True Genius escrita por Brigith


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Heey, aqui estou eu novamente! Antes do capítulo, eu queria agradecer muuuito as lindas Ghost Hunter, Laís Barcelos, Luana Araújo e Mardy Bum pelos comentários *O*'
Agora, vamos ao capítulo! haha' Espero que gostem!



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MUITOS ANOS ATRÁS

Emily’s POV

Aquela festa de arrecadação de fundos estava indo de mal a pior, pensei, enquanto tomava um gole de vinho.

– Emily – chamou minha mãe – que bela festa, não?

Dei um sorriso forçado, concordando levemente com a cabeça, num gesto completamente automático.

– Oh! – exclamou minha mãe, de repente – Senhor Carmichael!

Olhei para onde Elizabeth acenava e senti todo o ar escapar de meus pulmões. O homem que sorria e acenava para onde estávamos era alto e magro – quase como um modelo. Andava de maneira confiante, com as costas eretas e olhando ao seu redor de maneira atenta.

Quando o homem aproximou-se, reparei que devia ser bem jovem. Seu rosto era extremamente anguloso, sua pele praticamente perfeita, assim como seus cabelos longos presos em um rabo baixo muito elegante. Contudo, embora tudo isso fosse extremamente atraente, o que realmente chamou-me a atenção foram os olhos. Em meu meio, já conhecera pessoas importantes, mas até aquele momento jamais vira olhos tão profundos, confiantes e, ainda assim, tão misteriosos.

– Emily, quero que conheça Ryan Carmichael, um maravilhoso filantropo cujas contribuições já ajudaram muita gente –apresentou minha mãe, com o típico tom elogioso dos políticos.

Dei meu melhor sorriso, apertando a mão estendida do homem, reparando, ao fazê-lo, na força do aperto.

– É um prazer conhecê-lo, Sr. Carmichael – cumprimentei – Tenho certeza de que suas contribuições foram de muita valia.

Ryan sorriu.

– O prazer é todo meu, Senhorita Prentiss – disse – Quer dizer, se não pudermos ajudar os menos favorecidos, então o que nos resta?

Anui. Mesmo que duvidasse da real sinceridade de suas palavras, a fluidez com que pronunciava cada palavra era inegável.

– Então, em que ramo o Sr. trabalha? – perguntei, uma vez eu minha mãe havia ido para o outro extremo do salão e me deixada conversando com o lindo filantropo.

Carmichael sorriu levemente ao responder:

– Estou no negócio de extração de petróleo há um bom tempo.

Tomei um gole de vinho antes de perguntar:

– E sua empresa tem sede aqui mesmo nos Estado Unidos?

Ryan negou, também bebendo um pouco de sua taça.

– América do Sul, na verdade, mas a grande maioria de meus investidores são daqui – afirmou – por isso passo tanto tempo nos EUA. Entretanto, amanhã estarei retornando para a América do Sul e pretendo ficar um bom tempo por lá.

Assenti, compreensiva, pronta para continuar a conversa, quando um homem, também muito bonito, mas de aparência austera, se aproximou, colocando sua mão no ombro de Carmichael , enquanto perguntava, em tom sarcástico:

– Por que você vive fugindo de mim?

Ryan revirou levemente os olhos, mas abriu um grande sorriso.

– Bobagem, Vladimir – retrucou ele, apertando a mão do outro – É só que você parecia entretido com o Sr. Deputado... – ele pausou, olhando para mim – Ah, esta é a Senhorita Emily Prentiss, filha de Elizabeth.

Sorri, apertando a mão do homem que não parecia capaz de mostrar os dentes.

– Prazer em conhecê-la, Senhorita Prentiss – disse ele, muito sério – Sou o Sheik Vladimir Amad. Agora, se não se importa, vou roubar a atenção do Sr. Carmichael. Foi um prazer lhe conhecer.

E, tão rápido como tinha aparecido, o Sheik saiu de perto, levando consigo Ryan Carmichael. Sorri ao pensar que dois homens tão diferentes podiam estar em uma relação.

