Realidade Imaginária escrita por Duda Mockingjay


Capítulo 31
Confissões em um chalé escuro Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Hello jujubas, sentiram sdds?
Aqui está a continuação do cap anterior!
Espero que gostem. Bjão!



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Ele pensou em silêncio por segundos e vi claramente seu rosto confuso se transformar em uma expressão asustada e ao mesmo tempo irritada antes de ouvir sua voz grave encher o chalé.

— MAS O QUE?

Nico explodiu e quase pulou da cama, a expressão um misto de raiva e confusão. Arregalei os olhos e encarei seu rosto enquanto ele passava as mãos nervosamente pelos fios negros.

— Como... mas como você... isso não pode ser sério! Você não tem nenhuma prática. Não sabe lutar e nem usar uma adaga sequer!

— Hey, eu acho que usei muito bem a adaga contra aquele manticore! - Cruzei os braços com um bico formado nos lábio mostrando minha indignação. Qual é, eu tinha um pingo de orgulho próprio!

— Você teria morrido seu eu não tivesse aparecido! - Ele soou bravo, mas seus olhos não demonstravam orgulho. Ele falou com pesar, como se falar de uma das minhas quase-mortes fosse tão duro para ele quanto para mim. - Mas em uma missão real isso pode não acontecer. Cada um tem um monstro a enfrentar, as vezes dois. Você estará sozinha e se não tiver o treino adequado não escapa!

— Você não vai acreditar, mas concordo totalmente com você – Rolei os olhos soprando um cacho para longe dos olhos. É claro que eu sabia que não servia de nada em uma luta, nem segurar uma espada eu conseguia! - E foi isso que disse a ela. Mandei-a enviar qualquer outra pessoa, mas ela disse que eu era a única que poderia derrotar essa ameaça. - Ainda deitada, apoiei a cabeça em uma das mãos e fiz minha melhor imitação de Hera: - “Nenhum deles porderá enfrentar o que está por vir! Eles podem proteger o acampamento, mas não enfrentar o real inimigo. Se ao menos tentarem não terão um final feliz.”

Se nós não podemos, como você poderá? - Nico cerrava os dentes, parecia completamente irritado. Se Hera aparecesse naquele momento não sei se seria capaz de segura-lo!

— Se eu soubesse, você acha que estaria aqui deitada super confortável? É claro que não! - Suspirei, frustrada. - E o pior: Hera não foi a primeira a falar sobre uma nova ameaça.

— Espera, o que? - Nico parecia cada vez mais confuso. A situação seria cômica se o meu medo de rir e Nico me fuzilar não fosse tão grande!

— No dia em que a filha de Ares me atacou, algum tempo antes, quando eu estava na fogueira, Héstia apareceu para mim. Ela falou sobre essa ameaça e que eu seria uma peça importante para que ela fosse derrotada. Mas que eu não estaria sozinha. E que você me ajudaria no futuro.

— Eu? - Nico ergueu a sobrancelha e me encarou com mais atenção.

— Sim. E mais, disse que três semideuses não seriam suficientes para essa missão. E Hera disse a mesma coisa. - Me calei, pensativa. Duas deusas me avisando sobre a mesma coisa, essa missão seria ainda pior do que eu esperava. - Disse que terei essa missão para reunir os Sete da profecia novamente. Essa missão e apenas ela. - Balancei a cabeça e cobri os olhos com as mãos. - Mas esse é o problema! Eu não sei o que fazer. Não sei como uni-los, nem sei se estão separados mesmo, não sei como encontrar o tal livro, não sei como derrotar esse novo inimigo que parece pior do que todos os outros que já apareceram! Mal chegeui ao acampamento e já tenho que salvar o mundo.Sócrates nunca esteve tão certo: só sei que nada sei! - Olhei para o teto do chalé como se visse os deuses rindo de mim lá de cima. - O que eu fiz para vocês?

— Hey, vai com calma. - Ouvi um tom de risada, mas a voz de Nico soou protetora enquanto suas mãos deslizavam meus braços para longe do rosto e seus olhos negros me encaravam de perto. Como sempre, me perdi neles. - Você não vai estar sozinha, lembra? Eu não deixarei nada acontecer com você. E. além do mais, só há uma missão concreta quando surge uma profecia e, pelo o que os deuses disseram, essa missão terá mais semideuses do que qualquer outra. Você terá quase um exercito do seu lado!

