Bella’s POV

Fechei a porta na cara de Edward, encostei-me à ela e gritei de volta:

- Aqui em casa. Amanhã às oito da noite. E não se atrase.

Coloquei minhas mãos na cabeça, tentando pensar sobre o que tinha acontecido. Meus lábios formigavam, o inferior principalmente. Eu estava tremendo tanto, que acabei por sentar no chão, com as costas encostadas na porta.

Quem ele pensou que era? Por que ele tinha me beijado? Eu por acaso tinha dito que queria? Não! Não! Não! Edward estúpido Cullen.

Peguei meu celular e liguei para o primeiro número da minha lista: Alice.

- Alô? – Ela disse ao atender.

- Lice, sou eu, a Bella. – Eu disse, tentando manter minha voz estável.

- Bella! Sua voz está tremula, aconteceu algo? – Como ela conseguiu notar?

- Vem pra cá. Por favor. – Implorei. – Aliás, durma aqui. E já fique aqui para a festa do pijama de amanhã. Eu preciso de você, Agente Brandon. – A chamei de agente para ela ter um pouco de noção da minha necessidade. Sempre que tínhamos algo realmente importante, nós nos chamávamos de Agente, e completávamos com o nosso sobrenome. Então, ouvi o barulho de algo caindo no chão e perguntei: - Lice? Você está ainda está aí?

- AGENTE SWAN, EU JÁ ESTOU SAINDO DE CASA. – Ela disse e desligou o telefone.

Uma eternidade passou até ela chegar. Ouvi a campainha e desci correndo para atender.

- ALICE, POR QUE DEMOROU TANTO?! – Berrei enquanto a abraçava.

- Foram vinte minutos, Bella! Não exagere. – Ela disse retribuindo o abraço.

- Para mim, foi uma eternidade. Vem comigo.

Fui até o meu quarto, e Alice me seguiu confusa. Claro, mal sabia ela que eu finalmente tinha dado o meu primeiro beijo. Ou melhor, recebido.

- Bellinha, o que aconteceu? Você está pálida sabia? – Ela me olhava com atenção, enquanto jogava suas coisas na minha cama e eu fechava a porta.

Pulei na cama, coloquei um travesseiro na minha cara, apertei-o e falei:

- Edward me beijou. – Ela tinha ouvido?

- Bells, está virando autista? – Ela me perguntou. Ah, então ela não ouviu...

Tirei o travesseiro da minha cara, bati nela com ele e berrei:

- EDWARD CULLEN ME BEIJOU, ALICE. – Coloquei o travesseiro na cama, e afundei meu rosto nele. Então, contei mentalmente... 5, 4, 3, 2, 1...

- AAAH! BELLA, COMO ASSIM? QUANDO? ONDE? AAAH! – Que bom, a crise de alegria de Alice continua pontual como sempre.

- Shh... Alice, foi aqui, no meu quarto, há menos de meia hora...

Contei para ela sobre o que nós tínhamos falado, sobre o fato do meu celular ter tocado o alarme com a música “A Little Less Sixteen Candles, A Little More Touch Me” que, aliás, eu trocaria ainda hoje... E no final, ela suspirou e disse:

- Bella, você... Você não retribuiu o beijo?

- Eu não sabia o que fazer... Ele beijou meu lábio inferior... – Alice fez uma cara de surpresa. – E aí, eu já tinha parado de respirar. E ele se assustou, pensando que eu estava morrendo! E começou a me chacoalhar! – Num mundo de emoticons, eu juro que a cara da Alice seria “dois pontos, o maiúsculo”. – Então, eu o expulsei do meu quarto...

- COMO ASSIM? – Alice me interrompeu.

- Mas disse para ele não se atrasar para a noite do pijama de amanhã...

- EDWARD VEM PARA A NOSSA TRADICIONAL NOITE DO PIJAMA?! – Então me dei conta de que não tinha dito isso ainda para ela.

- Lice, ou ele vinha aqui em casa, meus pais e os dele ficavam aqui também, e nós não veríamos nenhum filme na sala... Ou ele era chamado para a festa do pijama, e os nossos pais saiam de casa. – E antes dela falar qualquer coisa, completei: - O irmão dele, o Emmett, também vem.

- E o Jasper? – Por que ela não admitia de uma vez que gostava dele?

- Também, também... Mas, eu quero te perguntar uma coisa antes...

- O quê? – Ela me olhou confusa.

- Quando você vai falar com o Jazz? – Alice me olhou com certo espanto nos olhos.

- NUNCA. – Eu comecei a rir, e ela completou maliciosamente: - E você? Quando vai admitir de que gosta do Edward?

- O QUÊ? – Olhei- a assustada.

- Bella, não faça essa cara de surpresa. É óbvio para todo mundo. Até o Seth deve ter percebido, se duvidar... – Ela me olhou carinhosa e se deitou ao meu lado, olhando para o teto enquanto falava. - Se você visse sua cara quando está com ele... – Olhou-me e disse: - Eu sou a razão da nossa amizade, não sou? E desde a quinta série, tudo o que eu digo, não é verdade? – Eu tinha que admitir, pois era verdade mesmo, então fiz um sinal positivo com a cabeça. – Por isso, quando eu digo que você gosta dele, é fato. Acredite em mim.

Passamos o resto da noite conversando e tentando falar com Rose. Ela não atendia o celular... Então, deduzimos que devia estar com algum “amigo”. Mas deduzimos isso sem maldade, claro...

No meio da noite, Seth veio até o meu quarto, dizendo que estava tendo pesadelos. O ajeitei entre Alice e eu, e um pouco antes de adormecer, ele me disse:

- Eu gostei bastante do Edward, sabia?

Alice me olhou como se esperasse por alguma resposta, e eu disse:

 - Ah, eu também gosto dele, Seth. – Ela me encarou, e eu completei: - Gosto até demais.