Um novo The Big Four escrita por Dedinhos Magicos


Capítulo 10
Um Sequestro! Ou quase isso...


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos!
Eu só queria dar um avizinho rápido:
Ao longo do cap, vocês vão char um asterisco (*)
ele quer dizer, que tenho algo falar sobre a determinada frase. Então... peço que vão nas notas finais e leiam. ok?
Beijinhos, e até lá em baixo!



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– M-Merida? P-Por que me c-chamou aqui? - as palavras falhavam, não estava nem respirando direito.

Merida não soava tenebrosa ou sombria, mas sim calma e tranquila, não como se estivesse triste, mas, estranha. Mesmo tranquila, ainda tinha medo dela!

– Achei que precisávamos conversar - ela estava com a cabeça baixa - eu... Andei pensando no que você disse no restaurante, e cheguei à conclusão que...

– Que...?

– Eu não estava completamente certa.

– Ok, isso não foi um "você estava certa" ou "eu estava errada" mas já Vale - eu me sentei ao seu lado, e nem por um segundo ela levantou a cabeça - o que levou você a pensar assim?

– O mesmo motivo que me fez escrever o papel: eu quero o Soluço de volta - ela levantou a cabeça, e pude ver que estava vermelha, toda vermelha! Os olhos estavam inchados, dando a entender que passou horas chorando - eu fui burra no que fiz, eu não estava em mim! A "coisa" que sinto pelo Soluço é idiota, chata, infantil, mas é boa! É boa e eu quero sentir ela para sempre!

– Porque a Punze não pode ajudar?

– A Punze não é boa nisso. Ela nem consegue se assumir que gosta do Jack.

– Mas você também não assume - ela olhou pra mim com aquela cara de "espera aqui que eu vou pegar minha metralhadora".

– Você vai me ajudar ou não?

– Relaxe - tirei uma mecha do cabelo dela do seu rosto - apenas relaxe.

Em um gesto desesperado, ela me abraçou. Por um momento achei que fosse um alienígena que tinha assumindo seu corpo, mas reconheci que nem os mais fortes são de ferro.

– Que fofo - disse uma voz feminina, vinda do corredor, logo depois de um Flex escandaloso.

– Punze! - eu e Merida gritamos juntas.

– Que foi? Uma coisa dessas não se ver todo dia! - ela fez graça, e nos três rimos. Merida esticou o braço e puxou Punze, transformando aquilo em um abraço coletivo.

O Alto-falante foi ativado, com a voz da diretora:

– Atenção, todos os alunos, dirijam-se ao pátio principal. Algumas coisas precisão ser explicadas.

– Vamos? - disse Punze.

–Partiu! - Merida completou.

– Vamos lá! - falei.

Seguimos pelo corredor até o pátio. Não vimos os meninos, mas não tocamos no assunto.

Quando chegamos no pátio, a diretora estava atrás de um daqueles púlpitos, em cima de um palanque. Ela parecia apreensiva, porem calma (dane-se a logica), andava de um lado para o outro, sempre falando com a coordenadora, que parecia querer acalma-la.

Nós sentamos na terceira fila, das várias cadeiras de lá. Esperamos mais um pouco, até que os alunos estivessem todos aqui. Quando todos chegaram, a diretora começou:

– Silencio, por favor - disse ela, fazendo um sinal com a mão - eu sei que todos estão curiosos, mas tenham calma - ela esperou até que estivéssemos calados, e prosseguiu - nesse fim de semana, a escola foi invadida e furtada - todos murmuraram - a escola foi fechada nos últimos dias porque a polícia estava à procura dos ladrões. Os pais foram avisados, mas haverá uma reunião para explicarmos melhor. Já as coisas que foram furtadas, já foram recuperadas e devolvidas a seus devidos lugares... Caso algo estiver fora do lugar - ela suspirou - a diretoria estará sempre aberta.

Todos não paravam de falar. E não é pra menos! A escola foi invadida, isso vai dar mais do que uma bela de uma fofoca.

