*ALGUMAS HORAS DEPOIS...*

Toc, Toc!

– Entre!

– Dona Estephanie...- Lalinha trancou a porta e se aproximou da mesa com algo nas mãos. - Eu acho que encontrei algo muito importante para senhora, só não sei ainda se aqui vai ter a informação que precisa...

– O que isso Lalinha? Fale logo do que se trata! - Perguntou ansiosa sentando-se em sua cama.

– Bom, eu aproveitei que Adelina estava na cozinha conversando com as cozinheiras e fui para o quarto dela ver se encontrava algo sobre o senhor Carlos Daniel ou sobre a nova namorada dele, a senhora sabe que agora o quarto do senhor Carlos anda trancado, então eu entrei no de Adelina, procurei até achar este envelope que está no nome do seu irmão, senhora!

– Um envelope com o nome de Carlos Daniel? No quarto de Adelina? Isso com certeza é muito estranho... - Concluiu pensativa.

– Sim senhora, aqui está!

Estephanie abriu o envelope e ao ver a folha, certificou-se de que tratava de uma carta feita pela falecida Piedade Bracho, sua avó e leu tudo o que havia escrito, ficando totalmente surpresa:

– Meu Deus!! Como assim? E por quê? - De repente ela começava a chorar pela descoberta que havia naquela carta, mas logo o ódio se apoderou de sua tristeza! - E mais uma vez por culpa desse maldito! - Se levantou nervosa com a carta nas mãos

– Dona Estephanie, precisa de alguma coisa?

– Sim, me deixe sozinha, e obrigada pela carta, amanhã lhe dou a recompensa! Agora saia! - Esbravejou ainda nervosa.

– S-Sim senhora, com licença!

– Isso com certeza não vai ficar assim! Carlos Daniel e sua namoradinha Paulina MARTINS que se preparem...

*NO ACAMPAMENTO...*

Já eram quase cinco da tarde, quando decidimos ir embora, ficamos o dia todo ocupados com a prova importante que Paulina teria que fazer amanhã, e queria que ela realmente conseguisse passar, porque sei que é um sonho dela trabalhar no ramo da medicina, e faria tudo o que fosse possível para realizá-lo.

Guardamos tudo no carro e finalmente pegamos estrada, saindo daquele lugar que com certeza nos traria lembranças inesquecíveis.

...

Combinei com Paulina que a deixaria em um outro hotel, mais confortável do que ela estava hospedada antes e assim eu a levei. Chegamos em frente e conversamos:

– Pronto preciosa, este hotel não é cinco estrelas, mas é melhor do que aquele e amanhã mesmo vou providenciar o seu novo apartamento.

– Você sabe que não me importo com essas coisas de luxo, por mim eu continuaria naquele, mas já que você também é bem teimoso e está insistindo para que eu fique nesse, não vou me opor! - Me explicou como sempre com suas pequenas provocações carinhosas que me encantavam junto à sua meiguice e delicadeza. - Obrigada por ter me ajudado hoje, acho que passarei a vida toda te agradecendo por tantas coisas boas que faz por mim, por ser tão perfeito comigo, às vezes nem sei se sou merecedora de tudo isso... - Limpei a pequena lágrima que já caíra de seus belos olhos que nunca me cansaria de olhar.

– Eu que agradeço por ter encontrado você, que de alguma forma Deus ou a minha avó mandaram você até mim através de nossos sonhos, e desde que essa maravilha aconteceu eu jurei a mim mesmo que se um dia eu te encontrasse em realidade a faria feliz, porque você é a minha felicidade e quero que eu seja a sua também.

– Sem dúvidas meu amor... você não sabe o quanto... o quanto te amo e o quanto tenho medo de que essa realidade em que agora vivemos...Se acabe... Tenho medo de te perder... Porque te amo demais para suportar isso...- Muito emocionada minha princesa fez essa declaração e depois eu a abracei para confortá-la de seus medos dizendo:

– Você nunca vai me perder, nunca porque fomos destinados para ficar juntos e temos provas disso... - Me afastei e peguei meu colar para beijá-lo. - Viu?

– Uhum - Ela sorriu em meio às lágrimas e também pegou o seu colar para repetir o meu gesto - Eu te amo... Meu mel!

Paulina me puxou para um beijo carregado de emoção e amor, parecia que sempre que nos beijávamos era como estar dentro de uma magia, talvez seja porque somos alma gêmea um do outro, então tudo entre nós sempre é perfeito.

– Agora precisa ir meu amor, já está anoitecendo e quero que você descanse bem para amanhã. - Lhe avisei ao cessas o beijo e acariciar seus cabelos.

– É...- Suspirou triste. - Realmente estou cansada, mas não queria que tudo terminasse tão rápido.

– Então não se preocupe, porque ainda farei muitas vezes... Quer que eu vá com você se hospedar?

– Não é necessário, pode ir tranquilo. - Se encostou em minha testa rapidamente.

– Qualquer coisa não exite em me ligar! Toma, para as despesas do hotel. - Lhe um pouco de dinheiro, para garantir que na sua estadia não lhe faltasse nada.

– Mas...

– Aceite, sabe que não vou desistir, não é?

– Está bem, depois não reclame quando me deixar mal acostumada. - Tocou a ponta de meu nariz fingindo estar emburrada.

– Vou te acompanhar até a entrada...

Abri a porta para ela carregando sua bolsa e depois nos despedimos com mais um beijo, que dessa vez foi rápido. A olhei entrar e quando me certifiquei de que estava segura, entrei em meu carro.

Era incrível como eu gostava de cuidar da minha princesa, até porque ela é bem mais precioso do que qualquer coisa que o dinheiro pudesse pagar, ela era a minha vida.

*NO MESMO HOTEL DE PAULINA...*

Willy desceu de seu quarto para ver se tomava um ar, pois estava muito entediado, enquanto andava até a recepção, falando mais uma vez com Estephanie:

– Martins? Tem certeza?

"Mas é claro que sim!"

– Mas como vou fazer para procurá-la?

"Ora, pesquise na internet, faça qualquer coisa, lembre-se que seu conforto e luxo estão em jogo!"

– Aargh, está bem, agora tchau! - Assim que Willy desligou e olhou à sua frente, avistou uma linda mulher e se aproximou um pouco para vê-la melhor, era Paulina.

Ela estava distraída se cadastrando no hotel e naquele exato momento informava seu nome para recepcionista:

– Qual é seu nome senhorita?

– Paulina Martins...

"É ela! Isso foi mais fácil do que eu pensava, e como é linda... Acho que esse favor vai ser muito interessante..."– Pensou enquanto a observava.