Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 26
Epilogo




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Epilogo:

Nove meses depois

Bella

– A gente já devia estar no hospital sabia? – eu tentava não rir do Jake, mas ele andando de um lado para o outro falando desesperadamente, só me dava mais vontade de rir. - Jake eu já fiz isso antes e vai ficar tudo bem.

– Bella você disse que estava em trabalho de parto.

– Não. Eu disse que estava na hora e que tínhamos que ir para o hospital...

– Então! – sem me deixar terminar de falar Jake corria de um lado para o outro e Sunny corria entre suas pernas achando que tudo era uma grande brincadeira.

– Cheguei. – Alice gritou da porta do quarto, mas foi totalmente ignorada por Sunny e Jake. – Que stress é esse? – ela perguntou rindo junto comigo.

– O Jake está tendo um piti. – respondi.

– Eu não estou tendo um piti. – Jake respondeu deixando metade das roupas de bebê da sua mão caírem no chão.

– Eu arrumo a bolsa, coloca a Bella no carro e deixa a Sunny com o Edward. Ele está lá em baixo com o Charlie. – Alice não deixou nem Jake contestar.

– Seu pai está aqui? – eu queria saber por que o Jake berrava se as contrações estão em mim.

– Eu não sabia para quem ligar. Eu... – Alice respondeu sem jeito.

– Jake, respira. – coloquei o dedo sobre sua boca antes que ele falasse.

– Tudo bem. Tudo bem. Colocar a Bella no carro, entregar a Sunny para o parasita, me acalmar e respirar... Tudo bem... Posso fazer isso.

Jake me carregou desnecessariamente no colo até me deixar no carro. Edward também prendeu o riso quando o viu todo nervoso.

– Jake não esquece de filmar o parto. – Edward gritou quando estávamos saindo com o carro.

– O que? – Jake gritou assustado.

– É. Eu filmei o da Sunny, agora é sua vez. – Edward se aproximou da janela e entregou a câmera para Jake.

– Não precisa. – peguei a câmera irritada e Edward saiu rindo.

– Eu posso fazer isso, posso fazer isso...

– Jake? Amor, você está bem?

– Ligar o carro, levar a Bella para o hospital e respirar. Tudo bem. – olhei assustada para Jake, mas o carro já estava em movimento quando eu pensei que era melhor não irmos para o hospital sozinhos.

O Jake ficou repetindo tudo que tinha que fazer até à hora do parto. Eu pensei que ele fosse desmaiar quando eu comecei a fazer força, mas vi seu sorriso enquanto eu me matava para ter nossa segunda filha. Agora ele acha graça?

Eu não sei se foi pelo fato da Sunny ter nascido no susto de parto normal, mas durante esse parto eu estava bem mais calma e parece que o bebê veio mais rápido. Diferente da Sunny ela era totalmente preguiçosa e nasceu dormindo. Outra diferença da Sunny é que ELA era seu nome até o momento. Nove meses eu não tinha nome para minha filha.

Eu já estava no quarto, mas ainda não tinha passado nem cinco minutos com minha filha no colo. Jake tinha monopolizado a criança.

– Bem... Posso segurar a filha que eu carreguei nove meses na barriga?

– Você já ficou com ela nove meses.

– Jacob! – falei um pouco mais alto e ele riu.

– Brincadeira amor. – Jake me entregou a bebê e assim como Sunny ela tinha sua cor e seu sorriso, mas os olhos eram bem parecidos com os meus. – Eu tive uma idéia para o nome. – Jake disse com um sorriso malandro.

– E qual seria?

– Amanda. – a bebê abriu um enorme sorriso quando ele disse o nome.

– Acho que ela gostou de Amanda. – sorri vendo os dois animados.

– Então vai ser Amanda! – Jake só faltou pular de alegria.

– Será que ela e a Sunny vão se dar bem? – perguntei ainda admirando minha princesinha mais nova.

Jake sentou ao meu lado e me deu um beijo na testa antes de acariciar meu rosto.