A diretora parecia preocupada, uma coisa dessas pode levar a escola ao tribunal, e possivelmente a falência.

Alguém chegou perto da diretora, e falou algo. Ela apenas consentiu e virou para o microfone.

– Mas mudando de assunto - todos se calaram para prestar atenção - os clubes. Os clubes estarão começando essa semana, os horários estarão na biblioteca HOJE o dia todo. Como as inscrições foram feitas na semana passada... Acredito que não falte ninguém. Mas se faltar, procurem a coordenadora.

Ela terminou de falar, e os alunos imediatamente começaram a sair.

– Vamos Bete! - chamou Punze - ainda temos que passar na biblioteca, para pegar os horários - elas já estavam perto da porta, e eu nem vi!

– Estou indo! - gritei de volta, e corri para o encontro delas.


...

Quando entramos na biblioteca, as meninas foram para o balcão, mas eu não consegui. No fim do corredor, na última estante, algo brilhava, chamando meu nome.

– Meninas - chamei. Elas olharam para mim - vocês poderiam pegar o horário pra mim? Tenho que ver uma coisa.

Quando cheguei perto da estante, vi o livro. Mas não era qualquer livro! Ele era azul bebê com detalhes Rosa chá (parecido um céu no pôr do sol), na capa, desenhos das deusas Perséfone, Atena, Ártemis e Afrodite, que estavam com um olho aberto e outro fechado, os olhos abertos pareciam laminados, pois brilhavam como pedras preciosas.

– Ei, cuidado - disse alguém atrás de mim, me dando um susto. Me virei e vi que era Jack - da última vez que te vi com um livro você tinha esbarrado em mim.

– Há, Há, Há, engraçadinho - fiz careta, e ambos rimos - sabe me dizer se podemos pegaria livros emprestados?

– Claro, mas tem que falar com a bibliotecária antes.

– OK - comecei a andar para o balcão, e ele me seguiu.

– Nossa, chega a ser esquisito o modo que você e o Soluço se parecem - ele disse. Olhei para Jack com cara da confusa.

– O que quer dizer com isso?

– O Soluço... Ele pegou esse mesmo livro na semana passada - olhei incrédula para o livro, "não sabia que o Soluço gostava de mitologia grega" pensei.

Nesse momento, uma menina de cabelos longos e loiros, presos em uma trança, passa correndo e esbarra em nos.

– Desculpa! - gritou ela sem parar de correr.

– Que estranho - falei.

– O que?

– Essa menina... Me lembra alguém - parei um pouco para pensar, e quando lembrei, estávamos perto das meninas - Punze - chamei, e as duas olharam - quando disse para manter a Astrid ocupada, não quis dizer "sumir com ela".

– Mas eu não sumi com ela! - disse Punze, se defendendo - depois de um tempo com a Astrid, não aguentei seu temperamento e liguei pro Jack. Ai fizemos uma troca.

– Jack, o que fez com ela?

– Bom... Digamos que ela não vai nos incomodar por um bom tempo! - ele sorriu orgulhoso, e eu e as meninas nos entreolhamos. Naquele momento percebi que Merida não estava um poço de conforto na conversa - mas pensando bem... - todas voltamos a atenção para Jack - ela já devia ter dado sinal de vida. Sabe? Pelo tempo...

– Tanto faz! - interrompeu Merida - quem se importa? Melhor que ela tenha voltado para aquela ilhazinha! - "quanta raiva no coração" pensei - vamos! Está na hora de ir para as salas.

– Mas o sinal ainda nem... - fui interrompida pelo sinal tocando - valeu! Só para me contrariar! - falei olhando para o sinal.

– Vamos Bete! - falaram todos de uma vez. "Às vezes... Essa sincronia me assusta" pensei.

Saímos da biblioteca, a Punze me deu os horários, fiquei com o Jack como parceria em um trabalho de inglês, e só no final da oitava aula que sentimos a falta.

