–-- Vamos, vamos já passou da hora de acordar garoto!!

Dojô exclamou enquanto tentava acordar o caubói adormecido com suas pequenas garras as quais sacudiam freneticamente na frente do rosto branco e sardento do texano.

–- Certo......Certo “parcerinho” já estou de pé!

Rendeu-se finalmente o loiro, então se levantou em meio a bocejos e foi para a mesa onde estavam os companheiros monges.

–- Ora finalmente Clay! Quase pensei que estava de porre!

Comentou o moreno divertido com o sorriso branco no rosto, dividindo sua atenção entre assoprar o café e irritar ao loiro.

–-- O que aconteceu “calo” amigo ¿ você “demolou” para voltar ontem!

–- Fiquei treinando até mais tarde! Fazia um tempo que eu não praticava

Comentou o loiro pegando uma fatia de pão, Raimundo e Omi desconfiaram do amigo.

–- é verdade eu fiquei olhando ele! Lá fora o sinal do Wi fii é melhor!

A de olhos azuis comentou também divertida, os quatro terminaram de tomar café e seguiram seu treinamento, no final da manhã o telefone to templo retirou a paz do local com seu som estridente.

–- Alô ¿

O de olhos verdes cumprimentou emburrado odiava quando algo interrompia o treinamento de seu time.

–- Hum...Clay é pra você

O texano pegou o telefone da mão do moreno, já esperando ouvir a voz de Jack, ficou surpreso por não ouvir a voz do ruivo na linha, ainda sim uma felicidade e preocupação invadiram o mais novo.

–- Olá paizinho!

Os outros três monges se juntaram ao redor do maior para absorverem ao máximo a conversa entre o loiro e seu pai, afinal a família do Texano quase nunca ligava só em ocasiões especiais.

Depois de mais ou menos meia hora o loiro desligou o telefone com um misto de preocupação e felicidade visíveis em sua expressão.

–- O que foi Clay ¿ O que aconteceu ¿

Perguntou preocupada a japonesa.

–-- Meu pai e minha família tão vindo prá cá.

–- Hoje ¿

O brasileiro perguntou curioso, sem falar o maior confirmou assentindo com a cabeça.

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Jack acordou com o barulho de sua família na cozinha, fez todo seu ritual matutino e por fim desceu de pijama mesmo, sua camiseta preta da ACDC e seus shorts laranja curtos, que deixava perfeitamente visível a perna mecânica.

–- Bom dia!

–- Bom dia querido!

–- bom dia irmão!!

Disse a ruivinha gritando e derramando um pouco de chocolate quente em cima de seu vestido branco.

O ruivo sentou-se na mesa com sua família seu pai desviou o olhar do jornal para o garoto, reparou na perna primeiramente, mas já sabia da história contada por uma chorosa Catherine, que lhe pedia para que fosse atrás desse tal de Young...então não deu a devida atenção a este assunto, logo após seu olhar fora direcionado à mão do ruivo observou seu anel.

–- Que é isso em sua mão ¿

–- Um anel....

O senhor de cabelos grisalhos levantou uma sobrancelha normalmente ignoraria o assunto como sempre, mas desta vez decidiu que era apropriado continuá-lo

–- é mesmo somente um anel¿ quem lhe deu ¿

–- Por que todo esse interesse repentino ¿ você nunca ligou para seus filhos mesmo!

–- RESPONDA LOGO MOLEQUE! AONDE ARRUMOU ISSO!

–- Quer mesmo saber ¿ foi meu NAMORADO que me deu!

Os olhos castanhos avermelhados do Sr. Spicer se arregalaram ficou um tempo em estado de choque com a boca aberta como se estivesse processando as palavras ditas pelo filho.

A ruiva mais velha ficou chocada também sabia de tudo sobre o namoro do filho o que a preocupava era a reação do marido.

O mais velho levantou abruptamente fazendo um enorme estrondo no local, agarrou o braço do filho firmemente deixando marcas avermelhadas no braço alvo, levantou-o da mesa com muita violência e o empurrou pra longe de si.

–-- SEU O QUE ¿

–- VOCÊ OUVIU MUITO BEM SEU VELHO IDIOTA!! MEU NAMORADO QUE ME DEU!

Um som ainda mais forte que os gritos enfurecidos fora ouvido no cômodo, o mais velho havia dado um soco no rosto de seu filho que embora cambaleando e com o lábio inferior sangrando permaneceu em pé.

–-- NENHUM FILHO MEU VAI SER VIADO!!

Os olhos do Sr Spicer estavam incrivelmente vermelhos a esta altura, Catherine entrou raivosa entre Jack e seu marido pronta para o protege de qualquer outro tipo de agressão.

Calmamente Jack limpou o filete de sangue que escorria de sua boca com a costa de sua mão, dirigiu um olhar de desprezo para seu pai e lentamente e friamente lhe respondeu.

–- Que bom! Pois eu nunca te considerei meu pai!