– Elas vão se amar. São duas meninas quase da mesma idade, o que poderia dar errado?


17 anos depois.


– Mãe eu ainda não sei por que você teve outra filha! – Sunny berrava descendo as escadas enquanto Amanda tentava com sucesso quebrar o controle da TV.

– O que foi dessa vez? – perguntei já cansada das brigas das duas.

– Ela usou meu secador e deixou jogado no banheiro! Grrr, eu odeio essa garota! Porque eu não posso morar numa faculdade do outro lado do país como qualquer adolescente normal?

– Porque você quis fazer faculdade onde sua mãe fez, então é logo ali do lado. Você pode vir para casa nos fins de semana. – Amanda não perdia uma chance de alfinetar a Sunny.

– Eu posso mudar de faculdade. – Sunny respondeu ainda mais irada.

– Não! Não pode! – pus um fim na discussão e as duas bufaram para mim.

Ótimo! Elas brigam entre si, mas se unem para me odiar. Calma Bella, calma.

Fui para cozinha terminar de preparar o jantar, Seth viria hoje para o jantar e eu quero fazer algo especial para o Jake se concentrar na comida e não em arrancar a cabeça do Seth na mesa.

O Seth foi o último a conhecer Sunny, na verdade ele só deu as caras em La Push no aniversario de dois anos dela. Assim que ele a viu no meu colo seu olhar babaca revelou o imprinting. Ele mancou duas semanas seguidas depois disso.

A Leah teve que bancar o guarda costas do Seth por meses, não tinha quem conseguisse fazer com que o Jake parasse de querer matá-lo. Depois de alguns meses as coisas se acalmaram, mas aí veio a adolescência e na última semana Jake pegou os dois dando um amasso no banco de trás do carro. Isso custou ao Seth alguns dias sem andar, mas não foi bem o pé que o Jake acertou dessa vez.

Estou tentando fazer um jantar de reconciliação, mas com as duas se odiando mais do que nunca fica cada vez mais difícil.

Diferente da Sunny, a Amanda sempre foi arisca. A Sunny ficava com todo mundo, sorria para todo mundo, foi líder de torcida na escola, a Miss Forks (não, eu não sabia que isso existia até minha filha vir dizendo que tinha sido escolhida uma das dez finalistas) e um bando de outras coisas que deixavam a Alice mais orgulhosa da minha filha do que eu. Enquanto isso Amanda preferia futebol e karatê, vivia ralada e correndo com os meninos da aldeia, quase morreu afogada pelo menos 10 vezes e ainda chorava para pentear o cabelo. São duas meninas quase da mesma idade, o que poderia dar errado? o Jake disse. Que ódio quando eu lembro disso.

– Boa noite, princesas! – é só falar nele que aparece.

Voltei para sala assim que ouvi sua voz, mas o sorriso que tinha nela logo sumiu.

– Eu não estou falando com você. – Sunny subiu as escadas batendo o pé e deixou um pai com cara de desapontado no andar debaixo.

– Eu não bati nele com tanta força assim. Bati? – ele perguntou para mim quando me viu.

– Claro que não. Você, provavelmente, só nos impediu de ter netos da parte da Sunny. – respondi com um sorriso.

– O que não seria problema nenhum, já que eu tenho muito medo do que ela possa procriar. – Amanda disse sarcástica ainda prostrada no sofá da sala.

– Amanda, pare de ser tão má com a sua irmã. E vá tomar um banho, pois você está sentada nesse sofá há quase 18 horas.

– Mas mãe... – ela tentou argumentar, mas a cortei com um olhar.

– Banho! – disse apontando para escada.

– A Sunny pode fazer o que quiser nessa casa. Vocês me odeiam! – ela subiu fazendo tanto barulho que a casa poderia cair.

– Eu deveria por coleiras nelas. – pensei alto e Jake riu.

– E elas iam morder as pessoas quando as levássemos para passear. – ele riu o mesmo sorriso de mais de 20 anos atrás e me beijou.