– Gente - chamei a atenção delas - só eu que estou sentindo falta de algo?

– Agora que você falou... - disse Punze, fechando seu livro.

– Verdade. Mas o que falta? - perguntou Merida.

– Meninas - chamou Jack, entrando na sala - vocês viram o Soluço?

– O Soluço! - dissemos todas juntas.

– O que tem ele? - perguntou Jack confuso - vocês o viram?

– Bom, na verdade não - disse Merida.

– É. Não vimos ele desde o cinema - completou Punze. Do nada todos olharam pra mim.

– Que foi? Faz tempo que não vejo ele! - respondi. Eles voltaram a se encarar.

– Bom, não estava comigo, nem com vocês, nem com a Beterraba - disse Jack - então onde.... - Jack foi interrompido pelo seu telefone tocando. Ele pegou o mesmo, e viu quem era, seus olhos arregalaram, mas ele não falou nada. Atendeu e começou a falar - cara? ... Cara! Aonde você se meteu? ... O que? ... Por que? ... Tá, tá, ok - ele pegou o celular e colocou no viva-vos.

– Oi gente - disse a voz do outro lado da linha.

– Soluço!

– Pois é... - ele suspirou. Achamos estranho mas não comentamos - eu liguei para... Para me despedir.

Todos arregalamos os olhos, e nos entreolhamos.

– Mas Soluço... - falei por impulso.

– Bete, por favor... Não me interrompa! - falou, tentando parecer calmo - a Astrid... Ela chamou meu pai, e ele veio me buscar para... Voltar para Berk. Eu estou saindo de casa para o aeroporto agora, e só liguei para dar adeus... Eu... - ele fungou, e deu para perceber que estava chorando - eu amo muito todos vocês!

Soluço desligou o telefone e nós nos entreolhamos mais uma vez.

– Soluço... - disse Merida, quer que em um sussurro. Ela flertava o chão. Sua tristeza era visível, tanto ela, quanto os outros não acreditaram no que tinham ouvido! - eu não acredito...

– Que ele...

– Vai em bora...

– Ora, tenha santa paciência! - falei em protesto com a cena, eles me olharam confusos - que tipo de amigos vocês são?! - eles se entreolharam e voltaram os olhos para mim - olha, eu não sei vocês... Mas n vou ficar aqui e ver o soluço partir!

Sai batendo os pés, a caminho da porta, mas fui parada por um grito de Jack.

– Aonde você vai? - perguntou o mesmo.

– Buscar meu amigo! - falei como se fosse óbvio.

– E como pretende fazer isso? - perguntou Punze, dando um passo à frente.

– Nem que seja correndo até o aeroporto, eu vou chegar lá! E convencer o pai dele, que ele não deve ir!

– Você não vai conseguir - disse Jack - pelo menos... Não sozinha! - abri um sorriso largo, e todos fizeram o mesmo.

– Tá! - rebelou-se Merida, que até o momento estava sem ação - mas não vamos chagar lá correndo! Precisamos de um carro!

"Eu poderia pedir ao Itan…" pensei, "não! Daria muita briga. Melhor não".

– Já sei! - gritou Jack - vou pedir para o Deny!

– O Deny? - gritei, todos me olharam confusos - por que não pode ser outra pessoa? - sorri falsamente, e todos me fuzilaram com o olhar. Bufei - tá, tá!

Saímos da sala e corremos pelo corredor. Por pura ironia do destino, o Deny estava mexendo em seu armário, que era bem próximo da sala. "Cara, eu te amo!" falei para o destino, olhando levemente para o teto.

– Deny, meu amigão! - falou Jack, quando chegamos perto - preciso de você!

– Fala - disse o ruivo.

– Na verdade... Precisamos do seu carro! - Deny não esboçou emoção, apenas olhou por cima do ombro de Jack (onde eu tentava me esconder) e abriu um sorriso malicioso, (ok, agora é oficial! Eu quero morrer!).

