Nada a dizer escrita por Pam


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

É aqui que as dorgas começam... Não, a sério.



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Jeff não se conseguia lembrar do momento em que acordara. Ou se chegara a adormecer. É um pouco difícil quando não se tem pálpebras.

Havia somente duas coisas que conseguia encontrar na confusão dos seus pensamentos. A primeira era a certeza de estar deitado numa larga cama confortável, e a segunda, Ele. Aquela figura.

Slenderman, era esse o seu nome. Tinha-se-lhe apresentado na noite anterior, quando tudo começou. Jeff decidira, no entanto, que "Slendy" seria uma alternativa mais rápida.

Portanto, ali estava ele, na casa do Slendy, no quarto do Slendy, na cama do Slendy. Mas faltava o Slendy. Onde estava o Slendy?

Após muito batalhar no interior da sua mente, o jovem lá se decidiu a erguer-se da cama de forma a que o seu ângulo de visão abrangesse algo que não apenas o teto e dois fragmentos de parede. E a primeira novidade que encontrou ao levantar-se foi a sua roupa lavada, pousada num pequeno móvel metros à sua frente.

Oh, pois. O Slendy tinha mencionado qualquer coisa sobre não poder ir para a cama com a roupa suja. Mas Jeff não esperava que ele a lavasse. Ele. Aquela criatura monstruosa que vivia nos confins do bosque.

Mas não é que isso importasse naquele momento. Precisava de o encontrar. Por isso lá saiu da cama e se vestiu. A sua roupa já não cheirava a sangue como na noite anterior. E, Jeff apercebera-se agora, o seu cabelo também não. Foi então que se recordou de o ter lavado também. Wow, precisava mesmo de pôr as ideias em dia.

Viu-se então abismado com uma nova questão. Mas como é que aquela casa, aquela mansão arcaica perdida no arvoredo, podia ter água corrente? Ou eletricidade?

Não é que fizesse sentido questionar isso tendo em conta todos os eventos passados, mas pelos vistos a cabeça do rapaz não estava mesmo no seu melhor. A sério, Jeff? A sério?

Saiu do quarto, e as memórias da sua curta estadia na sala de estar subitamente regressaram. E não só as visuais.

O toque aveludado, mas frio, dos dedos de Slendy na sua face.

A brisa que soprava pela janela entreaberta.

Os sons sinistros e relaxantes da noite.

O ladrar de um cão.

Mas Jeff não se lembrava de ter visto um cão. Não de todo. Até que o pôde ouvir novamente, cada vez mais alto, mais nítido...

Aproximando-se dele...

Derrubando-o no chão.

– Hey! Mas o que é que... – Jeff sentiu a necessidade de se calar assim que viu o animal que acabara de o colocar de costas para o pavimento. Primeiro, pareceu-lhe um porco. Mas, olhando bem, era mesmo um cão. Um cão avermelhado, aparentemente esfolado, porém com uma camada de pelo preto que lhe revestia o topo da cabeça, prolongando-se pelo lombo, caindo ligeiramente sobre os ombros, até à cauda. A sua estrutura geral lembrava um Husky, porém com as orelhas caídas – Que tipo de animal és tu?

O canídeo limitou-se a soltar um outro latido e a lamber-lhe desenfreadamente o rosto, provavelmente agradado com o sabor da sua nada discreta cicatriz. Jeff olhou para além do focinho do animal e pôde ver o homem alto sem face a observá-los ao pé da porta de entrada.

– Slendy!! Onde é que tu foste?

E ele lá lhe respondeu.

– Fui passear o cão.

Jeff teve vontade de rir. Não, ele riu mesmo. E estava feliz. Tinha entrado num mundo de loucos, mas tudo parecia ridiculamente natural.

– E o cão tem nome? – questionou, afagando o pelo do animal.

– Smile. – o outro respondeu – Acho que vocês os dois se vão dar muito bem.

Pela segunda vez, não havia mais nada a dizer.


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Notas finais do capítulo

O Smile.jpg é uma necessidade em qualquer fanfic. Quero reviews, gente linda!



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