Todos na sala pareciam chocados, Jamie chorava desesperadamente ficou com medo de seu pai ter machucado seu irmão, o ruivo somente deu ás costas á sua família e subiu para o quarto sem dizer uma palavra e sem olhar para trás.

O ruivo decidiu que seria difícil passar pelo menos o resto da tarde em sua casa, então trocou rapidamente de roupa, colocando uma calça preta de couro, e sua típica blusa vermelha do Frankstein, calçou um All Star vermelho, rapidamente pegou sua Heliback e saiu voando pela janela até o templo Xiaolin.

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Templo Xiaolin

Clay olhou para seus amigos e depois virou suas safiras para Dojô.

–- Minha família ta querendo vim “faze” uma visitinha “parcero” tudo bem ¿

–- Ok, acho que mestre Fung não se importaria se estivesse aqui!

O dragão disse choroso, lembrando que o mestre ainda não havia voltado de jornada por busca de paz interior.

–- Brigado “parcero”!

O caubói foi até a porta do templo com seus amigos o seguindo, eles iriam esperar a família Bailey no aeroporto, quando todos estavam saindo Raimundo pediu para que Omi ficasse no templo vigiando, o pequeno chinês soltou um muxoxo desanimado queria ir com os amigos, então meio desanimado sentou na escada que ficava de frente para o campo de treinamento dos guerreiros, e ficou olhando o céu tentando assemelhar as fofas e brancas nuvens com formas de animais e objetos.

De repente um som de hélices fora ouvido pelo pequeno, sabia que eram de Jack, mas mesmo assim ficou alerta apesar de agora ser namorado de seu amigo ainda era um guerreiro Heylin, a suspeita do monge da água fora confirmada quando viu o gótico em sua frente.

–- Hey baixinho cadê o Clay¿

Disse desanimadamente o ruivo com um tom triste, Omi suspirou e voltou a sentar-se.

–- Olá Jack Spicer, Eles “sailam”.

–- Posso ficar aqui ¿

O mais novo assentiu com um sorriso nos lábios que foi fracamente retribuído, o ruivo sentou-se do lado do amarelo e ficou encarando uma árvore à sua frente.

–- Por que veio aqui Spicer ¿

Perguntou educadamente o menor com uma entonação de preocupação na voz.

–- Pra esfriar a cabeça.... Sempre fico animado quando estou perto do caubói.

Comentou sorrindo o gótico enquanto girava a aliança em seu dedo, Omi sorriu com a resposta, mas logo seu sorriso sumiu quando viu o corte no lábio do albino e a bochecha ainda avermelhada do outro.

–- O que aconteceu ¿ você se machucou ¿

Perguntou aflito o menor, apesar de tudo tinha carinho pelo gótico.

–- Ah, foi só o idiota do meu pa....Bartolomeu que me bateu!

Depois de uns minutos o menor entendeu, ficou com pena de Jack... Entretanto resolveu continuar o assunto afinal estava curioso.

–- Por que ele fez isso ¿

O maior soltou um suspiro desanimado, deitou no chão e fechou os olhos, com as mãos sobre a barriga, contou baixinho, quase sem vontade para o outro:

–- Ele “descobriu” hoje de manhã que sou gay....e deu nisso!

–- Sinto muito que ele não seja “compreendesível”

–- É compreensível baixinho! Mas tudo bem minha mãe deve “ta” quebrando um pau danado com ele.

O amarelo parecia ainda curioso com alguma coisa, o albino observou-o somente com um olho aberto, depois novamente fechou a pálpebra calmamente.

–- Pode perguntar mais coisas se quiser, não está me chateando.

–- Por que você e seu pai não se entendem ¿

Esse era um assunto delicado para o Spicer, não gostava de tocar nele, mas mesmo assim decidiu se abrir com o pequeno.

–- Promete que não vai contar pra ninguém ¿

–- Sim! Tem minha palavra!

–- Bem.... eu tinha uns oito anos, minha mãe tinha ido viajar naquela semana, ela trabalhava como modelo antes de engravidar da Jamie, naquela época, meu pai era como um super herói para mim eu sempre imitava ele, e queria ser idêntico a ele quando crescesse, mas um dia....eu ouvi uns barulhos estranhos vindo do escritório dele, fui ver eu ara criança naquela época, bem mais curioso do que sou agora, e quando abri a porta, vi meu pai sem camisa agarrando uma outra mulher que estava somente com as roupas intimas, meu pai me viu, largou a estranha e foi até mim, me puxou até meu quarto e me deu uma surra, depois daquele dia eu nunca mais gostei dele na verdade tinha medo.....quando fiquei mais velho e entendi o que tinha acontecido ali, entendi que meu pai tinha traído minha mãe, na própria casa dela, o medo foi substituído somente por nojo e raiva. Eu nunca contei pra ela....Afinal ela ficaria arrasada e eu acabaria quebrando a visão de “família feliz” que minha mãe tem.....mas no fundo acho que ela já sabe.

Omi ficou boquiaberto, nunca imaginaria que algo desse tipo tivesse acontecido na vida de seu amigo.

–-- Sinto muito.