– Sem problema amigão! - Deny tirou a chave do carro do bolso. Quando Jack foi pegar a mesma, ele desviou - mas... Com uma condição... - me olhou mais uma vez - a Beterraba sai comigo no sábado.

– COMO É QUE É??? - gritei, dando um pulo. Jack me olhou nos olhos, e tentei passar o máximo de "por favor's" com o olhar.

– Fechado - disse Jack. Deny jogou a chave e piscou pra mim. Novamente, saímos correndo para a garagem.

– Eu prometo - falei olhando pro Jack, em quanto procurávamos o carro no estacionamento - que te mato, quando essa história acabar!

– Relaxa ai! - respondeu ele - você vai me agradecer! - achamos o carro e entramos no mesmo.

– Agradecer por que?

– Por dar uma chance pra você dar um fora descente nele - olhou pra mim e sorriu.

– Você não existe! - falei cedendo, (no fundo, no fundo, BEM lá no fundo... Ele tinha razão).

Jack meteu o pé na tabua, indo direto para o aeroporto. Passamos o caminho todo debatendo e especulando, e chegamos as conclusões:

1: Soluço está no carro da mãe. Já que ela não pretende voltar para Berk (segundo Jack). E como Jack conhece o carro, ficará mais fácil.

2: Pelo tempo, Soluço ainda deve estar no caminho. Já que o trajeto "casa - aeroporto" é mais longo que "escola - aeroporto".

3: O plano! Que seria "chegar primeiro, tampar todas as entradas e impedir o Soluço de pegar o avião".

– Tá - falou Punze - mas se alguém encontrar o Soluço, como faz para avisar os outros?

– Bem pensado Punze - concordei - talvez nós... Pela lua cheia Merida! Para de mexer no porta-luvas do garoto! - gritei olhando p mesma.

– Ah, esfria ai rosinha! - falou a mesma - se não mexesse... Não acharia isso - Merida pôs pra fora um bocado de Walk- Talk’s. Todos ficaram maravilhados com a ideia.

– Por que o Deny tem Walk-Talk’s no carro? - perguntei (indignada por ter perdido a batalha).

– Ele é chefe de um time de paintball na cidade - respondeu Jack - guarda no carro para ficar mais fácil.

Despois dessa conversa todinha, finalmente chegamos ao aeroporto. Jack Estacionou em qualquer lugar, e seguimos com o plano. Eu fiquei nas duas portas principais na frente, Merida e Punze nas portas laterais, e Jack na porta do estacionamento nos fundos.

Estava tudo perfeito, como planejado, tudo dando certo. Só não contávamos com uma coisa... O Soluço já estava no prédio!

Por um instante, pensei ter ouvido a voz da Astrid, mas não quis olhar para trás. Depois de muitas vezes ter ouvido, finalmente olhei, e quase pulei de alegria em vê-lo ali!

– Para toda turma, câmbio - falei no Walk-Talk - chamando todos, câmbio!

– Aqui é avermelhada - falou Merida.

– Amarela na linha - falou Punze.

– Alvo falando - disse Jack.

– Encontrei o Soluço. Repito: encontrei o Soluço! - falei com alegria na voz.

– Ok, localização. - disse Merida.

– Primeiro balcão a direita, vindo da porta oeste - falei - posso interferir?

– Não, espere a chegada de todos! - disse Jack.

– Ok!

Ai! Eu nem acredito que estou fazendo isso! Quer dizer... Eu nunca fiz isso... Mas é legal! Fugir da escola, fingir que tem uma missão secreta, usar linguagem de filme de ação (*--*). Mais uma das coisas que Corona me possibilitou fazer, coisas que nem um outro lugar fez! Eu adoro MUITO tudo isso!

As meninas chegaram primeiro, mas Jack não demorou. Eles me surpreenderam vindo por fora da construção, mas tudo bem.