— Você tá certo. - Ri e vi um sorriso despontar nos labios do moreno. As suas simples palavras me fizeram sentir bem melhor, segura e menos solitária. Como ele fazia isso? - E, quem sabe, meu professor de luta com espadas não seja extremamente bom e consiga me ensinar tudo em tempo recorde?

— É, quem sabe... - Nico alargou o sorriso como se uma ideia tivesse surgido em sua mente. Quase perguntei no que ele pensava, mas suas palavras voltaram. - E, quem sabe, essa perigosíssima ameaça não esteja surgindo aos poucos e demore um bom tempo para aparecer de vez? Esses vilões adoram fazer entradas triunfais!

— É, ele pode estar se formando de pó e sombras e... - Se eu estivesse em um desenho animado uma lâmpada acesa teria aparecido sobre minha cabeça naquele momento. Tudo pareceu fazer mais sentido. Arregalei os olhos e me sentei rapidamente. Pena que Nico ainda estava próximo e nossas cabeça se chocaram com meu movimento abrupto. - É isso. Como não pensei antes? - Falei animada, mas ainda alisando a testa machucada.

— Ai! - Nico massageava a testa enquanto sentava a minha frente. - Espera, o que você não pensou antes?

— Acho que sei que vilão é esse. - Encarei Nico com os pensamentos à mil. - Não sei o nome, mas só pode ser ele!

— Como você sabe? Só pode ser ele quem?

— No primeiro sonho, aquele que Apolo apareceu, no final uma sombra enorme surgiu e ia atacar Apolo até eu gritar e elea acabar vindo me atacar. Eu nunca senti tanto medo quanto naquele momento.. - Estremeci e Nico percebeu. Segurou minhas mãos e me fez prosseguir. - Não consigo esquecer dos seus olhos ocos e das presas brancas quando ela veio na minha direção e o sonho mudou. Tudo pareceu tão real...

— Então você acha que essa sombra é o novo inimigo?

— Sim. Quer dizer, não o final dele. Acho que, como você disse, ele está surgindo aos poucos. - Suspirei e cerrei os olhos, tentando tirar a imagem da minha cabeça. - Se aquela sombra era a fase inicial não quero nem ver quando estiver terminada.

— Uma sombra era tão ruim assim? - Ele não parecia acreditar até ver meus olhos cintilarem de medo. Cerrou os lábios e pensou em voz alta. - Você acha que ele poderia ter algo a ver com a minha repentina raiva na floresta?

— É isso! Com certeza ele deve ser o responsável pela invasão da sua mente e por quase me matar. - Tudo parecia se encaxar como peças de uma quebra cabeça super louco. Me levantei e caminhei de um lado a outro do quarto tentando encaixar as peças restantes. - Mas porque ele tentaria me matar?

— Será que é porque ele é um dos vilões e é isso que os vilões fazem? - Nico me observava andar em círculos, entendiado.

— Mas eu sou apenas uma novata no acampamento. Nem lutar eu sei! Porque ele teria como prioridade a minha morte? - Parei de frente para o filho de Hades, com as mãos na cintura, esperando que ele tivesse alguma ideia, mas ele apenas deu de ombros. Voltei a caminhar. - E, além de tentar me matar como sombra, ele ainda usou duas pessoas para fazer o mesmo. Controlou você na floresta e fez o mesmo com Leo na praia.

— Hum... - E foi só o que disse. Uma expressão irritada surgiu no rosto de Nico quando toquei no nome de Leo. Ignorei sua imaturidade e sorri.

— Aliás obrigada por, tecnicamente, me salvar. - Mexi em um cacho soltou com as bochechas vermelhas. - Por ter chamado Percy e tudo mais.

— Bem eu tinha que fazer alguma coisa já que o Valdez só ficou andando de um lado para o outro feito uma barata tonta. - Ele revirou os olhos o que me fez abrir um sorriso. Ao perceber, coçou a nuca, parecendo envergonhado. - E já que não sou um exímio nadador resolvi chamar alguém que pudesse fazer alguma coisa útil.

— Mas como você sabia que eu estava no meio do mar? - Olhei-o confusa e pude ver suas bochechas vermelhas por segundos – Aliás como você estava por lá?

— Digamos que a viagem nas sombras deu um pouco errado e acabei indo parar no meio do mar. - Ele falou rápido demais. Aquela não parecia ser toda a verdade, mas resolvi não interferir e sentei novamente na cama, ouvindo sua voz. - Isso foi bem no momento que Leo te atingiu com uma bola de fogo. Eu não esperei nenhum segundo a mais e saí em busca de Percy.