Bebi o que restava de meu vinho e, sorrindo levemente, esgueirei-me para fora da festa, feliz em estar indo para casa.

–--

DOIS ANOS DEPOIS, SEDE DA BAU – QUANTICO, VIRGINIA

Emily’s POV

Jamais fora uma pessoa nervosa ou imprudente, mas aquele era um grande dia. Eu estava prestes a entrar para a BAU, um dos melhores times de Profilers que já existiram, e, se por um lado isso podia me proteger, por outro podia me destruir.

O elevador soltou seu BIP costumeiro e, sem olhar para os lados, ou mesmo reparar em muitas coisas, me dirigi até a sala de Aaron Hotchner, meu novo e desconfiado chefe, que, apesar de receptivo, parecia acreditar piamente que o único motivo pelo qual eu estava ali era a influência de minha mãe – o que não era verdade nem de longe.

De qualquer maneira, eu sabia que precisaria convencer não só ele, mas todos aqueles agentes de que eu merecia minha posição em sua equipe.

– Muito bem, Prentiss – disse Hotch, após verificar últimas pendências – Agora que os pormenores estão resolvidos, gostaria de apresenta-la ao meu time. Por favor, siga-me. Pedi a eles que fossem à sala de reuniões.

O segui, reparando em como a liderança vinha facilmente a ele.

Chegando na sala, que tinha uma grande mesa e uma televisão, vi quatro pessoas que, ao entrarmos, logo cessaram sua conversa.

– Prentiss, gostaria que conhecesse os Agentes Especiais Jason Gideon – o homem acenou levemente com a cabeça, quase desinteressado. Sorri um pouco – Derek Morgan - o homem de maior estatura levantou-se e venho apertar minha mão, gesto repetido por todos os outros – e Jennifer Jareau. Essa é Penelope Garcia – ele gesticulou para uma mulher com um grande sorriso – nossa analista técnica.

Assenti, dizendo com um sorriso:

– É um enorme prazer conhece-los.

– JJ – chamou Hotch – onde está Reid?

Antes que ela pudesse responder, porém, um jovem muito apressado entrou na sala. Seu andar era inseguro e ele segurava sua “mochila” como se sua vida dependesse dela.

– Desculpe o atraso, Hotch – disse ele, muito rapidamente, sem nem mesmo erguer a cabeça enquanto depositava sua pasta em cima da mesa – Tive um pequeno problema com o café.

– Tudo bem – respondeu o chefe – Prentiss, gostaria que conhecesse Dr. Spencer Reid.

E, finalmente, ele ergueu a cabeça. Seus olhos inseguros me encararam e, por um momento, quase não o reconheci. Mas, apesar dos cabelos penteados para trás da orelha, da postura completamente diferente e da aparente insegurança, pude ver quem eu menos esperava... ninguém menos que Ryan Carmichael.

–--

ATUALMENTE - LAS VEGAS, NEVADA

Reid’s POV

– Alguma coisa no necrotério? – perguntou Hotch assim que eu e Blake entramos na delegacia.

Coloquei levemente minha pasta sobre a mesa da sala de reuniões improvisada que haviam organizado para nós, enquanto Blake respondia:

– Nada de novo, Hotch. O legista confirmou que as tatuagens foram feitas pelo unsub e que a causa da morte foram os tiros na cabeça.

Hotch assentiu, enquanto explanava o que haviam conseguido em nossa ausência:

– Morgan e JJ ligaram mais cedo para confirmar que, segundo as famílias de ambas as vítimas, nenhuma delas possuía nada de misterioso ou remotamente ilegal em suas vidas. Ah, e a terceira vítima foi identificada como Taylor Flynn, trabalhava em uma filial de produção da P.T. Company como operador de máquinas. Assim como as outras duas vítimas, nada de suspeito se destaca.

Suspirei, eu precisava solucionar esse caso antes que a BAU pensasse em contatar a sede das indústrias Pieces and Technology.

– Já mandou trazerem os diários de Gideon, Reid? – perguntou Rossi, encarando-me

Assenti, distraidamente.

– Sim, pedi que entregassem no hotel - respondi – Com sorte poderei lê-los hoje a noite.

