Pov Ally

Tive uma feliz e triste despedida do meu apartamento e do prédio. Eu acho que não preciso dizer o quanto a casa do Math é linda!. Como de costume, o Math fez o nosso famoso sorvete arranjado, nos deixando um pouco enjoados.

Resolvemos ir a praia... quer dizer, o Math resolveu. Eu fui contra a minha vontade. Só o galego pra querer ir a praia numa segunda. Para a minha surpresa,e azar, o lugar estava cheio.

Fui obrigada a entrar no mar, caso ao contrario, o galego me levaria a força. Mas logo desistiu de me ameaçar. Decidiu ir sozinho.Ele tirou a camisa e me entregou.As garotas que estavam passando, pararam um pouco pra olhar, o que me fez ficar um pouco com raiva.

Não sou fã do mar.Apenas fiquei sentada na areia quente. Coloquei os fones de ouvido, e botei pra tocar a primeira música da lista. Sabe aquela parte da música que você não consegue deixar de cantar? Pois bem, não consegui me conter.Cantei como se estivesse no clipe.Percebi que havia algumas pessoas me olhando, resolvi parar.

–Não! Para não. A sua voz é linda! - um cara moreno falou sentando ao meu lado. O reconheci, era o moreno da lanchonete. - Você tem uma voz incrivel!

–Já me disseram.- falei curta

–Eu sou o Luke.- ele estendeu a mão. Apertei por educação.

–Eu sei quem você é. Você é um dos amigos da Livian.

–Eu prefiro que você me conheça,só pelo meu nome, ou por ter estudado com você!

–Você não era um colega muito legal.

–Então só pelo nome.- depois de um tempo que parecia ter sido planejado,ele continuou- Eu queria pedir desculpas. Não tenho culpa se ela falou daquele jeito com você. Mas tenho culpa por ter deixado que ela falasse.

Tentei avistar o galego no mar. O moreno ficou calado esperando que eu falasse algo, na esperança que eu o desculpasse.

–Não te culpo de nada. A má influencia é a Livian- falei - Mas se você quer ser culpado por algo que a Livian fez, é problema seu.

Quando ele ia protestar, o Math chegou. O galego olhou feio pro Luke. Sem mais nenhuma palavra,o moreno se levantou e foi embora.

–Tá tudo bem?

–Está. Podemos ir pra casa?

O galego pegou a minha mão,me levantando. Me deu um beijo na testa,e me abraçou. De repente ele envolveu o braço e me levantou - estilo noiva - e se caminhou direto pro mar. Comecei a bater no seu peito, me debater, em esperança de me soltar.Mas não adiantava ,o galego era bem forte. Desisti quando senti minhas costas esfriar.

O galego continha um sorriso malicioso/satisfeito.

–Eu disse que faria você entrar!

O olhei mortalmente.Ele deu uma gargalhada.

–Eu não estou de biquine,e não trouxe outra roupa ,Math!- ele não se importou. Aos poucos ele foi me soltando, até eu ficar em pé. Enquanto a água batia no seu abdome, em mim batia na metade do meu peito.

Novamente havia pessoas nos olhando. Sai do mar, depois de bater nele novamente. Quando cheguei na beira da praia, o galego me abraçou por trás,me levantando. O número de pessoas nos olhando havia aumentado,percebi que alguns estavam sorrindo, achando aquilo fofo. Senti meu rosto queimar. Pude perceber que o galego estava adorando.

Ele me soltou quando já estávamos no meio da praia. O olhei séria,ele ainda continha o sorriso nos lábios.

–Agora podemos ir!- falou. Ele pegou as nossas coisas, e me puxou pela mão.

As garotas que tinham parado pra vê-lo antes, me olharam com cara feia. Dei um sorriso em troca.

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Já estava na casa do Math a uma semana. E a uma semana que eu procurava trabalho,mas não conseguia nada. O galego dizia que eu poderia ficar com ele quanto tempo eu quisesse. Mas morar de favor ,aumentava cada vez mais a minha raiva,por achar que a Livian tivesse certa. Toda vez que eu falava que precisava arrumar um emprego pra encontrar um lugar pra morar, pra parar de achar que a Livian tivesse certa, ele me dava um olhar de desapontado. Me sentia mal.

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Acordei, e desci pra cozinha. O galego estava sentado na mesa ,olhando pro prato.

