, olhando para o relógio do celular constatando a hora: Meia-noite e quinze. Tarde o suficiente para não ser acordada, pensou enjoada. Quase verbalizou seu pensamento mal humorado, mas decidiu ouvi-lo primeiro.

– Sim, eu sei. Agora eu sei. O que você...?

Interrompeu-a novamente, irritando-a mais o que o necessário (ah, como ele adorava irritá-la) e falando rapidamente, antes que ela desligasse em sua cara – coisa que, do jeito que a conhecia, não tardaria a acontecer –.

– Então sabe a quanto tempo eu estou tentando falar com você, não é? Exatos quinze minutos – ouviu um suspiro irritado e pôde claramente vê-la revirando os olhos para o celular. Sorriu um pouco, satisfeito. Continuou a falar, para não ser interrompido, como previa – Desça.

Foi sucinto. Com um período quase longo de silêncio, seu sorriso aumentou. Podia visualiza-la vermelha agora. Não conseguia parar de sorrir.

Amor... – sussurrou quase ameaçadora – Só vou perguntar uma vez, o que você...?

Não pôde se conter, teve que fazer novamente.

– Desça.

Quando a ouviu grunhir para o celular, afastou-o do rosto e gargalhou brevemente, imaginando-a contendo-se para não gritar com ele a essa hora. Realmente, adorava irritá-la. Era tão fácil!

– Sério! – Seu tom era agressivo, quase animalesco. – Pare com isso, caralho! Isso lá são horas de ficar...

E pela última vez, antes que, quando ela o encontrasse, se tornasse vítima de um assassinato, interrompeu-a, parando de rir e usando seu tom autoritário, que, infelizmente, não funcionava muito bem com ela. Mas, dessa vez, esperava que fosse útil. Contava também com a curiosidade dela.

– Estou te esperando aqui embaixo. Não demore.

Desligou antes que ela o fizesse.

Ele realmente não gosta de viver, ela pensou. Realmente! Apertou o celular sobre seus dedos finos nada ameaçadores, grunhindo mais um pouco e tentando conter a vermelhidão que, sabia, dominava suas bochechas. Bufou irritada, um traço de sorriso lhe adornando o rosto. Jogou-se ao travesseiro com força, suspirando uma última vez antes de se levantar, calçar suas pantufas de golfinho e descer as escadas em silêncio. Pegou a chave pendurada na parede e, fechando-a porta as suas costas, saiu com cautela, procurando-o com o olhar.

Saiu completamente, parada de frente a porta, até sentir uma mão sobre sua boca com força, puxando-a para trás pela cintura. Suas mãos foram rapidamente para a que lhe tomava os lábios, enquanto procurava o agressor com os olhos esbugalhados. Irritou-se quando se viu sendo abraçada e recebendo e beijos nas bochechas. Seus olhos passando de arregalados para franzidos.

– Cara, eu odeio você.

Foi abraçada mais fortemente, os beijos, antes em sua bochecha, descendo gradativamente para seu pescoço, arrepiando-a.

– Não odeia não. – levantou o rosto do pescoço macio da namorada, encarando em desafio seu rosto indignado. Sorrindo sedutoramente, arqueou uma sobrancelha como quem diz o óbvio – Você me ama pra caralho.

Sentindo-se ser esbofeteado enquanto sua gargalhada ecoava pelo gramado aberto. Em seguida, contendo sua risada, segurou-lhe os pulsos enquanto a observava emburrar a cara com um bico engraçado, tentando parecer irritada. Enlaçou os braços da rosada em sua cintura, encostando suas testas e inalando seu cheiro de flores, enquanto via o rosto dela se suavizar lentamente ao abraça-la.

– Feliz aniversário, debutante.

Sakura encarou os olhos negros a sua frente, abrigando um sorriso preguiçoso, e sorriu de volta antes de lhe beijar os lábios com suavizes, sentindo contra sua língua o breve gosto de pimenta que sempre continham. Quente.

Separaram- se logo, ao passo que seu pulso era puxado para longe de sua casa.

– Onde estamos indo?

Visualizou o rosto bonito lhe lançar um sorriso maroto por cima do ombro, acelerando os passos e, em consequência, puxando mais os seus. Por um momento, um relapso de preocupação passou por sua cabeça à medida que a imagem de seu pai acordando e dando de cara com o vazio se formava. Ele ficaria preocupado? Perguntou-se, abanando a cabeça em seguida, afastando o pensamento. Preocupado não era a palavra certa. Exaltado talvez. Violento. Afastou o pensamento mais uma vez, perguntando novamente, agora com mais firmeza.

Onde estamos indo?

Puxou levemente o braço, retardando-o brevemente, enquanto ele passava a andar, agora, com ela ao seu lado. Seu braço direito circundando sua cintura, enquanto lhe sorria com um misto de ansiedade e mistério. Os olhos negros refletiam felicidade, encarando os esmeraldas desconfiados.

– Não me deixe curiosa. Sério, por favor. – Rompeu à frente do amado, parando-o – Preciso saber se vou demorar. Você sabe por quê.

Ouviu-a suspirar com um misto de ansiedade e preocupação, sorrindo doce e brevemente em seguida erguendo os olhos verdes límpidos de encontro aos seus. Suspirando também e sorrindo marotamente, ergueu as mãos para lhe acariciar as bochechas, sentindo-se ser abraçado pela cintura. Beijou-lhe o queixo antes de dizer:

– Não vamos demorar, eu prometo.

Recolhendo o sorriso, agora limitado a um erguer de canto, encarou os orbes quentes se afastando lentamente. Sentiu-se ser puxado novamente, o abraço mais apertado.

– Mas aonde vamos?

Passando seus braços por cima dos delas e, observando as sobrancelhas rosadas erguidas e o sorriso pretencioso, voltou ao sorriso cheio.

– É surpresa.

Sentiu-se ser puxado de novo, enquanto ouvia a risada ansiosa da amada.

– Por favor!

Pediu, com certo tom de impaciência. Suspirou, encarando-a e erguendo, junto a ela, as sobrancelhas. Aproximou-se levemente, sentido a brisa quente da boca rosada mesclar-se à sua. Levou a mão esquerda à bochecha rosada, acariciando com o polegar o rosto rubro, e, observando de relance um brilho cor de sangue apoderar-se rapidamente dos tão adorados orbes verdes, antecipou:

– Vamos ao encontro do seu futuro.


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Notas finais do capítulo

Todo amor, amor, amor e mais amor do mundo pra qualquer um. E um pouco de paciência também.

PS¹: Não corrigi muito, sorry. Perdoem qualquer erro e, se puderem, por favor, avisem-me.
PS²: Capítulo meio chato, ner..? kk
PS³: Não lembro exatamente o que eu ia escrever nesse "ps", então, de qualquer maneira, obrigada por lerem.



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