CADIMUS: Mutação escrita por Sombrio1


Capítulo 8
Erick - A nova Familia.


Notas iniciais do capítulo

Amei escrever esse capitulo, espero que gostem de le-lo.
Salve pra galera do Ong, pricipalmente a Lê, a Gabs e o Ever



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Abri meus olhos devagar, torcendo para que tudo o que eu passei fosse um sonho ou alguma alucinação da minha mente, mas quando vejo o teto cinza e verde em cima de mim decido aceitar os fatos de que aquilo era real.

A cama a qual estava deitado não passava de uma pedra com apenas um pano macio, porem o pano era tão fino que eu podia sentir o frio da pedra sob meu corpo.

– Você vai se acostumar com a pedra - Luke disse enquanto me mostrava o seu quarto. Ou melhor, o meu quarto, eu pertencia ali agora.

Levantei-me da pedra-cama, sentia muita fome, e estava com muita dor de cabeça devido ao zumbido que eu estava escutando. Eu não sabia o que era aquele zumbido, mas desde que cheguei à cidade ele estava me incomodando absurdamente. Olhei para o quarto para tentar esquecer o som insuportável. Embora fosse sujo, o quarto era organizado e estranhamente aconchegante, com uma cama ao canto e dois quadros pintados à mão na parede, e havia uma cômoda no canto de onde uma luz brilhava fortemente iluminando o quarto inteiro, aproximei-me da luz. Ela era forte e quente, ergui minha mão para toca-la, porem apenas de aproximar da luz senti meus dedos queimando.

– Isso é chama viva, não recomendaria tocar. - A voz de Luke ecoou atrás de mim me fazendo virar rapidamente para o vê-lo. Luke era muito magro e muito jovem, estava descalço, usava uma calça preta e uma camisa de banda de rock surrada.

– Desculpe-me, eu só queria... - comecei a preocupar uma desculpa esfarrapada em minha mente.

– Que se dane. Vem, vou te mostrar a Cadimus - ele vira as costas e eu sei que e para acompanha-lo, porem não faço fico parado de boca aberta sem acreditar no que estava acontecendo. Luke olha para mim. - Algum problema?

– Não, nenhum e só que... - Paro de falar pensando se eu pareceria muito medroso.

– Não sabe completar as frases novatas?

– Não, quer dizer sim...

– Decida-se logo novato - dessa vez ele disse com raiva.

– E que desde que cheguei aqui você me tratou com desprezo, e meio estranho estar me tratando bem agora.

Luke me encarou, percebi o canto de sua boca se curvando e formando um sorriso. Eu esperei ele dizer algo do tipo "aprendi minha lição, vou tratar você bem de agora em diante". Mas ele não fez isso, no lugar de dizer algo ele começou a rir histericamente de tal modo que até se curvava com falta de ar.

– Vamos deixar bem claro as coisas - ele disse enquanto enxugava uma lagrima que saia de seus olhos e ao mesmo tempo tentava manter a pose seria depois de tanto rir. - Eu não gosto de você, e não estou sendo legal com você ao contrario estou sendo obrigado contra minha vontade de mostrar a Cadimus para você.

– Contra a sua vontade? - perguntei não entendendo direito o que ele quis dizer.

– Sim, contra a minha vontade. Fantasma me pediu que te mostrasse a Cadimus e te levasse até ele. E chega de perguntas novato. - Ele disse então foi em direção à porta, ele colocou a mão na maçaneta então se virou para mim. - Mais algum problema novato?

– Não - eu disse - Nenhum problema - e o segui porta a fora.

Quando passamos pelo portal minha mente explodiu, o zumbido havia aumentando de uma forma que parecia que milhões de mosquitos decidiram se ajuntar ali. Cai de quatro e tampei meus ouvidos tentando parar o zumbido, mas a tentativa era em vão. O zumbido estremecia meu corpo inteiro, comecei a gemer de dor. Por favor, para. Desejei dentro de mim. E devagar o zumbido começou a abaixar até não ser mais nada. Levantei lentamente a cabeça sem entender o que havia acontecido. Varias pessoas se ajuntaram ao meu redor, curiosos que queriam saber o que estava acontecendo, Luke estava me olhando como se eu fosse um louco.

