Féria de verão, é impressionante como eu amo tanto, mas odeio tanto elas. Como não tem como amar? Sem aulas, sem deveres, sem provas! Você pode ficar atoa, deitado na cama olhando para o teto, dormir até as três da tarde, fica a madrugada toda jogando com os amigos, simplesmente fantastico. Mas tudo que é bom, tem seu lado ruim, no caso das férias de verão, o problema esta no "Verão", como eu odeio o verão, temperaturas acima dos 30º C. que conseguem me fazer suar pelado tomando banho de água fria! E o pior no calor? "Não poder" ficar abraçado na pessoa que você ama por muito tempo, tá eu sei que essa frase ficou muito melada, não precisa me avisar, mas é que eu adoro abraços.

– Leo, eu adoro ficar assim com você - William e eu, estavamos ambos sentados com as pernas esticadas na cama e as com as costas encostadas na parede, meu braço passava por trás dele e descançava em seu ombro direito e nossas cabeças estavam quase que grudadas ouvido a ouvido, enquanto em nossos colos se encontrava o notebook passando o último episodio da quarta temporada de Americam Horror Story - Mas nesse calor ta ficando insuportavel! Sera que você pode ir um pouco pro lado, se eu me afastar eu vou cair da cama.

– Seu pedido é uma ordem - Retirei meu braço de trás deles e me afastei um pouco de Will, infelizmente - Mais alguma serie pra ver? - Perguntei quando o episodio acabou.

– Nenhuma que ja não tenhamos visto, essa foi a ultima. Acho que não temos mais nada para fazer.

– Na verdade temos mais algumas coisinhas para fazer - Respondi com um sorriso que eu tentei deixar o mais safado possível. - Meus pais foram pra aula de dança deles, temos pelo menos uma hora e meia.

– Não estou pronto ainda

– Não foi o que parecia naquele dia, se não fosse pela minha mãe, nós teríamos feito.

– Naquele dia eu... - Era muito fácil deixar ele envergonhado e sua pele branca o deixava vermelho facilmente - Eu queria te alegrar, te trazer de volta, eu meio que faria de tudo - Disse ele distanciando o olhar de mim enquanto suas bochechas coravam

– Eu sei, eu sei, eu tava brincando - Dei-lhe um beijo na bochecha - Coloca o notebook na bancada - Foi só eu pedir que ele já segurava o notebook com as duas mãos e se levantava para coloca-lo na bancada.

– Que tal a gente sair para algum lugar?

– Tipo um cinema?

– Tava pensando em algo ao céu aberto, tipo uma praça

– Pode ser - Me sentei na borda da cama e pedi pra que ele viesse ate mim, ele sorriu, deu alguns passos até mim e sentou em meu colo - Tem certeza que não quer fazer nada?

– Leo... - Aproximei meu rosto do dele, fazendo o parar de falar e sorrir, então lhe dei um selinho, em seguida mordisquei levemente seu lábio inferior - Talvez eu tenha mudado de ideia - Então ele tomou meus lábios com os dele, enquanto nos beijávamos apertava seu corpo contra o meu com minhas mãos em sua cintura e suas mãos exploravam minhas costas e nuca. Fui comprimindo cada vez mais nossos corpos e se jogava mais em minha direção até que acabamos caindo juntos na cama. Paramos o beijo para rir da situação constrangedora até que ouvimos chaves abrindo a porta da frente - Uma hora e meia, você disse - Comentou ironicamente enquanto se levantava

– Engraçadinho - Com um sorriso bobo e com a mão na cabeça, permaneci deitado na posição em que cai, até que minha mãe passou pela corredor - E a aula?

– Perguntei o mais inocentemente possível

– O professor tava doente, foi cancelada - Ela respondeu sem para de andar e indo pro seu quarto.

– Viu? Se eu não estivesse errado, eu tava certo

– Isso não faz sentido - Ele estava sentado na cadeira e mexia no facebook

Fui até o moreno e passei meus braços sobre seu pescoço, lhe dando um abraço, enquanto apoiava minha cabeça em seu ombro, dei uma olhada na tela, algumas poucas propagandas, um vídeo aleatório que o Kevin compartilhou, nada de mais. E num canto da do monitor uma pequena tela surgia, o grupo no facebook da nossa roda de amigos.

– O que esta planejando?

– Chamando eles pra sair, qual praça você acha que é melhor?

– Aquela no centro, que tem uns museus por perto, se a gente ficar entediado a gente pode ir em algum deles.

– Boa! - Concordou ele já digitando a mensagem para o grupo.

– Por que você não manda uma mensagem pelo Whatsapp? Que nem todo mundo?

– Preguiça de pegar o celular - Quando ele comentou não pude evitar de sorrir, então olhei para um pouco mais a direita do notebook na bancada, e adivinha o que tinha lá? O celular dele.

– E quando nos vamos sair?

– Amanhã? - Perguntou se virando para mim - O que acha?

– Amanhã - Repito a palavra em sinal de concordância - Só espero que não seja em cima da hora.

...

– Quem já falou que vai? - Pergunto para William, que estava grudado na tela do computador enquanto saia do banho com a toalha enrolada em minha cintura.

– Parece que todo mundo vai - O mesmo respondeu enquanto se virava em seguida tendo uma leve avermelhamento nas bochechas - Você ta de cueca, né?

