Traidores Interativa escrita por Absolute Beginners


Capítulo 11
2° Capítulo : Nathan


Notas iniciais do capítulo

Oi, nutellas. Como estão?

— > Se eu dissesse que não estou estressada com este capítulo, seria uma mentira. Ele foi de certa forma difícil de escrever e eu acho que talvez ele seja um pouco inútil para a história, afinal ele está mais focado nos sentimentos do que nas ações e isto é... Bom, realmente eu não sei. Uma parte de mim, acredita que seja importante saber como estão todos na primeira noite juntos e a outra acredita que eu já devia começar com as ações logo... Digam-me suas opiniões sobre o assunto e se este capítulo possa ter sido tão ruim quanto parece *Le autora sem vergonha mendigando para os leitores*
—> Além disso, gostaria de perguntar: Como é seu relacionamento com cada um? Acredito que vocês já devem saber um bom tanto de cada personagem, para dizer como seria com eles. Pelo menos pela maneira que eles estão agora no começo...Por favor, respondam está pergunta para ajudar no desenvolver da história.
—> Não se esqueçam também de passar no Tumblr (http://absolutefics.tumblr.com/) para algumas informações que eu postarei provavelmente não hoje, mas amanhã terá algumas coisas importantes sobre a história.


Agora, sem mais delongas, o capítulo 2:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520201/chapter/11

Arco: Lembranças amargas e futuro incerto.

Capítulo 2: Sem confiança, mas sem corte.

Nathan Marine.

" As chamas cobriam todo o local. Queimando e destruindo tudo que viam pela frente. Os passos de uma pequena criança e sua respiração ofegante cortavam um pouco o som daquele elemento agora tão prejudicial.

O pequeno menino, com não mais de dez anos, corria desesperado pelo que antes havia sido a sala de estar de sua família. Ele podia ouvir alguns gritos cortando o ar e com um aperto em seu coração, também podia reconhece-los como sendo de seu pai.

Lágrimas escorriam pelo pequeno rosto, limpando trilhas de fuligem em sua pele. A pequena criança desejava poder gritar por sua família ou ajuda, mas sua garganta e pulmões estavam carregados pela fumaça escura que cobria o local junto com as chamas alaranjadas.

Os gritos ao longe cessaram e o menino arregalou os olhos. Em meio a uma nova adrenalina causada pelo desespero do que aquilo significava, ele forçou suas pernas a correrem até a escada que levava ao nível dos quartos. O som de madeira rachando poderia tê-lo feito parar em outra época, mas agora aquilo passou completamente despercebido para si.

Ele estava quase chegando ao final das escadas, quando uma parte das telhas no teto caíram sobre si. O resto do ar em seus pulmões foi expulso com violência e sua garganta se apertou de maneira com os soluços que queriam sair por enfeito a dor dos novos ferimentos em seu corpo.

Com os cotovelos, ele tentou se arrastar para cima, mas as pesadas vigas de madeira eram mais fortes do que seu pequeno corpo poderia lidar. Ele encostou a cabeça em um dos degraus da escada, sentindo mais lágrimas saírem por seus olhos já inchados.

Então era isso. Sua família já devia estar morta e agora seu corpo iria queimar junto com o resto da casa. Um soluço estrangulado saiu de sua garganta com o pensamento e ele percebeu pela primeira vez desde que chegou lá, que seu coração com medo de morrer. Mais lágrimas e soluços. Ele odiava fogo, decidiu a pequena criança em meio a dor e lágrimas. Odiava fogo, morte, vermelho e tudo que estava o fazendo sofrer. Odiava com todas suas forças. Odiava, odiava, odiava..."

Meus olhos se abriram de repente, antes de se contraírem em suspeita. Revirei-me sobre o fino cobertor, focando minha atenção para quem havia me tirado do pesadelo. Parada na minha frente, com os cabelos escuros caindo no rosto, estava uma das pessoas que agora eu teria que conviver. Madeleine Levesque.

– O quê quer?- minha voz estava rouca pelas horas sem uso e áspera pela invasão de privacidade. A semideusa a minha frente não pareceu se incomodar, dando-me apenas um sorriso lento e quase carinhoso.

– Você estava tremendo e eu vim perguntar se não gostaria de se deitar mas perto da lareira. - disse ela, se ajoelhando ao meu lado. Inconscientemente me afastei de perto dela e praguejei mentalmente ao ver seus olhos brilharam de maneira felina. Não mostrar fraquezas, idiota, disse a mim mesmo.

