A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.

Mahatma Gandhi

–mais você é a pessoa mais romântica que eu conheço- expliquei.

Ele ergueu a sobrancelha para mim após ouvir meu plano, que aparentemente ele não gostara muito.

–desde quando você começou a me incluir nos seus planos?- ele perguntou cético que eu estava brincando com ele.

Fiz muxoxo.

– você é mal- falei me virando prestes a usar a arma que na melhor das hipóteses lhe faria ceder- ok então, acho que vou ter que contratar alguém para me ajudar- falei e fiz que ia embora.

Ele me segurou pelos ombros e me virou.

–você vai me trocar por alguém contratado?- ele perguntou.

–você se recusa a me ajudar- falei- então sim.

Ele suspirou.

–entra- falou.

Dei mini pulos de alegria por dentro, Lysandre era uma pessoa muito boa em concordar ao me ajudar, eu tinha prometido ao meu pai, exatamente um dia atrás que ia lhe ajudar a reconquistar minha mãe.

E ele me pedira para confiar nele, coisa que eu faria, porque se ele estava disposto a enfrentar uma adoção ilegal por ele porque a trairia?

A casa de Lysandre estava do jeito que eu lembrava, com uma única diferença, dessa vez não cheirava a queimado, sentamos no sofá da sala para discutir coisas sobre como meu pai reconquistaria minha mãe, mais Lysandre como um curioso de plantão me fez contar tudo oque estava acontecendo comigo.

–nosso- ele falou quando eu acabei- você só atrai problemas!

Revirei os olhos.

–a culpa não é minha de ser azarada!-respondi.

Ele riu da minha reação exagerada.

–você conhece seus pais bem melhor do que eu, oque acha que faria voltar para ele- ele perguntou abrindo seu bloco de notas e me olhando sério.

–hum... - falei mordendo a ponta de uma caneta- a verdade- falei.

–seu esforço e louvável-comentou ele.

E simplesmente ajeitou uma almofada em meu colo e se deitou, corei imediatamente.

–oque você pensa que esta fazendo?-perguntei para ele.

–gosto de olhar nos olhos das pessoas quando converso com elas sobre coisas assim, da mais inspiração, mais meu cabelo atrapalha-ele explicou dando de ombros como se aquilo não fosse nada.

–corta o cabelo- ralhei.

–eu gosto do meu cabelo- ele falou colocando minha mão sobre o seu cabelo- você não?

–anh... - falei- isso não vem ao caso, temos que terminar isso.

Ele riu pior que não dava nem par esconder o quanto eu esta corada, minha albinisse me deixando na mão de novo.

–que tal um poema?- ele perguntou.

–não seria obvio de mais, além do mais meu pai odeia escrever, porque faria um poema?

Lysandre suspirou.

–então acabamos com a possibilidade de escrever uma musica já que ele odeia escrever.

Mordi a ponta da caneta de novo, tentando reparar em tudo menos em Lysandre, ele não gostava de mim, e eu respeitava esse fato, mais meu corpo se recusava a aceitar isso, então meu coração estava super acelerado, as palmas da minha mão suavam e eu não consegui pensar direito, tudo por uma mínima e inocente proximidade dessas.

–Clary?-ele perguntou estalando os dedos na frente do meu rosto.

–ah- falei- desculpa eu estava pensando em outras coisas- falei.

–que outras coisas?- ele perguntou nada discreto.

–que a musica seria maravilhosa- falei- tipo uma serenata sabe? Meu pai sabe pilotar helicóptero então...

–isso seria maravilhoso!- completou Lysandre- mais ao fato de pilotar helicóptero não sei... Mais alguém podia fazer isso por ele enquanto ele toca a musica!

–hum -ponderei um pouco- acho que não.

–então voltamos ao ponto de partida- ele suspirou.

–espera!- falei estalando os dedos e tentando desesperadamente lembrar o que eu estava pensando dois segundos atrás- você já viu aquele vídeo de pedido de casamento?

Ele deu de ombros.

–depende de qual você esta falando.

–aquele que o homem pulou do prédio?

Ele pensou um pouco, como já disse antes memória não era seu forte, imagino que macumba ele faz no dia da prova.

–acho. quer dizer...não tenho certeza- tapei sua boca e lhe encarei com um sorriso.

–poderíamos fazer isso só que adaptado.

Eu ainda tampava a boca de Lysandre e sorria para ele quando a porta da casa se abriu, Rosalya e Leigh entraram por ela, e a fi de mãe já chegou fazendo um comentário irônico.

–vamos voltar amor, acho que estamos interrompendo alguma coisa.

Fiquei mais vermelha que os cabelos de Castiel e tirei a mão da boca de Lysandre me virando para encara - lá.

–não é isso que você esta pensando!-falei tentando me defender.

