Konoha Silenciosa rpx escrita por andrehnt123


Capítulo 15
Capitulo 14 - Shikamaru, Neji




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–Pai? É você?

Shikamaru olhava sorrindo para Neji

–Pai... Eu cuidarei de tudo...

Neji deu alguns passos para traz. Os olhos de seu amigo demonstravam uma alegria ensandecida.

–Shikamaru...Shikamaru acorde! Sou eu! Neji!

–Eu reconheço você. Sonhava com o senhor todas as noites. As situações mudavam, mas sei que você queria me mostrar algo. Quase 4 anos, dês de que o senhor se foi. Deixando-me sozinho com minha mãe. Minha mãe era uma boa pessoa e agradecia por tê-la sempre ao meu lado, digamos que sempre fui um pouco dependente dela. Mesmo quando nos deixou e deveria ocorrer ao contrário. Sempre tive medo naquele tempo, do que ela poderia fazer comigo. Mais depois, do que eu poderia fazer com ela. Eu os odiei é verdade. Mas vocês voltaram para mim... Todas as noites eu sonhava...

Nos meus, sonhos via situações diferentes ocorrer, as vezes revivia cenas com vocês, outras vezes vi minha mãe ser violentamente espancada até a morte e, após isso, viu o estupro do cadáver esticado no chão. Aquelas cenas teriam sido horrendas se os autores de toda aquela atrocidade não tivessem sido seu pai. As vezes vi minha mãe pedindo para acompanha-la enquanto cortava seus pulsos...-

Neji ouvia horrorizado aquela historia. Espantado com a naturalidade com que narrava, espantado com o quão distante podia estar seu amigo. Era culpa sua...

Flashback on

Dês de alguns meses após o incidente havia notado o quão Shikamaru estava estranho. Vi que ele se isolava, raramente queria sair com os amigos ou com Temari. Inicialmente procurou ocupar-se com o trabalho. Ficava horas afim sentado com aqueles papeis.

De inicio pensei que era uma fase, era natural reagir daquela maneira algum momento, ficaria mais assustado se não reagisse como fez após o ocorrido. Porém o tempo passou e ele procedeu assim, em quase um ano nesse estado ficou quase irreconhecível: não conversava mais com ninguém, nem comigo. Só saia do local de trabalho para dormir, isto é, quando dormia, sua aparência era horrível devido a noites acordado naquela sala e falta de cuidados com si próprio.

Temari acabou o namoro com ele, não por seu estado, ou porque não se encontravam, na verdade ela o visitava pouco, passava no máximo uma semana todos os meses. Quando parou de se comunicar por cartas e de sair com ela pensou que ele estava mesmo ocupado ou, no máximo, estava chateado com algo.

Chegou a conversar comigo, foi quando descobriu como ele andava. Preocupada, disse isso dizendo que faria se ele não procurasse ao menos sair comigo.

Foi quando notei que algo havia mudado, ele escolheu terminar com Temari. Ela era forte, mas chorou bastante aquele dia. Quando o abordei tivemos uma grande discussão, mas ele apenas justificou que estava ocupado demais. Sabia de suas mentiras, ele é muito inteligente, sei disso, mas também já recebi o titulo de gênio.

Conversei com Tsunade, ela disse que não podia simplesmente afasta-lo do trabalho. Ele era muito eficiente no que fazia e era muito necessário. Apenas após explicar a situação e insistir por semanas ela concordou em obriga-lo a ser substituído por alguns dias.

Não sei se foi para se livrar de mim, Tsunade era uma pessoa sem paciência, mas havia ficado pior quando Hinata adoeceu. Algo que eu soube apenas através de Sakura, ela disse que Naruto não aceitava a gravidade da situação, como poderia? Eu mesmo vi Hinata dias antes e ela não mostrava problema algum, mas Sakura confirmou, ela iria piorar.

Eu insisti naquela semana pois haveria um festival em Konoha, feriado para todos. Acho que ambos sabíamos que aquela ocasião ia agradar ambas as partes já que ficaria apenas alguns dias após as festas.

Eu, Sasuke e Naruto fomos na casa dele naquele dia. Quase que tivemos que arrasta-lo para fora da casa, mas no fim ele concordou. Tomamos muito sake. Acho que era o que ele precisava, estávamos se divertindo. Encontramos Sakura, Ino, Tenten e Hinata. Todas usavam lindo kimonos.

O de Tenten, claro, era o mais provocante e com um grande decote, como se não bastasse era o mais curto da festa. Devia se a única garota da festa vestindo assim, não demorou para discutirmos na frente de todos.

Sasuke e Sakura ficaram conversando em um canto enquanto isso, Naruto ficava abraçado com Hinata fingindo que nem estávamos ali... Mas Shikamaru vendo a cena fez algo que a primeira vista me alegrou, ele ria da situação... Me pergunto depois do que aconteceu em seguida o que significou aquele riso.