Sem responder nada à Madeleine, me sentei permitindo que o fino cobertor caísse.Uma rajada de ar frio bateu-me e eu estremeci imediatamente. Estava perturbadoramente frio, de uma maneira que era terrivelmente comum no Labirinto. Cerrei os dentes para eles não tremerem e apertei com força o cobertor em meu corpo, encolhendo-me na blusa de frio que usava.

–Está frio, não é? - perguntou Madeleine, me olhando com um sorriso de desdém. Percebi agora enquanto sentia o frio, quão poucas roupas ela usava. Apenas uma camisa de mangas longos de um tecido fino e shorts jeans. Meu inconsciente se encolheu com aquilo. Ela era louca?!

– Sinceramente, enquanto eu te olhou... Não tenho certeza. - disse calmo e com um sorriso amigável no rosto. Eu precisava controlar minhas emoções, pensei em silêncio. Não importa o quão assustadoramente louca aquela menina na minha frente seja, eu não podia me deixar fraquejar daquela maneira.

Madeleine me olhou em silêncio por alguns segundos, antes de explodir em risadas. Ela colocou suas mãos na boca, tentando abafar o ruído para aqueles que ainda dormiam ao redor da sala. Seus olhos âmbar me observaram cuidadosamente, um brilho divertido iluminando as bordas escuras.

– Não, está realmente frio, garoto. É apenas que...Eu estou acostumada a temperaturas baixas. - respondeu ela, se sentando nos calcanhares. Levantei minhas sobrancelhas para a nova informação, mas decidi que o melhor a fazer era ignorar.- Mas acredito pelo seu tremor, que você não. Então por quê não se senta perto do fogo?

Engoli em seco o mais discretamente possível. Por que não me sentar mais perto do fogo? Uma pergunta simples de resposta complicada demais. Eu não gostaria de ficar perto das chamas alaranjadas e incontroláveis que rugiam baixo na pequena lareira de pedra. Verdadeiramente, eu preferia congelar à chegar perto daquelas chamas.

– Não gosto do fogo - respondi o mais esquivo que podia. Os olhos de Madeleine brilharam e ela levantou as sobrancelhas. Eu não precisava conhece-la bem, para saber que não seria deixado em paz apenas com essa resposta. Então, decidi que o melhor a fazer era apenas ir com uma última resposta - Vamos apenas dizer, Senhorita Levesque. Que se fosse para o mundo acabar em fogo ou gelo. Eu preferiria gelo.

Sem deixar brechas para ela responder, eu me levantei indo em direção ao outro lado, onde ficava a mini cozinha. Enquanto andava eu torcia - não rezava como as pessoas dizem. Eu não fazia isso à anos - para que ela não me seguisse e pegasse a ideia de que eu realmente não queria um interrogatório agora- nem nunca, se for para falar a verdade...

Ela não me seguiu e eu suspirei aliviado, enquanto me abaixava para pegar uma garrafa de água no frigobar. Nunca consegui entender a ideia do Labirinto. As coisas daqui eram modernas e ao mesmo tempo extremamente antiquadas. Quase como se a pessoa que o tivesse construído ainda desse algumas passadinhas para inovar sua tecnologia e ao mesmo tempo manter as lembranças de outra época.

Encostei-me na bancada, passando os olhos pela sala. Havia vários sacos de dormir espalhados pelo chão, cada um sendo ocupado por um semideus. Minhas sobrancelhas se ergueram desdenhosamente para aquilo. Todos ali pareciam confiantes, calmos como se não tivesse perigo e...

Meus olhos aumentaram vagamente e eu tive que abafar o riso. Oh, como todos ali eram bons. Verdadeiros profissionais se me permitissem dizer. Se eu não olhasse bem e não tivesse tão acostumado a jogar o mesmo jogo, poderia não ter percebido o segredo por trás da falsa calmaria.

Músculos tensos, olhos que se moviam debaixo das pálpebras como se estivesse observando tudo mesmo do seu sono. Mãos debaixo do travesseiro e cobertor, apertando vagamente um contorno de uma arma que nenhum olho que não fosse treinado poderia perceber. A distância e posicionamentos estratégicos de cada um. Longe o bastante para poder lutar, mas vagamente perto para não passar desconfiança.

Permiti por um segundo que um sorriso felino passasse por meu rosto. Ah, sim. Era claro que ninguém aqui confiava um no outro. As pessoas neste lugar tiveram um passado difícil, todos devem ter no mínimo uma cicatriz em seu ser, causada por traição, dor, insegurança ou morte. Ninguém escolheria o caminho mais sombrio se ainda pudesse confiar cegamente. Nem os que escolhem o "certo" confiam.

O sorriso morreu lentamente em meus lábios com a memória de todos os problemas que eu passei em cinco anos da minha vida. Sim, ninguém seguia o caminho escuro se não tivesse passado pelo inferno. Você só escolhe a escuridão, se já estiver completamente nela.