Ela ria juntamente com ela Leigh, eles pareciam achar divertido minha exasperação.

–serio?- ela perguntou- então me explique sua situação.

–eu tampei a boca dele porque ele fala muita besteira- expliquei convicta.

–e porque ele esta no seu colo?

–estou ajudando Clary a reconciliar os pais dela-explicou Lysandre o folgado nem se levantou para fazer isso.

–sei... - falou ela- e como sempre tirando uma casquinha né Lys-fofo?

Leigh não comentou nada era muito caladão como pessoa, eles apenas entraram e sumiram em algum lugar da casa.

–vamos adaptar como?- ele perguntou.

–tipo o homem ta falando como a guria ai ele cai do prédio e ela fica desesperada e quando ela vai ver lá embaixo ‘’quer casar comigo’’.

–que tal assim, ele chega à casa de vocês que é de andares certo?- eu assenti- ai ele mostra um vídeo, ou seja, lá oque for pra convencer a sua mãe a perdoá-lo e lhe mostrar a verdade, então sem ouvir a resposta dela ele diz ‘’ se você não vai me perdoar prefiro não viver mais’’ sai correndo e pula pela janela, quando ela vê caindo vai ficar tipo ‘’ai meu Deus’’- ele falou isso com uma cara super divertida que me fez rir- e vai perceber que ainda o ama, então quando for olhar lá em baixo vai estar escrito ‘’ me perdoa’’ ou ‘’ volta comigo’’

–nossa- falei para ele- muito romântico isso só não sei se meu pai vai querer.

Lys sorriu.

–se ele não quiser você fala que fez tudo que deu e essa foi a mais romântica e que se encaixava no perfil dele.

Ponderei um pouco, mais Rosa interrompeu meus devaneios e voltou com Leigh sorrindo.

–vamos brincar de verdade ou desafio?- ela perguntou com um sorrisinho malicioso.

–ah, não- falei.

–você não está autorizada a ir embora- falou Rosa- vai ficar até o final, apenas o Leigh vai sair para voltar para a loja e as meninas e alguns meninos vão vir aqui.

–mais...

–mais nada dona Clary Gracce.

As meninas chegaram assim que Leigh saiu, elas traziam doces, pizzas e refrigerante para a ‘’festinha’’ e logo os garotos também chegaram: Castiel, Ken e Armin, esse ultimo estava meio contrariado como se tivesse sido obrigado a ir até ali.

Começamos a brincadeira e Rosalya colocou uma garrafa no meio do chão.

–se alguém não cumprir um desafio terá que tomar um copo inteiro disso, a bebida da morte preparada por mim mesma!

Estava quase pulando pela janela, uns vinte minutos depois, ainda não tinha começado as sacanagenes e estava dando glorias, mais como se para acabar com meu dia a pergunta parou em Rosalya e a resposta em Lys.

–verdade ou desafio?-ela perguntou.

–desafio- ele falou dando de ombros.

–eu desafio você a beijar a Clary.

Pronto morri, fiquei a cor de um pimentão e comecei a discutir com Rosalya que ria, alías todos riam da minha cara, que maldade!

Lysandre calmo como sempre se inclinou e deu um beijo na minha bochecha, fim de papo, ninguém mais teve coragem de fazer um desafio desse jeito de novo com ele, eu fui para casa acompanhada de Lysandre que estava perfeitamente sóbrio, enquanto eu estava mais pra lá que pra cá.

Quando tropecei num poste e cai Lysandre ficou me encarando por um tempo e me pôs no colo.

–ei-reclamei.

–você tá muito bêbeda Clary- ele falou.

–hum... - respondi.

Cedo de mais chegamos ao apartamento de minha tia, ela que abriu a porta e falou algo para Lysandre.

–oque aconteceu?- ela perguntou.

–verdade ou desafio- ele respondeu.

Ela suspirou.

–adolescentes- falou ela bufando - ah quem eu estou querendo enganar! Eu já fiz pior! Lysandre você poderia colocar a Clary no quarto sim?

Não ouvi a resposta de Lysandre eu estava muito ocupada fazendo uma analise minuciosa de seu lenço.

Ele me colocou na cama e eu o segurei de olhos fechados.

–Clary me solta -ele pediu.

Não me lembro de ter soltado ou não, mais ouvi um suspiro.

–ela e mais forte do que parece.

Então tudo ficou escuro e eu só acordei de manhã com uma dor de cabeça terrível, ia matar a Rosalya.

Me sentei e um casaco caiu no chão,era o casaco do Lysandre! Corei muito e o recolhi tentando me lembrar do que acontecera e quando lembrei comecei a pensar em uma forma de devolver o casaco de um jeito não constrangedor. Ah merda.

Novo plano.

Eu ia matar e esquartejar a Rosalya e devolve-La para o Leigh no seu aniversários empalhada!