– Não - Então em um movimento faço a toalha em minha cintura cair nos chãos de madeira, assim revelando meu membro que estava tampado por uma cueca box preta - Brincadeira - Rindo me viro para o armário que por algum motivo já estava aberto, e pego um cabide que guardava uma blusa branca com o simbolo da Casa Stark preto e com o lema "Winter is Coming" em branco dentro do simbolo. Mal peguei a camisa quando uma caneta voadora passou por mim e atingiu o fundo do armário com velocidade máxima - Ei!

– Tarado - Protestou pela brincadeira, apenas sorri e me aproximei dele, ainda seminu, dando um beijo em sua bochecha em pedido de desculpas pela a brincadeira - Sem ou com beijo, continua sendo tarado, e vê se se arruma rápido vamos chegar atrasados.

– Okay, okay - Digo com um sorriso no rosto, coloco a blusa branca, visto uma calça jeans da gaveta de baixo e por fim coloco uma meia branca e calço um sapato esportivo branco, passo um pouco de perfume - Pronto, tudo isso em cinco minutos.

– Faltou pentear o cabelo e escovar os dentes - Comentou o moreno sem tirar os olhos do computador.

Então lá fui eu para o banheiro, me olhei no espelho, meus cabelos castanhos estavam realmente molhados e bagunçados, é um saco pentear cabelo molhado, eles podem até ficar bonitinhos, mas ai eles secam e ficam terríveis, para resolver meu problema, voltei ao quarto e peguei minha toalha. Com a toalha em mãos, a coloquei por cima da cabeça e comecei a esfregar ela com minhas mãos feito um louco, após quase um minuto assim... Vualá, cabelo quase que completamente seco, agora só pentear um pouco com a própria mão, prontinho. Escovei os dentes e voltei ao quarto, onde William continuava vidrado no computador, peguei minhas, chaves, celular e carteira com meu dinheiro e documentos.

– Pronto Will, agora pode sair do computador.
Depois dele sair do computados , fomos até a sala, onde minha mãe nos esperava para sair, a mesma vestia um vestido longo com estampa de flores em tons de azuis e uma sandália de mesma cor.

– Prontos? Will, você não tá com calor? - Ela pergunto quando reparou que por cima da camisa cinza com o simbolo do infinito preto no centro, o mesmo vestia uma blusa xadrez com tons de azul marinho.

– Essa blusa não esquenta muito, e eu gosto de usar blusa
Sem dizer nada minha mãe destrancou a porta e fomos até a garagem, onde pegaríamos o carro a caminho da Praça da Sabedoria, que tinha esse nome graças aos cinco, ou mais, museus que a cercava.

...

A Praça da Sabedoria, era grande, ocupava um quarteirão inteiro, tinha várias trilhas, muitas arvores, alguns canteiros de flores, umas duas ou três estatuas e um grande lago no lado leste da praça. Sempre movimentada, lá era um lugar comum de encontro de amigos, tanto para pique-nique, conversar, ir a eventos e muitas outras coisas. Após descermos do carro e darmos tchau para minha mãe, fomos até a parte do lago onde nos encontraríamos com o resto do povo, que por sinal, não eram difíceis de achar graças aos seus cabelos ruivos.

Nos cumprimentamos e fomos curtir, primeiro discutimos para qual museu iriamos, decidimos ir para o museu de minas e metais. O museu era não era muito grande tinha dois andares. No primeiro andar tínhamos um corredor com varias "portinhas" na parede que quando abríamos escutávamos sobre as pedras que se encontravam nas portinhas, não passamos uma por uma, seria muito chato, mas vimos algumas várias... Bem acho que não vou te chatear contando coisas chatas como a nossa ida ao museu, provavelmente você não esta lendo isso para saber sobre pedras, então vamos pular essa parte, o importante é você saber que nos cinco, William, Anna, Kevin, Julia e eu nos divertimos muito.

Somente quando nós saímos do museu, tivemos noção do tempo que passamos lá dentro, que por sinal, foi muito tempo, quando nós entramos era cerca de duas da tarde, quando saímos era as cinco, três horas dentro de um museu. Depois do museu decidimos andar, dar voltas na praça enquanto conversávamos, nada de mais. Foi então quando começou a chover, o pior que não foi devagar, foi de repente, uma chuva forte de verão caiu sobre nossas cabeças. Pegos de surpresa avistamos uma pequena lanchonete do outro lado da rua, então, Kevin segurou Julia no colo, o que foi uma surpresa para todos nós, e correu até lá, Anna, William e eu nós entreolhamos e com um sorriso no rosto começamos a correr atrás do casal. Então entre o barulho da chuva, risadas e os gritos de Julia, escuto um chamado no estante que atravesso a rua.

– Léo!

O mundo ficou em câmera lenta, parecia que eu podia ver os pingos caindo do céu lentamente, viro meu rosto para trás, o barulho de buzinas explodem em meu ouvido. William estava atrás de mim e estava extremamente iluminado por um farol, um farol perto de mais, vejo a boca do garoto de cabelos negros forma três palavras "Eu te amo". Infelizmente, o tempo volta ao normal, um carro passara onde, milésimos de segundos atrás, William estava, o barulho de buzinas é substituído por gritos e a chuva que escorria em meu rosto, era substituída por sangue.