CADIMUS: Mutação escrita por Sombrio1


Capítulo 20
Rixon - Ninna Pt. 2 As marcas de um passado romântico...


Notas iniciais do capítulo

Bem, no ultimo capitulo do Hiperultramegadivo do Rixon, apareceu uma mulher, misteriosa e intrigante, que já conhecia o nosso amiguinho.... Vamos entender um pouquinho mais sobre ela...
Amo vocês... Boa leitura...



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Nada poderia estragar aquele dia. Foi o que Rixon disse quando saiu de casa, usando seu shorts xadrez e sua camisa azul. Seu corpo vibrando de excitação e alegria, passaria o dia com sua amada, passaria o dia com Ninna.

Ele caminhou pela rua, em sua mão uma cesta lotada de refrigerantes, sucos, pães e outras coisas. Eles iriam fazer um piquenique, a moda antiga, com direito a toalha vermelha e branca estendida em cima da grama.

Ele começou a pensar em como conheceu Ninna, e como o relacionamento dos dois tiveram altos e baixos, o que os deixou mais fortes a cada dia. Ele colocou a mão no bolso, apalpou a pequena caixa de madeira envernizada, na qual um belo anel descansava dentro.

Assim como a maioria dos relacionamentos duradouros, eles começaram na escola.

Rixon era jovem e maduro. Não saia para beber, fumar, ou a festa, não tinha amigos, os únicos com que ele sabia que poderia contar eram seus professores e os demais funcionários da escola, ele nunca havia dado nenhuma atenção especial a garotas, a ideia de ter um relacionamento para ele, era estranha. E tudo continuou assim, perfeito e seguindo seus eixos, até o professor querer fazer um baile. Às vezes Rixon pensava em como aquele baile mudara sua vida, em como as coisas que antes eram calmas ficaram diferentes e estranhas para ele. No começo quando o avisaram sobre o baile, ele repudiou a ideia, e tudo continuaria assim. Se não fosse uma conversa. Ele não sabia explicar como chegaram a aquele assunto, apenas se lembrava de estar tendo uma conversa animada com seu professor sobre “As teorias da Evolução”, quando ele disse.

– Rixon, o baile está chegando. Você vai, não é?

– Não sei. – Ele dissera na hora, suas mãos dentro dos bolsos, com a unha dos dedos beliscando a palma da mão. Coisa que ele fazia quando ficava nervoso.

– Por que não sabe? O baile tá chegando falta apenas duas semanas.

– Vou ficar em casa professor. – Percebendo o olhar incrédulo do professor, ele acrescentou - Tenho livros para terminar, além disso, não tenho com quem ir.

– Arranjaremos alguém para você ir então. – O professor disse, seus olhos brilhando juntamente com seu sorriso.

– Boa sorte! – Foi apenas o que Rixon dissera na hora, enquanto por dentro ele pessimista pensava “Ele nunca vai conseguir.”.

Para sua surpresa, ele estava completamente enganado.

No outro dia o professor o encontrou no corredor. Carregava apenas um papel branco, que passou para Rixon quando eles se encontraram.

– O nome dela e Ninna. Acabou de chegar na escola, esse papel contem todas as informações sobre ela, claro, são superficiais, você terá que descobrir o resto sozinho. Convide-a para o baile, aguardarei vocês lá.

Rixon apenas encarou o professor, sua boca abria e se fechava como se ele quisesse falar algo que estava preso na garganta, mas não saia. Mas ele nada disse ao professor, apenas pegou o papel e saiu, sua mente girava em torno do que estava acontecendo. Iria convidar uma menina para o baile, ele deveria estava gritando, pulando, dançando, mas estava quieto e compassivo. Aliás, ele ainda não sabia se ela iria aceitar.

Os dias que se seguiram foram diferentes para Rixon, ele havia estudado tudo sobre aquela menina diferente e completamente estranha. Por varias vezes ele pensou em desistir, devido ao fato de não terem nada a ver um com o outro. Mas sua mente continuava querendo vencer aquele desafio.

Ninna era inteligente, e ao mesmo tempo linda, com olhos verdes e um cabelo cacheado como miojo, que se moldurava perfeitamente em seu rosto. Mas o grande problema, era que Ninna era rebelde, já fora expulsa de 2 escolas e por coisas terríveis, já havia depredado um parquinho e batido em crianças, também já fora presa, quando a pegaram pixando um muro com alguns amigos na madrugada. Por isso Rixon direto se perguntava se valeria a pena ir atrás de uma garota rebelde e a convidar para sair, ele se sentia um cientista diante de um grande problema, e como os grandes cientistas, ele observou.