Mais de 20 anos casada e eu ainda sinto borboletas no estomago quando ele me beija e me abraça.

– Você também deveria se arrumar. O pessoal já vai chegar. – sussurrei com os lábios ainda encostados no dele.

– Toma banho comigo? – ele pediu com um biquinho.

– Se eu for para o banho com você meu assado vai queimar e a casa vai incendiar, pois não vai ser só um banho. – ele sorriu safado e passou a língua sobre meus lábios antes de me soltar e subir para o quarto.

Antes que pudesse voltar à cozinha a campanhinha me fez voltar. Será que sai algum jantar hoje?

– Olá! – Alice berrou jogando umas bolsas em cima de mim. – Porque você ainda está parecendo uma domestica no fim de expediente?

– Boa noite, Alice! – catei as bolsas e quando ia fechar a porta tive uma surpresa. – Edward? – me joguei em seus braços que prontamente me abraçaram.

Eu e Edward ficamos bons amigos devido à proximidade dele e da Sunny. Bom... Ele e o Jake ainda não se gostam, mas se aturam... Um pouco. Não muito!

– Oi, Bella. Eu trouxe um presente para Sunny.

– Ela vai adorar.

Deixei que os dois entrassem e eu nem precisei chamar para um furacão de roupão cor rosa choque descer as escadas correndo.

– Pai! – Sunny se jogou no colo de Edward como se ainda fosse uma garotinha. – Pai, você não vai acreditar no que o meu pai fez!

Sunny iniciou uma serie de reclamações que Edward ouvia atentamente. No inicio os dois, Jake e Edward, ficaram muito incomodados com o fato de Sunny chamar os dois de pai. Mas com o tempo ficou claro que era impossível colocar na cabecinha dela que o Edward não era seu pai . Quando ela cresceu tentamos explicar, mas mesmo assim para ela ele era pai e ai de quem questionasse. A única briga dela com o Seth foi por isso.

Diferente da Amanda que nunca teve afinidade com os Cullens, Sunny passava todas as férias com Edward. Com 16 anos ela já conhecia todos os cantos da Europa, Rose e Alice a vestiam como uma manequim de grife francesa e ela amava cada segundo de mimo, maquiagem e tudo mais.

Fui com Alice para cozinha e terminei de fazer o jantar enquanto ela me contava as novidades de sua milésima faculdade. Quando terminamos de pôr a mesa e voltamos para sala, Sunny ainda resmungava com Edward.

– E a minha mãe só gosta da Amanda! – ela dizia categoricamente quando cheguei.

– O jantar já está pronto filha não amada. – disse com um pouco de sarcasmo e ela bufou antes de subir para se vestir.

Assim que Sunny terminou de subir Alice se virou para mim e torceu o nariz.

– Amiga, agora vamos dar um jeito na sua cara. Não é só porque você está velha que tem que ficar que nem uma bruxa.

– Velha?! – meu berro fez com que Alice e Edward caíssem na gargalhada.

– Nada que um batom não resolva. – Alice me puxou escada acima mesmo comigo ainda puta e estarrecida com o que ela falou.


Jake

Depois de ser praticamente expulso do meu quarto pela sanguessuga saltitante fui ver se as meninas já estavam prontas. Sunny desceu sem nem me dirigir à palavra assim que ouviu a campanhinha tocar. Pelo cheiro eram Leah, Embry, Harry e Seth. Depois da pancada que eu dei nele a Leah vai escoltá-lo por um ano.

A casa não era grande então com a falta de quartos, Amanda acabou adaptando o sótão para ser seu quarto.

– Amanda? – chamei da escada, mas ela não respondeu.

Eu não vinha muito no quarto da Amanda, mas agora acabei notando uma marca de sangue no alto da escada. Ela deve ter se machucado feio aqui. Essa passagem é muito pequena para nós dois que somos altos. Sunny e Bella mal alcançam a cordinha para puxar a escada.