Seguimos correndo de encontro com a família que se encontrava ali, os surpreendendo, e os cercando.

– Senhor Estoico - chamou Jack. O homem com quase dois metros de altura, um metro de largura e meio metro da barba marrom-avermelhado, virou para trás.

– Precisamos conversar... - falei, tomando a frente da conversa.

– Não temos tempo para isso! - disse ele com voz grossa e sotaque estranho - temos assuntos a tratar em Berk - ele voltou a falar com a moça do balcão - vamos logo com isso!

– Acho que não entendeu - levantei a voz. Ele virou devagar e me encarou com uma cara de "o que foi que você disse?" - precisamos conversar sobre o seu filho!

– Beterraba pega leve, o cara é uma montanha - sussurrou Punze no meu ouvido, puxando meu braço.

– Está tudo bem - sussurrei de volta soltando meu braço.

– Não tem o que conversar! - disse o homem - Soluço vai voltar para Berk, e vocês... Convivam com isso!

– Não vamos conviver com nada! - gritou Merida, se rebelando pela primeira vez - você prometeu que o Soluço ficaria com a mãe até ter idade para escolher!

– De certa forma... - disse Estoico, esfregando a barba. Acho que ele iria reconsiderar se a Astrid não tivesse o interrompido.

– De certa forma nada! O Soluço vai para Berk, onde é o lugar dele. E ponto final. - gritou a loira - e você, sua vermelhinha - ela apontou para Merida - trate de ficar longe dele - ela fuzilou Merida com os olhos, e a mesma nem ligou.

– Vermelhinha vai ficar... A marca da minha mão na sua cara! - as duas ficaram nessa guerra fria, em quanto Jack falava com Estoico, Punze com a mãe do Soluço e eu com o próprio.

– Quer mesmo voltar pra casa? - perguntei com uma voz calma e confortante.

– Não tenho voz contra meu pai - ele respondeu cabisbaixo e melancólico.

Não posso mais levar meu filho pra casa, pelo amor de Odim?– escutamos ele gritar ao longe.

– Um dia terá que tentar Soluço - falei, sem mudar o tom de voz. Ele não mudou a expressão facial, então resolvi apelar - sabe... Eu e Merida nos reconciliamos - ele me olhou estranho - por sua causa Soluço. Ela disse que não queria perder você, e me pediu para ajudar. Ela feriu o próprio ego por você, Soluço!

– E-Eu... Não...

– Vai mesmo perder essa chance de ouro... Por causa de medo? Do seu próprio pai?

– Você não o conhece...

– Mas é seu PAI! O pior que ele pode fazer é leva-lo para Berk. E isso ele já quer fazer - ele olhou para mim pensativo, fez uma cara de "por que você tem razão?", depois respirou fundo, levantou a cabeça, e, sem dizer nada, caminhou até seu pai.

– Pai - chamou Soluço, mas Estoico não olhou - Pai! - chamou mais uma vez, mas dessa vez ele respondeu.

– O que foi, Soluço?

– Eu quero ficar... Quero ficar em Corona - Soluço não tinha certeza na voz, transparecia inseguro com a revelação. Estoico se surpreendeu com o garoto, mas reconheceu a escolha do mesmo.

– Filho...

– Você não tem querer Soluço! - gritou Astrid, interrompendo Estoico - você vai voltar pra Berk! Porque... Um líder, Protege os seus*

– Astrid... - Soluço ia falar, mas foi interrompido por Estoico.

– A Astrid tem razão! - ele pôs a mão no ombro do garoto - um líder, protege os seus... - Soluço ficou triste de imediato. Abaixou a cabeça, e quando foi sair dali... Estoico o segurou - mais você ainda não é um líder...

Todos nos entreolhamos. Seja lá o que Estoico quis dizer com isso, a mensagem que ele deu por entender foi que ia deixar o Soluço ficar! E todos sabiam disso.

Soluço o olhou com o sorriso enorme.

– Obrigado, pai.

