Konoha Silenciosa rpx escrita por andrehnt123


Capítulo 12
Capitulo 11 - Shikamaru, Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Notas iniciais do capítulo

Chegou a vez do Shikamaru....



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Corria desesperado.

Neji não era o mesmo. Não mais. Não teria de volta as velhas brincadeiras e conversas descontraídas. O abismo que se formou... Não teria volta. Não importava mais. Queria apenas achar alguém para ajudá-lo. Naruto ou Sasuke estariam esperando no hotel.

...

Já estava próximo. Poucos momentos antes de visualizá-lo passei a mão na cabeça, ela doía bastante dês da saída no metrô. Provavelmente a queda que levara foi pior que o esperado. Mas algo assim, não era relevante naquele momento. Neji sabia que ele estava indo para lá. Não podia me dar ao luxo de ir devagar.

Vi de longe o grandioso hotel. Forcei a porta e as janelas, mas estava firmemente trancado. Procurei dar a volta pelo terreno gramado e florido ate achar uma forma de entrar. Pelo que parece alguém havia deixado a porta aberta.

Entrei atento, não parecia ter sido forçada. Talvez estivesse próximo dos amigos. Ao passar por mais uma porta estava no lobby. Um lugar grande com varias poltronas, uma lareira e claro, um grande balcão.

Notei o que estava acima dele, tentei não olhar, mas era algo que precisava fazer. Havia um relógio pendurado logo acima.

2:06

Ele já estava ali afinal. Provavelmente se divertindo como um jogo. Quase como uma assinatura, por onde ele passava deixava seu numero. Aficionado com aquilo, já tinha ouvido falar de mentes que ligavam o numero ao sofrimento. Neji escolheu aquele para atormentá-lo.

Alguns passos se ouviam descendo a escada.

–Shino?

–Ola Shikamaru... – Parece que quase quis enfatizar seu típico tom de voz sombrio.

–O que faz aqui? Por que me deixou naquele hospital... Você não esta com o Neji esta?

–Sinto muito Shikamaru... Não deveria tê-lo deixado no hospital. É só que eu não sou bom de confiar nas pessoas. E o que você sabre sobre o Neji?

–Não importa, você só precisa saber que ele não esta do nosso lado. E é extremamente perigoso.

–...

–Bem, acho que você não vai querer se separar dessa vez certo?

–Não, creio que não.

–Ótimo.

Com o tempo que vasculharam o hotel, Shino comentava as instruções do pai. De que se algo acontecesse repentinamente naqueles dias, ele deveria seguir as suas instruções deixadas para resolver a situação. Algo que confiava a seu filho. Não podia guardar a informação na casa nem em um único lugar. Era vigiado. Aos poucos foi levado até ali. Shino normalmente não contaria, mas algo dizia que poderia não conseguir completar a missão dada por seu pai sozinho.

Um barulho se escuta. Algo havia caido?

Correram para onde veio. Era no primeiro andar. Não sabiam exatamente de onde, mas escutaram alguém bater em uma porta próxima. Quando chegaram. Se entreolharam em silencio. E tenta abri-la. Mas estava emperrada. Não se movia por mais que forçassem.

–Quem esta ai? – Ouviram a voz perguntar do lado de dentro. Podia ser?

–Sakura?!

–Shikamaru!

–Sakura o que aconteceu?

–O lugar desabou, a porta ela esta bloqueada.

–Não se preocupe. Nos vamos te tirar daí!

–Shikamaru, não se preocupe, eu vou procurar algo para abrir a porta. Fique aqui com a Sakura.

–Eu já disse que pode ser perigoso ficar aqui sozinho Shino.

–Eu sei por isso você não pode deixar Sakura sozinha trancada em uma sala. Se alguém conseguir entrar enquanto nos não estivermos Sakura não teria como fugir. Precisa ficar e cuidar dela.

–...

–Prometo que voltarei logo

–Tome cuidado... amigo.

Shino fez algo que poucas vezes o vi fazer quando ouviu minhas palavras. Ele sorriu. Apenas disse que ia se apressar e partiu. Não gostei da ideia de nos separarmos ainda, não achava que alguém conseguisse entrar por aquela porta para fazer mal a Sakura. Mas seguindo esse pensamento também não poderia ajudá-la.

Minutos se passaram.

Shino ainda não havia voltado.

Sakura estava silenciosa.

–Sakura você esta bem?...Sakura?

–Estou aqui Shikamaru. O Shino ainda não voltou?

–...Não se preocupe ele esta chegando

Sabia que aquilo podia estar longe de verdade. Talvez não tivesse mesmo sido a melhor opção se separar. Sem que Sakura notasse me afastei aos poucos para esperá-lo olhando no corredor. Depois no corredor mais adiante, e mais adiante... Logo havia me afastado. Ia ser algo rápido, logo poderia voltar... Mas sem sucesso decido retornar poucos minutos depois.

Mas me deparo com a cena que temia.