– Filha você se machucou? – quando entrei no quarto, Amanda estava encolhida na cama chorando. – Amanda o que houve? – a peguei em meus braços, mas ela chorava compulsivamente e estava tão quente... Muito quente.

– Pai... – ela chorava me abraçando ainda mais.

– Filha... Eu... – eu sabia o que estava acontecendo. Só não sabia o por que.

Os sanguessugas não vivem mais aqui e ela estava ótima... Estava?

– Filha tem sentido algo estranho esses dias?

– Eu achei que fosse gripe por causa da febre, mas eu não me sentia mal. E a mamãe encostou em mim e não notou nada, então achei que fosse coisa da minha cabeça. Mas aí eu bati a cabeça no topo da escada e me machuquei... Sangrou pai, eu vi que sangrou, mas agora não tem nada. – minha filha chorava cada vez mais e eu queria chorar junto. É claro que a Bella não ia notá-la quente, ela estava habituada a minha temperatura.

– Filha se acalma. Desde quando tem se sentido diferente?

– Desde o inicio da semana. Mas eu... Pai o que está acontecendo comigo?

– Filha, você... Eu não sei por quê. Eu não queria que isso acontecesse com nenhuma de vocês, na verdade eu achei que o houve com a Leah nunca mais ia acontecer com ninguém.

– Pai... Eu... – eu não precisei explicar.

Amanda chorava sabendo exatamente o que as palavras não ditas queriam dizer. Ela ia se transformar e logo. Eu só não sabia o por que.

– Pai, eu não quero descer. Está fedendo lá em baixo. – a reclamação dela me fez sorrir de leve.

– É o cheiro da Alice e do Edward. Com o tempo você se acostuma com o fedor.

– Eca. – ela franziu o nariz, mas já tinha parado de chorar.

– Acho melhor mesmo você não descer. Você pode não reagir bem à proximidade com eles. Você ainda não...

– Não, eu não me transformei. E... Eu não quero que isso aconteça. – a abracei o mais apertado que pude tentando consolá-la com meu silêncio.

– Filha, eu sinto muito mesmo.

– Pai, eu...

– Amanda você não vai ficar bonita, o papai e a mamãe colocaram o que tinham de melhor em mim. Então dava para descer logo. – Sunny sempre tinha prazer em irritar a irmã, mas esse não era um bom momento para isso.

– Fique aqui, por enquanto. – a coloquei de volta na cama, mas ela se levantou.

– Não, pai. A chata dos infernos vai ficar me chamando de anti-social um mês se eu não descer. Eu vou ficar bem. – dei um sorriso ao ver sua determinação.

Amanda lembrava muito a Bella. O que me deixava orgulhoso e preocupado. Orgulhoso porque eu sabia que ela seria uma menina maravilhosa assim como a Bella foi e preocupado porque ela sempre seria uma menina maravilhosa se metendo em situações suicidas. E ainda agora sendo loba...

Quando chegamos ao corredor Sunny estava batendo os pés irritadíssima. Eu queria saber por que essa menina parece tanto com a Rosalie? Eu devia ter proibido essas férias com vampiros quando ela apareceu em casa de cabelo tingido.

– Já estamos descendo encosto. – Amanda quase rosnou para Sunny.

– Ela me chama de encosto e depois sou eu que começo. – Sunny fez questão de gritar como se eu não estivesse a dois passos das duas.

– Mas foi você que começou. – Amanda respondeu.

– Eu não comecei nada, foi você que se trancou nessa batcaverna ao invés de descer para jantar.

– Meu quarto não é uma caverna.

– Meninas parem. – tentei me colocar entre as duas, mas elas já estavam no estagio: ignorando o pai.

– Porque você tem que ser tão estranha? Parece que tem problema. Uma doida excluída!

– Eu não sou doida! É melhor do que ser uma patricinha apadrinhada por vampiros.

– Agora o problema são que os Cullens gostam de mim e não do que sobrou.

– Para de me chamar do que sobrou!

