Escuridão do passado escrita por Queen T


Capítulo 42
Capítulo- 42




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Depois de alguns dias no castelo, decidi que já era hora de parar de me arriscar e voltar para Londres.

No caminho de volta, aproveitei para caçar. Não queria pôr Luke e Andrew em perigo. Ah, e claro... Henry.

Cheguei ao meu prédio e sorri ao olhar para ele. Mas também veio um sentimento de tristeza. Logo eu teria que voltar para Forks. E essa era a última coisa que eu queria.

Suspirei e continuei meu caminho.

Ao chegar na porta da minha atual casa, eu tentei abrir, mas estava trancada. Dei três toques, e em questão de segundos, Andrew abriu.

–Andrew? Você não foi trabalhar hoje? –perguntei completamente confusa por encontrá-lo ali.

–É isso o que diz ao encontrar seu pai? –ele disse em um tom brincalhão.

–Desculpe. –falei meio envergonhada. –Senti saudades.

Dito isso, dei-lhe um abraço meio sem jeito.

Depois de lhe soltar, vi que ele sorria.

–Respondendo a sua pergunta, eu só estou aqui almoçando. Logo vou voltar para o trabalho.

Assenti.

Ouvi conversas e risadas vindas da sala.

–Quem está aí? –perguntei para meu pai.

–Os amigos de Luke.

Meus olhos brilharam e eu sorri disfarçadamente. Finalmente eu veria Henry.

Entrei em casa e me dirigi à sala imediatamente.

Antes que eu pudesse ao menos dar uma pequena olhada em Henry, Luke tampou minha visão com um abraço bem apertado. Se eu fosse humana, morreria sufocada. Mas o abraço era bom. Era daqueles que alivia.

–Maninhaa...

–Oi Luke.

Nos soltamos e ele falou baixo para que apenas eu pudesse ouvir.

–Como foi lá?

–Foi ótimo! Eu precisava ver alguém.

–Quem? –ele estranhou.

–Alguém. –dei de ombros.

–Me fala. –ele insistiu.

–Meu... Hã, não sei dizer. Ele não é bem meu tio, porque não da minha família, mas... Ah, é meu tio, para todos os casos.

–Ele é tio de consideração? –ele perguntou.

–Não é bem isso, mas... Pode-se dizer que sim.

Ele assentiu.

–E por aqui? –perguntei. –Papai ainda pensa que fui para um acampamento?

–Sim. Eu disse à ele que você precisava fazer amigos por aqui, então achou o acampamento uma boa.

Ri.

–Você é bom nisso. Na mentira. E um ótimo ator.

Ele fez uma reverencia.

–A seu dispor.

E quando ele se afastou um pouco, eu o vi.

Vi ele, e meu mundo caiu. Parecia que o chão sumiu.

Henry abraçava uma garota pela cintura.

Tentei disfarçar, olhando para Luke novamente.

–Luke. –sussurrei. –Quem é aquela menina?

–Porque a curiosidade?

Balancei a cabeça.

–É que nunca a vi por aqui.

–É a Hayley.

Assenti.

Eu fui uma idiota. Uma burra por me iludir e me preocupar tanto com Henry. Afinal ele estava tão bem acompanhado.

A garota era bonita. Claro que ele já caiu em cima. Os cabelos loiros e os olhos azuis cinzentos o atraíram com certeza.

Desviei de Luke e saudei todos ali na sala.

–Olá pessoal.

–Oi, Any. –Falaram.

Olhei para todos os amigos de Luke, menos para Henry. Não queria mais ver aquela cena.

Voltei-me para Luke.

–Vou descansar um pouco no quarto, tudo bem?

–Claro. –ele disse. –A casa é sua. Quer que eu lhe acompanhe até o quarto?

–Não, Luke. Não se preocupe.

Corri até lá, e quando entrei me joguei na cama.

Qual é? Eu não devia estar mal por causa de um garoto que eu mal conhecia. Eu já devia esperar por isso.

Passei a tarde inteira no quarto. Trancada. Ouvindo músicas no fone.

E de repente, dão batidas rápidas na porta.

Da última vez que bateram na porta, aconteceu algo terrível. Eu caminhei até a porta calmamente e a abri com um certo receio.

–Any.

–Oi Luke. –suspirei de alívio.

–Any, ele tinha a voz desesperada.

–O que aconteceu Luke, o que ouve?

–É o Henry.

–O que tem ele? –me preocupei.

–Todos os meus amigos haviam ido embora. E só ficou o Henry aqui. A pouco, ele estava indo e eu o acompanhei até lá embaixo. E quando ele foi atravessar a rua...

Os olhos de Luke começavam a brotar lágrimas.

–Luke... O que...?

–Não deu tempo de eu o avisar que estava vindo um carro.

Levei minha mão à boca espantada demais.

–E Hayley? –não havia ciúmes algum naquele momento.

–Ela tinha ido embora com o Nicholas.

–Meu Deus. –minha voz falhava. –Onde e-ele está agora?

–A ambulância já o levou. Ele estava inconsciente. Eu vim correndo te avisar.

–Luke, vamos para o hospital agora. –apressei.

Ele assentiu, e nós corremos até a rua e por sorte vinha um táxi.

Subimos no táxi e pedimos que o motorista nos levasse até o hospital o mais rápido possível.

Depois de quinze minutos, chegamos lá. E Luke e eu corremos. Eu tive que acompanhar os passos de Luke, pois eu era bem mais rápida. Mas o meu desejo era de correr muito mais. Queria ver Henry. Precisava vê-lo.