E a Astrid? Estava bufando de raiva, vermelha como um pimentão ela batia o pé no chão, com força.

– Como assim? - gritava a loira - não pode fazer isso! Ele já tem quase dezoito, vai ter que voltar aqui outra vez? E se... - Astrid foi interrompida por um soco da Merida. Ela desmaiou. Todos olhamos confusos para a Merida.

– Que foi? – questionou a mesma – a voz dela me irrita, ok? – todos rimos abafado.

– Soluço – chamou Estoico – você vai ficar em Corona. Mas prometa que vai pensar em Berk.

– Eu pensarei, pai, eu pensarei. Estoico deu um abraço no filho, um beijo na esposa, depois pegou Astrid e pôs no ombro. Foi uma luta para pôr Astrid no avião desacordada, mas conseguimos convencer a moça.

Depois de toda essa bagunça, voltamos para a escola. No carro do Deny (fiquei seriamente em dúvida, se eu quebrava os casais em pratica ou segurava vela. Bom... Vela por vela, prefiro ter mais trabalho), fomos: os meninos na frente e as meninas atrás. Quase não falamos, mas não era um silencio pavoroso, era um silencio bom.

Quando entramos na escola, a diretora veio em nossa direção imediatamente. Sinceramente achei que íamos levar bronca por ter saído sem avisar, mas não.

– Que bom que ficou Soluço – disse ela, sorrindo docemente.

– Não vai dar bronca por termos saído? – perguntou Jack (ainda bem que ele perguntou).

– Eu deveria. Mas a senhora Spartacus me ligou a uns minutos, explicando o acontecido.

– Sua mãe é a melhor Soluço! – Jack colocou a mão no ombro do amigo.

A diretora sorriu mais uma vez, depois pegou seu rumo. E nós continuamos a andar.

– Valeu, vou deixar a chave do carro com o Deny – disse Jack, se preparando para correr pelos corredores – aproveito e ajeito os detalhes do encontro da Bete – ele olhou pra mim malicioso, e por um segundo desejei ser um avestruz. Sem pensar muito, andei até o Jack, que ainda não tinha saído, e com todas as forças que pude soquei o braço direito do albino.

– AI!! – gritou ele.

– Só não te mato porque em fim...

Saí dali dando passos largos, e fui direto para meu armário, porque? Sei lá! Foi o que veio na cabeça, e o que estava mais longe dali.

Maldito! Não quero sair com o Deny! Pela lua cheia, em que o Jack me meteu? O Deny é um projeto de pervertido, sem dúvida vai tentar algo! Mas é claro que o Jack não pensou nisso, ele estava ocupado demais destruindo o resto de razão que me resta!

Cheguei no armário e abri o mesmo. Mais uma vez, um papel planou dele, mas com a experiência que já tinha, peguei esse ainda no ar. Ao contrário do que eu e você (leitor) pensamos, não era uma cartinha ou bilhete, era só o horário dos clubes que eu esqueci do lado de fora do caderno. Por puro impulso, comecei a ler o papel. Pelos clubes terem que ser depois das aulas e antes do toque de recolher, as aulas ficaram mais imprensadas (com menos tempo de aula, mas com a mesma quantidade), temos duas horas de clube, dois clubes por dia, e só quarenta minutos de intervalo entre o jantar e o toque de recolher. Também lendo, descobri que só tenho clube de música três vezes na semana, clube de poesia duas vezes, e clube de química duas vezes. Não sei os clubes da turma, mas espero não ficar sozinha nos que vou participar! Hoje só tenho o de música, que aproposito já vai começar, já que perdi a nona e decima aula. Ciente disso, fui procurar as meninas, já que não faço a mínima de onde ficam as salas dos clubes.

Caminhando por corredores aleatórios, perdida em meus pensamentos, tombei com alguém.

– Opa! – exclamou a pessoa – desculpa, não devia ler nos corredores.