Desisti de separar as duas e fui para escada chamar a única pessoa que colocava ordem nessa casa.

– Bella? Me ajuda aqui em cima, por favor.

Enquanto as duas ainda gritavam Bella subiu com Alice.

– Alice, leva a Sunny lá para baixo que eu converso com a Amanda.

– Eu te odeio, eu nunca quis uma irmã. Você foi imposta na minha vida. – Sunny gritava a plenos pulmões quando nós três chegamos ao corredor.

– Sunny! – Bella a censurou, mas já era tarde. – Eu não acredito que você disse isso para sua irmã. Como pode?

Bella tentou se aproximar de Amanda, mas ela não permitiu. Seu corpo todo tremia e mesmo em meio ao choro eu via seus dentes rangendo. Ia acontecer ali. A proximidade de Alice não ajudava no processo de controle.

– Amanda... – quando tentei me aproximar ela se esquivou e correu escada a baixo.

Corri atrás, mas a deixei ir na frente. Ela precisava de tempo para se transformar e se acalmar.

Desci com Bella, Alice e Sunny, que agora já aparentava se sentir culpada por causa do que disse a irmã.

– Mãe, eu não queria que ela fugisse assim... Eu já falei um monte de coisas horríveis para ela e nunca agiu assim.

– Sunny, eu estou extremamente decepcionada com você pela maneira com a qual tratou sua irmã. Mas agora eu não tenho tempo de brigar com você, eu vou procurar a Amanda e depois conversamos. – quando Bella se dirigia a porta a puxei pelo braço.

– Acho que melhor ficar aqui.

– O que? Por quê?

– Bella eu ainda não sei como aconteceu, mas a Amanda... Ela... A Amanda está se transformando em loba.

– O que? – o grito de Bella chamou a atenção das pessoas na casa e Leah veio em nossa direção.

– O que disse é verdade? – ela perguntou assim que se aproximou.

– Não se tem mais privacidade? – tentei soar ameno, mas eu realmente não tinha gostado da invasão.

– Numa casa com lobos e vampiros, não. Não tem.

– Ela deve estar na floresta ou na praia agora. Eu e Embry verificamos a praia e você e o Seth a floresta.

– Ela pode ter ido para o penhasco também. – Edward se aproximou enquanto conversamos.

– Eu não ti vi chegando. – disse enquanto apertava sua mão.

– Eu cheguei junto com a Alice... Posso ajudar a procurar.

– Não acho que seja boa idéia. Um vampiro perseguindo um lobo na sua primeira transformação... Não, não mesmo. – Leah disse exatamente o que eu pensava.

– Eu sei cuidar de mim mesmo. – Edward deu um sorriso sarcástico que me convenceu. Seria bem feito se Amanda arrancasse algum pedaço dele.

– Ok. Então vamos e nos encontramos aqui em meia hora. Bella não saia daqui, caso ela volte para casa.

– Tudo bem. E tomem cuidado para não machucar ela. – Bella me deu um beijo aflito antes de me deixar.

– Se ela tiver o humor do pai vai ser sorte nossa se a gente não se machucar. – Seth murmurou com Embry que prendeu o riso.

– Seth você quer ter filhos? – Leah perguntou.

– Sim.

– Então cala a boca.

– Ok.

Deixamos as roupas na varanda e cada um pegou sua direção. Eu não podia evitar a preocupação de que Edward encontra-se Amanda antes de nós e algo acontecesse não só a ele, mas a ela também.

– O sanguessuga não vai fazer nada com ela, Jake. – Leah interrompeu meus pensamentos. Eu estava há tanto tempo sem me transformar que não estava mais habituado com alguém dentro da minha cabeça.

– Então, vamos encontrá-la antes dele.

Mesmo após suas palavras continuei apreensivo. Espero mesmo encontrá-la antes do sanguessuga. Ela precisa de alguém que a entenda agora, não de um inimigo natural.