A porta já havia sido aberta. Shino provavelmente achara aquele pé de cabra ao lado da porta. Mas onde ele estava? Empurrei a porta, pelo que parecia Sakura não estava ali.

–Shino...

Enquanto procurava por ele e os outros decidi não gritar seus nomes. Por mais que quisesse afastar a ideia que eu estava tendo no momento. Não pude deixar de visualizar a situação. Talvez Shino não tivesse retornado, era muita coincidência a porta ter sido aberta apenas alguns minutos após eu sair. Quem sabe Neji estivesse esperando, me assistindo.

Aos poucos a paranoia atingiu meu ser, passei a suspeitar de cada barulho. Suspeitando de cada som inescrupuloso que parecia surgir pelo corredor do andar em que eu estava. O hotel era grande. Poderia se perder ali. E não ter uma rota de fuga talvez não fosse a melhor opção.

Era ele um predador cauteloso. Como uma serpente astuta e insidiosa, mergulhava e recolhia, num átimo de um único segundo, estas presas precisas. Poderia apenas esta fazendo isso para se divertir. Uma mente maliciosa que quer ter uma emoção mais preciosa do que um simples desejo satisfeito. Minha morte poderia ser uma experiência que iria levá-lo a um estado de êxtase.

Chego a uma escada que me levaria para baixo. Era alta e protegida com apoio em madeira pelos lados. A escada descia ate um ponto onde parava em um parapeito e descia mais para o outro lado. Uma forma de escada dupla. Minha paranoia me fez saltar quando ouvi um leve rangido no parapeito. Não era muito seguro alguém se apoiar assim pelo que notei. Cheguei no topo, mas no entanto tinha certeza que ouvira mais um barulho abaixo. Inclinando-me mais uma vez sinto sua presença atrás do meu ser.

Com olhos cintilantes e brancos como a própria nevoa. Encarava-me ali. Neji, eu esperava que você fosse aparecer. Achei que tremeria ao vê-lo, mas percebi que ao escolher ir para lá e vagar sozinho pelos corredores... Claramente pedi por isso. Não me arrependo, sei que tinha que encará-lo. Algo em mim desejava isso. Apenas consegui olhar atentamente enquanto ele se aproximava

–Neji, então você esta mesmo aqui.

–Shikamaru. Pelo visto você não vai mais correr certo?

–Sei que não adianta. Devia ter acabado com isso antes de deixar as coisas chegarem a esse ponto.

–Concordo, acho que você simplesmente aceitou. De qualquer forma, eu não iria deixá-lo sair daqui.

– Sim... Tudo acaba aqui.

Neji poe uma mão por dentro do quimono que sempre usava. Uma faca com certeza, com a arma sacada em mãos eu estaria acabado. Sabia que não podia vencê-lo em um confronto direto com essa desvantagem. Mas não vir de arma sacada antes de me encontrar, esse foi seu erro...

Enquanto estava com uma das mão imobilizada dentro da roupa o puxo pelas vestes enquanto segurava sua outra mão. Antes que ele pudesse agir, o coloco a minha frente, de costas àquele parapeito. Desequilibrado vacila para traz e encosta no parapeito frágil.

Não entendeu o que havia acontecido, tão certo que tinha o controle da situação só conseguiu tirar a mão do quimono e voltar a olhar para minha face, mas já era tarde. O empurrei com todas as minhas forças. O suficiente para despedaçar o parapeito. Neji caiu um andar antes de atingir as escadas rolando-as abaixo.

Olhei por uns momentos, ele não se mexia. Vi que ficou muito machucado, provavelmente o braço estava deslocado. O corpo parecia não respirar. Uma morte apropriada para pagar pelo que fez.

Ia me virando quando quase com o canto do olho vejo um envelope próximo a escada. Um envelope amarelo que parecia conhecer de alguma forma. O pego em minhas mãos. Claramente a data já estava datado à algum tempo antes daquele dia. Dentro, uma carta. Abro e leio.

Sinto que negligenciei meus deveres ao deixar de escrever nestes últimos dias, mas creio que o senhor há de me perdoar. Os preparativos eram tantos, e tão poucas eram as horas das quais podíamos dispor, que todo o meu tempo desperto foi dedicado exclusivamente à procura de uma solução.

Creio que descobri o tratamento que espero que funcione. Deixarei com uma das enfermeiras um medicamento que creio que possa controlar sua personalidade agressiva. Apenas garanta que fará o garoto tomá-lo todos os dias.

O remédio é, no entanto, uma faca de dois gumes. Resultados caso pule o tratamento podem ser desastrosos. Perda de apetite, queda da pressão e lapsos de memória são efeitos secundários. Creio que o maior problema possa ser o despertar daquele quem tanto tentamos reprimir. Uma fúria que se levantará contra todos a quem encontrar.

Não posso prever se ele conseguirá voltar após isso. Mas imploro, se é este o caminho que deseja tomar. Prometa que terá cuidado. Prometa que não o deixará machucar-se ou aos outros.