– Tudo bem. Isso também acontece muito comigo, Itan – falei. Eu estava bem, até ver o livro que ele lia – MINHA LUA CHEIA! VOCÊ TA LENDO “O TRATADO SECRETO DE MAGIA*”! – gritei maravilhada (muito normal fazer um escândalo no meio do corredor por causa de um livro). Ele apenas riu da minha cara.

– Você já leu? – perguntou ele, acho que feliz com a descoberta.

– Na verdade não, por isso o escândalo. Procurei esse livro pelos quatro cantos do mundo! Literalmente!

– Ah, se quiser te empresto.

– Eu iria adorar, mas estou lendo outro. Talvez quando eu acabar...

– Ok, me procura quando acabar então... Adoro comentar sobre livros com alguém.

– OK... – ele ia sair, mas eu lembrei – Itan – chamei e ele olhou – pode me ajudar a achar a sala do meu clube.

– Claro, tem clube de que agora?

– Música.

– Bom, as salas dos clubes ficam no corredor por trás do pátio auxiliar, a sala de música é a terceira a direita – eu já ia sair mas ele continuou falando – mas, o professor de música não vai vir nessa semana – ele me olhou estranho – e isso foi avisado na nona aula. Como você não sabia?

– Ah... – falei meio sem graça – é que ouve um acontecimento em cima da hora e... Eu faltei as últimas duas aulas – só naquela hora percebi o que tinha feito. Nunca cabulei aula na vida! E agora... Olha só pra mim, sou uma delinquente juvenil! Ok, foi por uma boa causa, mas explica isso para as faculdades que vão ler meu histórico! – olha, foi porquê...

– Tudo bem Bete – ele deu um sorriso calmo a confortante – não precisa se explicar – retribui o sorriso – você tem algo para fazer agora?

– Na verdade não - eu sabia o que ele queria perguntando isso, mas realmente não tinha nada melhor para fazer. A turma deve estar nos clubes mesmo...

– Quer vir comigo para o jardim? - ~sem comentários~ - você não leu esse livro, mas com certeza vamos achar um livro em comum.

– Eu adoraria.

Seguimos então para o jardim principal, sentamos debaixo da minha macieira (que a tempos não a via), e conversamos até não poder mais. Descobri que Itan é mais chegado a magia do que pensei, também descobri que ele tinha uma biblioteca mais que gigante, onde guardava todo tipo de livro, de didáticos a livros de ficção. Depois dessa conversa, eu e ele ficamos muito mais íntimos.

...

Depois de muita conversa, deu a hora do jantar. Seguimos então para o refeitório. Fiquei meio confusa, eu estava com o Itan até agora, o que significa que a turma estava sem mim. Com esse pensamento, me ponho num dilema: sou lixada por ser vista com o “riquinho esnobe”, ou dou uma desculpa e vou para minha turma, onde é muito mais seguro?

Sem poder responder minha própria pergunta, sou interrompida por aquele que me acompanha.

– Beterraba – chamou Itan, e eu olhei – acho melhor você ir na frente – fiquei surpresa com sua afirmação, eu sabia que ele estava pensando o mesmo que eu, mas não que ia tomar essa decisão! Realmente não queria deixar Itan sozinho, mas ainda não estava pronta psicologicamente para os comentários, cochichos e etc. – nos vemos depois.

– Ok – sorri. Era a única coisa que eu podia fazer: sorrir – nos vemos depois.

Eu saí, fui andando pelos corredores até chegar no refeitório. Chegando ao mesmo, me dirigi a mesa do TB4.

– Onde você estava? – Punze (por incrível que pareça) foi a primeira a falar. Eu esperava isso do Soluço ou da Merida, mas logo percebi que os dois estavam num transe, forçando Punze a dar a primeira palavra.

– Ah, oi Bete – disse Soluço, saindo do transe.

Não respondi nem um dos dois. Porque? 1º por que ninguém sabe (nem vai saber) que eu estou andando com o Itan. E 2º por que me senti estranha depois de sentar na mesa, me senti desconfortável, como se ali não fosse mas meu lugar. Será que o Itan me fez sentir assim?