Amanda

A Sunny nasceu no meio de muitos problemas. Seu pai quase morreu nessa época. Ela é um pouquinho mimada e mais um monte de bla bla bla onde a Amanda só se fode.

Não me bastasse ser a segunda, ainda sou a quem tem quatro patas. Eu estou com quatro patas e não sei como voltar a ter duas pernas. E pelos! Eu tenho um monte de pelos. Eu não acredito que isso está acontecendo comigo. Já não me basta todos os meus problemas.

Todos os barulhos eram super altos agora, mas quando ouvi a aproximação ele já estava muito perto... E aquele cheiro... Aquele fedor. Calma, Amanda. Não arranque a cabeça de quem você ainda nem viu a cara.

Virei-me em sua direção, mas ele subiu em uma árvore. Foi involuntário, eu não queria ficar latindo para ele tipo um cachorro quando um gato sobre numa árvore... Na verdade acabei me dando conta de que eu já estava o atacando.

Ele subiu na árvore se esquivando de um dos meus ataques. Eu sabia que era ele pelo cheiro diferente... Eu conhecia esse cheiro. É o cheiro que vem em todos os presentes de aniversario da Sunny. Ele é um dos Cullens.

Eu não sei pedir desculpas nessa forma, eu nem sei voltar ao normal que dirá falar nessa forma. Dá para falar nessa forma? Aí, eu quero meu pai!

– Se você se acalmar você vai voltar ao normal. – o cara disse de cima da árvore.

Ele lê minha mente por acaso?

– Leio sim. E eu te desculpo, sem problemas.

O que? Já não me basta as patas, os pelos, as garras e tudo mais... Agora tem um doido lendo minha mente. Eu sou a filha amaldiçoada só pode.

– Não te considero amaldiçoada, mas se continuar nervosa assim não vai voltar ao normal.

Dava para sair da minha cabeça. Isso é o cumulo da falta de privacidade!

– Desculpe.

Tudo bem, me acalmar. Eu posso fazer isso. É fácil! Eu geralmente sou uma pessoa muito calma. É só respirar fundo e não pensar na vaca egoísta da sua irmã que deveria rachar a cabeça num precipício.

Amanda, se sua irmã rachar a cabeça sua mãe e seu pai vão se chatear então para de pensamentos psicóticos e se acalma.

– Eu concordo, eles não vão gostar.

Para!

– Desculpa. Força do hábito.

Sua família te atura assim? Invadindo a vida de todo mundo.

– Eles se acostumaram com o tempo.

Isso é ainda pior que a Sunny.

Consegui começar a pensar em outras coisas e senti meu corpo ir diminuindo, eu tive a sensação dos meus ossos partindo no meio. A dor de me transformar deve ter sido mais branda por conta da raiva, mas a de voltar ao normal estava toda aqui. Senti meus joelhos tocando o chão e fiquei com medo de abrir os olhos e ver que ainda estava peluda e enorme mesmo depois dessa tortura interna.

Senti mãos geladas tocando a pele do meu ombro e levantei no susto.

– É melhor colocar isso. – ele me oferecia o casaco olhando na direção oposta.

Achei engraçada a cena, na verdade ele parecia ter minha idade. Os caras da minha escola não iam perder a chance de me ver nua como ele está fazendo agora. Aí, agora que eu me toquei... Eu estou pelada na frente de um completo estranho! Tem mais alguma coisa na minha vida para ser estragada hoje?

– Espero que não. – ele disse com um sorriso debochado.

– Olha, é muito indelicadeza... – eu perdi a fala quando olhei em seus olhos.

Eles tinham um amarelo ouro que me fez querer derreter nos braços dele. Minha garganta ficou seca e eu não consegui tirar da cabeça a idéia fixa de que eu queria beijar aqueles lábios pelo resto da minha vida. Dei um passo em sua direção e pensei que ele fosse recuar afinal eu quase tinha o matado há alguns minutos. Mas não... Ele se aproximou e tirou uma mecha de cabelo que caia sobre o meu rosto.