Ele me encarava fixamente. Seus olhos pareciam ler tudo dentro de mim. Sustentei o olhar lembrando da sombra que vi adentrar a floresta correndo na hora que minha cabeça saiu da água. Então era ele! Encolhi-me, envergonhada pelas palavras duras que já havia direcionado a ele durante todas as vezes que nos encontramos. De uma forma ou de outra ele havia me salvado e não apenas uma vez. Eu tinha uma dívida com ele.

— Quando voltei com Percy e Leo disse que fazia mais de trintas minutos que você estava embaixo d'água todos pareceram perder a esperança. - ele cerrou os punhos e balançou a cabeça falando com firmeza. - Mas eu sabia que você estava viva.

— Como poderia ter tanta certeza? - Sussurrei, baixando os olhos, mas Nico continuava a me observar atentamente. - Como sabia que eu ainda estava viva?

— Pelo visto você não é a sabe tudo que pensa que é Swan. - Ele ironizou, erguendo uma sobrancelha com um sorriso travesso o que me fez erguer os olhos novamente. - Ou não lembra que sou filho de Hades e sei quando alguém morre?

— Claro que lembro. - Sorri tristemente o que fez Nico ficar confuso. Respirei fundo. - Mas cheguei ao ponto de eu mesma achar que havia morrido. Senti que havia partido dessa para melhor. Por isso eu repito: Como você tinha tanta certeza que estava bem?

— Vaso ruim não quebra assim tão fácil. - Ele deu de ombros e abriu um sorriso grande demais para um Nico de Angelo; Bem, pelo menos para o Nico que eu achava conhecer. Fiz uma expressão ofendida e bati em seu ombro com mais força do que pretendia, mas não chegou nem a fazer cócegas já que ele nem se moveu. Seu sorriso se alargou e antes que eu retirasse a mão de seu ombro ele a pegou com delicadeza e analisou meus dedos calmamente. - Ou no fim eu achava que você era durona demais para morrer pelas mãos do mar. Ou quem sabe teimosa demais!

Fiz uma cara de raiva com a segunda ofensa em menos de um minuto e estava prestes a soltar meu braço do seu toque quando ele segurou mais firme e virou-o lentamente dando uma nova atenção para meu pulso onde o tridente negro se destacava como tinta em um quadro branco. Ele passou o polegar pelo local, o que fez um arrepio subir por meu braço. Fechei os olhos com aquela sensação. Quando voltei a abri-los Nico me encarava com curiosidade. Balancei a cabeça para espantar qualquer resquício do arrepio e pigarrei.

— Bem se Percy não tivesse aparecido acho que nem minha teimosia me salvaria.

— Discordo totalmente. - Nico me enfrentou com o olhar. - Eu já tinha minhas suspeitas desde que vi sua tatuagem. A maioria dos semideuses tem uma certa conexão com sua parte deus mesmo antes de saber qual é o seu pai ou mãe olimpiano. Eu tinha uma certa obssessão em achar a estatueta de Hades, algo que pulsava em minha como uma necessidade. Acho que com você foi a tatuagem. E quando eu senti que você ainda estava viva mesmo depois de tanto tempo embaixo d'água percebi que estava certo. Você era filha de Poseidon. - E, baixinho, ele sussurrou algo como “ E esses olhos verdes não negam o parentesco”, mas continuou a falar como se nada tivesse acontecido. - O mar faz parte de você. Ele nunca seria a causa de sua morte.

— Ele pode até não ser, mas aquela besta reptiliana até que tinha esse objetivo. - As palavras voaram de minha boca antes que eu as impedisse. Nico me olhou curioso soltando cuidadosamente meu pulso.

— Besta reptiliana? Como assim?

— A criatura que me fez passar uma vida no fundo do mar. - Revirei os olhos e Nico cruzou os braços. - Ou você acha que eu passei quase uma hora lá embaixo porque tava afim de fazer um passeio submarino sem nenhum equipamento?

— Cuidado para não me queimar com tanto sarcasmo! - Ele me olhou irritado, mas parecia com raiva de si próprio por não ter nem ao menos pensado nessa possibilidade. - Swan, o que aconteceu lá embaixo?

E eu contei toda a história nos mínimos detalhes. O crocodilo pré-histórico e como ele falou na minha mente, sobre a luta e como descobri meus poderes. Nico era um bom ouvinte e no fim da história apenas respirou fundo e me encarou profundamente.