As observações ocorriam diariamente, entre as aulas e durante os intervalos, ele a observava de longe e escondido de modo em que ela não o notasse. No começo Ninna pareceu uma garota normal, sempre andando com meninas, rindo e falando sobre vestidos e garotos, isso o acalmou nas primeiras semanas, por enquanto. Tudo parecia perfeito para ele, estava começando a gostar de alguém que nem havia trocado uma palavra ainda, ele no começo achou que era o amor aflorando nele, estava mais sorridente a cada dia que se passava, mas tudo em um piscar de olhos pareceu mudar, quando ele a pegou fumando um cigarro e bebendo atrás da escola, aquilo fora como um soco invisível em seu estomago. Ele ficou sem a observar durante alguns dias, o que fora o suficiente para que ele se sentisse sozinho e frio. Ele sentia falta de Ninna.

Faltando apenas algumas semanas para o baile, ele decidiu tomar coragem e falar com ela. O dia estava nublado, meio frio, as crianças usavam seus casacos leves e alguns usavam toucas. Ela estava sentada, na quadra da escola, estava sozinha, um livro em sua mão, que estava com uma luva branca, escondendo a pele marrom como chocolate recém fabricado.

– Oi. – Ele disse, sua mão suando forte, como se estivesse chovendo dentro dele.

– Oi. – Ela disse, continuando com os olhos no livro.

– Posso me sentar aqui?

– O banco e livre.

Rixon se sentou. E ficou sem falar por um tempo, Ninna era uma pessoa difícil, e não gostava de conversar. Pensou ele. Mas então sua mente correu em quando ele a obsevara, quando ela conversava com as amigas e alguns meninos, todos eles pareciam corajosos, criando aquele grupinho, intacto a dores e a magoas. Talvez ele devesse ser assim, intacto. Por isso fechou a cara, e bloqueou suas emoções por um momento, iria ficar serio e frio. Exatamente como ela gostava que ele fosse.

– Você vai ao baile? – Ele disse, sua voz firme e fria, sua expressão seria. Ela olhou para ele.

– Não vou. – Os olhos verdes dela, brilharam como esmeraldas, se fixando nos olhos dele, e depois voltando ao livro.

– Uma menina tão linda como você. – Aquilo saiu como touro quando a porteira é aberta, ele não conseguiu segurar. Ela olhou para ele, o encarando, um sorriso brincando levemente em seus lábios. – Quer dizer.. Não é porque não te chamaram... Você e bonita... e... Droga. – Ele praguejou estava gaguejando, sua nuca suava tanto, que ele já começava a sentir a sua blusa empapando de suor.

Ela riu. Histericamente. A tal ponto que colocou a mão na barriga para que ela parasse de doer.

– Você é engraçado! – Ela disse, depois deu um longo suspiro, tentando afastar o restante do riso de dentro de si. – Eu gosto disso. É adoraria ir ao baile contigo. – Aquilo pegou Rixon de surpresa, excitação, corria dento do seu corpo, ele abriu a boca, tentou falar algo mais não conseguiu. – Bem, quando você recuperar a voz, me diga o horário que vai passar na minha casa.

Eles riram.

Os dias que antecederam o baile foram os mais incríveis para Rixon, ele havia ganhado alguém para conversar, e para sua surpresa, Ninna era incrível, não era como a garota mimada que no começo ele havia julgado, ela era incrível, e inacreditavelmente espetacular, era inteligente e muito hábil com as palavras, embora no começo Rixon tenha estranhado o cheiro de cigarros que saia dela aquilo não foi empecilho para que ele se visse cada vez mais envolvido com Ninna.

Quando o dia do baile chegou, os pensamentos inundaram a cabeça dele. “Será que ela vai se lembrar de mim depois? Ou será que vai sumir? Devo beijar ela?” A cada pergunta que ele pensava, mais nervoso ficava, enquanto o medo de ser esquecido o dominava por completo.