Quando as garotas disseram que iam se encontrar com Temari ele não mostrou o menor interesse, se eles haviam brigado até era algo natural, quando se despediram Hinata tossiu. Era o primeiro sinal que eu havia visto de sua doença.

Nos encaramos Naruto e resolvemos não comentar-

–Ela esta morrendo não esta?

Eu e Sasuke encaramos Shikamaru, como ele pode dizer isso?

–Como a-assim? Não, ela vai ficar bem. Tsunade-sama disse que-

–Eu sei de tudo, já ouvi Tsunade conversando com médicas do hospital quando fui entregar os relatórios. Ela disse que em um ano ou dois ela vai piorar muito. Ficará acamada e ficará assim sem melhorar, sofrendo até morrer.

Todos ficamos sem palavras Naruto cerrava os punhos, mas antes ele continuou:

–Acho que ela já até toma remédios sem você saber. Se eu fosse você procuraria até trocar os remédios. Não auxiliar aquele garota boba é a forma mais segura de garantir a paz, não apenas a sua, como a daquela pobre alma moribunda. Bastaria não ministrar o remédio e pronto! O tempo se encarregaria de ceifar aquela vida miserável, levando-a para onde ela bem merecia estar. Simples, limpo, rápido e indolor...bem...quase...

–Não deu mais uma palavra, Naruto o socou com raiva como nunca vi antes. Eu e Sasuke tivemos que segurá-lo, pois não sei o que faria com Shikamaru.

Sasuke levou Naruto para casa e eu acompanhei o Shikamaru. Afinal o que havia sido aquilo? Shikamaru estava mudado, mas ainda tinha consciência. Ele claramente se arrependeu do que fez. Quando chegou em casa ligou para Naruto e pediu desculpas. Ficamos conversando aquela noite e ele concordou que algo estava errado e que precisava de ajuda.

Mantemos em segredo, mas visitamos um psicólogo e posteriormente um psiquiatra. Não gostei muito de ter que leva-lo a uma casa de repouso para visitar o médico, manicômio se preferir, não achei que o problema fosse tão grave. Infelizmente, o doutor também não achou. Receitou calmantes e alguns medicamentos que ele passou a tomar.
...

Dois anos depois fui testemunha ocular do quanto o tempo pode bom e ser cruel, fomos visitar Hinata logo no primeiro dia de internação no hospital de Konoha, naquele inverno frio. Ela tinha no rosto um aspecto cansado, com profundas olheiras rodeando seus olhos. Movimentos lentos, vagarosos. Estava acompanhado por Hanabi e Naruto, que não queriam sair do seu lado, me aproximei o ajudava a carregar o suporte metálico do soro.

Quanto a Shikamaru, os remédios ajudaram, mas percebi que de tempos em tempos ele simplesmente surtava como no dia do festival. Episódios que ficavam cada vez mais frequentes em um padrão imprevisível.

....

No inicio desse ano tudo estava errado. Faz dois anos que ele tinha começado o tratamento e mesmo assim parecia piorar. Sasuke estava à beira de um colapso sem dormir direito à noite e Naruto, pior de todos, não acreditou quando soube podia ser uma questão de tempo...

Shikamaru tentava parar com os remédios, as vezes tinha que obriga-lo a tomar, mas não podia estar sempre lá. Ele não concordava mais em ir visita-lo, foi difícil, mas após mais um episodio de raiva tive que leva-lo de volta àquele hospital.

Dessa vez fomos vistos entrando, tentei me justificar para Sakura, mas no fim contei a verdade. Ela prometeu que não ia falar nada, afinal, confiávamos um no outro.

Passei a ser mais cuidadoso, me comunicar através de cartas pareceu uma boa ideia. Acho que por pura falta de cuidado, Shikamaru leu minhas cartas. Elas sumiram e tenho quase certeza que foi ele, pois foi logo após ele passar o dia em casa. Porém busquei não comentar, eu podia simplesmente ter perdido certo?

Não queria que ele descobrisse sobre o conteúdo das cartas, poderia assusta-lo. Tentei esconder ao máximo sobre seu verdadeiro estado e sobre a nova medicação. Queria que ele se sentisse uma pessoa comum, sem problemas. Vejo agora que não foi melhor opção...

Flashback off

As lembranças passaram como um estalo em minha mente, como deixei chegar àquele ponto? Não sei se serei capaz de me perdoar... As coisas que ele fez... Será que ele mesmo poderá se perdoar?

Talvez fosse durante seu dialogo fosse a hora oportuna de fugir, mas como? Mal conseguia ficar de pé. Apenas pude escuta-lo.

Por mais estranho que seja o que será que levaria uma mãe maltratar seu filho? Isso não faria sentido faria? Se é o que eles fizeram, se é o que me mostram nos sonhos, bem... Acho que é o melhor para mim...