— Ok, já pode falar alguma coisa. - Eu já estava ficando desconfortável com todo aquele silêncio. - O que você tá achando tão interessante na minha cara?

— Nada... - Ele deu de ombros e se encostou na cabeceira da cama. - Só estou admirado com a sua capacidade de quase morrer todos os dias. E olha que mal chegou no acampamento!

— Você acha que não há assunto mais importante do que meu ímã para a morte? - Bufei irritada e Nicco fingiu uma tosse, tentado ficar sério.

— Você está certa. Vamos ao que interessa! - Ainda podia vê-lo segurando o riso, mas balançou a cabeça e falou em tom sério. - O importante agora é decobrir quem é o tal 'mestre' que o crocodilo falou, ou no caso, pensou.

— Principalmente o que ele tanto quer comigo!

— Olha como você é especial! - Ele debochou e eu o acertei com um dos travesseiros de sua cama. O que nem chegou a tocar nele já que ele pegou-o antes que encostasse em seu rosto enquanto ria abertamente.

— E você é um idiota! - Zombei e Nico me lançou seu melhor olhar de ofendido e, de repente, ele 'devolveu' o travesseiro que me acertou em cheio.

Fuzelei-o com o olhar tirando o travesseiro da cabeça. Meus cachos caíam sobre os olhos enquanto me ergui em direção ao espelho. Como se meu cabelo já não fosse tão rebelde sem alguém para desarrumar mais ainda! O espelho ao lado da cama era enorme e pude ver meu corpo inteiro. Prendi metade do cabelo e ergui a cabeça onde pude ver duas pequenas manchas roxas no pescoço. Olhei para Nico confusa e ele mexeu nos fios negros como sempre fazia.

— Só duas manchinhas roxas? Esperei um estrago maior pelo tamanho do seu espanto.

— Esse já é um grande estrago para mim pois seu pescoço deveria estar intacto!

— Nico, como já disse, não foi culpa sua... - Sorri para ele e ele retribuiu ainda triste. Voltei a olhar para o espelho. - O que não entendo é porque elas continuam aqui e porque quando você tocou ainda senti dolorido. A água não deveria ter me curado?

— E ela curou a maior parte, mas você ainda não é tão forte em relação a seus poderes. Com o tempo eles vão se aperfeiçoando, mas é necessário treinamento.

— É, Percy vai ter que me ajudar com isso. - Tentei controlar os cachinhos rebeldes que teimavam em cair sobre meus olhos, mas desisti e suspirei. - Bem, acho que a tarde foi bastante produtiva.

— Eu sei meios de deixá-la bem mais produtiva. - Senti a respiração de Nico em minha nuca e quase perdi o equilíbrio. Seu sorriso malicioso refletido no espelho e seu corpo quase colado ao meu fez um arrepio subir por minhas costas. Era impressão minha ou o ar tava mais rarefeito?

Balancei a cabeça para pô-la no lugar e me virei abruptamente, tropeçando nos pés de Nico. Eu teria me estatelado no chão se não fosse as mãos dele que circundaram minha cintura me equilibrando. Encarei-o irritada.

— Ok, pode parar! - Ele me olhou com uma cara inocente e confusa. Se ele achava que ia cair nessa tava muito enganado! Revirei os olhos. - Pode tirar essa carinha, você sabe muito bem do que tô falando!

— Da forma que eu salvei você de uma queda certa?

— Da forma que você se aproveitou da minha queda certa. - Tentei soltar suas mãos de mim, mas quanto mais eu tentava, mais ele apertava e me puxava para perto. Até eu enfiar a unha em sua mão e ele ser obrigado a me soltar. Sorri vitoriosa enquanto ele alisava a mão machucada. - Olha Nico eu quero ser sua amiga...

— E eu quero ser seu amigo...

— Mas temos que impor regras, limites! - Cruzei os braços encarando a sua proximidade de mim. Bem, proximidade era eufemismo, ele estava colado em mim. Dei um passo atrás. - Como você parar de invadir me espaço pessoal.

— Como invadir seu espaço? - Ele se fez de desentendido e voltou a se aproximar de mim. Bufei e empurrei-o de volta para o seu lugar.

— Esse é o seu espaço. - Apontei para onde ele estava e em seguida ao meu redor. - Esse é o meu espaço. Temos uma distância de um braço. Perfeito!

— E se você estiver morrendo, pendurada em um penhasco e eu for único a te salvar. - Esse leu muito A Marca de Atena, só pode!, pensei.