Ele havia combinado de passar a casa dela as 19:00, mas ele estava nervoso demais, confuso também, por isso, quando o relógio marcou 18:40, ele estava na porta da casa dela, usando um terno preto, bem cortado, que ele havia alugado para aquela ocasião, a gravata vermelha, fechada com um nó perfeito em seu pescoço. Quando ele bateu na porta, e foi atendido por uma Ninna, em um vestido roxo, com babados e que usava batom e maquiagem, ele se perguntou se estava bem vestido. Mas ela logo abriu um sorriso brilhante e disse.

– Está lindo Rixon.

– Eu pensava que era eu que deveria dizer isso. – Ele disse, rindo. A alegria crescendo dentro dele rapidamente.

Eles se divertiram muito aquela noite, Rixon bebeu e fumou, coisa que nunca havia feito, por isso, quando inalou a fumaça do cigarro ele tossiu fortemente, sua cabeça girava por causa das bebidas, Vodka, Whisky, Tequila, coisas que ele nunca havia experimentado até aquela noite, ele não sabia dizer se estava bêbado ou se estava quase em coma alcoólico, mas algo que ele nunca esqueceu aquela noite, foi do beijo dela. Molhado e cheio de amor, em meio a fumaça de um cigarro que ela fumava. E também das palavras que ela disse ao ouvido dele. “Eu te amo Rix” assim, bem baixinho de modo que só eles pudessem ouvir em seus próprios mundos.

Rixon se apaixonou pela primeira vez. Por uma menina por uma menina louca e com sérios problemas de orientação mental.

Fora Ninna que transformou o nerd sem jeito da escola, a um cara em que era amado por todos e popular. Ele lembrava-se bem das palavras ao dizer para ela na noite em que ele saiu pela 6 vez, "Você é uma bruxa Ninna, é isso, eu estou apaixonado por uma bruxa." Ela apenas riu.

Rixon saiu de seu devaneio e bateu a porta da casa de Ninna.

Mas não foi ela quem atendeu.

– Ninna viajou. - Fora apenas o que a mãe dela disse.

Rixon ficou quieto e saiu pelo jardim, sem entender nada.

Decidiu dar mais uma olhada na casa de Ninna, ele não virou completamente a cabeça quando a viu.

Ela estava escondida entre as cortinas da sala, usava um vestido azul marinho, e sorria, olhando para ele. Seus olhos frios e sarcásticos. Quando ela percebeu que fora avistada. Fechou as cortinas.

O ódio cresceu como bomba dentro de Rixon, ele sentia confuso, e ao mesmo tempo irado com Ninna, ela era estúpida, ela era fria, ela era uma das pessoas mais idiotas que ele havia conhecido, ele nunca mais voltaria a vê-la. Colocou a mão em seus bolsos, puxou a caixinha com o anel, e a lançou bem longe, enquanto seus olhos jogavam para fora, um salgado de lagrimas.

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– Então já se conhecem. - Willian disse, vendo a expressão de Rixon para Ninna. A sala estava lotada, ele mal havia entrado, sua mão branca e flácida ainda segurava a maçaneta da porta.

Ninna concordou, sorrindo.

– É, ele é um... - Ninna começou a dizer, mas se deteve, procurando as palavras certas para usar. Coisa que ela fazia muito bem no passado. - Conhecido da minha família.

A sala continuava quieta como um velório, os olhos de Jade eram como faróis, observando cada detalhe do que estava acontecendo.

– Ótimo. Então você apresentara a Cadimus para ela. - Willian disse. Rixon fechou instantaneamente a mão, em desacordo com o serviço que o fora dado. - Algum problema pra você? - Willian perguntou, fitando os olhos na mão de Rixon.

– Nenhum. – Ele disse, a mão relaxando enquanto ele a abria lentamente.

Willian andou pela sala, em direção ao tatuador.

– Bem vinda Ninna, essa é a Cadimus, seu novo lar. – Ele dizia as palavras já decoradas enquanto ria e fazia movimentos com a mão. - Antes de tatuarmos você, quero que diga algo. – Ele colocou a mão no bolso, tirou um papel amassado e entregou a ela. – Diga em voz alta, por favor!

Todos ficaram quietos e a voz de Ninna preencheu a sala, enquanto ela era dizia as palavras da sua iniciação.

– Eu me entrego! Sim, eu me entrego, deixo que minha pele seja marcada, e que todos vejam a minha total devoção a Cadimus. No momento em que minha pele for marcada, farei parte da família. Em um só propósito, em um só jogo, em um só lema. A VIDA PELAS VIDAS!