Shikamaru para. Neji sabia que sua única chance era usar a razão. Não estava em condições de correr ou lutar, não queria, acima de tudo, machucar seu amigo.

Shikamaru não tirou os olhos de mim por nenhum momento. Dar passos em sua direção. Ele agarrou uma parte de madeira do parapeito, estava quebrada, afiada o suficiente para terminar aquilo rápido. Ainda bem que seria assim. Alivio da dor se aproxima de mim de maneira inexorável. Desviando minha visão, procuro não olhar, cerro os olhos.

–Ne- Neji? Eu não...

Abro os olhos. Shikamaru estava encarando o objeto em sua mão. Não, não era isso, ele olhava para a manga de sua camisa. Não entendi aquele ato, mas parece que foi o que me salvou, ele derrubou o objeto de sua mão.

Ele me encara com um olhar assustado.

–Shikamaru?

Ele da passos para trás e olha incerto para os lados, olha para mim e começa a se afastar cada vez mais rápido em direção ao corredor.

–Espere! Shikamaru!

Tentei correr atrás dele mas vi que não conseguiria. A dor se elevou ao meu primeiro passo descuidado. Meu braço era a menor de minhas preocupações, notei a cor escura em meu kimono branco, a queda foi pior do que eu pensava, pressionei aquela ferida que parecia não parar de sangrar.

Solto um sorriso cínico, como poderia salvar meu amigo, se não consegui salvar a mim mesmo?

Sabia que, sem ajuda, não ia durar muito.

.....

Corri desesperado. O que eu estava prestes a fazer? O que eu tenho feito?

Quando afastei-me o suficiente vi que minhas mãos tremiam sem parar. Sangue. Mas quando havia tocado em sangue? Meus amigos...

Seus dedos estavam sujos em com uma mistura de poeira, terra e sangue. Seus olhos passaram para seu antebraço, sujo e com manchas avermelhadas. Percorreu o resto do corpo e tremeu ao ver seu estado.

Usava uma calça e seu colete com uma camiseta escura por baixo exatamente como saíra de casa, mas não havia notado rasgos na sua roupa que aconteceram durante o caminho, não notou o quanto a roupa havia se manchado com o que havia passado.Podia, ainda, ver a mancha de chá no braço da camiseta de quando... Quando Neji largou a xícara... Neji...

Não podia voltar, se algo acontecesse de novo não sabia se vou conseguir parar. Ele estava perdendo a conexão com a razão.

Antes eram surtos de raiva, ele se lembrava de tudo agora, mas dessa vez as coisas chegaram em um nível completamente diferente. Já havia aceitado o que havia feito. Já estava pronto para as possíveis punições.

Enquanto procurava desvencilhar-se daquele estado, pode ver, próximo à janela, a densa neblina, agora acinzentada. A medida que avolumava-se, etérea e conturbada como se impelida pelo vento, evidenciava-se que ela, a escuridão que emanava, absorvia toda a esperança que ainda tinha de sair dali.

Não sei se todos estariam enfrentando aquela realidade, quanto daquilo não foi sua imaginação? Durante a infância vemos coisas se mexendo, ouvimos ruídos estranhos, mas claro, sempre na ausência de luz, sempre no escuro. Quando crescemos os barulhos somem, as sombras viram apenas sombras e ninguém espreita na escuridão.

É isso o que acontece com todos, ou deveria ser. Eu quero muito saber porque comigo, aqui e agora, não aparenta ser assim. Na escuridão daquele lugar, ou na ausência de luz da minha mente.

“Aquele é?!...”

Não podia acreditar, olhou mais atentamente para observar através da densa neblina, mas não tinha dúvidas. Daquela janela podia ver Naruto em um parapeito próximo, lateralmente àquela parede, podia chegar lá em um estante apenas dobrando o corredor e seguido por ele. Quando preparou-se para correr viu o que estava acontecendo. Naruto estava de joelhos com uma faca próxima ao pescoço.

Sentia seu corpo formigar, uma dormência dolorida. Um calor intenso acompanhado de um suor frio e anestésico percorria seu corpo. Sua respiração havia parado em uma longa e interminável inspiração. Seus pulmões e seu coração doíam e parecia que não resistiria a tamanha pressão, achava que explodiria se aquela sensação perdurasse por mais algum tempo. Seu corpo assumia um peso descomunal, impedindo-o de se movimentar. Não ia impedi-lo..

Ele precisava ver aquilo.


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Notas finais do capítulo

Sim... Há outras pessoas em Konoha enquanto isso, como vocês poderiam saber? Um ruivo estava indo para lá, quem sabe quem são os outros dois? aushuashauhauh sim confirmado.

Logo começa a facul, portanto apenas um capitulo por semana quando chegar nos novos, será nas quartas junto com o mangá de Naruto.



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