Royal Passion escrita por PaulaCeschin


Capítulo 2
Amigos


Notas iniciais do capítulo

Ficou um pouco curto, mas espero que gostem :)



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Eu brevemente tomei ar e olhei para ele, as palavras saíram friamente de minha boca:

–Então é assim que você se posta diante de vossa majestade? Por favor, saia da minha cama, eu não sou um deficiente ou algo do tipo, se retire.

Oliver fez uma breve reverência e se retirou do cômodo. Eu bufei e me esparramei na cama, minha perna estava ardendo, só agora percebia como aquela massagem talvez não fosse má ideia, mas agora ele já tinha saído de qualquer jeito.

Eu me revirava na cama, sonolento, mas não conseguia dormir, a dor e as memórias do campo de batalha, eram insuportáveis. Corpos atirados no chão, grávidas presas como reféns, tudo isso, era mais do que eu podia aguentar. Tentando afastar aquilo da minha mente, pensei no machucado em minha perna, e logo a curiosidade bateu.

Tirei o meu sapato com calma, e puxei a meia, tudo parecia estar bem com o pé, tirando o fato de eu não conseguir movimentá-lo. Disfarçadamente, puxei a coberta e abaixei as calças por debaixo delas. A visão foi horrível, perturbadora. Haviam rasgos profundos, eu ainda não notara banho, portanto, o sangue seco formava crostas por cima de minha pele. Estremeci.

Me levantei com dificuldade sobre a perna direita, a que não estava machucada. Embora fosse a perna o que mais me apavorava, meu corpo inteiro doía, e a locomoção se tornava lenta e difícil. Quando finalmente cheguei ao banheiro, nem sequer me preocupei em fechar a porta, me livrei de minhas roupas e entrei na banheira.

‘’Como é bom estar em casa’’, pensei comigo mesmo enquanto sentia a água escorrer por entre o meu cabelo desgrenhado. Era algo muito familiar para mim, embora algo estivesse diferente, não era possível sentir o calor da água em minha perna esquerda, ‘’Provavelmente vou ter que amputar’’, suspirei.

Comecei a esfregar o machucado lentamente com uma esponja, á agua foi, de pouco à pouco, se envermelhando, saber que estava mergulhado naquilo me dava agonia. Quando estava me levantando, ouvi a porta da enfermaria se abrir, ‘’Mamãe!’’ pensei, abrindo um sorriso. Mas logo Oliver se posicionou na entrada do banheiro, e abriu um sorriso bobo.

–O que é agora? Eu não posso ficar quieto por sequer um segundo?

–Vossa Majestade, sua mãe, me pediu para checar você assim que ouviu o barulho de água. Eu falei que não era nescessário, mas, pensando bem, ela me fez um favor.

‘’Ora! Que absurdo é esse agora?’’ pensei enquanto pensava se existia ou não um tom de provocação em sua voz.

–Ótimo, agora que já viu que está tudo bem, pode se retirar, eu sei me secar sozinho.

Então minha mãe apareceu atrás de Miguel. Com um ar de desaprovação, enquanto balançava a cabeça negativamente.

–Ora Vincent! Veja lá se isso é jeito de tratar esse adorável rapaz que está nos oferecendo ajuda!- Ela fez uma pausa para respirar.- E não, você não sabe se secar só, bem, você sabia, mas agora está machucado, portanto ele vai te ajudar.

Eu olhei para ela, indignado, falei que não, mas as palavras não saíram de minha boca, eu abaixei a cabeça, me encolhi na banheira e ouvi minha mãe dizer algo com ‘’Ótimo.’’ ou ‘’Acho bom.’’. Escutei-o se aproximando e sentei de costas para ele na beira da banheira, logo ele começou, passando a toalha pelas minhas costas e meus cabelos.

–Olha, pode deixar que o resto eu me seco sózinho, não quero, digo, não gosto de ter pessoas tão íntimas assim.

–Como desejar.- ele olhou pela janela um pouco.

–Um Euro por seus pensamentos.- Brinquei.

–Estava só pensando se, de repente o queridinho de Hydra, que vive enfurnado, não gostaria de alguma companhia para ir lá fora.

–Por que não?- Disse sorrindo- Sair com o ‘’Adorável rapaz que está nos oferecendo ajuda’’, seria adorável.

Ele soltou uma risada, eu o acompanhei, acenei para ele me esperar do lado de fora e me arrumei com algo nada típico, uma camiseta polo azul, com uma gravata borboleta e uma calça que dobrara de um lado para não machucar minha perna.

Ao sair do quarto, Miguel me inspecionou e soltou uma gargalhada, de início, fiquei brabo, mas logo o compreendi, deveria ser estranho se deparar com um príncipe naquelas vestes. Eu fingi um tom brabo e dei um soco em seu ombro:

–Para de rir e vamos logo.

Ele sorriu e fez que sim com a cabeça. Sem nem mesmo perceber. Havia feito um amigo. Meu primeiro amigo. Eu dei um sorriso bobo e o segui pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado '3' Eu estou gostando bastante de escrever algo diferente :)
Peço, que, se sentirem na vontade, deixem um comentário para que eu possa melhorar a história :)



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