–Não há nada para verem aqui. - Ele disse aos curiosos que ainda me encaravam. - Voltem aos seus afazeres - Luke era um dos governadores da cidade, por isso os curiosos começaram a ir embora sem reclamar quando ele ordenou. - Você e louco ou tem sérios problemas. - Ele disse enquanto se virava para continuar sua caminhada.

– Não sou louco. - Disse enquanto me levantava, o ruído sumira finalmente. Torci para que fosse para sempre.

– Então quem cai no chão, grita a ainda por cima tapa os ouvidos e alguém normal? - Ele perguntou certo sarcasmo na voz.

– Cai por causa do ruído. - Disse

– Não há ruído nenhum, só você o ouve, por que você e louco. - Quando ele disse isso fechei minhas mãos em punho. Ser caçoado era uma das coisas que me deixavam irritado.

– E melhor calar a boca Luke.

– E se eu não quiser? Vai tentar me bater? Por que se for, acho melhor começar logo tenho planos para hoje e não vou querer atrasa-los por ter que bater em um pirralhão mimado.

Não consegui me conter, avancei para Luke com as mãos fechadas, ele rapidamente entrou em modo defesa, porem a sua defesa era faliu. Eu iria dar um soco bem no nariz dele, o lugar mais desprotegido. Mas não consegui, quando minha mão chegou a cerca de cinco cm do corpo de Luke, uma espécie de parede invisível parou meu soco. A parede invisível me separava de Luke completamente. Tentei dar outro soco, mas a parede continuava ali me impedindo de bater nele.

– Quer para de usar seus poderes seu covarde? - Disse com raiva e meio assustado até, ainda não havia me acostumado que as pessoas que moravam na cidade de Cadimus tinham poderes.

– Não usaria meus poderes contra você, posso ser tudo, mas não sou um covarde. - Ele disse a mim.

– Se não e você, quem é?

– Eu. - A voz de fantasma veio de trás de mim. - E da próxima vez não irei criar um escudo, vou criar uma faca e vou finca-la em suas cabeças.

Um pequeno ruído nos informou que o escudo havia se desfeito. Olhei para fantasma, o pano que cobria seus olhos era preto hoje, fantasma era cego, porém era o mutante mais poderoso da cidade, assim como era um exemplo de líder.

– Luke, vá arrumar as coisas para o torneio, eu acompanharei o Erick pela cidade.

– Boa sorte - Luke disse enquanto virava-se de costas e ia de volta à direção em que viemos.

Fantasma colocou a mão em meu ombro e começou a me guiarem direção aos muros, os passos de Fantasmas eram largos e espaçados, por isso não demoramos muito tempo para chegar ao muro.

– Esse e o muro. – Ele disse, enquanto apontava com a cabeça para o muro. – Ele delimita a nossa cidade, nos impedindo de sair daqui. Alguma pergunta? – Olhei para ele sem entender nada.

– Só vai dizer isso? – Perguntei.

– Quer que eu diga mais? - Ele perguntou sorrindo.

– Não entendo, trouxe-me aqui apenas para ver um muro?

– Não e apenas um muro. É uma grade que nos prende como ratos ou algum bicho semelhante. Achei que seria mais prudente que você a conhecesse agora, já tivemos problemas com outros mutantes por não apresentar a eles o muro. - Fantasma começou a andar novamente.

– Que tipo de problemas?

– Os básicos, eles achavam que o muro era frágil e se esgotaram de tanto tentar o derruba-lo. Alice ficou dias tentando os curar. Por isso te mostrei o muro agora, para que você não perca seu tempo, ou tentando o destrui-lo ou tentando pula-lo. - Fantasma me assustou ao dizer aquilo. Parei e comecei a ver o peso que aquelas palavras continham.

– Você quer dizer que estaremos aqui para sempre? E que nunca mais iremos voltar pra casa? - Perguntei.

– E triste de dizer Erick, mas sim, vamos viver até nossos últimos dias aqui. - Fantasma disse isso com uma tristeza muito grande.

Continuamos andando pela extensão do muro, as paredes do muro pareciam ser muito grossas, como as grades de um presidio. "Talvez estejam nos guardando para alguma coisa". Pensei.