Eu acreditarei em suas palavras se for essa sua escolha. Parece se importar com ele mais do que muitas pessoas se importam com seus familiares-

–Shikamaaaru

–...?!

Minha leitura foi interrompida. Naquele momento, pude sentir, a subir-me pelo corpo, um fluxo regelado e aterrador. Ele subia com dificuldade pelas escadas me encarando com aquele seu olhar, mas la estava ele. Será que nada podia deter-lo? Mesmo coberto de ferimentos, mal conseguindo se sustentar, segurando seu braço deslocado vinha até mim.

Não sei o porquê, mas a visão me aterrorizava ainda mais do que o anterior. Cai no chão tentei me afastar ate dar de costas com a fria parede. Em passos lentos se aproximava ate ficar uma pequena distancia entre mim. Ele, mergulhando cada vez mais no pânico negro e viscoso. Cada vez mais e cada vez mais, até atingir o que parece ser o fundo, onde todo o medo que sente se condensa numa única certeza, a certeza de que a morte é inevitável, que ela está ali a sua espera e que está incrivelmente próxima.

–Você deve aceitar Shikamaru. Já chega!

Minha boca tremia, seria esse o fim de tudo? Vencido fecho os olhos esperando pelo inevitável.

–Por favor, Shikamaru... Me perdoe..

Abro os olhos como se um choque estivesse me percorrendo a mente. Eram aquelas as ultimas palavras e minha sentença? Não... Ele estava parado diante de mim sorrindo.

–Sei que não fui o melhor dos amigos. Nunca fui uma vítima das circunstâncias, sempre pensei ter o total controle de tudo, sei que por pura negligencia criei os tantos motivos dessa situação. Peço, portanto, que me perdoe, mas não irei desistir aqui... Você... Sabia das cartas certo? Eu... Me desculpe... Você tem o direito de lê-las.

Ainda com a carta em mãos leu o que restava

“... com seus familiares.

Porém, saiba que mantenho a cautela. Estarei sempre pronto à recebê-lo mais uma vez. No mesmo quarto que continuará intocado. O quarto 206.

Cuide bem do Shikamaru senhor H.”

Uma angústia cada vez mais forte parece dominar aquele que poucos minutos atrás se sentia como o mais sã dos homens. Todo o domínio que até há pouco pensava ter sobre sua vida desapareceu. Não é a única coisa inexplicável que ele sente; ele também não consegue pensar, de uma hora para outra, ele não é mais o mesmo. Enquanto isso, Neji colocava mais uma vez a mão dentro do kimono, para revelar um pequeno frasco.

–Por favor Shikamaru, eu sei que odeia, mas precisa tomar o seu remédio... Ainda é você meu amigo?

Sua mente se conturbava:

Flasbacks on

Ele esta jogando alguma coisa na água! Algumas pílulas ou uma espécie de comprimido...

Seus chás tinham um gosto horrível.

Foi mesmo o Neji que tinha feito aquilo? Bem, ele não poderia provar muito. Ele não viu Neji 'agindo', se bem que o jeito como o olhava não era o simples olhar do Hyuuga.

–AHH! DESGRAÇADO! ESTA TENTANDO ME MATAR?! QUEM ACHA QUE SOU?-

–MALDITO EU SEI QUEM VOCÊ É E SEI O QUE VOÊ FEZ.

–Olhe Shikamaru, apenas se acalme e me de essa faca.”

“-Por que parou de andar Shikamaru?

–Kiba... Sabe... Meu pai me abandonou... Ele sangrava como você... É você pai?

Com um sorriso no rosto e risadas que ecoavam por todo o lugar, batia com fúria usando um enorme pedaço de concreto sobre Kiba. ”

“Shikamaru? Você viu o Sasuke? Esse sonho esta cada vez mais estranho.

–Minha mãe me amava, sei disso...

–?

–Ela não queria que eu testemunhasse mais o seu sofrimento... Cuidarei de você da maneira como me ensinou mãe...”

“2:06...”

Flashbacks off

Minha respiração estava ofegante o que... O que havia feito durante todo esse tempo? Não podia aceitar... Neji, fiel amigo. Como não pude perceber sua constante bondade, seu desejo de não me expor... Esteve o tempo todo querendo me ajudar. Querendo me deter antes que eu mesmo não me perdoasse... Talvez essa forte conexão entre os dois foi o que me impediu todo esse tempo.

–Por favor Shikamaru aceite... Antes que seja tarde...

Mas Shikamaru, de joelhos e fortemente atormentado com suas lembranças, sem encará-lo dizia com um sorriso:

–Pai? É você?


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Notas finais do capítulo

Notas finais do capítulo

Eu não esqueci que eu chamaria esse de verdade também, apenas conclui que iria tentar muitos a pularem logo para essa parte kkk

Acho que Naruto e Shikamaru não vão ser os únicos com revelações...