–Bom dia?- chamei a sua atenção.Ele sorriu

–Bom dia princesa.

–Math aconteceu alguma coisa? Você está estranho!- sentei ao seu lado.

–Recebi uma ligação dos meus pais!

–Eles estão bem?!- perguntei preocupada

–Estão. É a minha tia que não está- ele deu uma pausa - ela teve outro ataque.

–Sinto muito. Mas não fique preocupado, ela vai ficar bem!

–Não estou preocupado com ela.Estou preocupado com você! - o olhei confusa- Princesa meus pais estão viajando a trabalho.Eles não vão poder visitar a minha tia LA. E por causa disso,eu vou pra lá no lugar deles, e não sei quanto tempo vou ficar lá. Você não pode ficar sozinha aqui! - ele falou atencioso- Sinto muito.

Eu devo ter ganhado alguma maldição!.O olhei por alguns segundos. Dei um sorriso em sinal que estava tudo bem . E foi a vez dele de me olhar confuso.

–Eu deveria ter ido pra NY no começo. Vou arrumar as minhas coisas! - me levantei e sai da cozinha. Mal cheguei perto da escada e o galego pegou o meu braço.

–O que você vai fazer?

–O que você acha que vou fazer? Eu vou pra NY!

–O que?! Eu não disse que você deveria ir pra NY!

–Math você vai pra LA. Eu não posso ficar aqui. Eu não preciso que alguém me diga o que devo fazer, se eu sei o que fazer.

–Mas parece que precisa! Ally eu não quero que você vá pra NY.

–Eu não tenho onde ficar aqui Math.

–Ah! E aquela sua amiga... a Anna?

–Tem muita gente morando naquela casa. Principalmente que chegou os amigos dos pais dela, com os filhos.

–Malu!

–O que tem a Malu?

–Você pode ficar na casa dela! Eu tenho certeza que você pode ficar lá .Ela vai adorar.

–Math eu sou amiga dela,mas não tenho uma intimidade tão grande ao ponto de ficar na casa dela, até você voltar.

–Princesa ela vai deixar. E alias ela te deve isso!- e novamente ele estava suplicando pra eu ficar em Miami.- Por favor!

–Primeiro tem que perguntar a ela! - por fim falei

Ele sorriu me dando um beijo. Ele ligou pra Malu, pedindo pra ela vim na casa dele. Enquanto ela estava a caminho. Fui tomar um banho e arrumar as minhas coisas.

Que rumo a minha vida havia seguido.Por impulso peguei o celular e disquei o número do celular do meu pai. Mas por que fiz isso? Ele não vai poder atender! Ele não vai poder dizer que tudo ia dar certo! A saudade era grande, e como de costume segurei minha gargantilha. Não sei porquê, mas aquilo me acalmava.

Me despertei com a voz do Math. Desci, e encontrei o galego e a Malu em pé perto da escada.Cumprimentei ela,e a mesma retribuiu.

–Agora que ela está aqui. Por que você me chamou?- perguntou Malu.

–Eu quero te pedir um favor!- o galego falou.Aquilo me fez me sentir ainda mais "coitada"- Minha tia teve outro ataque,e como ela não tem ninguém , além dos meus pais, e meus pais não vão poder ficar com ela,eu vou ter que ir.

–E o que eu tenho haver com isso?

–Ally precisa de um lugar pra ficar!- me senti como um cachorro abandonado. E naquela ocasião, não era fofo.- Ela quer voltar pra NY ,mas eu não.

–Só pra adiantar aqui... Você está me pedindo pra ela ficar lá em casa?

–Só até eu voltar!

–Ok. Ela pode ficar lá em casa!- Malu falou sem hesitar. Math deu um pulo de alegria ,como uma criança que tinha acabado de ganhar um presente- Quando você vai?

–Eu vou amanhã pra LA.

–Então... Ally suas coisas já estão prontas?- fiz sim com a cabeça- então vamos porque o táxi está me esperando- ela falou simpática.

Subi as escadas, o galego veio atrás.

–Se eu voltar pra Miami, e descobrir que você voltou pra NY. Eu vou até lá e lhe buscar. Mesmo que seja à força!- ele falou sério.

Dei um sorriso pra ele. Lhe dei um selinho, e um abraço.Retribuiu. Descemos . Me despedi,mais uma vez do galego, e entrei no táxi. E lá estava eu, mais uma vez, saindo de uma casa pra ficar em outra.