– Acho que não. - Fantasma disse. - A Cadimus e um grande hospital, se as pessoas descobrissem que eles criam mutantes seria motivo de grande revolta. Somos resultados de uma experiência que não deu certo.

– Pode ler a minha mente também? - Perguntei assustado. Disseram-me sobre os poderes dele, mas não me disseram que ele podia ler pensamentos.

– Sim. - Ele disse calmamente para mim. Como se aquilo fosse normal para qualquer um. Talvez para ele fosse.

Ele andava na minha frente com o corpo ereto. Havia algo em fantasma que o tornava diferente de todos naquela cidade. Maturidade e Confiança.

– Há quanto tempo está aqui? - Perguntei

– 13 anos. - Ele disse e então eu entendi o porquê de tanta confiança. Fantasma deveria ter visto de tudo acontecer naquela cidade já. - É ainda não vi tudo. Você e novidade para mim.

– Quer parar de ler minha mente? - Surtei. Era algo chato ter a mente invadida por ele.

– Posso tentar. - Ele disse sorrindo.

– Por que sou novidade para você? - Perguntei e paramos. Percebi a costa de Fantasma se arqueando como se ele estivesse muito tenso.

– Porque eu não consigo ler você, consigo ler sua mente, mas não consigo ler você. Quando Luke me chamou para descobrir seus poderes, foi um balde de água fria para mim, descobrir que eu não conseguia. Desde que estamos andando eu estou tentando invadir sua mente para ver se consigo ver ao menos seu passado. A única coisa que sei sobre você e que seu nome e Erick e que você acordou aqui, só. - Fantasma disse de uma maneira que me deixou preocupado, ele queria realmente saber sobre mim, mas por quê. - Sou infantil, e não gosto de ficar sem saber das coisas. - Ele respondeu.

– Quer parar - Eu disse e tentei rir, mas estava tão nervoso que tenho até medo de pensar como aquilo saiu. Fantasma riu.

– Me desculpe - Eu apenas acenei com a cabeça - Vamos para a praça, Leticia e Brian vão lutar para abrir o primeiro dia do torneio.

Não entendi o que Fantasma quis dizer com “O torneio”, mas não perguntei, apenas o segui em direção a praça da cidade, que nada mais era que alguns bancos feitos de pedra que estavam ocupados por alguns mutantes que estavam em pé tentando ver por cima da multidão que se espremia para ver o que estava acontecendo. Pensei no começo que seria difícil passar por ali, mas não foi. Quando chegamos perto da multidão fantasma ergueu suas mãos e fez o gesto de separar, e imediatamente a multidão começou se abrir. Olhei para Fantasma perplexo e sem entender.

– Pra que ter poderes se não podemos usar pra nossa necessidade? – Ele disse com um sorriso no rosto.

Começamos a andar por meio da multidão que havia se separado com os poderes de Fantasma, enquanto passávamos lembrei-me da historia bíblica de Moises que me contavam quando eu era menor. Passar por aquela multidão era como passar pelo Mar Vermelho. Uma barra estava no fim do caminho, Fantasma colocou a mão nela e disse:

– E melhor segurar também.

Fiz o que ele disse e como se eu tivesse apertado um botão na hora que toquei a barra a multidão se acertou novamente do jeito que estava. Estávamos tão apertados que eu podia sentir o suor das pessoas que me cutucavam para que eu diminuísse meu espaço.

– BOAS TARDE PESSOAS! – Uma gritou do meio do pátio. – BEM VINDOS A MAIS UM DIA DE TORNEIO. – A pessoa que falava era um pequeno garotinho, usava cabelo Rastafári negros e roupa de Hippie, aparentava ter cerca de 14 ou 15 anos, mas falava muito alto e não aparentava ter esforço.

– O nome dele e Jorge, ele grita. – Fantasma me cutucou para dizer.

– Esse e o poder dele? – Perguntei para fantasma, ele apenas riu e voltou sua atenção para a arena circular que fora criada para o torneio.