– Eu deveria levar você para casa. – quando ele falou foi como se uma brisa tocasse meu rosto.

Aproximei-me ainda mais e isso acabou num abraço involuntário entre nós dois. Seus braços passaram ao meu redor e foi como se cada minuto da minha vida não tivesse sentido até agora. Como se esse fosse o primeiro lugar que eu realmente tenho para ir, um lugar só meu, para sempre. Eu estava... Ah sim, eu estava! Pela primeira vez eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.


Bella

Quando vi Edward e Amanda voltando imaginei algo ruim, mas não tão ruim. Ela e Sunny se pegaram mais um pouco, mas logo fizeram as pazes e logo começaram a brigar novamente.

Eu estava na varanda esperando pelo Jake quando Edward saiu e veio em minha direção.

– Eu acho melhor eu mesmo falar com ele, Bella.

– Você ficou retardado nos últimos minutos? – perguntei irritada.

Não deu tempo de iniciarmos uma discussão sobre o assunto, pois logo quatro lobos surgiram em frente à casa. Enquanto Jake e os outros se vestiam eu tentava encontrar palavras para explicar a ele toda “situação”.

– Jake, eu preciso te contar uma coisa. A...

– Não. O papai vai fazer alguma coisa com ele! - antes que eu pudesse falar Amanda saiu correndo de dentro da casa e se agarrou em Edward.

Sunny e Alice vieram logo atrás dela.

– O que está acontecendo aqui? – Jake já estava nervoso sem nem saber do assunto.

– Amor se acalma!

– Pai, não machuca ele. Por favor. – Amanda choramingava colocando o corpo na frente de Edward.

– Por que eu o machucaria? Amanda, você está falando coisa com coisa.

– Agora ela sabe como é ter você sempre querendo espancar o amor da vida dela. – Sunny tapou a boca depois que falou, mas já era tarde.

– Como é?

– Jake, amor, fica calmo.

– Você, minha filha, teve um imprinting... Um imprinting com... Com...

– A sua filha teve um imprinting com um vampiro? – Embry berrou tão alto que poderia ser ouvido em Forks.

– Eu vou matar você! – Jake se transformou e partiu para cima de Edward.

– Pai! – Amanda e Sunny gritaram juntas. Uma pelo 2° pai e outra pelo... Não eu não vou me acostumar com isso.

Demoramos uma hora para separar os dois. Ver Edward sem mão fez com que Amanda chorasse sem parar, só assim Jake parou de avançar em cima dele.

– Eu não acredito que você arrancou a mão dele. – Amanda ainda chorava enquanto Edward tentava mostrar para ela que sua mão ia ficar bem.

Consegui sentar todos na sala para tentarmos ter uma conversa sensata sobre o assunto. Por mais insensato que fosse.

– Eu ainda nem entendi porque você se transformou em loba. E agora isso... Eu fiz alguma coisa muito errada em algum momento da minha vida. – Jake se lamentava sentado na mesinha de centro.

Mas o que me chamou atenção foi à troca de olhares entre Alice e Edward.

– O que vocês sabem? – todos os burburinhos pararam e os olhares se voltaram para Alice e Edward.

– Alice teve uma visão pela metade sobre os Volturi, mas verificamos e eles não tem se movimentado em nada. Mas...

– Mas mesmo assim, nenhum de vocês viaja mais sozinho. Por isso você veio com a Alice. – Edward concordou com a cabeça quando conclui.

– Jasper está verificando informações, mas até o momento não é nada com o que se preocupar. – Alice tentou me acalmar, mas não deu nada certo.

– Se os jovens estão se transformando é porque é algo grande. – Leah parecia apreensiva.

– Isso quer dizer que eu vou ser lobo também? – pela primeira vez na noite, Harry soltou seu vídeo game e se pronunciou.

– Esperamos que não. – Jake colocou a mão no ombro de Leah tentando acalmar a posição tensa que ela assumiu com a pergunta do filho.