Chegamos à recepção e falamos com a moça.

–Desculpem, mas o senhor Stürmer está em uma cirurgia de emergência.

Soquei o balcão, e por pouco ele não rachou.

Luke olhou pra mim.

–Vem vamos sentar.

Assenti.

Nós sentamos, e eu falei.

–Luke? Você ligou para os pais dele?

–Não. Mas já devem ter os avisado.

–O. K.

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Ficamos lá até a noite.

Luke ligou para o papai, e o avisou onde estávamos. Ele queria vir, mas Luke aconselhou não vir. Pois ninguém podia entrar.

A família dele estavam nas cadeiras de frente para nós. Havia vindo a mãe, o pai, a irmã mais nova, o tio, e Hayley. Revirei os olhos quando a vi.

A mãe chorava compulsivamente e o pai só a abraçava tentando acalmá-la. Sem sucesso. A irmã era tão novinha que nem sabia o que estava acontecendo. Luke disse que a menina tem quatro anos. O tio mantinha o cotovelo apoiado no joelho e a mão apoiava a cabeça. E Hayley, olhava toda hora para o relógio. Como ela podia não estar chorando? Que namorada não choraria pelo namorado se ele estivesse nessa situação?

Eu estava sem paciência fazia horas. Ainda não tínhamos nenhuma notícia desde que chegamos. Já ia dar dez da noite e nada.

–Any. –Luke chamou. –Sabe... Eu preciso me acalmar. Então... Bom, papai me disse que você morava com a mamãe, mas ela morreu há alguns anos.

Abaixei a cabeça.

–O que você quer saber? –perguntei calma.

–Como ela era?

–Bonita, inteligente, generosa, bondosa. A melhor mãe que o mundo poderia ter.

–E como ela morreu?

–De câncer.

Pude ver que Luke ficou com uma expressão triste no rosto.

–A última vez que a vi, nós tínhamos 1 ano de idade, segundo o papai. Então, não me lembro de absolutamente nada. Nem de você.

E então chegou um doutor com uma expressão cansada. Todos se levantaram e ele falou.

–Recomendo que voltem para suas casas. Henry ainda não pode receber visitas. Então...

–Espere doutor. –A mãe dele disse. –Ele está bem?

Ele negou com a cabeça.

–Ainda inconsciente. Agora, só nos resta esperar. Ele não vai acordar tão cedo. Talvez demore meses. Pelos resultados dos exames, vimos que se ele acordar... Só irá acordar daqui meses. E se acordar, ele virá com algum problema. Temo que ele retorne com uma perda de memória.

NÃO. Gritei mentalmente. Lembrei de Bella. Ela havia perdido a memória, mas por sorte ela se recuperou. E se Henry não se recuperasse? Como ele iria se lembrar de seu passado? Como iria se lembrar de mim? Apesar de não termos muita história juntos, eu me preocupava com ele. E então, para ele só iria haver a escuridão do passado. Não iria poder ver algo além da escuridão.

O médico foi embora nos deixando com muitas dúvidas.

Depois um tempo, todos foram embora contra vontade.

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Eram duas da manhã e eu estava em um corredor vazio do hospital. Sim, eu havia ido embora com Luke, mas agora voltei e entrei escondida. Só queria ver Henry.

Procurei pelo cheiro de sangue que mais me atraía. Que com certeza era o de Henry. Até que parei em uma porta na qual o cheiro me atraía mais do que nunca. Era o cheiro dele.

Abri a porta devagar e entrei, fechando-a atrás de mim.

Era ele. Sorri.

Parecia estar dormindo. Seu rosto era tão sereno e bonito.

Sentei-me na poltrona ao lado de sua cama.

Eu apenas o observava, e torcia para que acordasse logo.

E então me lembrei do que o doutor disse: “Pelos resultados dos exames, vimos que se ele acordar... Só irá acordar daqui meses. E se acordar, ele virá com algum problema. Temo que ele retorne com uma perda de memória.”

Então a perda de memória era a notícia mais feliz. Pois isso só iria acontecer se ele acordasse.

Pensei na possibilidade de Henry nunca mais acordar. Como esse acidente pode ter sido tão terrível?

A minha garganta se fechou e eu comecei a soluçar. Sim, era um soluço de choro. E eu chorava sem lágrimas. Não conseguia controlar.

Levantei e o abracei, tomando cuidado para nenhum fio escapar.

Eu estava nessa posição fazia cinco minutos, e não me cansava nunca. E então, eu me afastei um pouco e olhei para o rosto dele. Ele não iria se lembrar, então eu podia matar o meu desejo. Com calma, aproximei meus lábios dos dele e os selei. Foi um logo selinho. Claro que eu queria mais, mas eu não ia abusar tanto de uma pessoa inconsciente. Afastei-me dele e peguei meu celular que acabara de vibrar em meu bolso.

Alice acabara de me mandar uma mensagem.

Disse que viu que Henry foi atropelado. E perguntou se queria que Carlisle viesse aqui e tentasse ajudar.

Eu estava pronta para responder um “Sim”, quando escutei uma voz fraca e falhada.

–Any?

Olhei para ele, e não podia acreditar no que via. Além de estar acordado, ele se lembrava de mim.


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Notas finais do capítulo

Como isso é possível?? Bom, felizmente ele acordou né.
Comentem, amores ;)
Beijos até o próximo capítulo!!



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