– HOJE UNS DOS CASAIS MAIS QUERIDINHOS DE VOCÊS IRÃO LUTAR. – Ele disse a multidão se agitou ainda mais em resposta. – DE UM LADO, PESANDO 75 KL, COM 1,70 DE ALTURA, LETICIA – Ele apontou para um dos lados da arena aonde uma menina de cabelos muito pretos e olhos ferozes estava. – DO OUTRO, PESANDO 95 KL, 1,80 DE ALTURA, BRIAN – Ele apontou para o lado oposto da arena aonde um cara estava sentado em uma cadeira.

– Pera eles vão lutar? – Perguntei para Fantasma assustado.

– Sim, por que algum problema?

– Sim, olha o tamanho dele. – Disse apontando para ele.

– Ele e normal.

– Normal? – Teria que me acostumar com o que era normal para Fantasma. Olhei para o cara e definitivamente ele não era normal. O cara era um monstro, literalmente, não usava camisa, acho que nenhuma serviria para ele, os músculos dele eram tão grandes que um fisiculturista profissional ajoelharia perante ele e o idolatria.

– AS REGRAS SÃO BÁSICAS, NADA DE ARRANHOES OU MORDIDAS. – Jorge disse, ele estava de pé no meio do grandalhão e da menina. – QUE A LUTA COMESSE. – Ele gritou e saiu correndo para longe deles.

Os dois começaram a andar perto das grades, contornando a arena, ela olhava para o chão e depois para ele com olhos felinos e selvagens, ele não tirava o olho dela como um tigre prestes a atacar. Era como se estivessem se preparando para uma dança em que ambos esperavam o outro convidar para que a dança começasse.

Ele avançou para ela e a dança começou. Ele ergueu seu punho que parecia uma pedra e se lançou enquanto ela também avançava com um punho, só que não era feito de músculos, era feito de fogo, os dois punhos se encontraram no ar, o soco de Brian fez com que o punho de fogo se despedaçasse ao ar em pequenas faíscas. Ele continuou avançando e tentando a atacar com o punho, ela apenas arrastava o pé para trás criando punhos de fogo que eram despedaçados no ar. Eles pararam por um instante. Ela estava sorrindo.

– É o melhor que pode fazer amor? – Ela perguntou rindo.

Ele não disse nada mas ficou muito vermelho.

– Amor? – Perguntei para Fantasma.

– Sim, eles namoram a um bom tempo, vou te apresentar a eles depois.

Voltei a olhar para eles, e foi bem a tempo de me avisar. Ele pulou e com as duas mãos unidas socou o chão. O chão começou a tremer sobre meus pés, e o começou a se abrir até chegar na menina, ela não consegui manter o equilíbrio e caiu no chão.

– Não amor, esse e meu melhor. – Ele disse e avançou para ela correndo se preparando para pular em cima dela.

E tudo aconteceu muito rápido.

Ela estava deitada quando ele pulou quando ela percebeu o que ele estava fazendo ela estralou os dedos, e um grande fogo como se fosse de uma bomba subiu do lugar aonde ela estava, ele voou para longe e caiu de quatro no chão, a fumaça estava densa mas eu podia ver a silhueta dela se movendo e criando chamas que imitavam o formato de lanças, ela as lançou uma-a-uma contra ele. Ele não consegui desviar e as lanças pegaram em cheio nele, ela então fechou as mãos e estralou os dedos mais uma vez e a mesma explosão aconteceu, so que dessa vez foi em direção a ele,não subiu. Ele foi arremessado em meio a multidão que se abriu para ele novamente como um mar vermelho, só que dessa vez não foi Fantasma que fez. Brian caiu em uma casa, e a casa caiu em cima dele.

– A VENCEDORA E LETICIA! – Jorge gritou enquanto a multidão aplaudia.

– Se acostume com isso,. – Fantasma começou a dizer – Isso é diário aqui. – Iria perguntar o que era, mas antes ele perguntar ele disse. – O inesperado, a amizade. – Olhei para o lugar aonde Brian caiu, milhares de pessoas estavam tentando socorrelo, mas ele sempre repetia “Eu estou bem, obrigado.” – Está em outro lugar agora Erick. – Fantasma deu umas batidas levemente em minhas costas. – Esqueça de tudo que viveu até hoje e seja bem vindo a sua nova vida.


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Notas finais do capítulo

Eae gostou? Odiou? Não deixe de comentar. Obrigado até a proxima. :)



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