– Eu não acredito que depois de quase vinte de anos estamos às portas de uma nova guerra com os Volturi. – me abracei a Jake tentando encontrar apoio.

– Não vai ser uma guerra. – Edward disse e Amanda segurou sua mão tentando fazer o mesmo que eu fazia com Jake.

– Porque a gente não come? Não tem ninguém nos atacando agora.

– Seth! – Sunny bateu com o controle na cabeça de Seth, mas seu comentário acabou aliviando o clima na sala.

Depois que todos comeram, Sunny e Seth foram para varanda e Amanda e Edward sentaram na sala para conversar. Leah e os rapazes foram embora. Alice subiu para “inspecionar” meu closet e Jake tentava me ajudar a lavar e guardar a louça.

– Jake pare de prestar atenção na conversa deles na sala e na varanda.

– Como se já não me bastasse o Seth, agora isso. – a cara de desespero do Jake me fez sorrir. – E você ri?

– Sim. – respondi me enroscando em seu pescoço. – Eu sei que vai dar tudo certo.

– Como você sabe?

– Estamos juntos. E se mesmo com tudo de errado que aconteceu na nossa vida conseguimos ficar juntos, com o resto damos um jeito.

– O resto é provavelmente um exercito de vampiros. E se você não percebeu eu não tenho mais vinte aninhos.

– Jake, eu acho que você já lutou suas batalhas. Está na hora de você ensinar para alguém tudo que você sabe e...

– Bella, eu não vou deixar essa responsabilidade na mão da Amanda. Não ainda. Eu não posso ainda. Entende?

– Entendo. Quando você estiver pronto vai fazer a coisa certa.

– Eu te amo, sabia?

– Sabia! Mas eu gosto quando você diz. Eu também te amo demais.

Coloquei a cabeça no peito de Jake e no meio desse dia louco tive um momento de paz. Eu sabia que as minhas escolhas iam decidir o meu futuro sendo a escolha Edward ou Jake, mas eu jamais imaginei que as três vidas ficariam interligadas assim para sempre.

– Eu queria um momento calmo na nossa vida sabe? – Jake quebrou o silêncio.

– Não deveria ter casado comigo então. – dei um sorriso de lado e o beijei de leve. – A gente podia ter escolhido entre calma e ficar juntos, mas decidimos ficar juntos.

– Até o último minuto? – ele perguntou olhando nos olhos.

– Além. – respondi antes de beijá-lo.

Sim, eu poderia ter uma vida muito mais calma se caso tivesse escolhido Mike ou qualquer outro humano que se aproximou de mim. Mas quem trocaria o amor de sua vida por segurança? Eu respondo, muita gente o faria. Mas não eu.

Minha vida nunca seria calma, mas eu sei que sou a mulher mais amada do mundo e que vou ser até o fim da minha vida. O e se... nunca vai parar de pairar sobre a minha cabeça, mas o agora compensa qualquer duvida que eu possa ter.

Agora a nossa aventura vai dar lugar à aventura das nossas filhas e aos filhos delas depois e assim para sempre. Agora eu perdi meu medo de envelhecer, meu medo de morrer, meu medo de deixar de existir. Eu e Jake deixamos um legado e não importa como ou quando nossa historia será contada, mas ela nos eterniza. E assim nós dois e nosso amor será para sempre.



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Notas finais do capítulo

Olá meninas,
Agora é realmente o fim... ain... dá um dozinho terminar assim uma historia.
Aposto que muita gente não sabe que o nome da série é Just Black porque tinha um monte de Team Edward me perturbando perguntando se ela ia ficar com o Ed kkkkkk
É... sofri! Mas fico muito feliz de ter fechado essa fic que era o meu sonho para o final da Saga, mas que a tia Steph matou quando casou a Bella com a borboleta purpurinada.
Espero que vocês tenham gostado. Eu amei escrever cada palavra.
Obrigada pela companhia, pelos reviews, recomendações, enfim por tudo.
Beijo enorme e até a próxima.
Katy Clearwater