Nada a dizer escrita por Pam


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Lamento não ter postado ontem, estive fora o dia todo!
Mas...wowowow, isto começa a ficar intenso ºwº



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/519014/chapter/3

Jeff não se apercebera do quão tarde havia acordado nesse dia até olhar pela janela e verificar que tinha começado a anoitecer. Os seus horários de sono definitivamente não iam voltar a ser os mesmos; não que isso importasse. Qualquer coisa estaria bem agora que nunca recuperaria a sua vida normal.

No entanto, quando Slendy lhe perguntou se queria comer alguma coisa, o jovem assassino estremeceu por momentos, pensando no tipo de refeição que o outro teria intenções de lhe oferecer. A sua inquietação só foi embora quando viu que sobre a mesa havia comida... normal. Aparentemente sobras de um piquenique de vítimas locais, abordadas por Slendy enquanto este passeava o cão. Bom, menos mal. O rapaz não se conteve e rapidamente começou a ingerir a sua refeição. Já estava em jejum faz um bom tempo, e nunca havia sido alguém dado a dietas, como poderia recusar algo assim?

Enquanto comia, no entanto, não podia evitar desviar o olhar para Slendy, que permanecia de pé no fundo da divisão, a observá-lo. Era impossível ler a sua expressão uma vez que não possuía nenhuma, e Jeff não podia evitar sentir-se confuso. Como é que Slendy o podia ver? Será que ele comia? Ou bebia? Ou possuía sequer sistema digestivo? Ou quaisquer outros órgãos internos?

Hmm, ao pensar em órgãos internos, o jovem não pôde evitar sentir um enorme desejo de dilacerar alguém. E talvez Slendy fosse capaz de lhe ler os pensamentos, porque foi precisamente aí que questionou:

– Estás preparado para matar esta noite?

E a primeira reação de Jeff foi olhá-lo firmemente com os seus olhos arregalados e o sorriso mais curvado do que nunca.

– Sim! – exclamou, extasiado, enquanto pegava de novo na sua faca afiada – Vamos ajudar umas pessoas a dormir!

E eles foram, oh se foram. Algumas horas depois, após Jeff ter brincado à apanhada com Smile, mas foram.

Enquanto o homem alto se limitava a observar, Jeff fez as suas primeiras vítimas desde que matara a família. Aquele rapaz era sem dúvida agressivo. A forma como se aproximava do seu alvo lentamente, aguardando o seu despertar, para de seguida o condenar a um sono profundo com vários golpes violentos e desesperados por todo o corpo deixava o Slenderman bastante divertido.

Jeff apenas ainda não tinha dominado por completo a arte de fugir antes de chamar a atenção, mas estava a safar-se bem. Ele tinha muita paixão pelo que fazia. O estado assombroso em que as suas vítimas eram deixadas, completamente desmanchadas e inundadas de sangue, os interiores a escapar para fora por entre frestas irregulares, comprovava-o.

E, após tamanha carnificina, seria de esperar que as roupas recém-lavadas de Jeff estivessem de novo empapadas em sangue. Foi algo que Slendy fez questão de mencionar assim que regressaram à mansão no meio dos bosques e o jovem foi novamente derrubado e lambido em todos os cantos pelo cão demoníaco que com eles habitava. Jeff captou a mensagem e lá foi despindo todas as ruas roupas assim que os dois entraram no quarto agora partilhado.

– Podias pelo menos arranjar-me uma roupa com a qual dormir... – comentou, não inteiramente familiarizado com a ideia de ir para a cama sem nada vestido. Não obtendo resposta, avançou para o quarto de banho anexo à divisão com a finalidade de tomar um duche e remover as manchas de sangue das mãos e do cabelo.

O outro acompanhou-o calmamente e ajudou-o com o processo de lavar aqueles cabelos longos e rebeldes. Jeff adorava sentir a sua nuca a ser massajada pelos delgados dedos de Slendy, neutralizando qualquer vestígio de fúria que lhe pudesse restar após a longa noite de matança. E, completado o ritual, não podia evitar abraçá-lo na procura de satisfazer todo o seu desejo afetivo enquanto ser humano.

Ah, Jeff lembrava-se agora, perdido entre os braços de Slendy que o conduziam até à cama, que tudo isto não passava de uma simples repetição da noite anterior.

O sono começava a apoderar-se dele, a sua visão confusa a viajar entre o preto e o branco, e uns ocasionais vestígios de vermelho. Todas as suas sensações se resumiam no contacto com o corpo enigmático da outra criatura, aquela estranha textura fria que apenas pela temperatura se distinguia dos cobertores. Tudo o envolvia num conforto imenso, e mesmo que tentasse seria difícil encontrar palavras para explicar o que sentia.

Mas... palavras para quê? Não havia mais nada a dizer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E é isso. Adorava receber mais reviews, começo a questionar por quanto tempo irei continuar a escrever isto xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada a dizer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.