Ouvi o barulho leve de passos, fracos demais para alguém que não tivesse se acostumado aos sons quietos da floresta ouvir. Virei meu rosto em direção ao barulho e vi Madeleine caminhar de volta para o seu saco de dormir. Seu caminhar era leve como uma tigresa e eu senti meus olhos se apertaram. Não era muito bom ter um predador perto de você.

Ela se virou para mim e seus olhos âmbar se encontraram com meus verdes. Para alguém que não tivesse procurando, o que viria era apenas confiança quase ao nível da arrogância, um pouco de vaidade e superficialidade. Agora quem olhasse mais no fundo veria um olhar frio, calculado, algo parecido com um olhar felino. Apenas estratégico, nada mais.

Madeleine inclinou a cabeça para o lado, olhos fechados e sorriso Miss Simpatia nos lábios. Levantei uma sobrancelha para os olhos fechados. Alguém só fecha seus olhos quando está com medo de mostrar algo, pensei sorrindo de maneira sarcástica internamente. A garota acenou com a mão em despedida e eu correspondi com um aceno de cabeça mudo.

Após sua saída, inclinei-me contra o balcão em uma maneira de observar o quarto. Todos ainda dormiam e eu devia fazer o mesmo. Segundo Frederick - nosso atual líder e de certa forma o garoto que assustava um pouco com sua atitude - na outra manhã teríamos a escolha do que cada um faria. Afinal, depois de momentos de reflexão sobre o nosso possível - terrível - futuro, ninguém estava com cabeça para falar sobre certos assuntos de tática.

Guardei a garrafa outra vez e sai em direção ao lugar onde estava dormindo. Meus passos eram suaves, praticados muitas vezes em meio aos predadores que viviam na selva. Entretanto, eu ainda podia ouvir o leve - tão silencioso e baixo - remexido de pano, o que significava que eles haviam percebido. Uau. Todos aqui são piores do que os mais ferozes predadores animais...

Deite-me e puxei o fino cobertor de volta para o seu lugar. A uma distância considerável de onde estava o fogo rugia silenciosamente. Eu não chegaria perto dele. Não importava o frio, eu não confiava naquelas chamas escaldantes que ainda atormentavam-me toda vez que fechava os olhos. Vire-me em direção a parede, encarando a tinta vermelha desgastada. Milhares de pensamentos rodeavam minha mente, uma rotina comum para quem não tinham quem dividir as angústias do dia.

Eu não podia confiar, meu cérebro de repente gritou. As pessoas ao meu redor não confiavam e eu também não podia. Não era seguro esperar que a pessoa que estivesse as minhas costa me apoiasse, ao invés de me esfaquear. Todos estávamos ariscos e com medo. Duvido que houvesse pessoas aqui que ainda pudessem olhar nos olhos do outro sem sentir seu coração correr mais rápido, com o medo de alguém descobrir seus sentimentos escuros que dominavam todas suas ações.

Suspirei, desistindo dos meus pensamentos. Eu não estava aqui para filosofar e argumentar sobre o pensamento e ações de cada um. Minha única tarefa era lutar e derrotar os deuses, e eu não poderia estar fazendo isso se estivesse parecido com um zumbi na manhã seguinte.

Meus olhos estavam quase se fechando quanto senti um aumento de peso em meus ombros. Vire-me para o outro lado atento e encontrei uma sonolenta Alexia com as mãos de unhas escuras levantadas e a tatuagem brilhando mais do que nunca. Katherine estava ao seu lado com as mão apoiadas em seu ombro e um mínimo sorriso tocando seus lábios vermelhos. Elas olharam para mim e acenaram - uma quase alegremente e outra quase adormecida.

Pisquei confuso, observando a sala ao meu redor. Um mínimo sorriso enfeitou meu rosto. Era menor do que os que eu geralmente dava, mas muito mais verdadeiro. Virei-me outra vez para dormir. Eu ainda teria pesadelos com todo calor e vermelho que dominavam minha infância, e certamente eu ainda não confiava em ninguém daquela sala... Mas o peso nos meus ombros e a falta da brisa fria, me fazia pensar que talvez, mesmo que não confiássemos um no outro, ninguém aqui tentaria se matar... Talvez...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como estou um pouquinho - só pouco, gente - sem vergonha na cara está semana, permitam-me fazer uma pequena propaganda: Por que não vão ler a minha nova história? Ela está apenas no começo e fica neste link:
http://fanfiction.com.br/historia/527680/The_love_of_a_nerd_-_O_amor_de_uma_nerd/
Vejam se ela pode agrada-los um pouco.