Rossi assentiu levemente.

– Agentes – chamou o delegado, entrando na sala – encontraram outro corpo.

Automaticamente, Hotch, Blake e eu começamos a seguir o delegado para fora da sala de reuniões, mas, para minha surpresa, antes que eu pudesse passar pela porta, a mão firme de Rossi segurou o meu braço.

Senti meu corpo tencionar e me virei para ele, mostrando em minha face legítima surpresa.

– O que...? – comecei a perguntar, mas ele me impediu.

–Posso perguntar uma coisa, Reid? – pediu ele, sem soltar meu braço. Resisti ao impulso de me afastar, anuindo levemente – Por que você nunca leu os diários de Gideon?

Franzi o cenho, fazendo um esforço razoável para não sorrir. Então era isso. De todas as coisas das quais Rossi podia desconfiar... ele escolhera a mais inofensiva. Que Deus o abençoe.

– Eu... – murmurei, olhando para os lados, tentando parecer meio envergonhado – Eu não estava pronto. Quando Jason deixou a BAU eu senti muita raiva, Rossi, e eu não queria ter nenhum contato com nada que me lembrasse ainda mais dele... Você sabe que ele era como um pai para mim.

Ao contrário do que eu esperava, David não amenizou sua expressão facial e, embora houvesse me soltado, seu tom de voz ainda era extremamente desconfiado.

– E agora, você está pronto? – perguntou ele, erguendo levemente as sobrancelhas.

Encarei-o nos olhos, tentando dar um sorriso tímido, ao responder:

– Depois de todos esses anos, eu simplesmente tenho de estar.

–---

Assim que eu vi o corpo dela estirado no chão eu soube que era tarde demais.

Mesmo em morte seu rosto continuava belo, mas era visível que estivera em uma briga recentemente. Os hematomas roxos em sua maçã do rosto e um corte com sangue seco em seu lábio inferior não deixavam margem para interpretação. Balancei a cabeça, na tentativa de esconder um mini sorriso – a garota obviamente dera um bom trabalho para o unsub.

Hotch, Blake e o delegado estavam em pé ao lado do corpo. Rossi – que, notei eu, parecia continuar a me analisar – se aproximou juntamente comigo, logo comentando:

– Os tiros estão bem mais separados desta vez. Ela deve ter lutado, pelo estado de seu rosto.

Hotch concordou, com o semblante sério.

– Quem achou o corpo? – perguntou ele

O delegado apontou para um homem que, escorado no cabo de uma vassoura, falava com um policial.

– Jim Miles – disse o delegado – É varredor de rua. Disse que estava varrendo a entrada do beco quando viu os pés dela saindo do lado da lixeira.

Blake, suspirando, comentou:

– Esse unsub não está parando para descansar. Dois corpos em dois dias é um número assustador.

Todos assentiram.

– Rossi, vá com Blake conversar com Miles, talvez ele tenha visto mais alguma coisa. – comandou Hotch – Reid, eu quero que você vá até o hotel e leia os diários de Gideon, talvez ache algo, se não...

– Você vai querer avisar a P.T. Company, não é? – perguntei, antes que pudesse me conter.

Aaron assentiu.

– O mais rápido possível. Talvez eles saibam de algo... Mas antes, informe-se sobre o que puder, talvez algo possa vir a calhar.

Suspirei, sem nem tentar esconder minha irritação ao dizer, indo para o carro:

– Preciso de duas horas, depois podemos falar com os khrabros.

Pude sentir Hotch franzindo o cenho atrás de mim, mas não me virei. Eu precisava falar com JJ. Em pouco tempo descobririam que a garota morta era Franceska Volk e que ela não trabalhava em nenhuma empresa subsidiária dos khrabros, mas sim em sua sede. Descobririam que a tatuagem em seu peito não fora feita pelo unsub e talvez descobrissem que ela fora a assistente executiva do CEO da P.T Company.

Eu estava sem saída. Depois de tantos anos, parecia que a hora de revelar meu segredo se aproximava. Parecia que estava na hora de, finalmente, enterrar Spencer Reid.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *O*