Comentou o amarelo tristemente, não queria ter feito o outro lembrar-se de coisas ruins.

–- Tudo bem baixinho! Não mata contar sobre o passado não ¿ Quer me falar do seu ¿

–- Ok

O menor ficou animado, deitou-se do lado do outro, mantendo certa distancia ainda, e começou a contar sobre sua vida, como havia chegado ao templo e suas memórias mais felizes, as quais o ruivo ouviu atentamente, assim os dois ficaram até finalmente os outros chegarem.

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O texano ficou extasiado quando viu seu ruivinho ali no templo, conversando calmamente com Omi, tinha sentido falta do outro, ficaram um tempo sem se verem por causa do treinamento, mas mesmo assim ficou preocupado, ainda não tinha falado nada sobre o namoro com o gótico, não sabia como sua família iria reagir a tal notícia.

A irmã de Clay encarou tudo meio emburrada, claramente não queria estar ali com o irmão e com o pai já o Bailey mais velho parecia encantado com o templo apesar de estar ali pela segunda vez, sentiu um pouco de ciúmes quando Raimundo fora colocado colo o líder shoku do grupo ao invés de seu filho, mas notou que o rapaz parecia não se importar, então nem comentou nada com Clay.

O loiro abraçou fortemente seu ruivo, sob os olhares questionadores de seu pai e irmã, depois de alguns minutos desfizeram o abraço rapidamente e foram de encontro com o resto do grupo que já haviam se acomodado dentro do templo.

Os olhares foram dirigidos para o Spicer que nervosamente cumprimentou os presentes começando pelos familiares do texano.

–-- “Ocê” me parece familiar!

Disse o texano mais velho espremendo o olhar, Jack pode até visualizar as engrenagens na cabeça do velho girando como se procurassem algo no banco de memória.

A líder das víboras soltou um sorriso venenoso fazendo jus á sua posição cutucou o pai, e disse em alto e bom som.

–- Ele era aquele garoto estranho que tentou roubar o broche de herança da família, o tal shew Goo wai, ele também tentou bater em mim e nas “menina” papai!

–- Shen gong wuu, era a estrela Hanabi.

Corrigiu Kimiko calmamente.

–-- Hey! Você e suas amiguinhas malucas que amarraram os monges e quebraram todos meus Jack -bôs, alem de me ofender claro!

Retrucou o albino já irritado, tinha um mau pressentimento sobre o fim da conversa

–- Agora eu me “arrecordo”!

Comentou o senhor com as sobrancelhas muito juntas aos olhos.

–- O que “ocê” está fazendo aqui ¿, não é inimigo do meu filho e dos “otro” ¿

–-- Não mais! Já nos entendemos.

Comentou o ruivo emburrado Clay o empurrou delicadamente para baixo fazendo-o sentar-se no chão ao redor da mesa, assim como os outros.

–- “Ocê” ainda usa delineador né ¿ continua o mesmo estranho de sempre!

–- Pelo menos fica melhor em mim do que ficaria em você!

Retrucou o gótico mal humorado olhando fixamente para a menina.

–- Ora seu!

–- Chega!

O Sr. Bailey vociferou para que a briga cessasse, enfim dirigiu o olhar para a garota.

–- Pare de provocar o garoto! Deixa ele ser estranho se ele quiser!

Jack conteve a vontade de retrucar o comentário, viu que o seu loiro e os amigos estavam com cara de riso e animo diante da discussão, isso o ajudou a relaxar também.

–- Paizinho.....eu queria lhe contar uma coisa muito séria!

–- Pode falar filho!

Clay apertou a mão de Jack por de baixo da mesa, o gótico quase adivinhou o que era e como incentivo firmou o aperto e acariciou a mão de seu loiro.

–-- Pai...não sei como começar, mas...eu estou namorando com o Jack.

O mais velho chocou-se, ficou um tempo pensativo, suspirou e por fim voltou a falar com o filho mais velho.

–-- Mas filho, ocê sempre namorou com as mocinhas do Texas....Como gosta de meninos agora ¿

–- Não é isso paizinho! Eu me sinto atraído por meninas ainda, mas eu amo estar com o Jack e amo muito ele, mas do que “quarquer” garota!

O senhor suspirou e olhou para o filho.

–- Não aprovo muito isso, preferiria que namorasse com um guria! Tivesse filhos e essas coisas, mas....se o que te faz feliz é esse rapaz estranho, não vejo “probrema” filho, se quiser te darei até minha benção!

Nesse momento Jack franziu o cenho, não estava gostando de ser taxado de estranho pela família do loiro, Clay sorriu abertamente estava tão feliz por seu pai entender e aceitar sua relação, levantou-se e foi até o progenitor abraçando-o fortemente.

O senhor envolveu sua filha no abraço também, logo após olhou de um modo diferente para Jack, estendeu a mão para o menor

–- Vem aqui garoto! Ocê faz parte dos Bailey agora!

Meio incerto Jack foi até o trio e foi envolvido por um forte abraço, quando perceberam todos no templo estavam participando do caloroso abraço em conjunto da família Texana.