– Você – encarei-o incrédula. Damon ama Elena, sempre foi assim.

– Corta essa...

– Eu deixei o bilhete – Ele falou rapidamente.

Minha mente voltou a aquela manhã. Assim que peguei minha bolsa na cama um bilhete voou para o chão. Apanhei-o e, escrito na letra mais perfeita que já havia visto, li:

Tentei por varias vezes aproximar-me e dizer o quanto te amo...mais não tive coragem. Você não imagina o quanto sofro por esconder esse sentimento que toma conta de minha alma.

Que tipo de brincadeira era essa? Alguém realmente acha que eu acreditaria nisso? Afinal, tenho namorado.

Sai de meu quarto amassando o papel, jogando-o na lixeira mais próxima. Normalmente eu guardaria o bilhete e mostraria a Elena e a Meredith, tentaria descobrir quem o havia escrito, mas não dessa vez. Senti que alguém me observava, virei para trás, mas não havia ninguém.

– Foi você? – Encarei os olhos negros de Damon

– Que deixou o bilhete que você amassou e jogou fora? – De repente sua expressão era fria novamente. – Sim.

Abri a boca, mas as palavras não saiam. Não sabia o que dizer. O que isso tudo significava?

– Damon...

– Não precisa se explicar. Por que não volta para seu mortal? – Agora não havia mais nenhum indicio de que ele havia chorado.

– Mas eu quero explicar.

– Deveria aproveitar sua chance de ir embora. Afinal, somos apenas nós dois aqui, e eu posso perder o controlo a qualquer momento. – Encarei-o determinada. Eu não iria embora. Não até que tudo estivesse esclarecido.

– Você não vai me machucar.

– Como pode ter tanta certeza? Eu poderia atacá-la agora mesmo.

– Faça-o – Eu não iria recuar. Ele não me atacaria. Espero que não.

– Sua coragem provem de seu medo – Falou aproximando-se. – Invés de lhe apagar, ele te acende. Quando todos teriam fugido, você fica. Eu realmente gosto disso em você – Disse acariciando minha bochecha com o polegar.

Forcei-me a não desmaiar. Meu coração acelerava a cada momento. Quando estou com Damon sinto esse misto de emoções, quero me derreter em seus braços, e ao mesmo tempo, fugir de seu toque. Respirei fundo até conseguir encontrar minha voz.

– Enquanto a Elena?

– Bonnie... Sempre foi você – Respondeu me fitando.

– E o que quer dizer com isso? – Perguntei inocente.

– Quer saber como realmente cheguei até Fells Church? – assenti – A verdade é que... – Prosseguiu – Cheguei lá antes de Stefan. Seu poder me levou até lá – Ele me lançou um olhar e continuou – Você tinha apenas 16 anos, tinha algo em especial em você... Que conseguiu atrair minha atenção. Sempre que sentia alguém lhe seguindo a noite, era eu. A sombra em sua janela... Estive sempre presente, te observando.

“Até que um dia, segui-a de volta para casa, queria garantir que chegaria segura, acabei me aproximando demais... E não aguentei. Estar tão perto de você... Tirou todo o controle que adquiri durante décadas. Foi a noite que te ataquei, me senti culpado, não podia correr o risco de acontecer novamente, compeli-a a esquecer de tudo e lhe deixei em casa. Antes do amanhecer eu já havia partido. Quando Stefan apareceu... Eu me dei um motivo para voltar, mas jurei a mim mesmo que não me aproximaria de você” .

Encaramo-nos por um longo período de tempo, não conseguia encontrar as palavras, todas ela haviam sumido de mim.

– E o que aconteceu depois? – Finalmente consegui dizer.