– A vida pelas vidas!. – Todos os funcionários, disseram em um coro e a sala se encheu com palmas e assobios que saiam da boca de todos.

Todos, exceto, Rixon.

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Ninna tatuou o símbolo da Cadimus em sua perna, um pouco acima do calcanhar, seus olhos se encheram de lagrimas, quando ela se tornou parte da Cadimus. Todos a abraçaram, ou deram beijinhos em seu rosto, mas Rixon, continuou parado, olhando o circo acontecer.

Quando todos deram os comprimentos e as boas-vindas, ela chegou perto dele, seu sorriso triunfante.

– Bem, acho que é hora do passeio! – Ela disse. – Me leve, vamos conhecer a Cadimus.

Rixon a encarou, seus olhos sempre frios, a queimando-a por dentro, mas ele nada disse enquanto permaneceram dentro da sala, passou com ela pela porta e a fechou com uma batida forte. Não dava para ouvir nada que era dito lá dentro, mas algo dentro dele imitava a voz de Jade perguntando aonde Willian havia achado “ela”.

– Então, pelo visto vamos trabalhar juntos. Isso é tão incrível. – Ninna andava firmemente pelos corredores, sua mão tocando as paredes.

– O que você quer Ninna? – Rixon disse, a voz fria como gelo, e cortante como uma navalha.

– Quanto ódio em seu coraçãozinho. – Ela disse, sarcástica virando-se de frente para ele, mostrando cada centímetro de seu sorriso. – O que houve com o antigo Rixon?

– Como chegou aqui? – Rixon ignorou as perguntas dela. Ele queria saber qual era o jogo de Ninna.

– Bem, conheci o Willian em uma festa, um cara incrível, ele me ofereceu um emprego no melhor hospital do mundo. Acha que eu negaria?

– Porque algo me diz que você está mentindo?

– Não sei, talvez seu interior esteja lembrando a parte minha que te fez de otario. – Ela soltou aquilo de uma forma tão leve, que Rixon fechou a mão em punho, apertando os dedos na palma da mão. – Acho que toquei na sua parte fraca. – Ela disse, seus olhos verdes examinando o punho fechado. – Achou mesmo que eu gostava de você? - Era uma pergunta retórica. – Quem gostaria de você? O nerd que andava com os professores, escondido de todos. O cara que tinha medo de meninas? Você. Não. Passa. De. Um. Otario. Rixon. – Ela disse, parando para respirar a cada palavra dita. - Eu tenho pena de...

Ela nunca terminou o que ia dizer. Rixon a jogou na parede, segurando o pescoço dela com suas mãos, ele iria mata-la enforcada, iria acabar com tudo ali agora. Sua mente viajou, para os beijos na casa dela depois da aula, para o passeio no parque, para o cinema juntos. Seu coração deu uma pequena pontada de arrependimento. Mas ele a ignorou, estava disposto a mata-la. Iria acabar com ela.

Um grito cortante os interrompeu.

Uma funcionaria, estava com o rodo, limpava o chão do corredor, usava fones de ouvido, mas quando gritou assustada, ele caiu, parando em um chão sujo com água que escorria de um pano.

Rixon soltou Ninna. Ela caiu no chão, arfando, buscando ar, rapidamente, como se estivesse corrido uma maratona.

A funcionaria ainda olhava para eles, aturdida, e sem entender. Os olhos dela se encontraram no de Rixon, ainda que fosse rapidamente isso fez com ela se encolhesse como um rato e fosse para longe. Ela contaria para alguém, em poucos minutos o incidente no corredor chegaria aos ouvidos de Jade, logo em seguida se espalharia como fogo em palha pelos ouvidos e bocas do hospital.

– Fique longe de mim Ninna! Eu mudei, espero que tenha deixado isso bem claro para você. – Ele disse, virando as costas para ela, que sem sucesso ainda tentava se equilibrar em pé.

– O que aconteceu com você? – Ela juntou forças de dentro dela para pronunciar aquelas palavras.

– Nunca vai saber. E se souber, eu vou ter certeza, de que isso vai morrer com você.

Ele não disse mais nada, apenas seguiu pelo corredor, sem ao menos olhar para trás...


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Notas finais do capítulo

Uau!!!!! Que climaaaaaaa.... Espero que tenham gostado



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