— Me deixa morrer.... - Ele ficou perplexo e eu suspirei, me rendendo. - Ok, nesse caso, apenas nesse caso, pode se aproximar. Mas logo depois você se afasta. Pronto!

— E se eu não concordar com isso? - Ele cruzou os braços e levantou um pé como se fosse se aproximar de mim novamente. - Qual o problema da minha proximidade?

— Muitos problemas, mu-muitos mesmo! - Apontei o dedo para que ele continuasse onde estava. - Amigos não ficam tão perto e se você não concordar, era uma vez uma amizade, bye bye!

— Ok, tá bom! - Ele bufou indignado com minha regra e revirou os olhos. Relaxei, sem nem ao menos saber que estava tensa, e vi um pequeno sorriso nos lábios dele. - Mas eu também tenho minhas condições!

— E quais seriam? - Mordi os lábios, na expectativa. Nico me olhou quase hipnotizado e balançou a cabeça para voltar ao normal.

— Isso! - Ele apontou para meus lábios, quase encostando neles, e pisquei, confusa. - Você não pode morder os lábios dessa forma perto de mim.

— Mas que tipo de condição é essa?

— É a minha condição. Se não aceitar, era uma vez uma amizade, bye bye e tal.

— Ok, eu aceito, mesmo achando essa condição sem pé nem cabeça. - Ele deu de ombros e apertamos nossas mãos como quem sela um acordo.

— Ah, tem mais uma condição! - Ele falou sem soltar minha mão.

— Mais uma? E qual seria essa?

— Você tem que parar de quase morrer! - Ele me encarava sério, sua mão ainda apertando a minha. - Isso é mais que uma regra, é uma ordem!

— Ok, mesmo não dependendo apenas de mim essa regra, eu aceito de bom grado essa condição. Se depender de mim ela será cumprida! - Sorri e Nico fez o mesmo. Soltei minha mão e mexi na pulseira em meu braço, o silêncio começando a tomar o quarto. - Bem, agora tenho que ir, já estou mais do que atrasada para o jantar.

— Boa sorte para explicar as harpias o que você estava fazendo, por tanto tempo, no chalé sozinha comigo.

— O que? Como assim? Explicar as harpias? - Me voltei assustada para Nico enquanto ele calçava os tênis sentado na cama com sua expressão calma. - Qual o problema disso?

— Bem, não sei se sabe, mas tem uma regra clara que proibe as meninas de passarem mais de quinze minutos em um chalé sozinha com um garoto. Ou vice versa. Principalmente à noite. - Ele se ergueu com seu sorriso malicioso de sempre. - Porque você sabe o que pode acontecer entre...

— Eu sei! Mas não aconteceu.... nem nunca vai acontecer! - Eu tentava mostrar raiva, mas o vermelho que surgiu em meu rosto não era apenas isso. Oh, como eu sabia o que podia acontecer! - Porque você não me avisou sobre essa regra antes?

— Eu até pensei... - Ele deu de ombros, indiferente, e piscou para mim. - Mas, você sabe, a tarde foi tão produtiva...

— Ah Nico di Angelo eu te odeio! - Comecei a andar de um lado para o outro do quarto sem saber o que fazer. Como ia escapar das harpias? Eles voavam e poderiam já estar ali na porta só esperando eu botar um pezinho para fora!

— A gente acabou de oficializar nossa amizade e você já dise que me odeia? Isso não se faz! - Ele tentou parecer ofendido o que só fez minha raiva aumentar. Acho que ele percebeu e tentou me acalmar. - Swan você não vai ser descoberta e nem mandada para vala mais funda do Tártaro!

— Isso é ainda pior porque nem sei qual o castigo! Ah, eu tô tão ferrada...

— Você não entendeu... - Ele pegou em meus ombros com os braços esticados para manter nosso trato e olhou em meus olhos. Admito, isso me acalmou bastante. - Não vão descobrir porque você vai comigo para o refeitório... pelas sombras!

— Oh não! Não, não, não... - Corri para a porta. - Harpias podem vir, estou pronta para o castigo!

Mas antes que eu pudesse abrir a porta Nico pegou meu pulso e me puxou para a sombra mais próxima em seu chalé.

— E quem disse que você tem escolha?


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Notas finais do capítulo

Então, amaram? Odiaram? Quero saber heim!
E a missão está cade vez mais perto!!! Muito mistério ainda está por vir!
Kisses, nos vemos na pŕoxima! Xauu



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