– Beterraba, acorda! – falava Punze, estalando os dedos na minha cara – o que deu em você hoje? O horário já vai acabar, você não vai comer nada?

– Ah, é, isso! – falei meio louca – desculpa Punze – levantei da mesa – minha cabeça está em outro mundo hoje.

Caminhei até o balcão, peguei uma bandeja, e me servi como uma pessoa normal. A fila estava pequena, e a variedade grande, até me abriu o apetite, que fechou rapidamente ao ver os cabelos ruivos da última pessoa que eu queria ver.

– Oi, gatinha – ele sorriu, um sorriso malicioso que trasbordava alto-confiança – está tudo certo para nosso encontro de sábado, só falta o seu número de telefone – ele piscou um olho, e eu apenas ri do momento.

– Ah você quer meu número? – perguntei com um sorriso, e ele consentiu com a cabeça – então pede pro Jack, já que a culpa disso tudo é dele – respondi o mais grossa que pude, desfazendo o sorriso e saindo dali sem dar a ele a chance de resposta.

Andei até a mesa, e antes de sentar dei um tapa forte na cabeça de Jack.

– AI! Ou, o que eu fiz? – perguntou o mesmo, passando a mão na cabeça.

– Concordou com a loucura do Deny! – gritei.

– Calma Bete! Também não precisa bater! – disse Punze, num impulso. Todos olhamos para ela surpresos, até Soluço e Merida que estavam em transe até o momento. Quando se deu conta do que havia dito, ela corou violentamente – tá... tá parecendo até a Merida! – falou, tentando dar uma explicação. Não tínhamos caído nessa, mas conhecendo a Punze, é melhor fingir que sim.

Depois do jantar, fomos para o jardim principal. “Pela lua cheia! Todo mundo ama essa macieira!” pensei. Lá, todos começamos a debater. Nos quarenta minutos de intervalo, falamos de tudo! Desde esportes a matérias escolares, e até da relação dos “casais” do grupo, mas, infelizmente, chegamos a uma pergunta que temi responder.

– E você Bete, não tá afim de ninguém? – Merida perguntou. Punze queria perguntar, mas não teria coragem.

– EU?! – dei um pulo – por que estaria? – tentei disfarçar, mas do Soluço eu não escapava!

– Por que teve um encontro com alguém no sábado passado – disse Soluço sorrido maléfico, com os braços cruzados.

– Encontro? – Questionei – quem te garante que não estava com um familiar?

– Se estivesse – ele ficou de pé – enrolaria para dizer quem era? – ele estava com um olhar confiante, e todos fizeram um “uuuuu” quando ele falou. Fiquei sem ação, e sem argumento também.

– Estando com alguém, ou não estando com alguém – levantei do gramado – isso não é da conta de vocês!

Saí do jardim, sem dar tempo de ninguém dizer nada. “Poxa Beterraba! Por que não fala de uma vez? Ninguém vai te lixar por isso! Ou será que vai?’’ esse tipo de pensamento não parava de brotar na minha cabeça, e não conseguia pensar mais em nada. Será que era mesmo certo fazer isso as escondidas?

Entrei no “meu’’ dormitório e joguei minhas costas na cama, sentindo minha cabeça afundar na almofada. Estava cansada, muito! Mesmo assim senti que não ia dormir bem naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Nota:
*: "Um líder protege os seus" é uma frase do filme. Então nada de Plagio, eu só achei que seria legal ^^
*: "O tratado secreto de magia" é o único livro que realmente existe, e eu coloquei na fic por que a Bete tem os mesmos gostos que eu então...
Eeeeeee!
Uma alma limpa que lê as notas finais (e espero que as iniciais também).
Chegamos ao fim, mas mês que vem tem mais!
Então me amem, me adorem, e comentem! ^^
Bye!!



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